A empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM) diz ter terminado, Terça-feira última, o trabalho que vai assegurando o fornecimento de energia eléctrica a capital moçambicana, Maputo.
O principal centro urbano do país foi afectado por vários apagões, consequência directa duma explosão havida na madrugada de Sábado último na subestação localizada na antiga Central Térmica da EDM em Maputo. A explosão causou a morte dum trabalhador da EDM.
Falando esta quarta-feira em conferência de imprensa, o presidente do Conselho de Administração (PCA) da EDM, Augusto de Sousa Fernando, disse que na manhã de Terça-feira ultima concluiu-se a ligação directa para garantir o fornecimento de energia à parte baixa da cidade de Maputo, uma das mais afectadas pelos apagões.
“Desde Terça-feira, temos a situação minimizada. Há algum trabalho que ainda tem de ser feito para normalizar a situação”, disse ele, sublinhando, no entanto, que as ligações alternativas não vão afectar a qualidade de fornecimento de energia.
“Por ser uma solução provisória poderá haver alguns problemas, mas não nas proporções que tivemos no fim-de-semana”, admitiu o engenheiro Augusto Fernando.
A cidade de Maputo é alimentada por duas principais subestações, uma localizada na vizinha cidade da Matola e a outra em Infulene (também no Município da Matola), mas num bairro próximo do local onde se localiza a antiga Central Térmica de Maputo, infra-estrutura a que se encontram ligadas as duas subestações.
Normalmente, a subestação da Matola alimenta a zona baixa da cidade de Maputo e a de Infulene alimenta a zona alta. Há possibilidade de se fazer interligação das duas linhas em caso de emergência. Em caso de falha numa das subestações, passa-se a carga a outra e vice-versa.
Entretanto, com a explosão verificada na “central térmica”, essa interligação entre as duas subestações ficou comprometida.
Apesar disso, o PCA da EDM considera que não haverá problemas de qualidade de energia em Maputo. “Existe o risco, mas é difícil avaliar isso porque a fonte da Matola é fiável e tem uma grande vantagem que é o facto de possuir dois transformadores e três linhas”, disse Fernando.
“Pelo que me lembre, nunca tivemos situações de avarias na Matola. Podemos ter avarias, mas não prolongadas. Em termos de risco, não posso dizer que o risco é zero, mas a semelhança de outras cidades – como Xai-Xai e Inhambane, que dependem duma única fonte, a parte baixa de Maputo passou a depender duma única fonte e não de duas”, acrescentou ele.
Enquanto isso, técnicos da empresa alemã fornecedora do equipamento danificado, a ABB, parte esta Quinta-feira daquele país com destino a Maputo para apurar as causas da explosão ocorrida na central térmica de Maputo.
A EDM diz não saber ainda os prejuízos provocados no equipamento, mas uma avaliação preliminar, considerando os painéis danificados, estima-se que a sua reposição poderá custar entre cinco e seis milhões de dólares.
Contudo, a empresa pública terá que voltar a pagar pelo novo equipamento porque o agora danificado estava já fora do período de garantia (apenas de um ano), apesar de ter sido montado em 2007. Mas Augusto Fernando afirma que a EDM está assegurada.
A questão de indemnizações às ‘vítimas’ ainda é uma incógnita, uma vez que a empresa considera que “foi um incidente imprevisível e não premeditado”. Várias famílias queixam-se de ter perdido electrodomésticos, entre outros danos.
Contudo, a empresa admite a hipótese de se analisar caso a caso e decidir sobre possíveis compensações a atribuir aos consumidores lesados, que além de singulares, inclui empresas, fábricas, empresas de prestação de serviços, entre outros.
(RM/AIM)
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