Tuesday 31 August 2010

Entrada de turistas internacionais em Moçambique cresce 375% desde 2007


O fluxo migratório em Moçambique cresceu 250% e a entrada de turistas internacionais aumentou em 375% desde a abolição do visto nalguns países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), em 2007.
Dados ontem (segunda-feira) divulgados pelo ministro da Indústria e do Comércio, António Fernando, na abertura da Feira Internacional de Maputo (FACIM), dão conta de que o fluxo migratório entre Moçambique e parte dos países da região da SADC, com os quais tem acordos de supressão de vistos, aumentou grandemente.
“O fluxo migratório com a região passou de 650 674 imigrantes em 2007 para 2,1 milhões (incremento de 229,4% em relação ao ano anterior) em 2008 e para 2,5 milhões em 2009 (incremento de 20% em relação ao ano anterior), como consequência da abolição do visto de entrada com a maioria dos países da SADC”, disse António Fernando.
O titular da pasta da Indústria e do Comércio de Moçambique assinalou que as chegadas internacionais por motivos de turismo passaram de 771 mil em 2007 para 1,9 milhões em 2008 (incremento de 253% em relação ao ano anterior) e para 2,3 milhões em 2009 (incremento de 122% em relação ao ano anterior).
“Moçambique está a ser relevante no contexto regional e mundial”, resumiu António Fernando.
No âmbito do comércio preferencial, 55 empresas moçambicanas inscreveram-se para fazer exportações para a região da SADC, onde “houve uma redução das receitas aduaneiras (provenientes do comércio externo regional), mas as receitas fiscais cresceram globalmente, em média, 101 por cento”, disse o governante.
“O receio que pairou na altura do lançamento da zona do comércio livre de que o nosso país se transformaria num grande supermercado dos países vizinhos não se concretizou.
Na verdade, houve um crescimento das nossas importações com a região” austral de África, garantiu António Fernando.
Em 2008, “as exportações para a região representavam 18% do total das exportações do país, tendo subido para 19% em 2009 e 23% no primeiro semestre de 2010”, assegurou o ministro.
O governante acrescentou que o tráfego rodoviário com a região cresceu 111% de 2007 para 2008 e mais 101% de 2008 para o ano passado.
O sector de telecomunicações cresceu a uma média de 126% por ano desde 2007 até ao ano passado, atingindo, só no primeiro semestre deste ano, 114% do tráfego de 2009, referiu o responsável pela pasta da Indústria e do Comércio de Moçambique.
“Está a cumprir-se, deste modo, um dos grandes objectivos da integração regional, que é o de aumentar as trocas comerciais dentro da SADC”, um mercado com 250 milhões de consumidores, considerou António Fernando.

Lusa-RM

O que fazer face à crise

De Londres a Washington, de Nova Iorque a Zurique, de Bruxelas a Berlim, etc., a palavra de ordem é poupar, poupar e poupar cada vez mais. Diariamente governos em todo o mundo procuram as melhores f ormas de reduzir as despesas públicas, efectuando cortes sobre gastos considerados dispensáveis.
São consequências da crise económica e financeira que afecta o mundo, com um impacto devastador nos países menos desenvolvidos. As acções de poupança tomam várias formas. Ao assumir a liderança do governo em Maio último, a nova coligação conservadora-liberal democrata no Reino Unido, tomou a decisão de reduzir em 5 porcento os salários dos membros do governo e congelar novos aumentos salariais durante os cinco anos do seu mandato. Para demonstrar a seriedade com que o problema está a ser encarado, o Primeiro Ministro David Cameron passou a utilizar voos comerciais nas suas deslocações em serviço, incluindo durante a sua Primeira visita a Washington, em Julho passado.
Deve ser irónico que aqueles que mais têm, com algumas sobras para financiar o nosso Orçamento Geral do Estado, é que têm de apertar o cinto enquanto nós, os beneficiários dessa generosidade Ocidental, continuamos a assobiar para o lado, fazendo de contas que a crise não nos afecta.
Numa altura em que o governo deveria esforçar-se em reduzir os seus gastos, continuamos a ver dirigentes a serem acompanhados com escoltas que muito francamente poderiam ser dispensadas. Elas não são absolutamente necessárias, e servem apenas como símbolos de auto-importância. É difícil quantificar a quantidade de combustível gasto nessas escoltas, mas deve ser o suficiente para minimizar as grandes carências que se registam ao nível do Serviço Nacional de Saúde, onde a falta de medicamentos essenciais é notória.
Parte dos problemas que hoje enfrentamos poderiam ter sido previstos atempadamente e tomadas as devidas medidas de precaução para evitar maiores danos. O congelamento do preço do combustível e a fixação da taxa de câmbios, apenas para sossegar o eleitorado, foram medidas que apesar de terem ajudado a ganhar as eleições, causaram profundos danos na economia. O défice acumulado ao longo de dois anos com o congelamento do preço do combustível está a ser pago agora pelas camadas mais pobres da população, e com efeitos retroactivos.
Também não foi de nada útil a teimosia e arrogância cega com que foi tratado o contencioso com os 19 parceiros que contribuem para Orçamento Geral do Estado, matéria sobre a qual na devida altura tivemos a oportunidade de alertar, mas respondidos com a mesma arrogância e petulância, chegando-se ao ponto dos inevitáveis adjectivos.
Hoje não estamos em crise. Somos o rosto da crise. Com uma economia pouco produtiva, dependendo essencialmente de importações, o contínuo deslize do Metical significa a mesma tendência constante no sentido inverso, com os preços dos produtos essenciais a subirem semanalmente em flecha.
O governo fala constantemente do seu empenho na luta contra a pobreza. Contudo, não é possível combater a pobreza sem poupança. E não haverá poupança enquanto os cidadãos tiverem que gastar mais para consumir menos do que consumiam antes.
O governo acredita que parte da solução está na emissão das Obrigações do Tesouro. Mas isso só vai agravar ainda mais a crise, uma vez que os bancos comerciais, que são os maiores subscritores dessas obrigações, irão desviar os recursos com que deveriam financiar o sector privado, cedendo parte da sua liquidez ao governo.
Face à grave situação que enfrentamos, é incompreensível o silencio a que estão remetidos os sindicatos, a sociedade civil e a própria comunidade empresarial. Estas organizações precisam de confrontar o governo e conjuntamente procurar encontrar os melhores mecanismos de governação económica, com benefícios mais amplos, e a longo prazo. Deixar que o governo sozinho se encarrega de decidir sobre o futuro de milhões de moçambicanos será uma forma de suicídio nacional.

Editorial do Savana de 27/08/10, citado no Diário de Um Sociólogo

Daviz Simango quer afirmar-se e conquistar mais membros no país

MDM celebrou “dia da revolução”

O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, diz que o seu partido vai continuar a apostar na conquista de mais espaço e enraizamento em todo o território nacional, como forma de angariar mais membros para o “Galo”.
“Queremos estar em todas as províncias, distritos e povoados do país, para que o nosso partido seja mais visível”, disse.
Esta informação foi tornada pública durante a comemoração do “dia da Revolução” daquela formação política. Aliás, Simango defendeu que a afirmação do seu partido no país visa, basicamente, poder concorrer nos próximos pleitos em pé de igualdade com as outras formações políticas.

“Acabei com a bipolarização parlamentar”

Em contacto com o “O País”, Simango deixou ficar que a tão propalada “revolução” de 28 de Agosto foi uma mais-valia, porque terminou com a bipolarização parlamentar, exactamente com a entrada do seu partido no panorama eleitoral do país.


O País

RENAMO acusa Governo de dirigir o país com «políticas falidas»


A RENAMO, o principal partido da oposição em Moçambique, acusou hoje em Maputo o Governo de estar a dirigir o país através de “políticas falidas”, sujeitando os moçambicanos a um elevado custo de vida.
Moçambique tem conhecido nos últimos meses uma galopante subida nos preços dos produtos e serviços básicos, que levou a inflação a atingir 16,1 por cento em Julho. A tendência na escalada de preços irá manter-se, com o agravamento do custo de pão, água e eletricidade, a partir de Setembro.
Reagindo à actual conjuntura social e económica em Moçambique, o principal partido da oposição acusou em conferência de imprensa o partido no poder desde a independência em 1975, FRELIMO, de impor ao país “políticas falidas”.
“Esta subida de preços é uma demonstração de que as políticas do Governo do dia estão falidas e não correspondem às expectativas dos moçambicanos”, disse Saimone Macuiane, relator da bancada parlamentar da RENAMO.
Por isso, segundo o relator, “os moçambicanos, com a anunciada subida do preço do pão, a partir do mês de Setembro, não poderão usufruir deste alimento básico para a sua dieta, dado que mesmo o actual preço está fora do alcance do poder de compra”.
A RENAMO atacou também a decisão do Governo de obrigar os automobilistas a submeterem as suas viaturas a uma inspecção obrigatória, com fundamento na necessidade de estancar a elevada sinistralidade rodoviária no país.
“Consideramos que o propósito desta inspecção não é de evitar acidentes, mas sim de continuar a depauperar cada vez mais o bolso do cidadão por parte do Governo da FRELIMO ”, enfatizou Saimone Macuiane.
As inspecções obrigatórias de viaturas têm sido muito criticadas por se entender que a sinistralidade rodoviária em Moçambique não resulta apenas do deficiente estado mecânico das viaturas, pois também concorrem o mau estado das vias e a corrupção na polícia.

Notícias Lusófonas

Monday 30 August 2010

Homens de negócios hoje na FACIM 2010

ABRE a meio desta tarde a quadragésima sexta edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM 2010), em cerimónia a ser dirigida pelo Presidente da República, Armando Guebuza. Constituindo uma ocasião para o intercâmbio empresarial entre homens de negócios, o evento junta expositores de 14 países, 32 empresas estrangeiras, 201 empresas nacionais, totalizando mais de 489 expositores.

Maputo, Segunda-Feira, 30 de Agosto de 2010:: Notícias

Dados da organização do evento, que terá como palco o habitual espaço na baixa da cidade de Maputo, indicam que este ano denota uma considerável presença da região, sendo que dos 14 países presentes, metade são da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC). Entre esses países figuram a África do Sul, Tanzania, Malawi, Zimbabwe, Suazilândia, Zâmbia e Botswana. Vão participar também oficialmente Portugal, Espanha, Itália, Brasil, a região autónoma de Macau, Indonésia e o Quénia.
Desde o último sábado até ao meio da tarde de ontem o recinto da feira registava um movimento intenso de pessoas, próprio dos últimos dias de preparativos de uma feira desta dimensão. Por um lado, os expositores a correrem em contra relógio nos derradeiros arranjos dos seus stands e, por outro, a organização a fazer de tudo para que nada falhe, particularmente na cerimónia de abertura, tendo em conta a presença do Chefe do Estado.
Num breve contacto com a nossa Reportagem, o Presidente do Instituto para a Promoção das Exportações (IPEX), João Macaringue, garantiu que está tudo a postos para a abertura deste certame anual que se vem tornando referência, sobretudo a nível da SADC, desde os meados da década de 1960.
A avaliar pelo nível de participação dos agentes económicos, quer nacionais, quer estrangeiros, Macaringue mostrou-se optimista quanto ao alcance dos objectivos da feira, nomeadamente a promoção dos produtos e serviços das empresas moçambicanas e o consequente aumento do volume de vendas, particularmente para exportação.
A expectativa da organização é que a quadragésima sexta edição da FACIM seja visitada por mais de 50 mil pessoas.
Segundo ainda a programação avançada pela organização, hoje, primeiro dia, será comemorado o Dia do Exportador, uma cerimónia que contará com a presença do Chefe do Estado, na qual serão premiadas algumas empresas que se notabilizaram nas exportações ao longo do exercício económico de 2009.
Portugal é o país estrangeiro que mais espaço vai ocupar na feira, ao reservar cerca de 864 metros quadrados, seguido da República da África do Sul e da Itália, com 457 e 360 metros quadrados, respectivamente.

ÁFRICA DO SUL - Zuma corre risco de não cumprir segundo mandato como presidente


Zwelinzima Vavi, secretário-geral do COSATU descreveu o governo do presidente Jacob Zuma como estando “a caminhar rapidamente em direcção a um Estado predador” dirigido por “quizumbas corruptas e demagogas” e afirmou que o ANC não mais poderia contar com a central sindical para lhe dar apoio eleitoral

Pretoria (Canalmoz) - São cada vez mais remotas as possibilidades de Jacob Zuma vir a cumprir um segundo mandato como chefe de Estado da África Sul. O Congresso dos Sindicatos Sul-africanos (COSATU) e a Liga da Juventude do ANC (ANCYL) já declararam publicamente o seu descontentamento em relação ao governo liderado por Zuma, numa altura em que a função pública está em greve vai para três semanas.
Zwelinzima Vavi, secretário-geral do COSATU, fez cerradas críticas ao governo de Zuma, tendo prometido um “encerramento completo” da economia do país. Vavi descreveu o governo de Zuma como estando “a caminhar rapidamente em direcção a um Estado predador” dirigido por “quizumbas corruptas e demagogas”. O dirigente sindicalista afirmou que o ANC não mais poderia contar com a central sindical para dar apoio aos candidatos a serem apresentados por aquela formação política nas eleições autárquicas do próximo ano.
A liga juvenil do partido no poder na África do Sul mostrou indícios de pretender retirar o apoio a Zuma, optando pelo actual vice-presidente, Kgalema Motlanthe. Diversos dirigentes da ANCYL estão a considerar retirar Zuma da lista de candidatos à liderança do partido em 2012. Outras individualidades da preferência da ANCYL incluem Tokyo Sexwale, a ministra da defesa, Lindiwe Sisulu, e o vice-ministro da polícia, Fikile Mbalula.
Discursando perante uma reunião da ANCYL a semana passada, o líder da juventude do ANC, Julius Malema, comentou que “os filhos dos dirigentes e os amigos daqueles que detêm o poder acumulam cada vez mais dinheiro, ao passo que o nosso povo não sobe na vida”.
Jacob Zuma, que regressou à África do Sul sexta-feira última proveniente da China, condenou energicamente a greve da função política, cujos efeitos fazem-se sentir nos hospitais estatais, não obstante o governo ter desdobrado no terreno pessoal militar para prestação de cuidados médicos nas unidades hospitalares do país.

(Redacção / Sunday Times)

Alerta sobre xenofobia lançado hoje em Maputo

O perigo das camadas mais pobres em Moçambique verem nos estrangeiros os culpados pela sua precária situação económica e protagonizarem ataques xenófobos é um dos pontos contidos num livro a ser lançado hoje na cidade de Maputo.

Maputo, Segunda-Feira, 30 de Agosto de 2010:: Notícias

Da autoria de pesquisadores da Unidade de Diagnóstico Social do Centro de Estudos Africanos, a pesquisa, realizada em cinco cidades do país e intitulada “A construção social do outro: perspectivas cruzadas sobre estrangeiros em Moçambique”, mostrou a inexistência de indicadores graves de xenofobia, mas chama atenção à hipótese de os moçambicanos, principalmente os mais pobres, poderem ampliar a percepção de uma penúria que, pelo processo de transferência para bodes expiatórios, se concentre agressivamente nos estrangeiros, atribuindo-lhes a origem do sofrimento social e a monopolização de recursos de vida e poder. Uma nota da Universidade Eduardo Mondlane recebida na nossa Redacção indica que o livro, sob direcção de Carlos Serra, tem como autores Angelina João, Cremildo Bahule, Hilário Dyuty, João Feijó, Jonas Mahumane, Miguel Moto e Teles Huo.

Sunday 29 August 2010

Moçambique: Três meses após caso Bashir, só o rapper Azagaia fala do escândalo

Três meses após os EUA acusarem um grande empresário moçambicano ligado ao Governo de ser narcotraficante o assunto tornou-se tabu e só o músico Azagaia insiste em dizer que o motor do país "funciona a cocaína".
O escândalo remonta a 01 de junho, mas ainda na semana passada o procurador geral da República, Augusto Paulino, se esquivou a dizer como está o inquérito que disse ter sido instaurado. A Lusa tentou também ouvir o advogado do empresário acusado mas sem sucesso. O empresário também "desapareceu".

LUSA, citado em vários jornais
Leia mais aqui.

Há receitas para a felicidade?

O que queremos verdadeiramente é, sem sombra de dúvida, ser felizes. Mas como se chega à felicidade? É que, para se ser feliz, é necessária uma multidão de coisas e de condições: algum prazer, saúde, uma vida familiar agradável, realização profissional mínima, reconhecimento social, algum dinheiro, amigos - "sem amigos, ninguém escolheria viver", disse Aristóteles. Depois, também é preciso ter sorte, como diz a própria palavra no seu étimo (felix), e isso não acontece apenas com felicidade (felicidad, em espanhol, e felicità, em italiano): o Glück alemão significa felicidade e sorte, a raiz de happiness é happ, com o significado de acaso, fortuna (perhaps significa talvez), o mesmo acontecendo nas palavras grega e francesa, respectivamente: eudaimonia e bonheur.
E há choques, oposições, contradições. O Prémio Nobel da Literatura Heinrich Böll escreveu uma estória cheia de humor e sentido - eu ouvi-a ao Padre Tony de Mello. Chega um turista e dialoga com um pescador pobre, a apanhar sol na praia, com o resultado da sua pescaria: dois peixes. - Porque não pescas mais? - Para quê? - Para teres dinheiro, criavas uma empresa, tinhas muitos empregados, eras cada vez mais rico, exportavas, montavas mais empresas... - E depois?, pergunta o pescador. - Serias tão rico que já nem precisavas de trabalhar e passarias os dias na praia a apanhar sol... - Mas é precisamente o que estou a fazer, sem ter de passar por toda essa trapalhada, atirou-lhe o pescador.
Sob certo aspecto, é o pescador que tem razão. Será que precisamos de tanta quinquilharia, da qual já não conseguimos prescindir e pela qual nos desgraçamos a trabalhar? Por outro lado, o que seria a vida sem iniciativa e realizações? Hegel foi avisando que as páginas da história sem sofrimento são páginas em branco.
Há filósofos que colocaram a raiz da felicidade no prazer. Mas eles próprios foram prevenindo que há prazeres e prazeres e que os prazeres não podem ser desregrados. Outros apelaram para a virtude: o sábio é livre, porque consente no que não depende dele. Residirá a fonte da felicidade no poder? Seja como for, a omnipotência é uma ilusão. Não há felicidade perfeita neste mundo, só "ilhas de felicidade". No fim, é a morte que nos espera.
Mas há algumas regras práticas, a partir também de conhecimen-tos da neurofisiologia, para uma vida minimamente feliz. Enumero algumas, segundo o filósofo Richard D. Precht, numa estimulante viagem filosófica: "Wer bin ich und wenn ja, wie viele?" (Quem sou eu, e, se sou, quantos?).
Primeira regra: actividade. "Os nossos cérebros estão ávidos de ocupação". Para lá do ter e do ser, é preciso agir, sem agitação.
Segunda regra: vida social. A amizade, o casamento, a família, provocam o sentimento de protecção. Quem tem uma rede densa de relações não enfrenta sozinho preocupações e angústias.
Terceira regra: concentração. É preciso aprender a fruir o aqui e agora nos prazeres simples: o perfume de uma rosa, a sua beleza, o sabor de um vinho excelente. Não se pode viver obcecado com o futuro. Quem só espera vir a ser feliz nunca é feliz.
Quarta regra: expectativas realistas. "Comete-se muitas vezes o erro de exigir demais de si, mas também o de não exigir suficientemente. As duas atitudes geram insatisfação."
Quinta regra: pensamentos positivos. Embora seja mais fácil de dizer do que de conseguir, é preciso ter em atenção a astúcia dos psicólogos: "procede como se fosses feliz, e sê-lo-ás".
A sexta regra refere-se à capacidade de aprender a arte de lidar com as dificuldades e o sofrimento. Há crises salutares na vida.
Finalmente, a alegria pelo trabalho. "O trabalho é a melhor das psicoterapias." É sabido que para Freud a felicidade consistia em "poder amar e trabalhar".
Mas o ser humano vive numa tensão permanente: é um ser de desejo insaciável, de tal modo que o que alcança nunca o satisfaz plenamente. Por isso, Paul Ricoeur falava da "tristeza da finitude" e Santo Agostinho escreveu: "O nosso coração está inquieto enquanto não repousar em ti, ó Deus."

Anselmo Borges, no Diário de Notícias

Saturday 28 August 2010

Como vencer discussões com mulheres

Fighting corruption the Mozambican way. Yes, it can be done


Sometimes the good guys win one. And by good guys, I mean a group of dedicated Mozambican cops.
A news snippet in this month’s go! magazine describes how a party of South African tourists were pulled off the road by the usual AK-47-wielding policemen and compelled to pay a R1000 fine for a traffic “offence”. The travellers managed to get the cops’ licence plate and reported the incident to the SA High Commission in Maputo.
The bent coppers were apparently arrested the same day – with the cash still on them.
The best part of it, though, is that members of the Mozambican police complaints bureau then drove from Maputo to Paarl to take a statement and hand the money back.
This is great news. Mozambique has for years been plagued by a rash of bent policemen who intimidate tourists – staring down the barrel of an AK-47 will do that to one – and attempt to fleece them for bogus rules violations. So, it is great to see the Mozambicans taking this seriously. Corruption is the scourge that ruins tourism.

THE TIMES

NOTA DO JOSÉ
= Esta notícia deu-me uma enorme alegria pois estou farto de ler e ouvir sobre a corrupção e o mau trabalho da Polícia em Maputo. Basicamente, a Polícia prendeu polícias corruptos que roubaram turistas em Maputo, os turistas fizeram queixa e os corruptos foram presos no mesmo dia. Mas o caso não acaba aqui, a Polícia deslocou-se ao Cabo, na África do Sul, para tomarem nota das declarações dos turistas e para devolverem o dinheiro extorquido.
Neste caso, é de louvar a acção da Polícia moçambicana!

Friday 27 August 2010

Oposição condena uso da reunião dos municípios para encontro da Frelimo

Para a oposição, esta atitude deve ser desencorajada pelos doadores, que recebem do Governo o compromisso de separar o partido do Estado.
Os dois maiores partidos da oposição e com assento no Parlamento, nomeadamente, MDM e Renamo, condenam a atitude da Frelimo de se aproveitar da VI reunião Nacional dos Municípios para convocar os presidentes dos conselhos municipais para a Reunião Nacional do partido.
De acordo com o deputado e secretário-geral do MDM, Ismael Mussá, este é um sinal claro da falta de separação entre o Estado e Partido, facto que se consubstancia no uso de fundos do Estado para financiamento de acções do partido.
“Nós condenamos veementemente este tipo de acções. Isto é o que o presidente Daviz Simango vem criticando, e repete-se em diferentes órgãos e níveis do Estado moçambicano. É um absurdo ver isto”, reagiu Mussá.

Chefe do estado, PGR e TA devem agir

Segundo Mussá, isto vai contra todos os princípios do Estado e compromissos assumidos a nível internacional para não misturar Estado e partido. Por isso, o partido de Daviz Simango chama à acção os órgãos de soberania.
“Esperamos que a Procuradoria-Geral da República, que controla a legalidade, e o Tribunal Administrativo, que autorizou o desembolso dos fundos para a reunião, se pronunciem sobre este caso. É uma aberração para a nossa democracia”, continuou Mussá, para depois acrescentar que “o próprio chefe do Estado deve vir a público explicar esta situação”.

Vamos questionar no Parlamento

Falando ao “O País”, o SG do “galo” disse que situações destas põem em causa a democracia multipartidária no país. “A democracia já está comprometida. recordem-se da questão da disputa de sedes dos bairros, e da compra do Museu pelo partido, são coisas inadmissíveis”, salientou, para de seguida referir que “na próxima sessão da Assembleia da República, vamos questionar ao Governo, exigindo um esclarecimento racional”.
Para Mussá, a sociedade civil deve começar a agir e mostrar acções condenatórias a este tipo de comportamentos.

“Isto é roubo ao Estado”

Por seu turno, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, que diz condenar esta atitude, diz ser este um roubo ao Estado, por se tratar de aproveitamento dos fundos públicos para se atrelar e organizar reuniões do partido. “Quando falamos de uso da coisa pública para beneficiar a Frelimo, onde se aplica dinheiro do Estado para fins partidários, estamos a falar disto. Isto é um roubo ao Estado moçambicano e tem de ser imediatamente desencorajado” avançou.

O País

Cultura de trabalho

Mo Ibrahim se devia ter referido às lideranças africanas como sendo a principal causa do subdesenvolvimento. Porque ao dizer que o africano não tem cultura de trabalho esquece-se dos camponeses que se levantam de madrugada para a machamba e só voltam quando o sol se põe. Esquece-se dos camponeses de Chókwè que vêem parte da sua produção de arroz perder-se por falta de auto-combinadas, assim como o camponês do Niassa que vê a sua produção de milho apodrecer no celeiro por falta de comprador, vias de acesso e por preços miseráveis.
O multimilionário sudanês Mo Ibrahim esteve recentemente em Moçambique e dentre as várias declarações que proferiu uma prendeu-me a atenção. Mo Ibrahim afi rmou que o problema de África e dos africanos era falta de “cultura de trabalho”. Ora, uma declaração destas feita por um africano e em África despertou-me logo a atenção. O multimilionário sudanês dizia na peça jornalística que li que o atraso do continente devia-se à falta do gosto pelo trabalho. Após tal declaração, fi quei à espera de reacções críticas da Imprensa nacional, mas nada disso aconteceu.
Pelo contrário, a sua afi rmação era repetida em quase todos eles. Devo dizer que não sou motivado por sentimentos pessoais contra Mo Ibrahim, mas pelo espírito crítico. A minha crítica ao seu comentário surge porque acho que ele confundiu as coisas. Ao dizer que o africano não tinha “cultura de trabalho”, Ibrahim reduziu a situação de África a este aspecto com o qual não concordo, e passo a explicar porquê. Mo Ibrahim se devia ter referido às lideranças africanas como sendo a principal causa do subdesenvolvimento.
Porque ao dizer que o africano não tem cultura de trabalho esquece-se dos camponeses que se levantam de madrugada para a machamba e só voltam quando o sol se põe. Esquece-se dos camponeses de Chókwè que vêem parte da sua produção de arroz perder-se por falta de auto-combinadas, assim como o camponês do Niassa que vê a sua produção de milho apodrecer no celeiro por falta de comprador, vias de acesso e por preços miseráveis. Então, estes camponeses não têm cultura de trabalho ou é falta de liderança, políticas claras e incentivos que lhes levem a desinteressarem- se do que fazem?
O trabalho deve ser premiado para que promova o desenvolvimento económico e social dos cidadãos. Quando isto não acontece há um marasmo económico que na sua forma simplista é interpretado como falta de “cultura de trabalho”. Em países industrializados como o Japão e Alemanha, conhecidos pela capacidade de trabalho dos seus cidadãos, existe um mecanismo de premiação e punição. Premeia-se os trabalhadores e honestos e pune-se os preguiçosos e desonestos.
Portanto, estes são incentivos muito fortes para que se promova a “cultura de trabalho” e se descarte a dimensão genética do subdesenvolvimento. Pois à autoridade política dos nossos líderes se deve acrescentar a autoridade moral. Sem ela África e os africanos levarão mais tempo para atingir o tão almejado desenvolvimento.

Rui Guerra, Prestígio

Critical Mass Maputo




sem grandes rodeios, aqui voltamos nós para o CRITICAL MASS MAPUTO 008! venham lááaaaaaa

é verdade, para quem ainda não aprendeu, estamos na Praça da Independência, no dia 27 de Agosto, esta 6ªfeira, às 18:00 à vossa espera!

Caarege no lado esquerdo do rato sobre a imagem

Thursday 26 August 2010

Milhares de grevistas em protesto na África do Sul


O ambiente das manifestações é pacífico, apesar de barulhento

A maior federação sindical do país, a Cosatu, está a organizar manifestações pelas principais cidades da África do Sul e já avisou que o aumento das tensões pode pôr em causa relações com o partido no poder, o ANC.
Apesar do barulho feito pelos grevistas nas ruas esta quinta-feira, o ambiente é pacífico e um grande número de polícias está a acompanhar os protestos para garantir que não há desordens.
A Cosatu ameaçou convocar para a greve os vitais sectores mineiros e industriais.
Mais de um milhão de professores, médicos, enfermeiros e outros funcionários públicos estão em greve desde quarta-feira passada, exigindo aumentos salariais na ordem dos 8,6 por cento.
O governo mantém a oferta de aumento de 7 por cento.

Polícia

Um tribunal na África do Sul proibiu as autoridades policiais de se juntarem à greve nacional da função pública.
Uma porta-voz da polícia informou que se algum membro da segurança policial decidisse fazer greve poderia ser despedido.
A polícia solicitou uma ordem formal do tribunal depois do principal sindicato policial ter anunciado a intenção de se juntar à greve.
Previamente, a polícia envolveu-se em confrontos com alguns grevistas, tendo chegado a usar balas de borracha, canhões de água e gás lacrimogéneo para os dispersar.

Hospitais

No último fim-de-semana, outro tribunal ordenou que os serviços de urgência não fossem interrompidos.
Médicos militares têm estado a substituir os seus colegas, que se encontram em greve, pelos hospitais de todo o país.
O ministro da Saúde apelou a voluntários para ajudarem a limpar os hospitais e cozinhar refeições para os pacientes.

BBC

Wednesday 25 August 2010

BEIRA – 103 ANOS SOB O SIGNO DO PUXA-PUXA


Beira (Canalmoz) - Não se pode dizer que a cidade tenha parado no tempo e no espaço. Mas pode-se afirmar resolutamente que a Cidade da Beira, face a um confronto político profundo e avassalador, tem com frequência perdido de vista os seus mais legítimos interesses. A sua vida sócio-económica tem sofrido em função das suas tendências de voto. E aí temos de continuar a ter coragem como cidadãos de recusar imposições e condicionalismos que não mais serão do que adiar a realização daquilo que são os mais nobres interesses de todos.
Há uma tendência natural e política de “puxar a brasa para a sua sardinha” e com isso dizer que se encontrarão cidadãos descontentes com o rumo que as coisas estão tomando nesta cidade que também é sua.
As sucessivas reuniões dos órgãos municipais mostram claramente clivagens que não do interesse concreto dos cidadãos. E naqueles encontros, através de seus legítimos representantes, os beirenses devem aprender a utilizar essa possibilidade democrática de participação política.
Numa corrida que se afigura desenhada para fazer valer interesses políticos os cidadãos tem consistentemente votado na direcção contrária a determinados políticos. Já houve correntes que empurravam os beirenses para o voto étnico mas essa possibilidade foi logo descartada pelos cidadãos que cedo entenderam que ela era essencialmente contrária ao seus desejos e aspirações. Também o desejo de fazer valer supostas contradições de carácter religioso não vingaram.
Analisando friamente o panorama político nacional, é fácil verificar que Beira constitui a única autarquia que é governada por um executivo que não é filiado no partido Frelimo. E isso tem as suas consequências, especialmente se compreendermos que em Moçambique ainda reina muita intolerância política. Muitos projectos e orçamentos não foram aprovados devido a motivações puramente políticas embora com dolorosas consequências sociais. É coerência reconhecer que temos problemas.
Aqui e nestes termos Beira transformou-se em algo muito profundo e de significado histórico tremendo. Aqui foi possível mostrar aos moçambicanos e ao mundo que a Frelimo pode ser derrotada num processo democrático. Ficou claro que mesmo com a utilização abusiva e evidente de meios públicos para sustentar a sua campanha política rumo as eleições autárquicas, com o domínio completo dos órgãos eleitorais, isso não era suficiente para vencer numa autarquia que tinha já no passado colocado a faísca bastante alta para os políticos aspirantes a governar a cidade. A aspiração manifestada por certos segmentos políticos nacionais de obliterar a oposição não se realizou sobretudo porque a Beira resistiu aos ataques avassaladores e com suporte “bélico” bem superior.
Ao acabar de comemorar a 20 de Agosto mais um aniversário da sua elevação à categoria de cidade só podemos desejar a estes corajosos munícipes votos de progresso e desenvolvimento rumo a satisfação das suas necessidades. Que o futuro próximo desta sofrida cidade seja coroado de êxitos.
Que os pretendentes e aspirantes a políticos de todo o país aprendam sem vergonha como se governa uma cidade e sobretudo o que é coabitação política e quais são as potencialidades reais de uma situação política em que todos se respeitam e se aceitam na sua diversidade.
Alguns solavancos ocasionais têm travado projectos de investimento de grande vulto que decerto contribuiriam para a criação de tão necessários postos de emprego. Também faz falta a existência de uma política de fomento de actividades económicas que seriam o suporte para a criação dos necessários postos de emprego.
Alguma fobia na abordagem dos reais interesses dos cidadãos e uma cultura de aproveitamento ilícito dos cargos públicos ocupados por algumas pessoas tem sido evidente no tratamento de alguns processos e dossiers. Desde os tempos da governação da Frelimo que o dossier de terras municipais tem sofrido um tratamento que não passa de remendos sem nunca conseguir ultrapassar ou resolver as necessidades dos munícipes. Nesta altura de celebração convém não esquecer que este dossier ainda continua a constituir um autêntico “Calcanhar de Aquiles” para o desempenho municipal.
Importa abordar o assunto com coragem e utilizar todos os meios a disposição do Conselho Municipal da Beira para travar desordens e aproveitamentos ilícitos com algo que é de todos. Entanto que local de experimentação de uma salutar descentralização governativa convém que os dirigentes municipais assumam o significado histórico do que fazem hoje.
Tudo o que for mal feito hoje terá repercussões nos dias de amanhã.
Não se pode aceitar que o populismo tome conta da situação e que os governantes municipais tenham que evitar a Postura Municipal aprovada em benefício de actuações à margem clara da lei.
Temos que referir neste momento de comemoração, que esforços têm de ser envidados no sentido de travar a ruralização da cidade. Aqueles lugares em que a prática de actividades de venda mais ou menos fixa ou ambulante de bens está proibida pela Postura Municipal devem deixar de servir para isso. As normas devem ser cumpridas escrupulosamente.
Desenvolver a Beira tem de contar de facto com participação efectiva dos seus cidadãos. São os cidadãos que devem travar e contrariar tendências de intolerância política evidenciada por alguns políticos que não aceitam ou se recusam, a assumir que existem coisas bem feitas pelo CMB.
É necessário que aquela governação participativa seja real e isso só se pode concretizar quando os académicos, comerciantes, industriais, políticos saírem dos seus “casulos” e se dirigirem aos seus órgãos municipais para sugerir e manifestar discordância ou aceitação com alguma coisa. A participação ou governação participativa deve abandonar o campo dos “slogans” políticos e ser utilizada para a democratização da vida desta cidade.
É preciso estarmos atentos aos tempos e participar no desenho de soluções para os grandes problemas da nossa cidade. Se a erosão fizer ruir a cidade sofreremos todos. Se o porto está assoreado e pouco funcional, é dispendioso, se os caminhos-de-ferro que partem desta cidade para os países do hinterland funcionam com problemas, se o aeroporto é pouco amistoso e cobra taxas mesmo aos que lá não parqueiam, se as autoridades policiais de protecção e de trânsito bem como municipais são corruptas e prontas a “entrar no bolso dos cidadãos” para resolver qualquer problema, então é a cidade toda que se torna menos hospitaleira e atractiva aos turistas e potenciais investidores.
Esta é a altura propícia para vendermos uma imagem daquilo que queremos que a Beira seja. Devemos fazer isso tão cedo quanto possível.
Continuaremos a ter dificuldades orçamentais para concretizar os diversos projectos mas isso não pode travar o curso das actividades tendentes a trazer o tão almejado desenvolvimento a esta cidade.
Somos Beira e continuaremos a ser aquela Beira que dá lições de democracia política a todo Moçambique. Não somos melhores nem piores, não somos reaccionários como alguns políticos sem coerência se apressam a caluniar-nos. Somos simplesmente diferentes, moçambicanos que ao longo dos anos da história têm demonstrado possuir uma fibra e vontade próprias, acima de qualquer compromisso com imediatismos e prostituição política.
Força Beira. Parabéns ainda a todos aqueles que aceitaram sacrificar-se para fazer vingar um projecto de cidadania responsável e adulto...

Noé Nhantumbo, Canalmoz

Turismo: operador português propõe «Especial Noivos» em hotéis e praias de Moçambique

O operador turístico português Quadrante lançou no mercado daquele país europeu uma oferta especial para noivos em Maputo e praias de Moçambique, num combinado de duas noites na capital moçambicana (uma à chegada e outra à partida) e 5 noites na praia.
Com partidas em voos das Linhas Aéreas de Moçambique às segundas, terças, quintas e sábados, o programa da Quadrante tem preços desde 1805,75 euros por pessoa em duplo, válidos até 15 de Dezembro.
Os preços referidos são para duas noites no Hotel Pestana Rovuma (Maputo) e 5 noites no Pemba Beach Hotel & Spa, em Pemba, em regime de alojamento e pequeno-almoço. Inclui, como oferta do Pemba Hotel & Spa, um cesto de fruta e uma garrafa de vinho à chegada, um jantar romântico, no pátio ou na praia e presente surpresa.
Outra opção de alojamento combina os hotéis Afrin Prestige e Indigo Bay Island Resort & Spa, em APA e PC, respectivamente, com preços desde 2.878,75 euros por pessoa em duplo. O Índigo Bay oferece vinho espumante à chegada, um cruzeiro de Dhow (excluindo bebidas e dependendo das condições atmosféricas), um tratamento Spa para noivos e um presente surpresa
Já o combinado Afrin Prestige e Matemo Istand Resort apresenta preços desde 2908,75 euros, também com alojamento em APA e PC, respectivamente. A oferta do Matemo Island Resort para os noivos consiste num cesto de fruta e uma garrafa de vinho à chegada, um jantar romântico, no pátio ou na praia, uma excursão à aldeia com a bênção do Iman, uma pintura facial e um presente surpresa.
Por último, o combinado Afrin Prestige e Medjumbe Island Resort tem preços desde 3.124,75 euros por pessoa em duplo, APA e PC, sendo que o Medjumbe oferece aos noivos um cesto de fruta e uma garrafa de vinho à chegada, um jantar romântico, incluindo vinho, no pátio ou na praia, um cruzeiro ao por do sol, um passeio para a prática de snorkelling e um presente surpresa.

RM

Execuções Na Guiné Equatorial Condenadas Por Activistas De Direitos Humanos

Aplicação da pena de morte por país candidato à CPLP vista como sinal de desrespeito para com a Comunidade.

A execução de quatro oficiais militares na Guiné Equatorial sob acusação de tentativa de golpe de estado, foi condenada por várias organizações de defesa dos direitos humanos.
Em contrapartida, a CPLP e todos os governos membros da Comunidade mantiveram silêncio em relação ao caso. Recorde-se que, na última cimeira da CPLP em Luanda, foi decidido adiar a entrada da Guiné-Equatorial como membro de pleno direito, para lhe dar tempo a fazer conformar as suas leis com os estatutos da CPLP, onde não existe a pena de morte.
Em Londres, Marizé Castro, da Human Rights Watch, condenou a aplicação da pena de morte, e sublinha as circunstâncias chocantes em que decorreu o julgamento, com confissões forçadas dos réus e sem oportunidade de uma defesa séria, ou apresentação de recurso a instâncias superiores. Marizé Castro disse não ser da sua competência pronunciar-se sobre a adesão da Guine Equatorial à CPLP, salientando que aquele país deve respeitar os direitos humanos quer esteja na organização internacional, ou não.
Para o director da secção portuguesa da Amnistia Internacional, Pedro Krupinski, as execuções deviam ser causa suficiente para a CPLP rejeitar a admissão da Guiné Equatorial como membro de pleno direito. Recorde-se que aquele país não foi admitido na Comunidade durante a cimeira de Luanda, devido, em parte, às suas práticas de direitos humanos… E encontra-se num período em que devia mostrar interesse em melhorá-las, como lhe foi solicitado na Cimeira. Krupinski afirma que o regime do presidente Teodoro Obiang não manifestou interesse em mostrar à CPLP que é capaz de cumprir os requisitos de admissão. O dirigente da Amnistia Internacional lembra que, se quisesse, o chefe de estado guineense podia ter comutado as penas de morte assim como, em poucas semanas, decretou o Português como terceira língua oficial do seu país.
Angola preside, neste momento, à CPLP e apoia a entrada da Guiné Equatorial para a Comunidade. Não há reacção oficial do governo às execuções. Mas as organizações de direitos humanos, como a angolana OMUNGA, preocupam-se. O seu dirigente José Patrocínio, nota que a forma despreocupada como o presidente Teodoro Obiang permitiu as execuções indicia que ele não esperava consequências negativas. E isso acontece porque, para ele, a CPLP dá mais atenção aos interesses económicos do que aos direitos humanos. Na sua óptica, nada mudará enquanto não houver outro tipo de medias, acrescentando que, durante a cimeira de Luanda, a CPLP devia ter tomado uma atitude mais firme.

Por Luís Costa Ribas, Voz sa América

O negócio Semlex



Pacheco volta a não ser esclarecedor. Leia aqui.


Urge uma auditoria séria ao negócio dos biométricos (Jeremias Langa). Leia mais aqui.


Quem esclarece o negócio com a Semlex, senhores ministros?
(Lázaro Mabunda). Continue lendo aqui.

SADC aos 30: Que futuro?

No dia 1 de Abril de 1980, líderes de nove países da África Austral e Oriental reuniram-se na capital da Zâmbia, onde assinaram a histórica Declaração de Lusaka, instrumento que criava a organização regional que viria a chamar-se de Conferência de Coordenação do Desenvolvimento da África Austral (SADCC).
O encontro e a decisão aí tomada não foram produtos de um mero acaso. Com a independência do Zimbabwe, a 18 de Abril daquele ano, os líderes de então entenderam que abriam-se boas perspectivas para a concentração de esforços para a luta contra o apartheid na África do Sul e para a independência da Namíbia, através de uma acção combinada de intensificação da guerrilha interna naqueles dois países e de um boicote económico visando os sistemas rodoviário, ferroviário e portuário da África do Sul, o principal foco de desestabilização na região.
A convicção era de que países do interior, tais como o Botswana, Malawi, Swazilândia, Zâmbia e Zimbabwe, fortemente dependentes do sistema de transportes da África do Sul, poderiam desviar o seu comércio externo para os países costeiros dentro do grupo, sufocando desse modo a economia da África do Sul, e colocando-os numa posição de maior militância no apoio ao movimento de libertação na região.
Moçambique foi eleito como sendo o país que melhor constituía essa alternativa, devido à sua localização na costa leste, com três portos estratégicos ligados ao interior por um sistema de estradas e linhas férreas. Essa foi a razão porque a Moçambique coube a responsabilidade de coordenação do sector dos transportes e comunicações.
Outras alternativas seriam os portos de Dar-es-Salaam, na Tanzânia, e do Lobito, em Angola.
A 17 de Agosto de 1992, a SADCC foi transformada em Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), com o objectivo de uma mais ampla cooperação política, económica, social, cultural e de segurança.
Alinhavado por uma série de protocolos e declarações, a ideia era de gradualmente ir-se constituindo uma supraestrutura regional, caracterizada por uma uniformização de políticas, conduzindo eventualmente a um mercado comum, com uma moeda única.
É preciso avaliar se a SADC, hoje com 15 países membros, está a ser bem sucedida nos objectivos que nortearam a sua fundação. O maior desafio da SADC é sobre até que ponto cada um dos Estados que a constituem estão preparados a entregar uma parte da sua soberania e guiarem-se por princípios comuns legalmente abrangentes.
A prática tem demonstrado que há muita pouca vontade em se avançar nesse sentido, com cada Estado a prezar religiosamente a sua soberania. Onde os interesses nacionais entram em conflito com os interesses regionais, todos os dirigentes da região estão pré-dispostos a mandar a SADC “para o inferno”, como prefere pronunciar o líder mais idoso desta organização.
As decisões do Tribunal da SADC são de cumprimento opcional, enquanto que as normas estabelecidas em comum sobre padrões eleitorais na região pertencem ao caixote de lixo. No caso de um país, o Fórum Parlamentar da SADC foi impedido de participar como observador nas eleições.
Os interesses dos povos da SADC estão em último lugar na lista das prioridades da organização, que mais se assemelha a um clube dos partidos governantes nos 15 países, de tal modo que se tivesse que haver um referendo, certamente que a maioria dos mais de 233 milhões de habitantes da região votaria contra.
Não são os objectivos da SADC que estão errados. Antes pelo contrário, eles são muito nobres. Mas é preciso mudar o modelo de pensamento dos actuais dirigentes. A necessidade de respeito pelos direitos humanos dos cidadãos da região não é uma questão trivial. Tem a ver com a necessidade de sobrevivência da própria região. Os dirigentes da SADC devem ser honestos e corajosos em confrontar os males que atrasam o desenvolvimento dos seus próprios países, e abandonarem a estratégia da avestruz de enterrar a cabeça para não ver os podres à sua volta. É a reflexão que devem fazer neste momento que de taça de champanhe em mão, brindam pelos trintas anos da organização.

Editorial do Savana de 20/08/10, citado no Diário de um Sociólogo

Petróleo em Moçambique?

Petróleo em Moçambique? A falácia sobre a matéria propalou-se como uma onda de entusiamo tal, levando o povo através dos seus representantes no Parlamento a manifestar-se, incluindo o presidente Armando Guebuza para acalmar os ânimos. Apesar de até ao momento não haver uma confirmação técnica da existência do produto em quantidade comercializável, a ser verdade seria ouro sobre azul, por na verdade o pais necessitar de energia mais do que saber.
Energia, porque seria uma mais valia que permitiria um salto de qualidade rumo ao desenvolvimento, ao mesmo tempo que o governo acumularia receitas para gerir os negócios do estado com um orçamento desafogado, e a equilibrar a balança de pagamentos.
Numa altura em que a alta de preços, incluindo o petróleo, mexe com o bolso e a cabeça dos moçambicanos, o petróleo a ser verdade, aliviaria os bolsos daqueles que conduzem, e traduzir-se –ia numa muleta de apoio à política de combate à pobreza apregoada pelo presidente Armando Guebuza.
Mas atenção num momento de crise económica mundial, resultante do desastre de politicas neoliberais, o petróleo podendo matar a fome, pode ser factor de destabilizador à ordem, a ponto de incendiar um pais. A acontecer seria sempre obra de politicas ao serviço de elites estrangeiras manietando elites locais.
Mas caso haja em Moçambique petróleo em quantidade comercializável, não haverá necessidade de novas politicas. O petróleo é uma fonte de energia capaz de determinar politicas macro-económicas mas não substitui o Parlamento com as diferentes sensibilidades expressas em voto.
Por outro lado Moçambique é um estado de direito, tem as suas Leis, e o Presidente Guebuza tem sido muito sensivel auscultando o bater do coração de todos os quadrantes politicos através do Conselho de Estado.
Com um crescimento económico na casa dos 6 a 7 por cento, a haver mudanças seria na gestão económica, com menos contenção de despesas públicas, reforçando-se o orçamento de modo a melhorar a qualidade de vida dos moçambicanos que talvez passasse contemplar o seguinte: Hospitais e a saúde passariam certamente ter mais qualidade,os recursos humanos mais treinamento, a educação mais qualidade, e o acesso a saúde facultado a todos; certamente haveria mais subsidios a jovens e adultos para os estudos e formação professional para aqueles sem capacidade finançeira, casas subsidiadas pelo estado e maior atenção aos velhos e reformados além de creches subsidiadas. O governo estou certo, iria providenciar maior crédito a agricultura.
Atenção que Angola foi sempre um pais rico em petróleo mas nunca deixou de estar na lista de entre os mais pobres,… Roma e Pavia não se fizeram num dia. Com o petróleo o estado social passaria a dispor de mais recursos e meios para aglutinar respostas aos anseios de uma Nacão, onde muitos choram por nada terem e outros roem as unhas por querer mais do que tem…
Haja ou não petróleo os moçambicanos e os africanos em geral não podem esquecer-se da agricultura, porque se o petróleo permite a entrada de receitas, a agricultura é a comida que mata a fome; além do mais em Moçambique abundam outros recursos naturais tais como ouro, diamantes, esmeraldas e outros, sem esquecer Cahora Bassa.
A forte dependência de países que apenas dependem de petróleo traz consigo sérias implicações na gestão macroeconómica. Como demonstrou um estudo do Banco Mundial sobre a Nigéria, a “Macroeconomic Risk Management - Issues and Options”, “um aumento de 1 dólar, no preço de petróleo no início dos anos 90 permitiu aumentar em cerca de 650 milhões de dólares (2% do PIB) das receitas em divisas estrangeiras de Nigéria, e 320 milhões de dólares por ano das receitas públicas”.
Muitos países cujas economias dependem da exportação de recursos naturais contam com uma elevada percentagem de apenas um produto nas suas receitas de exportação. Este factor acaba por se reflectir de forma muito pouco saudável tanto na composição do Produto Interno Bruto (PIB) como na composição das receitas públicas.
Outro ponto importante e que segundo Paul Collier doutorado em ciências politicas, e que defendeu uma tese sobre paises produtores de petróleo, e que merece uma certa reflexão, diz que dos dez maiores exportadores de petróleo do mundo, apenas a Noruega, o Canadá e o México têm regimes democráticos estáveis . Além disso, se hoje a economia desses exportadores vai de vento em popa, na grande maioria há poucos sinais de que estejam sendo construídas as bases para um desenvolvimento sustentável no longo prazo.


Por Inácio Natividade, no Notícias Lusófonas

Tuesday 24 August 2010

E os bolos ficaram para a história: Scala vende peças de viaturas


É ISSO! Os bolos do lendário Scala na baixa da cidade ficaram para a história! Sabores como bolo de arroz, massa folhada, bolo-rei, natas e pastéis, já não voltarão a ser servidos naquele espaço antigo. Estas guloseimas, foram já trocadas por jantes, pneus, câmaras-de-ar, farolins, retrovisores, pára-brisas, balatas, cardãns e outros acessórios do mundo automóvel.

Maputo, Terça-Feira, 24 de Agosto de 2010:: Notícias

Isto vem a-propósito, da transformação que se assiste do café Scala, outrora, cantinho de lazer, aonde convergiam amigos, famílias inteiras e intelectuais da praça para tomar o seu cafezinho, ler um jornal ou ainda debater ideias da actualidade.
Com efeito, o Scala é um daqueles lugares que a baixa da cidade de Maputo sempre teve como um dos pontos emblemáticos que fazem a memória colectiva das gentes de KaMpfumo e não só. Estamos a falar de casas, cuja importância social e histórica, os elevou a postais e autênticos cartões-de-visitas na urbe. Aliás, foi sempre, para muitos turistas nacionais e estrangeiros, uma paragem obrigatória, tal como acontece com o seu “vizinho” café Continental.
Neste momento, o último compartimento que “sobrava” (dos três existentes) está praticamente pronto para vender peças de várias marcas de viaturas! Isso acontece depois de os restantes terem se transformado em lojas que se dedicam à venda de roupas e outras bugigangas.
Com este cenário, está-se, seguramente, a matar a história da “cidade das acácias” que tem a sua história e com um passado que deve ser preservado.
O Scala figura na baixa da cidade como um ex-libris desta urbe cosmopolita. Um dos postais da capital que efectivamente se recomenda.
Entretanto, este facto de transformação, sem respeitar a história da cidade, também acontece, porque não há nenhum dispositivo legal que obriga os investidores a seguirem uma certa actividade comercial diferente da que pretendem em nome dos legados históricos da cidade. Assim, a legislação de protecção histórica da zona da baixa em que se situa o Scala, a Lei número 10/88, de 22 de Dezembro, apenas impede a transformação dos desenhos dos edifícios, mas não regula o tipo de actividades a serem levadas a cabo.
Todavia, nunca será por demais lembrar que na altura em que o novo investidor adquiriu o Scala deixou claro, que “pouparia” uma parte do Scala para continuar a sua vocação de pastelaria. Como forma de salvar a tradição e evitar a morte desta casa lendária. Seria, por assim, dizer uma espécie de um Scala em miniatura. E hoje, com a nova realidade, ficou claro que o “Scala” morreu, definitivamente!
Esta imagem documenta o Scala já com os reclames publicitários das marcas de acessórios de automóvel que ali serão comercializados a abrir dentro em breve!

EUA Doam Bilião de Dólares a Moçambique


Fundos vão ser usados no combate à SIDA durante um período de quatro anos. Há cerca d1 1.600.000 pessoas infectadas com o HIV em Moçambique

Reduzir o número de novas infecções pelo HIV-SIDA, melhorar o acesso dos serviços de tratamento da doença a adultos e crianças, garantir cuidados e apoio à mulher grávida, adultos e crianças infectadas e afectadas, fortalecer a resposta multi-sectorial à pandemia.
Estes os objectivos gerais que se pretende alcançar com o acordo assinado na tarde desta segunda-feira.
Um acordo celebrado no quadro de uma parceria de apoio à implementação da resposta nacional de Moçambique ao HIV-SIDA e que é feito pelo governo norte-americano através do Programa de Emergência do Presidente dos Estados Unidos da América para o alívio ao SIDA, conhecido pela sigla PEPFAR.
O PEPFAR existe desde 2003 e ao abrigo desse compromisso, a administração norte-americana já disponibilizou mais de seiscentos milhões de dólares americanos a Moçambique.
E como o programa está a ter resultados positivos, Moçambique tem estado a receber mais dinheiro do que o previsto, como confirma Lisa Nelson, Directora para Moçambique do Centro Norte-Americano de Prevenção e Controlo de Doenças, (Ouça as declaraÇões de Lisa Nelson)
A Directora para Moçambique do Centro Norte-Americano de Prevenção e Controlo de Doenças, falava a jornalistas, em Maputo, momentos após a Embaixadora Norte-Americana, Leslie Rowe, ter assinado um acordo com o Ministro Moçambicano dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Oldemiro Balói.
Acordo ao abrigo do qual o governo dos Estados Unidos se compromete a disponibilizar a Moçambique, duzentos e cinquenta milhões de dólares, por ano, até 2014.
Dinheiro para ajudar o país a prevenir e combater o HIV/SIDA.
Ao discursar na cerimónia, a Embaixadora Norte-Americana disse que as autoridades do seu país estão satisfeitas com o impacto dos programas que estão a apoiar, em Moçambique.
E Leslie Rowe afirmou esperar que o executivo de Maputo possa avançar com a meta de atribuir pelo menos quinze por cento do Orçamento Geral do Estado para a área da saúde. (Ouça as declarações da embaixadora americana)
o Chefe da Diplomacia Moçambicana também discursou.Oldemiro Balói agradeceu tudo o que a Administração Obama está a fazer.(Ouça as suas declarações)
Pelo acordo os norte-americanos se comprometem a disponibilizar mais de um bilião de dólares americanos, nos próximos cinco anos, para programas de prevenção e combate ao HIV/SIDA.
SIDA que afecta, neste momento, mais de um milhão e seiscentos mil moçambicanos, sendo a taxa de sero-prevalência estimada em 15 por cento.
Tud isto num país onde acontecem, todos os dias, entre trezentas e quarenta a quatrocentas e cinquenta novas infecções, por HIV.

Por Francisco Júnior, Maputo, Voz da América

África do Sul: Fronteira com Moçambique sob controlo do Exército



AS fronteiras sul-africanas, incluindo a de Komatipoort, do outro lado do posto administrativo de Ressano Garcia, na província do Maputo, passam agora a ser controladas por unidades das Forças de Defesa da África do Sul (SANDF).

Maputo, Terça-Feira, 24 de Agosto de 2010:: Notícias

O Exército sul-africano começou a instalar as suas unidades a partir de Maio deste ano quando o Governo, evocando motivos de segurança, decidiu retirar a Polícia.
O diário sul-africano “Sowetan”, editado em Joanesburgo, diz que as tropas instaladas ao longo das fronteiras da África do Sul têm ordens de prender, deter, vasculhar e confiscar mercadorias, no quadro de uma operação destinada a combater actividades ilícitas no país.
Uma equipa de reportagem deste matutino esteve há dias nas fronteiras que a África do Sul partilha com Moçambique e Zimbabwe, tendo verificado que partes do arame farpado foram destruídas por grupos de imigrantes ilegais.
Mais de 60 quilómetros da fronteira entre Moçambique e África do Sul são intransitáveis, com tropas das SANDF a repararem a via, cujo arame está destruído por alegados contrabandistas de viaturas, gado bovino, entre outros produtos.
O major-general Barney Hlatshwayo disse que desde Maio último o Exército deteve ao longo da fronteira zimbabweana mais de 15 mil imigrantes ilegais, sendo o grosso de contrabandistas de cigarros orçados em 22 milhões de randes.
Relativamente à fronteira com Moçambique, de acordo com aquele oficial do Exército, 761 estrangeiros, maioritariamente moçambicanos, foram detidos desde Maio último, recuperadas cinco viaturas, 20 cabeças de gado bovino e 20 quilogramas de drogas diversas.
Hlatshwayo acusou a dado momento a Polícia de ter contribuído para a deterioração do arame separando a África do Sul dos dois Estados, que no passado impedia a movimentação de ilegais para a “terra do rand” sob pretexto da busca de melhores condições de vida e emprego.
Ele indicou que estrangeiros destroem o arame para poder atravessar para o lado sul-africano.
Hlatshwayo defendeu a necessidade do reforço com mais unidades do Exército e uso da forças de cavalaria canina, uma vez que grandes contingentes de ilegais continuam a assediar as fronteiras.
Revelou que uma vez restabelecido o arame farpado, a África do Sul voltará a electrificar as fronteiras de forma a impedir a entrada de ilegais no país.

AIM

Monday 23 August 2010

300 mil pessoas com fome- Onde? Em... Moçambique

Mo Ibrahim disse, em Maputo, que “não se justificam a fome e a doença que assolam África”. Solução? “Bons líderes, boas instituições e boa governação”

Cerca de 250 mil pessoas de quatro províncias moçambicanas estão sem alimentos, de acordo com um estudo feito pelas Nações Unidas, que estima que existam mais outras 50 mil com fome, em agregados familiares do sul do país.
Francisca Cabral, do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN, Ministério da Agricultura), disse hoje que os maiores problemas de falta de alimentos se registam nas províncias de Tete (norte), Gaza e Inhambane (no sul) e Sofala, no centro do país.
A responsável explica que os números do estudo (feito há alguns meses e agora conhecido) resultaram de uma missão conjunta feita pela Organização das Nações Unidas para e Agricultura e Alimentação (FAO) e pelo Programa Mundial para a Alimentação (PMA), também das Nações Unidas, na sequência “de preocupações do Ministério da Agricultura”.
Francisca Cabral sublinhou que os números não dizem respeito a pessoas que estão a morrer de fome, mas sim a pessoas “com carência alimentar”.
“São pessoas que têm poucos alimentos, que recorrem a estratégias de sobrevivência, aos recursos florestais, consumindo alimentos que não consumiam normalmente”, explicou.
Nalguns distritos moçambicanos, devido a problemas de seca ou de cheias, há pessoas a alimentar-se de bagas silvestres e raízes.
Uma projecção feita em Fevereiro passado pelo Grupo de Avaliação da Vulnerabilidade do SETSAN dava conta de que 460 mil pessoas iriam necessitar de assistência alimentar entre Abril deste ano e Março de 2011. Um aumento de 64 por cento em relação à avaliação que tinha sido feita em Outubro passado.
Terça-feira, a directora do PAM em Moçambique, Lola Castro, alertou para o risco de roptura de assistência alimentar a cerca de 500 mil pessoas, estimando entre 6,2 e 6,9 milhões de euros o montante necessário para a ajuda.
João Ribeiro, director geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), disse também que os 500 mil casos referidos pelo PAM englobam vários tipos de carência alimentar, acrescentando que são pouco mais de 100 mil os casos de carência alimentar grave.
A seca nas províncias do sul e as cheias no vale do Zambeze são as principais causas de situações de fome. O INGC, disse João Ribeiro, montou um sistema de rega que “estará operacional dentro de 15 a 20 dias” e irá “beneficiar muita gente” no vale do rio Zambeze.
No início do mês, o SETSAN começou um novo estudo para “aferir os números reais” e actuais de carência alimentar. Até à sua conclusão o PAM “não está a fazer nenhuma assistência”, disse Bonifácio António, também do INGC.
Francisca Cabral adiantou que os resultados serão conhecidos dentro de poucos dias, explicando que a combinação dos fenómenos de cheias e seca motivaram a falta de produção de alimentos.
“Tivemos casos de três e quatro sementeiras, porque as chuvas caíram muito tarde”, afirmou.

Como diria Mo Ibrahim...

Em Março deste ano, exacatamente em Moçambique, o magnata britânico de origem sudanesa Mo Ibrahim disse que os principais problemas de Áfricse se devem às “falhas monumentais dos líderes africanos após a independência”, explicando sem meias palavras que, “quando nasceram os primeiros Estados africanos independentes, nos anos 50, África estava melhor em termos económicos”.
Mo Ibrahim explicou que “as enormes falhas na governação provocaram o retrocesso”, classificando de “vergonhoso e um golpe à dignidade” a contínua dependência de África em relação ao ocidente, tendo em conta os “recursos impressionantes” que abundam no continente.
“Não se justificam a fome, a ignorância e a doença que assolam África”, enfatizou Mo Ibrahim, para quem a solução terá de pessar obrigatoriamente por “bons líderes, boas instituições e boa governação”, sem os quais “não haverá Estado de Direito, não haverá desenvolvimento”.

Notícias Lusófonas

Strike babies need you, SA

Infants countrywide suffer

She was lying unattended in the nursery attached to maternity ward 65 at Chris Hani-Baragwanath Hospital. She smiled as I picked her up.
The name "Agnes" was written on the top line of the scrappy chart placed under her bassinet in the nursery.
After arriving at the hospital on Friday to volunteer, I was put in charge of four babies in the ward. The only skills I had to offer were those of a mother: changing nappies and feeding babies.
Across the country, many more babies like Agnes suffered under the public service strike that began on Wednesday, crippling the country's already struggling public health system.
At Soweto's Chris Hani-Baragwanath Hospital, which can accommodate just under 3000 patients, 1400, too ill to be discharged, -remained at the weekend.
DA health spokesman Jack Bloom said at Johannesburg's 1000-bed Charlotte Maxeke Academic Hospital that just under 600 patients remained.
Nobody, he said, was being admitted to the Natalspruit Hospital, on Gauteng's East Rand, where 53 tiny premature babies were left to starve and with no one to care for them on Wednesday. They were transferred to private clinics on Wednesday night.
Tales of babies like Agnes have prompted South Africans to come out in their hundreds to volunteer to work at state hospitals. Yusuf Abramjee, of civic campaigning organisation Lead SA, said that, by yesterday, 2050 people had offered to help.
But, as the work-week begins today, senior Gauteng health officials are worried that there will be too few volunteers.
Chris Hani-Baragwanath deputy chief executive Pungie Lingham said that though "lots" of army medics had been sent to help, volunteers were still needed. On Saturday, more than 100 volunteers arrived and by 11.30am yesterday, they had 85 to help.
On Friday, however, I was only the sixth volunteer to arrive.
I was dispatched swiftly to the maternity ward, where the only nurse in the ward - which usually has two sisters, three enrolled nurses and three auxiliary nurses - thanked me repeatedly.
She had been left by her colleagues to manage a ward full of mothers who had just given birth. There was no time to attend to the four babies in the nursery.
I picked up Agnes first, just before 1pm. Her chart said that she hadn't been held, or fed, since 9am. She was naked except for a nappy. She has no clothes.
Agnes drank hungrily. The hole in the cheap plastic hospital bottle's teat was cracked and she almost choked on the flood of infant milk formula that came coursing down her throat as she sucked. But she would not stop.
Her chart said that she had been abandoned. The sister said that, though she was a month old, social workers had not yet taken her to place her in care.
On the admission form, the mother's occupation was listed as "child". Pre-natal care? "None".
Agnes's nappy needed to be changed. Rough paper towels were the only product on offer. I asked the sister for cotton wool to clean the babies because there were none of the wipes that middle-class mothers are accustomed to using.
Agnes's genitals were swollen and covered in red welts from untreated nappy rash.
The only relief on offer for her was a tiny tub of Bennet's Bum Cream, the promotional tubs given to new mothers in maternity packs at private hospitals.
She smiled at me as I finished, which made me want to weep. Smiling is a baby's first milestone, something that usually happens at six weeks. But here was a tiny infant, a bright baby despite her nurses' sporadic care, smiling at me.
There were three other babies to care for, including a two-month-old abandoned boy who had been born eight weeks prematurely. He too had severe nappy rash. Unlike Agnes, he lay awake in his cot without crying, perhaps having realised that a baby's most natural instinct would not bring him any attention.
The other two were newborns whose mothers had had birth complications and were in intensive care.
One of them, a tiny girl, was dehydrated and had not been fed since 9am. She refused to drink and the sister had to force her to swallow.
While attending to the others, Agnes started to cry. When I asked the sister to hold her, she said: "Haai, that one, she just wants to be picked up and held and fed. We can't carry her around all the time. Leave her."
The overworked sister, Friday's hero of ward 65, wasn't being callous.
Before 5pm I had to go home to my own small children, who, as babies, were held when they wanted to be held, and fed when they wanted food.
Agnes's cries are still ringing in my ears.


By NICKI GÜLES, Times Live

Greve na África do Sul


Cartoon de Zapiro, publicado no semanário Sunday Times

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Sindicatos sul africanos condenam atitude do Governo

As uniões sindicais da África do Sul condenaram a injunção judicial levantada no sábado pelo Governo, que proibe alguns trabalhadores do sector público de prosseguirem com a greve.
Um porta-voz da federação sindical Cosatu disse à BBC que esta posição pretende apenas "intimidar" os grevistas.
No sábado, o Governo viu-se forçado a mobilizar pessoal da área da saúde do exército para 32 hospitais, de forma a assegurar os serviços mínimos.
Mas de um milhão de trabalhadores estão em greve desde quarta passada, reivindicando um aumento salarial.
Sem acordo à vista, o Governo levantou uma injunção contra os sindicatos este sábado, explicando que pretendiam manter os hospitais em funcionamento, bem como assegurar os serviços nas prisões.
A injunção previne também os enfermeiros e professores de intimidarem colegas que recusem aderir à greve.
O editor da BBC para questões africanas, Martin Plaut, diz que a greve parece ter-se intensificado, com mais duas organizações sindicais de professores a unirem-se ao protesto, e com poucos sinais de que se avizinhe o fim da greve.
Os sindicatos, que representam um milhão de funcionários públicos - acusam as autoridades de intimidarem os seus membros.
As escolas estão encerradas, hospitais barricados e ruas bloqueadas.
O Governo ofereceu um aumento salarial de 7%. As uniões sindicais ligadas à Cosatu exigem uma revisão de 8,6%.
O Governo já disse que não consegue ir ao encontro de tal aumento, que corresponde ao dobro da inflação.
Apesar da injunção, os sindicatos dizem que não vão pedir aos seus membros que regressem ao trabalho.
Na sexta, o ministro da Saúde sul africano, Aaron Motsoaledi, disse que os funcionários hospitalares, que interromperam tratamentos vitais e forçaram colegas a aderirem à greve, estão a agir como assassinos.
O Presidente Jacob Zuma salientou o direito à greve, mas apelou ao fim da violência e intimidação.


BBC

Sunday 22 August 2010

O drama de um moçambicano na África do Sul

Tomás Chirindza é um moçambicano que vive há mais de uma década na África do Sul. Tomás sobrevive reparando sapatos numa pequena banca nas imediações do Centro Comercial Menlyn , em Pretória. Ele e a esposa têm uma filha de 3 anos e como a esposa foi para o hospital para dar à luz uma menina, Tomás, como não tinha ninguém para tomar conta dela, levou a filha mais velha consigo para o trabalho.
Quem conhece a África do Sul, certamente que repara no número de mendigos nas esquinas das grandes cidades que pedem algumas moedas aos automomilistas. Algumas pedintes fazem-se acompanhar por crianças de tenra idade e diz-se que por vezes essas criancinhas são alugadas para comoverem as pessoas. Também se diz que a maioria dos pedintes são originánios de outros países, como por exemplo, o Zimbabwe. A polícia e as autoridades estão desencadeando operações para retirarem as criancinhas das ruas. Foi neste contexto que Tomás e a filha foram apanhados na operação policial, pois pensaram que Tomás era um pedinte que estava usando a pequena para mendigar e recorrendo à violência levaram a filha para um centro de ajuda, acompanhada por assistentes sociais. Tomás foi reclamar mas ao verificarem os seus documentos descobriram que o seu passaporte tinha expirado. A deportação desta família para Moçambique deve ser o cenário mais provável, uma situação que não agrada à família. Esta operação tem sido criticada devido ao traumatismo causado às crianças por serem retiradas violentamente aos pais.

Como (sobre)vivem os moçambicanos? À rasca!

Um estudo desenvolvido em 2009, sobre a Relatividade da Pobreza Absoluta e Segurança Social em Moçambique, revela que 90% dos moçambicanos (cerca de 19 milhões da actual população de Moçambique) vivem com menos de 50 meticais por dia e 75% (15 milhões) vivem com menos de 31 meticais por dia, segundo as linhas de pobreza internacionais. As linhas 2 e 1,25 dólares americanos por dia são actualmente os limiares de referência do padrão de consumo global, o que significa que pobres são aqueles cujos rendimentos ficam aquém do estipulado na linha da pobreza.
Na taxa de câmbio média dólar/metical, do Banco de Moçambique, em 2009, situava um dólar comprando 25 meticais. Isso equivale a dizer que, nesse ano, pelo menos 75 por cento dos moçambicanos vivia abaixo da linha de 1,25 dólares (ou 31 meticais), numa altura em que o desígnio da Nação é a Luta Contra a Pobreza (Absoluta). Chama-se a isso desenrascar a vida, mera existência ou resistência?
Dito de outro modo: apenas 25 por cento da Nação Moçambicana é que têm uma vida condigna, contanto que tenham exercido a sua cidadania (votando) nas últimas eleições gerais apenas 21 por cento (4,4 milhões) de moçambicanos.


Félix Filipe, em a Verdade. Leia mais aqui.

Governo sul africano levanta injunção à greve


Os trabalhadores sul africanos de serviços essenciais ao cidadão foram proibidos de continuar em greve nacional, depois do Governo ter levantado este sábado uma injunção.
Mais de um milhão de trabalhadores iniciaram na quarta passada uma greve por tempo indeterminado, reivindicando melhores salários.
Detalhando a sua ordem, o Governo explicou que por "serviços essenciais" deve entender-se hospitais e prisões.
Na sexta passada, o ministro sul africano da Saúde dirigiu-se aos funcionários públicos em greve, acusando-os de serem culpados pela morte dos doentes, cujos tratamentos vitais foram interrompidos.
A mesma injunção proibe ainda que enfermeiros e professores possam intimidar os trabalhadores que se recusem a aderir à greve.
Comentando esta nova medida, o correspondente da BBC em Joanesburgo, Jonah Fisher, diz que embora a injunção reitere apenas o que está previsto na lei, é um indício do quão divididas estão as duas partes.
Parece indicar que o Governo não vai subir a sua oferta de aumento salarial de 7%, adianta, com a greve a ganhar novo fôlego na segunda.
O nosso correspondente explica ainda que a Constituição sul africana considera por serviços essenciais aqueles que digam respeito a situações de vida ou morte, portanto médicos e enfermeiros podem estar incluídos.
É apenas uma questão de saber até que ponto o Governo está preparado para detê-los, caso venham a desobedecer, acrescenta.
Os sindicatos, por seu turno, já avisaram que não vão dar ordens aos trabalhadores para retomarem os seus postos.
Até à data, as conversações com os sindicatos ligados à Cosatu - a maior federação sindical da África do Sul -, à volta da revisão salarial, não têm dado sinais de progresso. A união exige um aumento de ordenados na ordem dos 8,6%.
Mas o Governo já reforçou junto dos grevistas que não pode conceder-lhes tal aumento, duas vezes superior à taxa de inflação.
Mais ainda disse mal conseguir suportar o acréscimo de 7% que ofereceu aos polícias, professores, médicos e enfermeiros.

BBC

NOTA DO JOSÉ = Leia "Grevistas acusados de assassínio" aqui .
Esta greve distingui-se pelo alto nível de violência e intimidação principalmente nas escolas e hospitais. A acção grevista vai-se intensificar a partir de amanhã e o Governo avisou que vai tomar medidas duras contra os que tenham comportamento criminoso.

Saturday 21 August 2010

ZAPIRO

Este é o mais recente cartoon do reputado caricaturista sul-africano Zapiro, publicado no Mail & Guardian.
Faz pensar!

Humor



UM CHEFE DE DEPARTAMENTO, BEM CHATO, ACHANDO QUE SEUS SUBORDINADOS
NÃO ESTAVAM MAIS RESPEITANDO SUA LIDERANÇA, RESOLVEU COLOCAR A SEGUINTE PLACA NA ENTRADA DE SEU ESCRITÓRIO LOGO QUE CHEGOU PELA MANHÃ:

"AQUI QUEM MANDA SOU EU".

AO VOLTAR DE UMA REUNIÃO, ENCONTROU O SEGUINTE BILHETE JUNTO À PLACA:
SUA ESPOSA LIGOU E DISSE QUE É PARA O SENHOR LEVAR A PLACA DELA DE VOLTA.


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Friday 20 August 2010

Temos todos de impedir que nos prendam a mente

Maputo (Canalmoz) - Há muito que estamos a alertar para os perigos que certas atitudes governamentais suscitam. O que dizíamos sobre os combustíveis acabou por se confirmar, sendo apenas a realidade muito mais grave do que alguma vez se poderia supor. Sente-se o descontrolo e a insatisfação a crescer. O Banco Central até já entrou no negócio dos combustíveis. Reduziu a ajuda externa, o dinheiro do ‘pó’ voou e está visto para onde os sucessivos governos que temos tido – este em particular – nos levaram. O Metical está de rastos. Agora inventaram que afinal temos petróleo na Bacia do Rovuma sem saberem dizer-nos quando começa a exploração porque precisamente ainda não sabem se é comercialmente rentável explorar o tal “petróleo”. Hámuito que se sabe que há petróleo em Moçambique. O que nos falta saber, continuam sem nos dizerem: se é ou não comercialmente viável. Não nos disseram até aqui. Até lá não passa de mais um puro exercício de ilusionismo. Os moçambicanos precisam de factos não de conversa balofa.
O País está a entrar num novo ciclo perigoso e estas notícias futurologistas não resolvem o nosso problema. Precisamos de boa governação agora. Já. Sempre.
Um punhado de senhores com os olhos postos apenas nos seus umbigos e ambições, teimosamente insiste em não ouvir ninguém. Com o desnorte que adveio de anos de desgoverno chegámos onde estamos hoje. Perante a insatisfação popular, está a crescer o abuso de Poder. Depois de terem tentado as mais sofisticadas formas para nos enganarem agora já querem subverter de novo a democracia..
O que julgávamos ser passado, está de novo a regressar. A mesma arrogância que já fez o País passar por grandes tormentas, está de novo presente. Agora, quando a crise económica já não pode mais ser escondida e se tornou mais do que evidente que muito para além da componente ‘importada’ é sobretudo fruto do acumular de erros e abusos de quem se auto-promove e auto-intitula-se insubstituível, certos senhores e os seus séquitos voltam a exibir a sua arrogância e esta está já a assumir proporções indecentes.
Por todos os lados começa a sentir-se um profundo desânimo a apoderar-se dos cidadãos ao mesmo tempo que entre os mais afoitos cresce a determinação de se oporem às veleidades dos que ressurgem a quererem ressuscitar as pretensões que a luta de outros homens se encarregou de conter e o tempo se encarregou de frustrar.
Amolecemos crentes. Os abusos estão de regresso.
Assistimos de novo a tentativas de nos amordaçarem.
As ‘certezas’ saloias, dos que sempre se julgaram com um coeficiente de inteligência acima dos demais, estão a reemergir e a fazer reduzir a esperança que tanta falta nos faz.
Uma governação realmente eficiente não se dedica a jogadas de bastidores de tão baixo nível e tão infantis como as que ultimamente se vão somando.
Uma Justiça comprometida com a Lei não se comporta como há dias se viu na Beira, a reboque de incautos predadores do património público erguido à custa dos impostos de quem para além de os ter de pagar nem sequer ganha o suficiente para viver num Estado em que os que falam de auto-estima se continuam a pavonear, arrogantemente engalanados como não se viu ao mais vil fascista que levou os moçambicanos a unirem-se em torno do mesmo ideal de liberdade pela sua auto-determinação e independência.
Num Estado que se preze, os seus cidadãos não podem continuar a assistir passivamente a toda a manipulação que permite que autênticos ladrões e predadores de municípios e do Estado continuem impunes sob protecção ao mais alto nível.
A arrogância e os abusos de poder que estão a desfilar aos nossos olhos tem de ter um fim. Os mesmos já o tentaram uma vez e estão a voltar a experimentar novos caminhos para que a sua vontade prevaleça à liberdade e respeito pelas diferenças.
Há senhores que com os seus abusos estão a suscitar a revolta que pode pôr a nossa segurança colectiva em perigo.
Não fora a inteligência de todo um povo já estaríamos de novo com o País entravado pela violência.
Com os Desmobilizados de Guerra viu-se a mais recente cena de arrogância e estupidez mostrar a sua ‘classe’.
Não se iludam os que pensam que a paciência não tem limites.
Felizmente um homem sensato foi capaz de perceber a imbecilidade que nos governa. Já veio a publico afirmar que “a intenção dos desmobilizados de guerra é exigir os seus direitos que o Governo da Frelimo está a violar”. Disse também que nunca foi propósito, deste grupo de homens ofendidos na sua auto-estima e enganados, “desestabilizar o país”.
Hermínio dos Santos foi claro e extremamente explícito e inteligente: “Conhecemos o que é a guerra”. Estava a dizer a todos que não nos devemos preocupar porque a violência não vai ser a opção do seu grupo para resolver o mal que os afecta, que não é afinal muito diferente do que afecta outros milhões de moçambicanos ofendidos diariamente na sua auto-estima pela arrogância de um punhado de senhores que exibem todos os dias o fausto à custa do erário público e da gatunagem, ao mesmo tempo que pedem aos concidadãos para entenderem que não há meios para os satisfazer e aos seus mais justificados desejos de estabilidade social.
“Este país não é da Frelimo. Este país é do Povo Moçambicano. Por isso vou continuar a lutar pelos nossos direitos”, lembrou há dias Hermínio dos Santos, presidente do Fórum dos Desmobilizados de Guerra depois de na sua residência ter sido preso, sem mandato judicial e depois do Por do Sol – o que a lei impede – apenas por estar a organizar uma manifestação pacífica em defesa dos interesses dos seus co-associados, sempre ignorados e desprezados pelo Governo.
A cidadãos ofendidos pelo Governo este não lhes reconhece direito a manifestarem-se, nem mesmo pacificamente – sendo um direito constitucional. O que se deve concluir do mesmo governo que manda forças policiais fortemente armadas para cima desses mesmos cidadãos? O que se pode pensar de governantes que se comportam de tal forma irresponsável?
A presidente da Liga dos Direitos Humanos, Alice Mabote, já não tem dúvidas e diz: “A arrogância dos dirigentes substituiu a lei e o respeito em Moçambique”.
Que fazer perante esta “arrogância que tem a protecção do Comité Central da Frelimo”, como diz Alice Mabote?
Perante “uma arrogância que não se compadece com os princípios de um estado de direito democrático”, como acrescenta a presidente da Liga dos Direitos Humanos, quem se atreve a dizer aos moçambicanos para continuarem a permitir que os espezinhem?
Moçambique não pode continuar a ser um País propriamente não recomendado quando o assunto for legalidade e justiça.
Quando uma Polícia que deveria servir para nos defender, mostra músculos a quem está desarmado enquanto se acobarda perante verdadeiros bandidos e traficantes de toda a espécie, que mais se pode esperar de quem a dirige?
“Há muita coisa que anda mal”. “Atingimos o ponto crítico. Temos uma polícia que é para nos defender e essa mesma polícia é baleada. Atingimos o ponto crítico da incapacidade e do azedar de relações dentro da própria polícia”, conclui a presidente da LDH.
O país precisa de se unir, para se defender de quem nos desonra e desonra a Polícia não menos esfomeada colocando-a contra quem apenas pede pão.
É tempo dos moçambicanos pararem para pensar porque teremos de continuar a depender de gente sem escrúpulos?
É urgente pôr-se fim a esta arrogância e tanta incapacidade pretensiosa.
Saibamos honrar o nosso poeta maior, José Craveirinha. “Ninguém pode prender a minha mente”, escreveu ele no seu poema “Estamos todos de acordo”.
Com menos arrogância de quem governa, Moçambique tornar-se-á um País mais bonito para todos nós. Mãos à obra! Faz falta defendermos a decência e uma mais justa distribuição da riqueza. É preciso travarmos a arrogância e defendermos de novo a liberdade.

(Editorial do Canal de Moçambique/Canalmoz)

Zimbabwe recusa decisão do Tribunal da SADC

Os líderes da SADC deram um prazo de seis meses para reverem a recusa do Zimbabwe em acatar uma decisão do tribunal da SADC contra a expropriação de propriedades agrícolas.
Em 2008 o tribunal decidiu a favor de 78 agricultores brancos contra a confiscação das suas propriedades, mas o Zimbabwe ignorou a decisão, contestando a legitimidade do julgamento.
O Vice-Presidente da África do Sul, Kgalame Mothlante,afirmou no Parlamente que os líderes da SADC fixaram um prazo de seis meses para resolverem esta disputa entre o governo do Zimbabwe e o tribunal regional.

Greve na África do Sul


A greve dos empregados da função pública entrou no terceiro dia e as posições endureceram. O Presidente Zuma ameaçou com despedimentos e os grevistas recorrem à violência e intimidação, obrigando a Polícia a intervir com balas de borracha e jactos de água. Esta greve tem afectado particularmente os Hospitais e as Escolas.

Foto do The Citizen