Wednesday 26 September 2018

Bispos católicos moçambicanos consideram que Governação de Nyusi é assolada por crises



A Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) considera que o ciclo de governação do Presidente Filipe Nyusi será recordado como um dos "menos gloriosos" da história do país, apontando como causas a difícil situação política e económica.
"Não há dúvidas de que, infelizmente, o presente ciclo de governação será recordado como um dos menos gloriosos da nossa democracia", lê-se na carta.
O conflito entre o Governo e a Renamo e as prolongadas negociações que se seguiram provocaram a paralisação de instituições do Estado.
Ainda no campo da segurança, o Governo tem sido incapaz de conter os ataques armados perpetrados por grupos desconhecidos na província de Cabo Delgado, norte do país.
"Parece não haver uma posição clara e determinante a respeito desta situação", consideram os bispos católicos moçambicanos.
Na frente económica, o país foi abalado pela descoberta em 2016 de dívidas secretamente avalizadas pelo anterior governo moçambicano e que até agora estão a ter um efeito pernicioso na vida do país.
"A nebulosidade que paira nestes dois setores, o da política e o da economia, tende a exercer progressivamente e de forma galopante uma influência negativa no desenvolvimento do país", diz a carta da CEM.
Os bispos católicos assinalam que, depois de desenganos e desilusões, muitos moçambicanos ganharam uma aversão a tudo o que é política, considerando-a uma atividade desonesta".
"A política não pode ser considerada uma arte de enganar, ela é por excelência a arte de bem governar e gerir a sociedade, de modo a alcançar os seus valores essenciais", lê-se na carta.


( Lusa )

Thursday 20 September 2018

Quelimane: Polícia dispara em manifestação de apoio a Manuel de Araújo


Polícia da República de Moçambique tentou travar protesto de apoiantes do candidato da RENAMO na capital da província da Zambézia. Manifestação prosseguiu em solidariedade com figuras afastadas da corrida às autárquicas.


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Manuel de Araújo (ao centro, de cinzento) e os seus apoiantes, durante a manifestação desta quarta-feira.
A Polícia da República de Moçambique na Zambézia tentou impedir esta quinta-feira (20.09), com disparos, a marcha de apoio a Manuel de Araújo, o candidato da RENAMO às eleições autárquicas de outubro na cidade de Quelimane.
Os disparos fizeram-se ouvir já no decorrer da marcha que começou por volta das 13 horas locais, no aeroporto de Quelimane, depois de Araújo ter descido do avião, vindo de Maputo.
Ninguém ficou ferido, mas os disparos geraram o pânico entre os apoiantes de Manuel de Araújo. A marcha acabou por ser retomada, percorrendo várias avenidas e bairros da cidade de Quelimane até à sede distrital da RENAMO.


A Polícia da República de Moçambique na Zambézia tentou impedir esta quinta-feira (20.09), com disparos, a marcha de apoio a Manuel de Araújo, o candidato da RENAMO às eleições autárquicas de outubro na cidade de Quelimane.
Os disparos fizeram-se ouvir já no decorrer da marcha que começou por volta das 13 horas locais, no aeroporto de Quelimane, depois de Araújo ter descido do avião, vindo de Maputo.
Ninguém ficou ferido, mas os disparos geraram o pânico entre os apoiantes de Manuel de Araújo. A marcha acabou por ser retomada, percorrendo várias avenidas e bairros da cidade de Quelimane até à sede distrital da RENAMO.

"Estamos aqui para concorrer"


Manuel de Araújo, edil de Quelimane pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), perdeu o mandato por decisão do Conselho de Ministros por se ter apresentado como candidato às próximas eleições em representação da RENAMO.
Após o incidente desta quarta-feira, em declarações à DW África, Manuel de Araújo afirmou categoricamente que vai concorrer às autárquicas como candidato do maior partido da oposição. "Nós estamos aqui para concorrer, 
inscrevemo-nos para concorrer, acreditamos num Estado de direito democrático de Moçambique e esta é a marcha de apoio à minha candidatura", sublinhou.
Segundo Manuel de Araújo, a marcha decorreu também em solidariedade com os munícipes da cidade de Maputo que viram os nomes de Venâncio Mondlane (RENAMO) e de Samora Machel Júnior (independente) afastados desta corrida eleitoral, segundo uma decisão tornada pública pelo Conselho Constitucional e Comissão Nacional de Eleições.
"Esta é a marcha de luta e reafirmação da democracia em Moçambique", disse Manuel de Araújo, mostrando-se ainda convicto na sua vitória no pleito eleitoral. "A RENAMO é o único partido da oposição em Moçambique capaz de ombrear e enfrentar a FRELIMO", garantiu.


DW


Maior reserva de Moçambique perdeu 16 mil elefantes em sete anos


O abate ilegal de elefantes em Moçambique ascende a 16 mil animais mortos em sete anos, numa só reserva, Niassa, norte do país, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo diário O País.





O abate ilegal de elefantes em Moçambique ascende a 16 mil animais mortos em sete anos, numa só reserva, Niassa, norte do país, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo diário O País, que agravam os números oficiais. “De acordo com dados locais do mapeamento, em 2009 existiam 20.118 elefantes na reserva, mas em 2016 restavam apenas 3.675”, ou seja, cerca de 16.443 foram abatidos em sete anos, lê-se no jornal.Os últimos dados oficiais disponíveis, divulgados pela Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), indicavam que, desde 2009, o país tinha perdido pelo menos dez mil elefantes e que, só na Reserva do Niassa, a maior área protegida do país, o número total tinha passado de 12.000 para 4.400 em três anos (entre 2011 e 2014).

A falta de fiscais é apontada como uma das principais dificuldades para travar os caçadores furtivos. Ainda assim, o ano de 2018 é apontado como um ano mais calmo.
O ritmo de abate ilegal de elefantes em Moçambique está a ameaçar a reprodução da espécie, disse em março, em entrevista à Lusa, Carlos Lopes, diretor de Proteção e Fiscalização da ANAC. 
Continuamos a perder elefantes a um ritmo que, se não for radicalmente alterado, vai conduzir à extinção ou, pelo menos, à inviabilidade das populações desta espécie“, referiu.



OBSERVADOR