Thursday 7 February 2013

Para aflição geral de Gaza: Limpopo volta a subir

A BACIA do Limpopo poderá registar um novo pico de caudal, mas as autoridades gestoras dos recursos hídricos tranquilizam dizendo que não se prevê impactos muito significativos para a vida das pessoas.
De acordo com as informações avançadas ontem, em Maputo, por Rute Nhamucho, chefe do Departamento dos Recursos Hídricos, entre terça e quarta-feira, foi registado um pico do caudal na ordem de 1300 metros cúbicos por segundo na estação de Beit Bridge, na fronteira com a África do Sul.
Face à previsão da continuação da ocorrência de chuva intensa sobre a Bacia do Limpopo nos países a montante, em particular no Zimbabwe, e a contribuição do pico de caudal na ordem de 1300 metros cúbicos registado em Beit Bridge, prevê-se que passe por Combumune uma onda de 4000 metros cúbicos por segundo nos próximos dois dias.
Este escoamento deve chegar à zona do Chókwè/Caniçado na ordem de 3000 metros cúbicos por segundo nos próximos quatro dias.
Nesta ordem, o nível medido no Chókwè, que já se encontrava abaixo do alerta ontem, poderá voltar a subir ultrapassando a escala de cinco metros considerado como sendo o ponto de aviso.
Entretanto, dadas as fragilidades ainda prevalecentes na Bacia do Limpopo, Rute Nhamucho aconselha para a necessidade de vigilância permanente e máxima atenção aos avisos.
“Em condições normais, este caudal pode ser absorvido no leito do rio, mas na situação actual é difícil prever o que pode acontecer”, disse Nhamucho.
Em consequência das cheias registadas naquela bacia, perto de 140 mil pessoas continuam nos centros de acomodação temporários à espera dum melhor momento para regressarem às zonas de origem. A maior parte desta população provém do distrito do Chókwè, um dos mais flagelados.
O caudal medido em Macarretane, na altura da última inundação do Chókwè, era de cerca de nove mil metros cúbicos por segundo. O avaliado junto à fronteira com a África do Sul foi de oito mil metros cúbicos por segundo e o que entrou no território moçambicano atingia 10 mil metros cúbicos por segundo no dia 19 de Janeiro, contando com contribuições provenientes do rio Limpopo.
Segundo as contas da DNA, o pico previsto para os próximos dias está muito abaixo em relação à última cheia.
Outro motivo de alarme, de acordo com Rute Nhamucho, é o Rio Umbelúzi, que tem estado a registar elevados escoamentos de tal modo que dos cinco metros cúbicos por segundo que normalmente são libertados pela Barragem dos Pequenos Libombos passou-se para 24 metros cúbicos por segundo.
Explicações dadas pela nossa fonte apontam que as descargas podem vir a aumentar nos próximos dias na medida em que a Barragem dos Pequenos Libombos já atingiu a chamada curva-guia que corresponde à quantidade de água que deve estar disponível por estas alturas do ano para que continue a manter a necessária capacidade de encaixe. Dados a que a nossa Reportagem teve acesso dão conta que aquela infra-estrutura estava já a 90,2 por cento da sua capacidade de enchimento.
Em resultado dos elevados escoamentos gerados a montante, já há alguns reflexos a nível da água que abastece a cidade de Maputo que se apresenta turva. As autoridades chamam a atenção que a coloração não constitui problema, sendo que a mesma está apta para o consumo porque foi previamente tratada.
Relativamente às zonas centro e norte do país, nas bacias do Zambeze, Púnguè, Licungo, Búzi e Messalo, os níveis hidrométricos estão abaixo do alerta mas com tendência de subir face à precipitação prevista nesta região.


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