O procurador-geral da República de Moçambique, Augusto Paulino, denunciou a existência de magistrados ao serviço do crime organizado, que fazem "despiste dos elementos de provas", mas avisou que será "implacável" contra os "agentes infiltrados" ao sistema judicial.
Falando na cerimónia de tomada de posse de novos magistrados do Ministério Público para as procuradorias distritais, Augusto Paulino reconheceu que há "felizmente poucos, entre procuradores, juízes e advogados, os que são autênticos serviçais do crime organizado".
De acordo com Augusto Paulino, no sistema judicial moçambicano, "há casos de ´sumiço` de processos com conivência de juízes, procuradores, advogados e funcionários dos cartórios".
Também há situações de "permanência inusitada de processos nos gabinetes de juízes e procuradores, meses a fio, sem despacho, para ganhar tempo para as manobras programadas pelo crime organizado, nomeadamente a transferência de valores, a fuga do país, o despiste de elementos de prova".
Mas, disse, "contra o crime organizado não pode haver meio-termo: ou ela acaba com o modelo social de organização do Estado que estamos a edificar ou o Estado acaba com ele".
Por isso, "continuaremos a ser implacáveis, intolerantes e absolutamente resolutos para combater este tipo de manobras de agentes infiltrados no nosso seio ao serviço do inimigo, custe o que custar", disse.
Lusa
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