O MÊS de Janeiro da presente época chuvosa (2012-2013) foi caracterizado por queda de chuvas intensas e intermitentes em quase todo o território nacional, mas com maior destaque para as zonas sul e centro do país com precipitação total em 10 dias superior a 300 milímetros.
De acordo com a análise feita pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), a precipitação acumulada de algumas regiões representadas pelas estações meteorológicas superou não só a climatologia do passado mês de Janeiro, como também a do trimestre Janeiro a Março.
Com efeito, regiões como Ndindiza (726 milímetros), Xai-Xai (575mm), Panda (643mm), Espungabera (558mm), Chimoio (468mm), Milange (512mm), Quelimane (473mm), Nampula (478mm), Marrupa (433mm) e Mueda (312mm) espelham o tipo de padrão que prevaleceu durante o referido período, explicando em parte o drama das cheias e inundações que se vive actualmente nalgumas regiões do país.
A antevisão para o período Fevereiro/Março/Abril (FMA) mostra maior probabilidade de ocorrência de chuvas normais com tendência para acima do normal em quase todo o país, com excepção de uma parte da faixa litoral da província de Nampula e parte do oeste da província de Tete, onde espera-se maior probabilidade de ocorrência de chuvas normais com tendência para abaixo do normal.
Segundo a monitoria feita pelo INAM, o início da segunda metade da época chuvosa 2012-2013, que decorre de Janeiro a Março, foi caracterizada por chuvas intensas e intermitentes em todo o território nacional, em curto espaço de tempo, o que contribuiu significativamente para as inundações, destruições de infra-estruturas e perdas de vidas com maior destaque para as zonas sul e centro.
Esta constatação também é bem patente com anomalias acima de 200 milímetros de precipitação registada no mês de Janeiro em relação a climatologia do mesmo mês, sobretudo na faixa costeira da província de Gaza (nordeste do distrito de Bilene-Macia, Xai-Xai, sul de Chibuto, Mandlakazi e Chicualacuala), e província de Inhambane (partes dos distritos de Zavala, Inharrime e Panda) e entre 100 e 200 milímetros nos distritos de Mossurize e Sussundenga, na província de Manica junto à fronteira com o Zimbabwe e na faixa costeira da província da Zambézia (distritos de Nicoadala) e Nampula (distritos de Angoche e Mogincual).
O estado actual do ENSO (El Niño Oscilação Sul), um dos principais indicadores de precipitação da África Austral, mostra que apesar do ligeiro arrefecimento das águas superficiais do Pacífico Equatorial, prevalece na situação neutral e os modelos indicam a continuação desta situação até ao fim da época chuvosa.
Até ao momento, pelos dados partilhados ontem no Conselho Técnico de Gestão das Calamidades, realizado em Maputo, as intempéries causaram a morte de 105 pessoas, a maioria das quais em Gaza (41) na sequência das cheias, 19 na Zambézia e 17 em Nampula. Outros locais que já registaram óbitos de Outubro até ao momento são a cidade e província de Maputo (7), Sofala (3), igual número em Tete e Manica, 5 em Cabo Delgado e 7 em Niassa.Apesar da elevada concentração de pessoas nos centros de acomodação, particularmente em Gaza, onde totalizam 172598, as autoridades estão satisfeitas por até ao momento não ter ocorrido óbitos.O número de doentes registados na passada quinta-feira era de 1369 padecendo de doenças comuns como diarreias, malária (a maior parte dos casos), conjuntivite, hipertensão, doenças de pele, entre outras. Desde que foram abertos os centros de acomodação a 24 de Janeiro foi registado um cumulativo de 9805 casos de doença.
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