Moçambique está numa fase de viragem no seu crescimento económico, devido a grandes descobertas de recursos minerais e exploração de outros de elevado valor comercial como é o caso do carvão mineral, uma situação que está a interessar o Banco Mundial.
Desde o inicio deste ano, Moçambique recebeu três missões de alto nível do Banco Mundial, sendo que a última é composta por nove sub-directores, que terminaram a sua visita ao país este domingo.
Num encontro com jornalistas hoje, em Maputo, horas antes de deixar o país, John Witehead, porta-voz do grupo, disse que o Banco Mundial está interessado em apoiar Moçambique a transformar o crescimento económico e as potencialidades existentes devido à exploração dos recursos minerais na melhoria das condições de vida das populações e consequente redução da pobreza.
Witehead explicou que o Banco Mundial está preocupado com o facto de Moçambique estar a registar altas taxas de crescimento económico que ainda não se reflectem na vida dos moçambicanos, por isso esta instituição internacional tem enviado várias missões para apoiar o país.
Segundo o interlocutor, o Banco Mundial, ao mais alto nível, está preocupado com a pobreza e geralmente quando se atribui financiamento a qualquer país, pondera-se a questão de como tal financiamento vai resolver o problema da pobreza, qual será o tratamento da questão da criança e da igualdade de género.
“Moçambique está num ponto de viragem importante no seu desenvolvimento económico. Moçambique está a registar um grande desenvolvimento económico, que ainda não conseguiu abranger a todos. Este desenvolvimento não se converteu, ainda, na melhoria e progresso das condições de vida das populações. Moçambique deve aprender isso, por isso estamos a fazer esse acompanhamento”, explicou.
Sobre os recursos minerais, o porta-voz do grupo de sub-directores do Banco Mundial disse que o Governo deve criar condições para que os recursos minerais tragam benefícios para todos os moçambicanos.
“A nossa impressão é de que Moçambique está no bom caminho, mas é preciso criar todas as condições para trazer benefícios dos recursos minerais para todo o povo moçambicano. A riqueza é importante desde que seja utilizada para o benefício do povo. A situação macro-económica está bem encaminhada e controlada e Moçambique tem uma boa oportunidade para combater a pobreza e criar postos de trabalho, beneficiando as populações. Olhando para isso, estes são dois aspectos importantes que levarão o país a acabar com a pobreza”, defendeu.
Witehead reconheceu a importância dos recursos minerais, mas advertiu que é preciso olhar para outros sectores importantes na redução da pobreza e que devem merecer investimentos adequados.
Disse que “é preciso abrir espaço para que a agricultura possa desempenhar o seu papel, para que haja emprego a longo prazo. Também é preciso investir mais na saúde e educação”.
O grupo de sub-directores do Banco Mundial que visitou Moçambique durante três dias é composto por nove membros que representam cinco continentes e 70 países.
A última vez que Moçambique recebeu uma delegação de tal envergadura foi há 18 anos.
O objectivo da visita era de inteirar-se das preocupações do Governo, sector privado, organizações não governamentais e sociedade civil de modo a se ter impressões do impacto dos projectos do Banco Mundial em Moçambique.
(AIM)
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