Thursday 28 February 2013

Comissão dos Direitos Humanos condena violência contra desmobilizados

Custódio Duma contra-ataca José Mandra.

Para Custódio Duma, os desmobilizados têm direito de se manifestar pacificamente e isso pode fazer-se por meio de cânticos, marchas ou exibição de dísticos, desde que não criem distúrbios nem desordem.
O presidente da Comissão Nacional dos Direitos Humanos, Custódio Duma, condena o uso excesso de força por parte da Polícia para reprimir desmobilizados, membros do Fórum liderado por Hermínio dos Santos que ontem se concentraram nos arredores do edifício do Gabinete do Primeiro-ministro, concretamente no Circuito de Manutenção Física António Repinga, em Maputo.
Numa crítica dirigida ao vice-ministro do Interior, José Mandra, que ontem afirmou que a violência infligida contra os desmobilizados foi na medida justa e na proporção certa, Custódio Duma disse que a manifestação é um direito, desde que não se criem distúrbios, algazarras e desordem. Duma defendeu que, naquele caso particular, não houve nada por parte dos desmobilizados que justificasse uma carga policial na dimensão que ocorreu.
“O direito de manifestar é para todos os cidadãos, desde que seja ordeira e não use força. Não interessa, mesmo que não seja esta a forma de resolver o problema, mas é um modo de pressionar. Podem, sim, marchar, cantar, exibir dísticos, mesmo sabendo que não são os dísticos que vão resolver os seus problemas”.
O presidente da Comissão Nacional dos Direitos Humanos foi mais longe ao esclarecer, directamente, José Mandra que a violência é algo sempre negativo. “Não existe violência justa. Tudo o que é violento é mau e tudo o que for ofensivo aos direitos dos cidadãos não tem como ser justo. É sempre mau e condenável“, disse Duma.



 O País

Wednesday 27 February 2013

Eleições autárquicas em Moçambique marcadas para 20 de novembro

Maputo, 26 fev (Lusa) - As quartas eleições autárquicas moçambicanas vão decorrer em 20 de novembro, uma quarta-feira, anunciou hoje o Conselho de Ministros de Moçambique.
De acordo com a decisão do governo moçambicano, o recenseamento eleitoral vai decorrer entre 23 de maio e 23 de junho nas 43 autarquias do país, disse aos jornalistas o porta-voz do Conselho de Ministros, Vítor Borges.
Em outubro de 2014 terão lugar as quintas eleições presidenciais e legislativas desde a introdução do multipartidarismo em 1994.
O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, promulgou na semana passada o pacote eleitoral aprovado pelo parlamento, abrindo caminho à marcação do ciclo eleitoral que se inicia com as autárquicas.
A Comissão Nacional de Eleições moçambicana deverá ser eleita em março, durante a VII sessão ordinária do parlamento.



Lusa

Tuesday 26 February 2013

170 empresas portuguesas procuram oportunidades em Moçambique até 7 de Março

Um conjunto de 170 empresas nacionais, que representam um milhão de euros de investimento, vai participar durante as próximas duas semanas na quinzena empresarial Moçambique-Portugal para exploração de oportunidades no país.
De acordo com dados da Associação Industrial Portuguesa (AIP), participam na iniciativa 170 empresas e 220 empresários, percorrendo Maputo, Beira e Nampula com o objectivo de “recolha e partilha de informação e identificação e concretização de oportunidades e parcerias de negócios e de exportação nos sectores económicos que integram a grande quinzena empresarial”.
Os sectores envolvidos na quinzena da AIP vão da construção à agricultura e pescas, passando pelo imobiliário, segurança, ambiente, mobiliário e decoração, de acordo com comunicado da organização.
A quinzena empresarial vai incluir a realização, em simultâneo, da primeira edição da Intercasa Concept Moçambique e da segunda Tektónica Moçambique.
Dias 05 e 06 de março, a encerrar o percurso, vai ter lugar o Fórum Agroalimentar Moçambique, onde vai estar presente a ministra da Agricultura de Portugal, Assunção Cristas.
“A quinzena empresarial Moçambique-Portugal é o resultado de meses de investimento num formato exclusivo, preparado para maximizar o número de contactos e de oportunidades de negócio para as empresas que nela participam”, afirmou, em comunicado, a directora-geral da AIP – Feiras Congressos e Eventos, Maria João Rocha de Matos.


RM

Monday 25 February 2013

As cheias e inundações de 2013 têm o condão de revelar “segredos dos camaradas”…

Nem tudo o que brilha é diamante?

Mas é preciso aprofundar-se a análise crítica para bem de Moçambique….

A situação actual de precariedade institucional, desempenhos sofríveis e assalto aos cofres do estado bem como recursos públicos é uma consequência directa da inexistência de mecanismos que garantam a responsabilização dos titulares dos cargos públicos.
Agora fala-se abertamente e através de órgãos de comunicação social controlados governo que por exemplo o coronel Sérgio Viera terá esbanjado recursos financeiros do GPZ. Não foi pouco o dinheiro que foi posto à disposição de uma equipa inconsequente de gestores públicos.
Foi tudo feito como se uma forma de afastar do centro do poder, Maputo, algumas figuras incómodas ao regime do dia.
Terão alguns pensando que desterrando Sérgio Viera para Tete seria a solução para um “velho problema”. Ou não terá sido essa a percepção que fez o executivo de JAC agir. AEG terá tolerado a presença daquele “quadro” multifacetado durante algum tempo mas a realidade mostrou-se contra a sua permanência na vida pública.
Terá sido um dos efeitos da contínua crítica social que deu resultados.
Mas com a existência de mecanismos activos de responsabilização dos titulares dos cargos públicos teríamos Sérgio Viera e muitos outros quadros deste governo e anteriores, respondendo civil e criminalmente por acções desencadeadas propositadamente, para defraudar recursos públicos.

Durante anos, muito do que faziam os chamados dirigentes e seus superiores hierárquicos estava coberto de uma “manta de silêncio”. Era um autêntico sacrilégio referir-se em público, sobre os falhanços ou algo menos conseguido por um responsável da Frelimo que ao mesmo tempo ocupava um posto governamental de relevo. Era proibido falar de erros por parte dos responsáveis superiores dos órgãos do estado, governo e partido “dirigente”.
Essa cultura perniciosa, nefasta, entorpecente vigorou durante tempo que acabou absorvida pelo tecido social moçambicano.
Na arena política moçambicana é interessante verificar que tal comportamento permeou para os outros partidos políticos que foram surgindo ao abrigo do advento multipartidarismo.
A paz conquistada pelos moçambicanos não significou de imediato a emergência de uma democracia fortificada com separação efectiva de poderes. Pela blindagem que a Frelimo executou ao nível dos órgãos de soberania e de todo o sistema político continuou-se cum um executivo estreitamente ligado a um partido que não jamais se mostrou disposto a compartilhar, a tolerar politicamente os outros. O AGP em si, foi fruto de circunstâncias adversas de percurso que foi aceite porque em perigo estava todo um poder que garantia a sua sobrevivência política, económica e financeira.
Os “camaradas” tinham montado um sistema de autoprotecção que assegurava a sua impunidade.
Se a senhora Ministra de Educação falha ao implementar um sistema educacional que não garante a qualidade dos educandos nem responde aos desafios tecnológicos da actualidade isso jamais é mencionado porque ofenderia um quadro do partido e nesse caso o próprio partido Frelimo e seu líder que era na altura seu legítimo esposo. Tal é a teia que o proteccionismo cria e protege.
Entre “camaradas” como cada um sabe dos “podres do outro” ninguém toca em ninguém.
Agora se aparecem mencionando criticamente Sérgio Viera é porque este deve estar rotulado de “renegado e indesejável” no seio de que detém o poder no em seu partido. Por querer manter um protagonismo que lhe foi garantido durante a I república, com Samora Machel, não terá compreendido o sentido da história.
Afastado para a periferia por JAC insistiu em manter-se no activo através de uma coluna num jornal público e accões ao nível de gabinete que se supunha a “varinha mágica” para o desenvolvimento do Vale do Zambeze.
Agora com a morte de um dos assessores da direcção de tal jornal que veiculava suas opiniões, pontos de vista e ataques aos adversários políticos, Sérgio Viera está como que profundamente isolado, desconectado com os centros de decisão política e sem instrumentos para garantir sua sobrevivência política. As reformas que devem estar auferindo não garantem aquele estatuto a que estava habituado e isso incomoda sobremaneira a pessoas arrogantes, egocêntricas e narcisistas.
Estamos no campo da conjetura política. Na verdade sem elementos sólidos para fundamentar algo, há que dizer que existe muita especulação em tudo o que se possa afirmar sobre este senhor e outros que dominaram a arena política moçambicana nos últimos anos.
A recusa de algumas pessoas se reformarem e optarem por seguirem vidas privadas longe da visibilidade que a comunicação social oferece está-se tornando um problema para o para o país. Gente que está contra a corrente de desenvolvimento e dos esforços por criar-se uma sociedade mais tolerante está continuamente emitindo pontos de vista que afectam o processo de decisão política.
Como consequência de directivas internas de um partido que detém o poder efectivo no país, todo um povo sofre por querelas internas de pessoas que bem se conhecem. Se agora mostram na verdade que não se toleram que o façam a nível privado e não institucionalmente.
Não se pode arrastar todos os moçambicanos para os corredores de Argel e de Dar es Salaam, para os debates que não aconteceram entre “camaradas”, para decisões que uns tomaram e que outros executaram porque se tratava de uma estratégia que convinha às partes agora desavindas.
Aquele “engraxanço”, lambebotismo e elogios infundados a “camaradas” do passado, não foram suficientes para manter o edifício partidário sólido. As alegadas “alas” são agora visíveis e gente que se uniu outrora, para esconder dos moçambicanos, todo um conjunto de horrores agora está desavinda e combatendo-se virulentamente.
O combate e a guerra decorrem encoberta mas é um vulcão activo expelindo lava e odores sulfúricos venenosos.
Há escribas e atiradores furtivos contratados, mercenários da pena e da imagem, dispostos a servir seus mentores em troca de segurança e bem-estar material e financeiro.
Mas os combates intestinos na Frelimo, entre gente que jamais se “amou” mas que se tolerou porque acreditavam que os objectivos estratégicos enunciados e em certa medida definidos num âmbito mais alargado de uma Internacional Comunista eram superiores a sua preocupação individual ou questões de fórum privado.
Com o desaparecimento físico de Samora Machel o campo tornou-se fértil de iniciativas que apontavam para uma alteração de direcção e de comportamento por parte de gente pertencente ao núcleo duro da Frelimo.
Gente que perdeu poder real e efectivo não suportou passar para o anonimato. Pessoas que se supunham insubstituíveis, possuidoras de retórica e verbo, viram-se subitamente perdidas num oceano bravo em que pontificavam figuras bem conhecidas. Manipulação e engenharia de interesses construíram uma base para a sucessão do poder mas os que foram considerados incómodos rapidamente viram que estavam ficando ou se tornando numa ala.
Então o processo de clivagem na Frelimo foi tao natural como a tese abraçada de “Empoderamento Económico Negro”. As fissuras e rombos num edifício que se dizia “paredão unido e único” hoje são indiscutíveis embora os guardiões do poder na Frelimo se neguem a reconhecê-lo.
Colocados na periferia os “marxistas e leninistas” de ontem, brilhantes manipuladores e produtores de elogios infundados para alimentar egos inflamados de “líderes” negam-se a reconhecer que chegaram ao fim da linha.
Afinal não eram diamantes mas sim pedras de vidro sem valor algum. Sua longa carreira é uma soma de mediocridades e violência verbal e física contra seus concidadãos está sendo descoberta e revelada aos moçambicanos.
Importa que de maneira improvisada combinada com as vias institucionais se denuncie quem prevarica no âmbito de suas funções. A responsabilidade intrínseca dos titulares de cargos públicos é o termómetro para avaliar quem merece dirigir pelouros governamentais.
Não se pode misturar a militância partidária com a ausência de competência para governar.
Aquela tese de confiança política como factor primordial para se escolher os moçambicanos que ocupam cargos de responsabilidade na esfera pública faliu como todos vimos.
Os afilhados de primeiros-ministros ou de ministros não são só por esse facto que se qualificam para serem PCA’s de empresas públicas ou secretários permanentes de ministérios. Promover o género na esfera governamental e parlamentar deve ser um processo limpo de favores políticos ou sexuais.
É salutar verificar que Moçambique e os moçambicanos crescem no seu entendimento de seus assuntos e que tomam cada vez mais posição sobre os mesmos.
Os bajuladores e artistas em produzirem opiniões “luzentes” desmascaram-se todos os dias e os moçambicanos começam a negar-se a comprar “banha de porco por banha de cobra”…


Noé Nhantumbo, Canal de Moçambique – 20.02.2013, no Moçambique para todos

BANCO MUNDIAL INTERESSADO NA VIRAGEM ECONÓMICA DE MOCAMB

Moçambique está numa fase de viragem no seu crescimento económico, devido a grandes descobertas de recursos minerais e exploração de outros de elevado valor comercial como é o caso do carvão mineral, uma situação que está a interessar o Banco Mundial.
Desde o inicio deste ano, Moçambique recebeu três missões de alto nível do Banco Mundial, sendo que a última é composta por nove sub-directores, que terminaram a sua visita ao país este domingo.
Num encontro com jornalistas hoje, em Maputo, horas antes de deixar o país, John Witehead, porta-voz do grupo, disse que o Banco Mundial está interessado em apoiar Moçambique a transformar o crescimento económico e as potencialidades existentes devido à exploração dos recursos minerais na melhoria das condições de vida das populações e consequente redução da pobreza.
Witehead explicou que o Banco Mundial está preocupado com o facto de Moçambique estar a registar altas taxas de crescimento económico que ainda não se reflectem na vida dos moçambicanos, por isso esta instituição internacional tem enviado várias missões para apoiar o país.
Segundo o interlocutor, o Banco Mundial, ao mais alto nível, está preocupado com a pobreza e geralmente quando se atribui financiamento a qualquer país, pondera-se a questão de como tal financiamento vai resolver o problema da pobreza, qual será o tratamento da questão da criança e da igualdade de género.
“Moçambique está num ponto de viragem importante no seu desenvolvimento económico. Moçambique está a registar um grande desenvolvimento económico, que ainda não conseguiu abranger a todos. Este desenvolvimento não se converteu, ainda, na melhoria e progresso das condições de vida das populações. Moçambique deve aprender isso, por isso estamos a fazer esse acompanhamento”, explicou.
Sobre os recursos minerais, o porta-voz do grupo de sub-directores do Banco Mundial disse que o Governo deve criar condições para que os recursos minerais tragam benefícios para todos os moçambicanos.
“A nossa impressão é de que Moçambique está no bom caminho, mas é preciso criar todas as condições para trazer benefícios dos recursos minerais para todo o povo moçambicano. A riqueza é importante desde que seja utilizada para o benefício do povo. A situação macro-económica está bem encaminhada e controlada e Moçambique tem uma boa oportunidade para combater a pobreza e criar postos de trabalho, beneficiando as populações. Olhando para isso, estes são dois aspectos importantes que levarão o país a acabar com a pobreza”, defendeu.
Witehead reconheceu a importância dos recursos minerais, mas advertiu que é preciso olhar para outros sectores importantes na redução da pobreza e que devem merecer investimentos adequados.
Disse que “é preciso abrir espaço para que a agricultura possa desempenhar o seu papel, para que haja emprego a longo prazo. Também é preciso investir mais na saúde e educação”.
O grupo de sub-directores do Banco Mundial que visitou Moçambique durante três dias é composto por nove membros que representam cinco continentes e 70 países.
A última vez que Moçambique recebeu uma delegação de tal envergadura foi há 18 anos.
O objectivo da visita era de inteirar-se das preocupações do Governo, sector privado, organizações não governamentais e sociedade civil de modo a se ter impressões do impacto dos projectos do Banco Mundial em Moçambique.


(AIM)

De um Governo incubador de corruptos a uma PGR cúmplice e apática

A semana passada a nossa manchete foi um relatório da agência britânica de investigação ambiental em que se denuncia o envolvimento de um “monstro sagrado” do regime e actual ministro da Agricultura, José Pacheco, e de um ex-ministro da mesma pasta, Tomás Mandlate, no contrabando de madeira em conexão com companhias chinesas, em que o Estado moçambicano vem sendo lesado em milhões de dólares.
Esta semana é um relatório do Tribunal Administrativo a condenar o director da Agência de Informação de Moçambique (AIM) pelo uso indevido de milhões de meticais do Estado. E ainda há a notícia do caso do presidente da Assembleia Provincial de Sofala, na Beira, a ser apanhado em fuga ao fisco na ordem de milhões de meticais.
Também nos chegam notícias de desvio de fundos no Ministério da Educação, enquanto se alega que não há dinheiro para pagar melhor aos professores e providenciar-lhes, bem como aos alunos, condições minimamente aceitáveis e próprias de um regime educacional que se preze e não temos.
Nas próximas semanas iremos informar outros casos de corrupção, de uso e abuso de cargos públicos, como já antes foram muitos outros noticiados.
Não gostamos de difundir notícias destas, mas a delapidação de recursos do Estado e o uso e abuso das prorrogativas dos cargos continuando impune e a corrupção em crescendo, obviamente temos de seguir esta tónica editorial para que todos tomemos consciência do mal que estas coisas fazem ao País.
É importante que todos assumamos que é indispensável que as nossas instituições deixem de ser covis de pulhas, sob pena de nos tornarmos um “Estado Falhado”.
Dia-a-dia ouvem-se histórias incríveis que em nada abonam o bom nome do País, mas não se vê as instituições a actuar de forma que exemplarmente iniba a repetição sistemática dos mesmos comportamentos perversos.
A corrupção, ao invés de ser combatida, está a tornar-se algo normal e alguns – não tarda – irão classificá-la como “cultural”, ofendendo milhões de cidadãos que nada têm a ver com os actos perversos de uma corja que se instalou no Estado a extorquir-nos e ainda por cima a auto-intitular-se insubstituível.
Em todos os casos que surgem não aparece – não tem aparecido – qualquer membro ou porta-voz do Governo a pronunciar-se sobre os actos perversos de corrupção. Percebe-se, de tanto assim ser, que já todos têm o rabo preso e a única salvação é mesmo os cidadãos escangalharem o antro em que os actuais dignitários do Estado se acantonaram a protegerem-se uns aos outros na sua marcha perversa contra a cidadania.
Taibo Mucobora, porta-voz da Procuradoria-Geral da República, prometeu há dias que a PGR irá investigar os acusados no caso da madeira, mas as suas palavras devem ser entendidas no contexto em que foram proferidas e no quadro de descrédito em que inclusivamente a PGR já se encontra.
Já não se pode acreditar nesta PGR, até prova em contrário.
Não acreditamos que a PGR tenha homens capazes de usar o poder que o Estado lhes confere para levarem até às últimas consequências um membro da Comissão Política do partido no poder e um potencial presidenciável. Pelo menos até aqui todos os sinais apontam para a impotência da PGR.
A PGR terá de provar com acções o que promete. Não pode querer que se acredite nela depois de tantos casos passarem em branco pelas suas mãos.
Foi por iniciativa da Imprensa que a PGR apareceu, através do seu porta-voz, a prometer agir no caso da madeira para a China. Nunca se viu a própria PGR chamar a Imprensa para anunciar aos cidadãos iniciativas através das quais se possa crer que fez algo para que o bom nome do Estado saia salvaguardado.
Perante muitos casos análogos a guardiã da legalidade tem-se mantido muda e surda, com a sua agenda condicionada pelos superiores interesses do Partido Frelimo, onde se acantonam em alegre confraternização: pretensos justiceiros, afamados corruptos e criminosos persistentes.
A PGR não se pronunciou sobre o caso das centenas de contentores de madeira aprendidos no Porto de Nacala, quando prestes a zarpar para China. Os mesmos acabaram por ser declarados legais e os exportadores descriminalizados, ou não fossem eles clientes de generais “patriotas”…
A PGR geralmente corre a dar a conhecer o seu trabalho quando os resultados são para salvar a fama dos acusados, sobretudo quando se trata de “barões”, mas nunca se vê a PGR com a mesma destreza a agir em defesa do Estado e a punir os prevaricadores nele instalados a extorquir fundos dos cidadãos.
No caso Bachir, a PGR até veio a público desmentir o presidente americano e dizer que o empresário não tinha nenhum envolvimento no tráfico de drogas. Aí viu-se, curiosamente, a PGR agir prontamente. Não se queixou de falta de meios para tentar limpar a imagem do famoso “barão”.
Os demais casos já não têm merecido tanta atenção da PGR e os seus desfechos nunca chegam ao conhecimento público. Porquê?
Em finais do ano passado a Finlândia cortou a ajuda e o fim de um Programa de Desenvolvimento Florestal em Moçambique, orçado em muitos milhões, cujo principal objectivo era ajudar o desenvolvimento sustentável dos recursos florestais do País. Terá havido, certamente, desvio de fundos. O bom nome do Estado moçambicano ficou sob suspeita mas não se viu a PGR agir com a mesma celeridade com que apareceu a tentar desacreditar a administração americana, ou seja, do país com mais meios de investigação que alguma vez a PGR pode pensar vir a ter. Não se viu, no caso da Finlândia, a PGR a agir em defesa do bom nome do país como o fez no caso do “barão da droga”.
A PGR em relação ao primeiro relatório da EIA relativo ao envolvimento do antigo ministro da Agricultura, Tomás Mandlate, no contrabando da madeira, nos finais do ano passado, também se deixou ficar impávida e serena. Agora passa-se o mesmo com Pacheco e certamente a PGR vai-se deixar distraída. Estamos cá para ver se estamos enganados.
No caso dos fundos suecos desviados no Niassa com fortes suspeitas de envolvimento de um então governador actualmente acantonado no Ministério da Cultura, também a PGR fingiu que não é nada consigo.
Interrogamo-nos e estranhamos o silêncio profundo da PGR sobre estes casos mais recentes que citamos.
Não se viu até agora a PGR a tomar uma única iniciativa.
Taibo Mucobora a semana passada apareceu a prometer investigar o caso que envolve Pacheco e Mandlate, mas isso não chega para ilibar a PGR da sua conivência tácita com a corrupção.
Mucobora apenas falou pressionado pelos jornalistas. Por iniciativa da PGR, não há comunicação com os cidadãos do País para os fazer crer que de facto a PGR é uma entidade em que se pode fazer fé no combate à perversidade dos dignitários do nosso Estado.
Se a PGR, guardiã da legalidade, anda muda perante tantas denúncias públicas de corrupção, envolvendo funcionários governamentais do mais baixo ao mais alto nível, o que dizer do próprio Governo e do seu chefe de quem tantas histórias se ouvem e até já há altas figuras do próprio partido Frelimo a pedir que se afaste do poder antes do fim do seu mandato?
Será que o próprio chefe de Estado tem medo que a PGR comece a agir?
Quando o próprio chefe de Estado se mantém continuamente em silêncio perante graves acusações de envolvimento dos membros da sua equipa em actos de corrupção, está com medo de quê?
O PGR Augusto Paulino está com medo de agir ou está proibido de agir?
O chefe de Estado também está à espera de quê para substituir José Pacheco até que tudo se esclareça? Quer continuar a sujeitar Moçambique a ter de passar pela vergonha de ter um ministro da Agricultura acusado de corrupção, como indicam as provas que a EIA diz ter e a elas se refere no seu relatório?
O primeiro homem escolhido por Armando Guebuza para dirigir o Ministério dos Transportes e Comunicações, António Munguambe, foi condenado em Tribunal pelo «seu envolvimento em actos corruptos, e o presidente da República nunca apareceu em público a deplorar o comportamento de Munguambe e a anunciar que não permitiria no seu elenco gente de igual calibre moral. Porquê?
O presidente intervindo emprestaria um enorme valor simbólico ao combate à corrupção e daria um importante aviso à navegação. Porque será que Armando Guebuza nunca fez nenhum pronunciamento público de relevo contra a corrupção, baseando-se em casos concretos?
Será porque receia que os podres de que também ele é acusado venham ao de cima e se crie uma onda que ponha a nu o carácter moral deste regime?
Perante tanta passividade das instituições, a nós envergonha-nos este estado de coisas.
Temos esperança que nas urnas os jovens que hoje são a maioria dos eleitores saibam tomar uma atitude.
Toda esta pouca-vergonha nos leva a apelar para que se entenda de uma vez por todas que é preciso ir-se votar nas próximas eleições e puxar o autoclismo.



Canal de Moçambique – 20.02.2013, no Moçambique para todos

Sunday 24 February 2013

Aves de rapina

Não pretendemos ser científicos e nem ter o dom da infalibilidade. Isto não é um tratado e muito menos um documento para os estudantes universitários carregaram debaixo do braço. É, isso sim, um desabafo. Este é o pior Governo da história de Moçambique indepen- dente. O Executivo de Guebuza colecciona incompetências como nenhum outro.
Este Governo criou a Revolução Verde e foi o que se viu: nem revolução, nem verde. Muito pelo contrário, vimos um ministro da Agricultura apontado com braço forte de uma esquema de venda ilegal de madeira. Era o que faltava para confirmar a nossa desgraça colectiva. O futuro apresenta-se cada vez mais sombrio neste reino de abutres.
Este Governo falou de combate à pobreza absoluta e hoje, pasme-se, há mais moçambicanos a viverem com menos de um dólar por dia do que quando Guebuza chegou ao poder. Vimos, também, uma ponte sobre o Zambeze ganhar o nome de Armando Emílio Guebuza.
Não foi por falta de nomes melhores e que representassem, de facto, a unidade nacional, mas pela mesquinhice colectiva de uma bando de idiotas que substitui a competência pela genuflexão. Ou seja, é mais fácil garantir um lugar no poleiro com a fotografia monumental do chefe do que com obra feita. Vimos a chegada desenfreada de megaprojectos. Vimos o povo sem terra e os dirigentes mais rechonchudos.
Vimos o mais alto magistrado da Nação prostituindo-se na mesa do presidente da Vale. Um autêntico insulto aos cidadãos de Cateme que estão de costas voltadas com aquela empresa e esperavam, por isso, uma postu- ra dignificante do Chefe de Estado.
Vimos a desastrosa e vergonhosa recondução de Augusto Paulino à cadeira de procurador-geral da República. Augusto Paulino é um exímio coleccionador de declarações bombásticas, mas incapaz de esboçar qualquer tentativa de acção para mitigar o crime organizado. Recentemente disse que magistrados e advogados estão ao serviço do crime organizado.
Antes revelou que a indústria imobiliária está a ser alimentada pela lavagem de dinheiro e por redes criminosas. Até aqui tudo bem. Paulino disse o que qualquer cidadão atento diria. Mas ele é o procurador-geral da República e o que se pede de uma figura com a sua responsabilidade não é um discurso emocionado, mas acções conducentes ao combate ao crime organizado.
Guebuza não devia ter reconduzido um charlatão. É isso que Augusto Paulino é. A responsabilidade que lhe assiste manda dizer que o homem não deve insinuar, mas agir. Não deve acusar, mas provar. É isso que se pretende de um procurador. Não podemos levar a sério quem reconduz um fala-barato.
Isso é brincar com o povo e com a nossa segurança. Mas já estamos advertidos de que estamos entregues a nossa própria sorte. Até porque não foi só Augusto Paulino que Guebuza reconduziu para carimbar a nossa desgraça. Jorge Khalau continua a mandar na Polícia da República de Moçambique.
Não é preciso dizer que, com a onda de raptos e assaltos violentos que caracterizam o país, reconduzir Khalau é reconhecer e aprovar um atestado de insanidade sem espaço para discussão.
Mas não é só isso. Guebuza devia aconselhar – se é incapaz de o exonerar - Pacheco a colocar o seu lugar à disposição. A acusação segundo a qual o actual ministro da Agricultura está envolvido no tráfico de madeiras não é grave. É mais do que isso. A saída mais airosa para o ministro da Agricultura, neste caso, é a demissão.
A sua permanência no cargo só revela uma coisa: no reino da rapinagem a decência e a vergonha foram en- terradas num caixão de madeira num cemitério chinês...


Editorial, A Verdade

Friday 22 February 2013

Moçambique: Corrupção e falta de fiscalização estão a acabar com florestas

A constatação é de um estudo agora publicado que conclui também que actividades ilícitas custaram ao país mais de 30 milhões de dólares em 2012


A elevada procura internacional de madeira moçambicana, especialmente na China, está a fomentar o corte ilegal de árvores, contrabando e corrupção, além de privar o país de recursos importantes para o seu desenvolvimento.


Corrupção está a acabar com florestas moçambicanas

A conclusão é de um estudo da Agência de Investigação Ambiental, AIA, com sede na Grã-Bretanha, que acrescenta que aquelas actividades custaram a Moçambique mais de 30 milhões de dólares só no ano passado.
“Apesar da proibição parcial do corte de espécies protegidas, o comércio ilegal de madeira com a China está a debilitar seriamente a gestão das florestas e os esforços do governo de Moçambique na aplicação das leis correspondentes, estimulando também a corrupção”, conclui aquele estudo.
A investigação da AIA em Moçambique incluiu uma série de reuniões secretas com companhias relevantes do sector madeireiro de Moçambique. Numa delas, um dos responsáveis confirma que a sua companhia é uma das poucas que ainda é capaz de exportar ilegalmente grandes volumes de madeira de 1ª classe para a China. “É só uma questão de preço”, disse o responsável à equipa de investigação da AIA.
Os autores do estudo concluíram que cerca de metade das exportações de madeira moçambicana para a China são ilegais e culpam tanto as autoridades chinesas como moçambicanas pela situação actual.
Em declarações à VOA o investigador da AIA, Chris Moye acusou mesmo o actual ministro da agricultura moçambicano, José Pacheco e o antigo titular da pasta, Tomás Mandlate, de estarem envolvidos em actos de corrupção relacionados com o sector madeireiro.
Falamos também com a Vanessa Cabanelas da organização ecológica moçambicana Justiça Ambiental sobre o abate ilegal de árvores em Moçambique. Também para ela, é essencial combater a corrupção e aumentar significativamente as operações de fiscalização através do país.
A VOA tentou obter sem sucesso obter uma reacção do ministério moçambicano da agricultura ao relatório da Agência de Investigação Ambiental revelando que a corrupção e a falta de fiscalização estão a acabar com as florestas moçambicanas.



Eduardo Ferro, VOA

Thursday 21 February 2013

“Moçambique tem um crescimento económico acelerado, mas está longe do desenvolvimento”

O docente da Faculdade de Ciências da Universidade Eduardo Mondlane, Salvador Mondlane Júnior disse na sua aula de sapiência intitulada “o limite entre o desenvolvimento e o crescimento de um país com muito potencial em recursos naturais” que marcou a abertura do ano lectivo 2013 que falta muito para Moçambique desenvolver, apesar do seu crescimento económico acelerado.

“O desenvolvimento é preciso e depende dos meios disponíveis, o desenvolvimento é um estado permanente e está aliado a transparência na exploração dos recursos minerais e nesta tarefa a boa gestão no sector mineiro tem um papel dinamizador”, explicou Salvador Namburete Júnior para mais em diante
acrescentar que “é preciso que se reflicta mais sobre os recursos minerais, para podermos desenvolver Moçambique”.
De acordo com o orador do tema, o crescimento económico é o aumento de PIB (produto interno bruto) e o desenvolvimento é o bem-estar da sociedade ou quando os recursos minerais beneficiam a todos.
Para alcançar estes resultados Moçambique não só precisa de mais transparência, como também precisa de buscar experiencias nos países vizinhos. “As experiências de outros países farão com que o país evita a maldiçãodos recursos naturais”.
Na óptica do docente, “Moçambique tem um potencial económico para crescer, mas para isso, precisa aprender com a experiência de exploração de Botswana, Angola, e outros países que evitaram a maldição dos recursos minerais e conseguiram impulsionar o seu desenvolvimento, e o outro caminho para tal é iniciar um fundo soberano, esse é caminho mais específico”, disse a fonte.
Outros desafios consistem na formação de quadros,“precisamos renovar o compromisso de formar técnicos, no sector mineiro, para corresponder as exigências do crescimento económico”.
Segundo Mondlane, o impacto da contribuição do sector mineiro em Moçambique é significante e estima-se que até 2020, venha contribuir com um BIP de 10%, e neste momento o grande desafio que persiste é
transformar o crescimento económico em desenvolvimento, “um desafio que depende de todos os moçambicanos”. “Todos precisam terem conhecimento sobre os recursos, a necessidade de se investir também no conhecimento, por que o desenvolvimento de cada país está alicerçado nos seus recursos”.

Nelson Mucanze,  Expresso Digital

Candidatos do MDM às autárquicas conhecidos até Abril próximo



Daviz Simango, presidente do MDM

Preparação das eleições municipais de 2013.

A decisão neste sentido, segundo Simango, foi tomada durante o primeiro congresso do seu partido, havido em finais do ano passado, na cidade da Beira, e amadurecida na reunião do Conselho Nacional.
Está decidido! O movimento Democrático de Moçambique (MDM) vai anunciar, até ao mês de Abril, os seus candidatos às eleições autárquicas, agendadas para Novembro próximo.
A garantia foi dada ao “O País” pelo respectivo presidente do MDM, Daviz Simango. A decisão neste sentido, segundo Simango, foi tomada durante o primeiro congresso do seu partido, havido em finais do ano passado, na cidade da Beira, e amadurecida na última reunião do Conselho Nacional do partido.
O presidente do MDM explicou, igualmente, que algumas províncias já atingiram níveis quase definitivos de selecção de seus rostos para o escrutínio próximo. “Estamos à espera que a comissão política, órgão competente para deliberar sobre a matéria, se reúna em Abril próximo, para publicamente apresentar os candidatos, para cada um dos moçambicanos os conhecer”, disse.
Questionado sobre os nomes já propostos pelas bases do partido, Simango foi cauteloso. “A comissão política é um órgão e Daviz Simango é um singular, por isso, não pode, de forma alguma, responder, neste momento, qualquer questão sobre o assunto”, disse.
Na base, o nível de escolha dos candidatos está a ser feita de forma criteriosa e, de acordo com Daviz Simango, há registo de muitos concorrentes.



O País

MDM e o eterno problema de contextos!

Quando se propôs como partido político, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) assumiu a democracia e a participação como bússola de orientação com a qual poder-se-ia apresentar como alternativa política válida ao então menu político que era servido aos cidadãos moçambicanos, que se circunscrevia à bipolarização Frelimo/Renamo. Até porque a forma como Daviz Simango, actual líder do MDM, saiu da Renamo deu corpo ao manifesto da democracia e domínio da vontade da maioria.




Matias Guente, Canalmoz

Wednesday 20 February 2013

MDM revitaliza bases

O RECÉM-reconduzido secretário-geral do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Luís Boavida, tornou público, semana passada em Quelimane, na Zambézia, que a grande aposta do seu partido é “acelerar o passo na revitalização do partido a nível da base”.
Ele fez tal pronunciamento no término da reunião do Conselho Nacional, que analisou as eleições autárquicas deste ano e as gerais de 2014.
Luís Boavida, antigo deputado da Renamo, foi nomeado no ano passado secretário-geral do MDM, terceira força política do país.
O presidente do MDM, Daviz Simango, também destacou a necessidade de os militantes se concentrarem nos futuros pleitos eleitorais.
“Precisamos de estar atentos e sermos guia das nossas comunidades, começando pelo processo de recenseamento eleitoral, disse Daviz Simango.
Na semana passada, o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, promulgou o pacote eleitoral aprovado pela Assembleia da República de Moçambique, abrindo caminho à marcação do ciclo eleitoral que se inicia este ano com as autárquicas.
As leis estabelecem o quadro jurídico para a realização das assembleias provinciais, que aprovam a institucionalização do recenseamento eleitoral e o quadro jurídico da Comissão Nacional de Eleições e que estabelecem o quadro jurídico-legal para as eleições do presidente do conselho municipal e dos membros da assembleia municipal.
Com a entrada em vigor das leis, os órgãos eleitorais podem fazer a calendarização dos respectivos processos e submeter a data das eleições ao chefe de Estado.
O MDM já assegurou que vai participar este ano nas quartas eleições autárquicas e nas quintas presidenciais e legislativas, no próximo ano.
A Renamo ameaçou não participar em nenhuma eleição por discordar da legislação eleitoral.


Notícias

Governo continua em silêncio

"Caso madeira em nacala”.


O Governo continua a não se pronunciar sobre as conclusões da investigação da Enviroment Investigation Agency (EIA) relativamente ao contrabando da madeira no país, que revela a saída de grandes quantidades daquele recurso para China sem o controlo das autoridades nacionais.
No habitual “briefing” do Conselho de Ministros realizado ontem, António Limbau, vice-ministro da Agricultura, escusou-se a comentar o relatório, tampouco as acusações que pesam sobre o seu chefe, José Pacheco, que se considera que (no relatório) utiliza o seu cargo para facilitar os contrabandistas. Limbau respondeu apenas que “o Governo irá reagir ao caso em momento oportuno.”
Já Carvalho Muária, membro da Comissão Política da Frelimo, disse que o caso ainda não chegou ao conhecimento da Comissão Política, por isso, recusou-se a comentá-lo. A EIA é uma organização não-governamental do Reino Unido. Na investigação em que denuncia a exploração ilegal de madeira por empresas chinesas com envolvimento de altos quadros do governo moçambicano, os investigadores daquela agência fizeram-se passar por interessados na compra de madeira e conversaram, de forma disfarçada, com um empresário chinês que disse que José Pacheco era “um amigo e irmão”, que desbloqueia todas as situações relacionadas com o contrabando da madeira.



O País

Tuesday 19 February 2013

Comissão Política do MDM empossada

De olhos postos nas eleições de 2013 e 2014.

Estas mexidas foram propostas pelo presidente do partido, Daviz Simango, tal como mandam os estatutos do MDM.
Com as atenções viradas para as eleições autárquicas de Novembro próximo, gerais e das assembleias provinciais de 2014, o Conselho Nacional do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) chancelou a nova composição da Comissão Política do partido e a recondução de Luís Boavida ao cargo de secretário-geral.
Tal como mandam os estatutos do MDM, estas mexidas foram propostas pelo presidente do partido, Daviz Simango, as quais foram fortemente debatidas e chanceladas durante a primeira sessão do Conselho Nacional, nos dias 15 e 16 do mês em curso, no distrito do Gurúè, na província de Zambézia.
Dos quadros que renovam no seio da Comissão Política Nacional do MDM, destacam-se Lutero Simango, Alcinda da Conceição, Agostinho Ussore, todos deputados da Assembleia da República; José Domingos, Albano Carige, Abdul Rahim e Maria Moreno, candidata vencida nas eleições intercalares em Cuamba, província de Niassa.
Entretanto, já não fazem parte deste órgão decisório Carlos Bernardo, que passa a ocupar o cargo de director-adjunto da escola do partido; Domingos Charles; José Lobo; Pedro Rodrigues; e Armando Cuna, estes três que passam a desempenhar funções de assessores do presidente.


O País

Da negligência por trás do apagão aos ministros contrabandistas de madeira

O Grande Maputo e especialmente a cidade de Maputo ficaram completamente às escuras a partir de cerca da meia-noite de sexta-feira, 08 de Fevereiro de 2013. E no momento em que escrevemos este editorial (terça-feira ao fim do dia), devido a um enorme esforço, quase sobre-humano, do pessoal técnico da EDM, está aparentemente remediado o problema, mas não está nem de perto nem de longe resolvido em definitivo, nem estará nos próximos 06 a 09 meses, de acordo com estimativas que nos avançaram especialistas por nós auscultados. E isto é muito grave!
Quando escrevíamos este editorial algumas zonas de Maputo continuavam às escuras, apesar dos bons vaticínios anunciados por quem estará a querer minimizar a gravidade da situação para a economia nacional.
A EDM ainda não explicou as causas da avaria grave mas prometeu para esta quarta-feira, hoje, dia 13 de Fevereiro, um esclarecimento público. Veremos o que nos vai dizer e se nos vai trazer a verdade.
Perante tão grave perturbação aos cidadãos e ao ambiente económico em Maputo – principal centro de negócios do País – é imperioso que a EDM, mas sobretudo o ministro da Energia não negligenciem o que se passou e não pretendam manter as pessoas na ignorância sobre o grave momento por que a capital do país está a passar e vai continuar a passar nos próximos meses, como tudo indica.
A solução encontrada até aqui remete o sistema de distribuição de energia a Maputo para a dependência de equipamentos instalados na Matola e algumas garantias de fiabilidade e crédito no sistema, introduzidas com a inauguração, há alguns anos atrás, do Centro de Despacho automático na Central Térmica de Maputo, deixaram agora de existir, devido à ocorrência de sexta-feira.
E é por isso mesmo que é preciso que se diga toda a verdade, sem rodeios. Voltamos atrás com o desastre que houve e é preciso anunciar as novas contingências.
É preciso que o Governo não omita a verdade como é seu costume fazê-lo para encobrir a sua incapacidade persistente apesar dos anos de experiência governativa que alardeia sistematicamente para desvalorizar eventuais alternativas de poder.
As nossas investigações permitem-nos afirmar que tudo foi causado por negligência e é preciso que o Governo não apareça a pretender desmentir o óbvio.
O sistema de refrigeração ou ar-condicionado da sala de comando da Subestação da Central Térmica estava inoperativo há meses e um aparato que deveria estar a ser operado a controlo-remoto a partir do Centro de Despacho situado no mesmo espaço da Central Térmica estava agora, desde há meses, a ser operado manualmente, exigindo isso a presença de um operador em permanência. É preciso que se explique isto! Em condições normais esta subestação não necessitaria de qualquer operador.
O ar-condicionado era fundamental para que o equipamento não estivesse sujeito a humidade, mas nem mesmo sabendo disso alguém na EDM foi capaz de não negligenciar o facto. E assim permitiu que as coisas chegassem onde chegaram!...
O operador que viria a falecer com a explosão não é de maneira nenhuma responsávelpelo sucedido. Ele teve de acionar um dispositivo que terá explodido por causa da humidade. E ele próprio foi vítima de negligência semelhante à que terá estado na origem da explosão e consequente incendio na SE5, no Campus Universitário, há cerca de um ano. Chamem-lhe “erro de engenharia” ou o que quiserem, mas é preciso que se diga toda a verdade ao País. No caso da SE5 ainda não foi publicado o resultado do inquérito mas sabe-se que foi por “erro de engenharia”.
Revelem toda a verdade!
O apagão geral, em Maputo, ainda que apenas por algumas horas, em Novembro do ano passado, foi um aviso de que ainda pior poderia vir a suceder, mas nem mesmo isso foi suficiente para que quem deveria ter agido, o fizesse em tempo oportuno.
Estamos agora sujeitos a novos apagões quando ocorrer qualquer alteração atmosférica, porque a solução encontrada é extremamente vulnerável.
Voltámos ao sistema de uma década atrás, com a agravante da rede de distribuição que ia aguentando, apesar da sobrecarga de consumo imposta pelos novos consumidores que se pretendeu satisfazer sem os devidos ajustamentos nos equipamentos da rede, agora não pode contar com o equipamento automático do Centro de Despachos e estar por isso de novo muito vulnerável.
Na melhor das hipóteses e como não será possível repor parte do equipamento que ficou destruído, porque a solução terá de ser tecnicamente um todo produzido à medida da necessidade do sistema de distribuição de Maputo, serão necessários entre 06 e 09 meses para instalar novas soluções completas. A ABB, alemã, produtora do equipamento afectado, não terá como colmatar apenas a parte que ficou afectada porque tem de se substituir tudo. A solução terá de ser de raiz e isso levará sensivelmente nove meses a poder acontecer, como nos contam.
É este o filme que nos espera!...
Mas mais do que as consequências imediatas e mais alargadas que ainda estão por avaliar, preocupa-nos o que poderá vir ainda a suceder no mesmo género, daqui em diante, com outro equipamento que agora está a servir de alternativa.
Perante isto tudo não precisamos de elaborar muito para chegar à conclusão de que os que foram eleitos andam a resolver seus problemas pessoais no lugar de governar.
A esta conclusão nos remete tanto o caso do “apagão”, fruto de negligência, como o caso das madeiras em que está acusado de estar envolvido o ministro da Agricultura actual, José Pacheco, e um outro que já ocupou o mesmo cargo, Tomás Mandlate, numa área em que a tutela lhes cabe.
Quem dirige anda primeiro que tudo a olhar para o seu umbigo, em vez de visar as reais necessidades públicas dos cidadãos. Depois ocorrem situações graves que apontam para negligência e pretendem escondê-las, mas felizmente há sempre alguém que os desmascara.
O mais recente relatório da Agência britânica de Investigação Ambiental, de que falamos nesta edição, vem autenticar tal quando cita um ministro que anda a pedir dinheiro a gente de conduta duvidosa em troca de concessões florestais. É nisso que se transformou o nosso Estado muito por culpa de gente de carácter precário a quem confiamos a gestão dos nossos recursos.
É tanta informalidade com irresponsabilidade à mistura a pontificar que andamos com sérias dificuldades de perceber aonde residem os escrúpulos de uma certa corja que nos gere. Sabemos que vão levantar o dogmático jargão de interferência externa, mas as evidências (reprodução de conversas e fotografias) não deixarão o mais estagiário dos incautos cair nessa.
É deprimente vermos um ministro que superintende a área das florestas estar a ajudar, para mais estrangeiros, a roubarem o seu próprio País e meia volta discursarem sobre auto-estima. É todo um mau exemplo de cima a baixo!...
Temos a convicção que é esse o modus operandi de uma certa elite da Frelimo, do topo à base, que enferma das mesmas doenças: negligência ou abuso de confiança.
A lógica é sempre a mesma: primeiro o bolso, depois o País. É assim que concessionaram à Vale a via-férrea até ao Porto. É assim que sacrificaram o povo de Cateme, e é assim que a electrificação é pensada no país, daí que continuamos com energia de má qualidade.
É assim que os processos do nosso Estado são tramitados.
Os senhores Pacheco e Mandlate foram “apanhados” por elevado descuido, mas é assim que funcionam, eles e muitos. Resultado: o desmatamento está a trazer efeitos perversos para o nosso ambiente e em contracena as nossas crianças continuam a sentar-se no chão nas escolas, por falta de carteiras. Os doentes ficam internados no chão enquanto podíamos arranjar soluções atenuantes com a nossa madeira para fazer camas.
A falta de visão de Estado e a mentalidade miserabilista dos altos dirigentes da Frelimo é que nos empobrece. A pobreza não está nas nossas cabeças, como um dia quiseram nos fazer acreditar. A pobreza de espírito de certos senhores é que nos empobrece. A pobreza de espírito está afinal na cabeça de quem nos governa.


Canal de Moçambique – 13.02.2013, citado no Moçambique para todos

Luis Boavida reconduzido no cargo de SG do MDM

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) reconduziu Luís Boavida no cargo de secretário-geral, durante a reunião do Conselho Nacional de domingo, em Quelimane, no centro do país, para analisar as eleições autárquicas deste ano e as gerais de 2014.
Luís Boavida, antigo deputado da Renamo, principal partido da oposição moçambicana, foi nomeado no ano passado secretário-geral do MDM, terceira força política do país.
Falando aos jornalistas, após a recondução no cargo, Luís Boavida assinalou que a grande aposta do MDM é "acelerar o passo na revitalização do partido a nível da base".
O presidente do MDM, Daviz Simango, também destacou a necessidade de os militantes se concentrarem nos futuros pleitos eleitorais.
"Precisamos de estar atentos e guia das nossas comunidades, começando pelo processo de recenseamento eleitoral", disse Daviz Simango.
Na semana passada, o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, promulgou o pacote eleitoral aprovado pela Assembleia da República de Moçambique, abrindo caminho à marcação do ciclo eleitoral que se inicia este ano com as autárquicas.
As leis estabelecem o quadro jurídico para a realização das assembleias provinciais, que aprovam a institucionalização do recenseamento eleitoral e o quadro jurídico da Comissão Nacional de Eleições e que estabelecem o quadro jurídico-legal para as eleições do presidente do conselho municipal e dos membros da assembleia municipal.
Com a entrada em vigor das leis, os órgãos eleitorais podem fazer a calendarização dos respetivos processos e submeter a data das eleições ao chefe de Estado.
O MDM já assegurou que vai participar este ano nas quartas eleições autárquicas e nas quintas presidenciais e legislativas, no próximo ano, devendo disputar apenas com a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.
A Renamo ameaçou não participar em nenhuma eleição por discordar da legislação eleitoral.



(RM/Lusa)

Monday 18 February 2013

"Resgatei dignidade da população" de Quelimane, diz autarca moçambicano

O autarca de Quelimane, Manuel de Araújo, eleito pelo MDM, terceira força política moçambicana, diz-se orgulhoso de ter "resgatado a dignidade da população", mas ainda tem um desafio: "ensinar a Frelimo (no poder no país) a ser oposição".
Em declarações à Lusa, o presidente do município de Quelimane (Zambézia, centro de Moçambique) assegura ter cumprido com o manifesto no primeiro ano do seu mandato de dois anos, que termina em outubro, ao "contornar" de cima os problemas e "devolver a robustez financeira" da autarquia.
"Quelimane parecia uma cidade abandonada, voltada ao extermínio ou que saía de uma guerra. Hoje orgulho-me do facto de ter devolvido à população a habilidade de sonhar, aliás, a razão que me fez voltar à política" precisa Manuel de Araújo, sustentando que "obras todo o homem faz, mas quando deixa de sonhar, está mais morto que vivo".
O autarca resume os problemas encontrados, que incluem "o apelido da capital dos buracos", "precipício financeiro, saneamento e uma burocracia que criou desincentivo ao investimento na autarquia, facto que causou a desistência de muitos investidores".
"Tomei posse e 15 dias depois a cidade foi fustigada por cheias, esse foi o duro golpe. Todo o mês de janeiro de 2012 fiquei sem assinar um único cheque ou fazer qualquer transação financeira, porque a anterior gestão (da Frelimo) havia trancado os cofres e sem deixar cartas aos bancos e tivemos o socorro do município da Beira (gestão do MDM)", lembra.
Contudo, diz o autarca, o maior problema atual é o facto de a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder em Moçambique) não saber comportar-se como oposição na cidade de Quelimane, "o que algumas vezes desacelera alguns projetos importantes na cidade".
"A Frelimo não sabe ser oposição, porque nunca antes foi oposição. É uma tarefa difícil, temos de os ensinar a eles (Frelimo) a ser oposição", diz Manuel de Araújo, explicando que o bloqueio daquele partido leva a que ainda não haja orçamento aprovado na autarquia.
A Assembleia Municipal de Quelimane, o órgão deliberativo, é constituída maioritariamente por membros da Frelimo e Renamo (Resistência nacional de Moçambique) o que coloca o executivo do MDM (Movimento Democrático de Moçambique) dependente das outras duas forças.
No domínio das infraestruturas, Manuel de Araújo garante ter conseguido "limpar" 85 por cento dos buracos da cidade, o que avolumou o parque automóvel na cidade, além de ter colocado quatro jogos de semáforos, símbolo de "renascimento e modernização de Quelimane" e reaberto uma piscina encerrada há mais de 15 anos.
Segundo o autarca, estão igualmente em reabilitação 13 quilómetros de valas para drenagem das águas residuais e evitar inundações em tempos de chuva, num projeto financiado pelo programa de cooperação norte-americano Millennium Challenge Account em cerca de 30 milhões de dólares (22,4 milhões de euros).
"O investimento está a voltar para Quelimane. Bancos comerciais e de microfinanças e empresas pesqueiras que haviam saído de Quelimane estão a voltar a implantar-se. Temos vários projetos para construção de hotéis de empresários portugueses, franceses, britânicos e chineses. Estamos a trabalhar para reduzir a burocracia e buscar respostas ao investimento", explica Manuel de Araújo.
No entanto, o autarca diz que precisa de "um mandato inteiro (quatro anos) para colocar Quelimane nos carris e depois entregar (a gestão) a outras pessoas para continuarem o trabalho".
Em novembro deste ano decorrem as quartas eleições autárquicas (para eleger presidentes dos municípios e assembleias municipais) e os partidos já estão em trabalhos internos para escolher os seus candidatos às 43 autarquias do país.



André Catueira, Lusa

Um livro para saborear

“The Best Flavours of Mozambique”.


Para o autor do prefácio, Naguib Omar, “para além da arte de bem cozinhar, este livro espelha um Moçambique na sua plenitude e no máximo do seu esplendor”.
Para quem aprecia os sabores de Moçambique, tem agora um instrumento, através do qual pode conhecer variadas receitas da culinária moçambicana.“Gastronomia Moçambique Contemporânea”, em versão inglesa “The Best Flavours of Mozambique”, é título do primeiro volume da colectânea “Sabores de Moçambique”, da autoria do mestre de cozinha moçambicano Acine Abdul, disponível no mercado.
Em meados de 2006, o autor decidiu escrever um livro de gastronomia moçambicana. O projecto foi ganhando forma, num “laboratório concebido para o efeito”.
Cedo Acine Abdul apercebeu-se de que não era possível “meter tudo no mesmo tacho”, razão pela qual optou por “preparar e servir em três pratos diferenciados”, ou seja, em três volumes.
O primeiro, “Gastronomia Moçambicana Contemporânea” (receitas criadas ou recriadas pelo autor). O segundo, “Gastronomia Típica/Tradicional” (mosaico de comidas, bebidas, frutos silvestres, de todas as províncias do país). O terceiro e último, “Sabores Exóticos de Moçambique” (Gastronomia Moçambicana com influências árabe, asiática e portuguesa).
No âmbito deste projecto, o autor teve o prazer de viajar por quase todo o país, para a recolha de imagens e pesquisa dos pratos, e maravilhar-se com a enorme riqueza de que Moçambique é possuidor. Perante esta constatação, decidiu registar no Instituto de Propriedade Industrial (IPI) a marca “Sabores de Moçambique” com vista a produzir, promover e comercializar “os produtos de excelência” do país.
Através de uma estratégia de marketing adequada e eficiente, a marca “Sabores de Moçambique” propõe-se a capitalizar o seu vasto potencial, nomeadamente os seus frutos, os seus mariscos, os seus peixes, as suas carnes, a sua amêndoa de caju, o seu amendoim, os seus óleos, entre outros.
“Gastronomia Moçambique Contemporânea” é para o autor o livro de gastronomia mais completo alguma vez publicado no país. divide-se em quatro fracções, nomeadamente, “Mariscos de água doce”, “Peixes de águas moçambicanas”, “Aves à moçambicana”, e “Carnes à moçambicana”.
Para o autor do prefácio, Naguib Omar, “para além da arte de bem cozinhar, este livro espelha um Moçambique na sua plenitude e no máximo do seu esplendor”.
Segundo o mesmo, o autor vai mais longe no seu livro e propõe-nos um “roteiro gastronómico” por vários locais turísticos de Moçambique.
“explica-nos os termos técnicos e revela-nos preciosos segredos de cozinha”, bem como a bebida adequada para acompanhar cada um dos seus pratos.

O País

Medidas de precaução contra eventuais ciclones

AS entidades gestoras de calamidades estão neste momento a posicionar-se com vista a uma rápida e eficaz resposta em caso de formação de um ciclone ou tempestade que se abata sobre a costa do país.
Contudo, ainda não existe nenhuma ameaça daqueles fenómenos, tanto no Oceano Indico, como no Canal de Moçambique, embora garanta-se a existência de condições favoráveis para o efeito.
João Ribeiro, Director-Geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), disse ontem ao “Notícias” que em termos de afectados pelas inundações, a situação mostra-se estacionária, estando, porém, em curso operações de busca de resgate de famílias sitiadas no Posto Administrativo de Nante, na Maganja da Costa, província da Zambézia.
Nesse sentido, acrescentou, a sua instituição está já a preparar-se para agir se eventualmente uma tempestade tropical ou mesmo ciclone fustigar o litoral moçambicano.
Enquanto isso, o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) disse estar em contínua monitoria do sistema de baixa pressão que se formou no Canal de Moçambique e que concorre para as chuvas intensas acompanhadas de trovoadas que até ontem se registavam na Zambézia.
Sérgio Buque, do Departamento de Análise e Previsão de Tempo no INAM, acrescentou que não havia indicação do sistema evoluir para ciclone tropical, pelo menos até o próximo sábado.
A fonte salientou que no Canal de Moçambique as condições estão criadas para o desenvolvimento de ciclones, principalmente devido a temperatura da água que está acima de 26,5 graus centígrados e a presença de uma instabilidade atmosférica.
Falando sobre as inundações na Zambézia, João Ribeiro disse que em Nante há ainda algumas famílias sitiadas a serem evacuadas por barcos, o mesmo que aconteceu, há dias, no distrito de Namacurra.
Nas áreas isoladas de Gaza, o INGC está a distribuir, através de meios aéreos, viveres para um mês, esperando-se que no fim daquele tempo as vias de acesso já estejam transitáveis para levar-se assistência de viaturas.
Ribeiro falava durante a cerimónia de despedida da unidade da Força Aérea sul-africana que ajudou no resgate de pessoas em árvores e telhados no Chókwè e Guijá entre finais de Janeiro e início de Fevereiro corrente.
Graça Chongo, em representação das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, agradeceu a prontidão, a competência e o zelo que os sul-africanos demonstraram no terreno.
Gerrie Pretorius, da Força Aérea da RAS, disse, por seu turno, que foi bom fazer a diferença na vida dos moçambicanos e se um dia o cenário exigir e as lideranças orientarem nesse sentido trará novamente a sua equipa para ajudar. Ao todo foram 24 homens que operaram com dois helicópteros e uma avioneta no resgate dos moçambicanos em risco.

José Chissano, Notícias

Sunday 17 February 2013

FEIMA melhora oferta de serviços

A capacidade de resposta da Feira Municipal de Artesanato, Flores e Gastronomia de Maputo (FEIMA), na área de gastronomia, vai aumentar, com o arranque da construção de mais sete restaurantes a partir deste ano.
Em funcionamento desde Novembro de 2010, o espaço verá o número dos seus restaurantes a subir de apenas dois para nove.
A lista de novos empreendimentos inclui ainda sanitários públicos, o que dará aos vendedores e utentes do espaço mais escolhas de locais para refeições, momentos de lazer e de higiene pessoal.
Arnaldo Monteiro, director municipal de Mercados e Feiras na capital, disse ontem ao “Notícias” que as novas obras vão se materializar graças a uma parceria entre a edilidade e uma firma privada.
Contudo, não revelou os investimentos nem o nome do parceiro, indicando apenas que aquelas obras compreendem a segunda fase da instalação da FEIMA.
Monteiro deu estes dados quando abordado pelo nosso Jornal sobre um eventual plano de venda do espaço onde se encontra aquela feira a um privado.
“Não existe nenhum plano de venda da área, nem houve. Muito pelo contrário, temos uma série de obras que esperamos iniciar ainda neste ano”, disse.
Com a construção de mais sete restaurantes, a feira passará a ter nove locais do género, uma vez que actualmente possui apenas dois.
Inaugurada nas celebrações do dia da cidade de Maputo em 2010, a FEIMA é um espaço nobre da capital, único onde se encontram congregados vendedores de produtos de artesanato, de flores e de comidas.
A entrada em funcionamento do espaço, cujas obras foram financiadas pela Agência Espanhola de Desenvolvimento Internacional, permitiu que os vendedores de artesanato que ocupavam passeios da parte inicial da 24 de Julho e junto do Hotel Polana abandonassem aqueles locais julgados impróprios ao comércio.
Não só, fez com que a capital tivesse um local de venda permanente daqueles itens, que se junta à feira da Praça 25 de Junho, na baixa da cidade de Maputo, que funciona apenas a os sábados.
No ano passado a edilidade abandonou a ideia de concessionar a gestão da Feira a um privado, mantendo-se administração da infra-estrutura com o município.
A ideia de concessão fora tomada em 2011, altura em que se lançou um concurso público com base no qual se pretendia seleccionar a entidade que passaria a gerir a feira numa parceria público-privada.

Notícias

Saturday 16 February 2013

“Sabores de Moçambique” reunidos em livro

Gastronomia Moçambique Contemporânea” é título do primeiro volume da colectânea da marca “Sabores de Moçambique” da autoria do mestre de cozinha moçambicano Acine Abdul, já disponível no mercado há sensivelmente um mês, disponível também na versão inglesa “The Best Flavours of Mozambique”.
Em meados de 2006, o autor decidiu escrever um livro de gastronomia moçambicana. Com muito empenho e sacrifício, o projecto foi ganhando forma, num “laboratório concebido para o efeito”.
Cedo Acine Abdul se apercebeu, de que não era possível “meter tudo no mesmo tacho”, razão pela qual optou por “preparar e servir, em tês pratos diferenciados”, ou seja em três volumes.
O primeiro, “Gastronomia Moçambicana Contemporânea” (receitas criadas ou recriadas pelo autor).
O segundo, Gastronomia Típica/Tradicional (mosaico de comidas, bebidas, frutos silvestres, de todas as províncias do País).
O terceiro e último, Sabores Exóticos de Moçambique (Gastronomia Moçambicana com influências árabe, asiática e portuguesa).
Quatro anos depois, o tão almejado primeiro volume, já se encontra pronto para ser publicado, encontrando-se o segundo e terceiro ainda num processo de produção.
No âmbito deste projecto, o autor teve o prazer de viajar por quase todo o país, para a recolha de imagens e pesquisa dos pratos, e maravilhar-me com a enorme riqueza de que Moçambique é possuidor. Perante esta constatação, decidiu registar no Instituto de Propriedade Industrial (IPI), a marca “Sabores de Moçambique” com vista a produzir, promover e comercializar “os produtos de excelência” deste belo país.
Através de uma estratégia de marketing adequada e eficiente, a Marca “Sabores de Moçambique” propõe-se a capitalizar o seu vasto potencial, nomeadamente os seus frutos, os seus mariscos, os seus peixes, as suas carnes, a sua amêndoa de cajú, o seu amendoim, os seus óleos, entre outros.
“Gastronomia Moçambique Contemporânea” é para o autor o livro de gastronomia mais completo alguma vez publicado no país, divide-se em quatro fracções, nomeadamente, “Mariscos de água doce”, “Peixes de águas moçambicanas”, “Aves à moçambicana”, “Acompanhamentos” e “Carnes à moçambicana”.
Para o autor do prefácio, Naguib Omar, “para além da arte de bem cozinhar, este livro espelha uma Moçambique na sua plenitude e no máximo do seu esplendor”.
Segundo o mesmo, o autor vai mais longe no seu livro e propõe-nos um “roteiro gastronómico” por vários locais turísticos de Moçambique “ explica-nos os termos técnicos e revela-nos preciosos segredos de cozinha” bem como a bebida adequada para acompanhar cada um dos seus pratos.
Artes como artesanato, pintura, escultura, música, literatura, moda, também farão parte do universo de produtos a serem comercializados através da Marca Sabores de Moçambique.



Como tudo começou?


Em Março de 1977 Acine Abdul saiu de Moçambique para Portugal para estudar Filosofia. Depois de muito tempo conseguiu uma bolsa de estudo na Universidade Clássica de Lisboa.
“Nos dias de semana almoçava nas cantinas universitárias. Para os jantares e fins-de-semana tinha de preparar eu próprio as refeições, necessidade que despoletou em mim um interesse, hoje tornado paixão”.
O autor explica que, numa primeira fase foi trabalhando em bares, cafeteiras, restaurantes e serviços de catering.
Esta vivência profissional motivou Acine Abdul a que dez anos depois tivesse trocado a Filosofia pela Hotelaria “ não só porque esta era mais apelativa, mas também porque para ela estava mais vocacionado”.
Em paralelo, o mestre foi fazendo outros cursos intensivos de formação turística e investigando em particularmente o sector da cozinha e restauração. “ Este empenho de corpo e alma obrigou-me a que durante seis meses só dormisse duas horas por dia. Hoje sinto que valeu a pena o sacrifício, pois foi esse ‘know how” que me permitiu a minha marca na gestão de hotéis e restaurantes, quer em Portugal, quer em Moçambique” concluiu.


Notícias , 13 de Fevereiro de 2013

Friday 15 February 2013

“Detractores internos de Guebuza são incompetentes”

Grande Entrevista com Prof. Jaime Macuane



“A Frelimo precisa de ter um líder que entenda que os mais de 20 milhões de moçambicanos não são militantes do partido Frelimo. Que o partido só tem três milhões e qualquer coisa de membros. Há mais de 19 milhões de cidadãos que não são do partido Frelimo. E estes mais de 19 milhões precisam de encontrar respostas para as suas necessidades e precisam de se sentir cidadãos de um País independente, em que os seus filhos derramaram sangue para liberta-lo” Dr. Jaime Macuane.
O partido no poder, a Frelimo é um partido maduro o suficiente para entender que os níveis de contestação popular a que chegou, mostra que a sua forma de fazer política é desajustada ao actual contexto. As greves constantes quer de populares e de classes profissionais mostra que o Governo já não está a ser capaz de satisfazer as necessidades das pessoas.


Matias Guente, Canalmoz. Leia aqui.


EDITORIAL

O FORNECIMENTO de energia eléctrica a Maputo e Matola sofreu um revés esta semana, devido à explosão de painéis de controlo na Subestação da Central Térmica de Maputo. Acidental que foi, a situação não só colheu a todos de surpresa, como também causou danos, humanos e materiais, e complicou a vida de muitas empresas, instituições e até de muitas famílias.
Com o apagão que se gerou, a actividade económica ficou afectada. O comércio desacelerou, as indústrias funcionaram a meio gás e a actividade social ficou seriamente condicionada. Por outras palavras, a vida marcou passo, com todos os prejuízos sociais, económicos e financeiros numa sociedade onde tudo, ou quase tudo, funciona com base na energia eléctrica.
O que tanto o grande público consumidor de energia eléctrica está ansioso em saber são as causas que estarão por detrás do incidente. Nós acreditamos, humildemente, que este conhecimento é igualmente importante até para a empresa de tutela, a Electricidade de Moçambique (EDM), enquanto ponto de partida para o necessário apuramento de responsabilidades e eventual adopção de medidas para prevenir fenómenos similares no futuro.
Quer dizer, a EDM terá que aplicar-se a fundo no apuramento das causas da explosão, mesmo porque essa é uma atitude que se impõe na gestão de um sistema que, definitivamente, exige um redimensionamento constante da sua capacidade face ao aumento da demanda de energia eléctrica, em quantidade e em qualidade.
No entanto, mais do que todos os transtornos e prejuízos causados pelo apagão, as consequências resultantes alertam-nos sobre a necessidade de se associar o crescimento físico de cidades como Maputo e Matola, a uma expansão e fortalecimento da qualidade da electricidade que chega aos consumidores.
Entendemos que esse fortalecimento não se deve ficar apenas pelo alargamento do número de consumidores que se ligam à rede de distribuição, sendo igualmente necessário que se garanta que o universo de cidadãos já ligados, beneficiem de um serviço cada vez mais fiável e de elevada qualidade.
O que o cidadão consumidor de energia eléctrica espera é ter um serviço seguro, o que se pode traduzir na disponibilidade de electricidade para as mais variadas utilidades, sem riscos de quebras de qualidade ou descontinuidades na oferta do serviço.
Aludimos, por exemplo, a problemas como a danificação de equipamentos ou de produtos cuja conservação depende da energia eléctrica.
Tanto quanto sabemos, a EDM ainda não assumiu um posicionamento sobre o eventual ressarcimento dos consumidores que arcaram prejuízos em consequência da situação, o que certamente vai implicar o investimento de verbas avultadas para cobrir esta despesa imprevista.
A EDM tem responsabilidades na implementação de acções visando manter o sistema em condições adequadas de funcionamento.
Este exercício, pelo que entendemos, pressupõe uma rotina de verificação, limpeza e ou substituição dos materiais que mostrem sinais de desgaste ou de obsolescência.
Está igualmente claro que se impõe uma postura urbana e responsável por parte do público consumidor, que precisa de abster-se de aderir a ligações clandestinas, muitas vezes apontadas como estando na origem de quebras na qualidade da energia eléctrica.
Além disso, as ligações clandestinas retiram à EDM a possibilidade de fazer uma leitura real do consumo de energia eléctrica, o que certamente concorre para o sub dimensionamento das necessidades de manutenção ou reforço do sistema.
O incidente ocorrido na Central Térmica chama atenção para a necessidade de a EDM vigiar melhor o seu sistema de distribuição, numa altura em que o grosso das suas atenções está concentrado na componente de expansão do acesso.
É preciso melhorar o conhecimento que se tem do sistema, de modo a minimizar os riscos de ocorrência de descontinuidades no fornecimento de energia. É preciso também que a EDM se assegure de que o sistema funciona um anel, com possibilidade de corrigir rapidamente eventuais falhas ou descontinuidades.
Felizmente, já foi restabelecido o fornecimento de energia eléctrica a Maputo e Matola, mas fica o alerta sobre a urgência de se viabilizar a redundância do sistema, ao mesmo tempo que se fortalece a sua capacidade de resposta à crescente demanda de energia eléctrica, ditada pelo crescimento tanto das cidades como da população.

Notícias

Thursday 14 February 2013

Conexões de primeira classe

Corte ilegal de madeira no país com contornos alarmantes

Contrabando, corte ilegal da madeira e corrupção em Moçambique.

Uma investigação secreta realizada no ano passado pela Environmental Investigation Agency (EIA) aponta graves discrepâncias nos dados do comércio de madeira revelados pelas autoridades moçambicanas e os revelados pelas autoridades chinesas, evidências de elevadas quantidades de madeira que saem ilegalmente de Moçambique e o clientelismo político por parte de algumas figuras do dirigismo nacional. Pelos números da EIA, só no ano passado, o nosso país perdeu cerca de 29 milhões de dólares em impostos. Seguem-se as partes mais significativas do relatório da EIA.

Discrepância de números

Discrepâncias nos dados comerciais indicam que, em 2012, companhias chinesas importaram entre 189 615 e 215 654 metros cúbicos de madeira, exportados ilegalmente de Moçambique – constituindo 48% de todas as importações da China do país. Ademais, as pesquisas da EIA demonstram que as importações chinesas de Moçambique em 2012 excedem massivamente não só as exportações licenciadas, mas também excedem o licenciamento florestal em 154 030 metros cúbicos – gerando uma percentagem alarmante de 48% de corte ilegal no país. Tais crimes custam a Moçambique milhões de dólares a cada ano em impostos perdidos, recursos cruciais para o quarto país mais subdesenvolvido do mundo.
Elaborado a partir de um relatório da EIA de novembro de 2012 sobre as importações ilegais de madeira da China, este relatório providencia casos de estudo de algumas das maiores companhias que hoje estão a cometer estes crimes em Moçambique, expondo as técnicas de contrabando, o clientelismo político e a corrupção que o facilita.

Os números

Uma análise dos dados do comércio madeireiro sino-moçambicano, durante os últimos seis anos, demonstra um claro padrão de corte ilegal e de contrabando de madeira. Em 2012, o governo de Moçambique registou exportações de 260 385 metros cúbicos de madeira em tora e serrada ao mundo, incluindo a China, enquanto a China registou importações de 450 000 metros cúbicos de madeira em tora e serrada de Moçambique.
A discrepância é de 189 615 metros cúbicos, constituída quase inteiramente de madeira em tora contrabandeada fora de Moçambique por empresas chinesas, e provavelmente composta primariamente por espécies de “primeira classe” – cuja exportação em tora é proibida.
Em 2012, a China registou importações de 323 000 metros cúbicos de madeira em tora de Moçambique, enquanto Moçambique registou exportações globais de madeira em tora para o mesmo período de apenas 41 543 metros cúbicos.
A escala do contrabando é espantosa - com a discrepância a constituir 42% do total das importações registadas pela China de Moçambique em 2012, e ainda 72% do total de exportações de madeira de Moçambique registados para os mercados globais naquele ano. Enquanto 2012 demonstrou a discrepância mais alta dos últimos anos, o padrão do contrabando já era perceptível há alguns anos.
Entre 2007 e 2012, mais de 707 025 metros cúbicos das importações chinesas de madeira moçambicana não foram registados como exportações por Moçambique.
A perda financeira deste comércio ilegal é significativa. Em 2010, as exportações de madeira moçambicana para China foram de 49 milhões de dólares, enquanto as importações de madeira proveniente de Moçambique registadas na China foram de 134 milhões de dólares, o que indica que 85 milhões de dólares desapareceram.
Contabilizando o facto de que a China importa 90% de toda madeira exportada de Moçambique (e não todas as exportações globais de Moçambique), pode inferir-se que 215 654 metros cúbicos, ou 48% de todas as importações da China em 2012, não foram registados como exportações pelas autoridades de Moçambique.
Aplicando esta mesma lógica aos últimos seis anos, pode inferir-se que 804 622 metros cúbicos de madeira provenientes de Moçambique – principalmente madeira em tora – foram contrabandeados para China entre 2007 e 2012.

Corte ilegal de madeira em Moçambique

Com o crescimento do volume de madeira comercializado entre China e Moçambique, é possível identificar como o contrabando que abastece a demanda chinesa está a contribuir directamente para o corte ilegal de madeira em Moçambique.
O licenciamento florestal de Moçambique em 2012 foi de 321 370 metros cúbicos, o mais alto desde 2007. Utilizando um cálculo de conversão de 80% para as importações de madeira serrada da China (Roundwood Equivalent – RWE), e juntando isso às importações de madeira em tora, um total de 475 400 metros cúbicos de madeira em tora teria que ser colhido para fornecer os registos de importações chinesas de madeira moçambicana para 2012. Isso indica que as importações de madeira moçambicana da China excederam o licenciamento florestal em 154 030 metros cúbicos para 2012 – gerando uma taxa de corte ilegal de 48% no país.
De facto, entre 2007 e 2012, as importações registadas pela China de Moçambique excederam o licenciamento florestal em todos os anos, com excepção de 2009. Durante este período, companhias chinesas importaram 401 181 metros cúbicos(RWE) acima do licenciamento florestal de Moçambique.
Desde 2007, o Corte Anual Admissível (CAA) de Moçambique tem sido de 515 672 metros cúbicos por ano, o qual contribui para a definição do licenciamento florestal. Em 2012, as importações chinesas de madeira de Moçambique aumentaram 22%, somente 40 000 metros cúbicos abaixo do CAA de Moçambique.
Se este comércio continuar a aumentar, as importações chinesas excederão o CAA de Moçambique em 2013. Nenhuma destas estatísticas inclui exportações para outros mercados ou o consumo nacional de madeira em Moçambique, os quais, se incluídos, revelariam índices de corte e de comércio total de madeira em Moçambique dramaticamente maiores que os índices legais e sustentáveis.
Como se pode perceber, a maioria do comércio sino-moçambicano não é apenas ilegal, mas provavelmente está desmatando as florestas de Moçambique além do seu rendimento máximo sustentável.



 O País