Falta de energia provocou caos e prejuízos na capital.
Ontem, ao quarto dia sem electricidade, Maputo transformou-se numa cidade fantasma: empresas sem abrir, muitos negócios parados, trânsito caótico, ao que se juntou um calor infernal. Famílias, comércio, indústria e serviços andam com a calculadora na mão a somar prejuízos. A EDM diz que hoje se volta, finalmente, à normalidade, mas o mal há muito que está feito e é tempo de saber se paga a conta.
Técnicos da Electricidade de Moçambique trabalham a todo o vapor, desde sexta-feira, para que Maputo volte a ter energia eléctrica. O próprio presidente do Conselho de Administração da empresa, Augusto Sousa, faz-se ao terreno para acompanhar os trabalhos e até foram contratados técnicos da Alemanha para ajudar na solução, mas o certo é que, até ontem à noite, pelo quarto dia consecutivo, Maputo continuava às escuras, com luz a espaços, aqui e acolá, por algum tempo.
As consequências foram indisfarçáveis: se no fim-de-semana foram os programas sociais que sofreram, ontem foi o trabalho, a produção, pois foi o primeiro dia útil de trabalho pós...crise.
Em toda a cidade foi um vê se te avias. Todos os que têm na energia eléctrica um bem precioso para o seu trabalho não trabalharam. A menos que tivessem geradores, como foi o caso dos bancos, das seguradoras, das telefonias móveis.
O certo é que a capital não se dá, definitivamente, sem energia. A EDM perspectiva uma ligação alternativa à cidade. Experimentou-a a espaços ao longo do dia de ontem, mas há cidades que, pela sua dimensão, já não podem experimentar energia durante algumas horas e, depois, entrarem em apagão.
Por volta das 16 horas de ontem, o administrador da empresa para a área de produção, transporte e operador do mercado, Adriano Jonas, disse que alguns bairros da cidade, nomeadamente a zona da Sommershield, Polana Cimento, já tinham corrente. Mas as zonas dos grandes centros comerciais, casos da baixa e do Alto-Maé, entre outros, ainda estavam às escuras. Jonas garantiu que até às 20h00 de ontem a corrente seria restabelecida, mas isso não sucedeu, pelo menos até ao fecho do nosso jornal.
Tiago Valoi , O País
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