AS entidades gestoras de calamidades estão neste momento a posicionar-se com vista a uma rápida e eficaz resposta em caso de formação de um ciclone ou tempestade que se abata sobre a costa do país.
Contudo, ainda não existe nenhuma ameaça daqueles fenómenos, tanto no Oceano Indico, como no Canal de Moçambique, embora garanta-se a existência de condições favoráveis para o efeito.
João Ribeiro, Director-Geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), disse ontem ao “Notícias” que em termos de afectados pelas inundações, a situação mostra-se estacionária, estando, porém, em curso operações de busca de resgate de famílias sitiadas no Posto Administrativo de Nante, na Maganja da Costa, província da Zambézia.
Nesse sentido, acrescentou, a sua instituição está já a preparar-se para agir se eventualmente uma tempestade tropical ou mesmo ciclone fustigar o litoral moçambicano.
Enquanto isso, o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) disse estar em contínua monitoria do sistema de baixa pressão que se formou no Canal de Moçambique e que concorre para as chuvas intensas acompanhadas de trovoadas que até ontem se registavam na Zambézia.
Sérgio Buque, do Departamento de Análise e Previsão de Tempo no INAM, acrescentou que não havia indicação do sistema evoluir para ciclone tropical, pelo menos até o próximo sábado.
A fonte salientou que no Canal de Moçambique as condições estão criadas para o desenvolvimento de ciclones, principalmente devido a temperatura da água que está acima de 26,5 graus centígrados e a presença de uma instabilidade atmosférica.
Falando sobre as inundações na Zambézia, João Ribeiro disse que em Nante há ainda algumas famílias sitiadas a serem evacuadas por barcos, o mesmo que aconteceu, há dias, no distrito de Namacurra.
Nas áreas isoladas de Gaza, o INGC está a distribuir, através de meios aéreos, viveres para um mês, esperando-se que no fim daquele tempo as vias de acesso já estejam transitáveis para levar-se assistência de viaturas.
Ribeiro falava durante a cerimónia de despedida da unidade da Força Aérea sul-africana que ajudou no resgate de pessoas em árvores e telhados no Chókwè e Guijá entre finais de Janeiro e início de Fevereiro corrente.
Graça Chongo, em representação das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, agradeceu a prontidão, a competência e o zelo que os sul-africanos demonstraram no terreno.
Gerrie Pretorius, da Força Aérea da RAS, disse, por seu turno, que foi bom fazer a diferença na vida dos moçambicanos e se um dia o cenário exigir e as lideranças orientarem nesse sentido trará novamente a sua equipa para ajudar. Ao todo foram 24 homens que operaram com dois helicópteros e uma avioneta no resgate dos moçambicanos em risco.
José Chissano, Notícias
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