Friday, 22 August 2014

Contrariedade nas negociações


Governo exige procuração de Dhlakama e condiciona declaração de cessar-fogo


As delegações do Governo e da Renamo falharam na noite desta quinta-feira a assinatura da declaração do cessar-fogo no decurso da 73a ronda negocial, na sequência de novas exigências impostas à última hora pelo Governo.
Numa sessão convocada à última hora e a pedido do Governo, as duas delegações desentenderam-se porque cada uma disse que tinha mandato para assinar a declaração de cessar fogo, sem no entanto convencerem-se mutuamente.
O que aconteceu efectivamente, foi que a delegação do Governo, trouxe uma alegada procuração passada pelo presidente da República, Armando Guebuza, num exercício tido como visando tentar contrariar ou apanhar em contra-pé a delegação da Renamo que ja tinha sido primeira a anunciar ter mandato do seu líder Afonso Dhlakama, para declarar o fim das hostilidades.
Em conferência de Imprensa no final da ronda, o chefe da delegação do Governo, José Pacheco disse que a declaração de cessar-fogo não foi assinada porque a Renamo não apresentou procuração de Afonso Dhlakama que delega poderes a Saimone Macuiana para assinar documentos em seu nome. Uma exigência de resto descabida, porque todos os outros documentos não foram assinados com procuração.
José Pacheco anunciou que o presidente da República, Armando Guebuza passou uma procuração que delega poderes ao ministro para assinar a declaração de cessar fogo e queria o mesmo documento do lado da Renamo.
O CanalMoz pediu abertamente ao ministro para que exibisse a referida procuração mas Pacheco embrulhou-se e acabou recusando-se denunciando não ter o referido document que exige à Renamo. "Vão ver amanhã (hoje) quando for publicada no BR".



Falta idoniedade do Governo


Entretanto, o chefe da delegação da Renamo Saimone Macuiana acusou o Governo de trazer novas exigências que se rresumem em descredibilizar o mandato que a Renamo tem do seu líder.
Mas Macuiana inistiu possuir mandato expresso publicamente pelo partido e pelo presidente do partido para assinar a declaração de cessar-fogo.
"Faltou idoneidade do Governo. Se o Governo estiver disponível, mesmo amanhã assinamos" afirmou o negociador-chefe da Renamo, sustentando que "durante as negociações foram dados passados decisivos sem ter-se que recorrer a procuração”.
Na verdade, nas rondas anteriores quem manifestou disponibilidade de assinar em virtude de ter mandato da sua liderança foi a Renamo, enquanto o Governo exigiu que assinatura ou declaração do cessar-fogo fosse assinado pelo presidente da República e o líder da Renamo.
Em momento algum o Governo exigiu que a delegação da Renamo trouxesse procuração que legitimasse o mandato que sempre alegou ter. Assim, o executivo encontrou argumento para não assinar a referida declaração.
Segundo uma fonte bem posicionada na presidência, a última exigência de procuração é uma manobra de Guebuza para responsabilizar a Renamo (hoje no parlamento) pelo impasse, com a alegação de que a Renamo não quer assinar a declaração de cessar-fogo.




(Bernardo Álvaro, Canalmoz)

2 comments:

Anonymous said...

Sres, por favor, nao brinquem com o povo. O povo quer PAZ e so PAZ.

JOSÉ said...

Exactamente, PAZ!