Monday 31 December 2012

Em mensagem de Fim de Ano: MDM promete bater-se por um Moçambique para todos

Daviz Simango
Daviz Simango
O PRESIDENTE do Movimento Democrático de Moçambique, Daviz Simango, enviou, por ocasião do natal e do fim do ano, uma mensagem de esperança ao povo moçambicano, na qual renova o
o compromisso da sua organização política de lutar por um Moçambique para todos.
“Queremos renovar o nosso compromisso, de lutarmos por um Moçambique para todos, onde cada um de nós se sinta livre; onde cada um de nós possa participar livremente na vida política, económica e social sem ser perseguido ou obrigado a alianças para assegurar o seu próprio investimento”, refere a missiva divulgada esta semana na Cidade da Beira.
Na mensagem em que se destaca a realização do I Congresso do partido, que teve lugar neste mês de Dezembro na Cidade da Beira, Daviz Simango refere que o ano de 2012 foi também marcado por prisões políticas e arbitrárias contra jovens moçambicanos “nossos membros, apoiantes e colaboradores, pelo uso da força pública e das instituições públicas, pelos detentores do poder, que fizeram nascer os momentos inesquecíveis dos presos políticos. Este ano foi marcado por vandalização de símbolos do partido, bem como perseguição de membros, incluindo transferências arbitrárias daqueles que se encontram na função pública”.
Segundo o líder do MDM, o seu partido foi criado para participar na vida política nacional de uma forma activa, enérgica, responsável, organizada, tolerante e trabalhadora.
“Num Estado de Direito governa quem tem aval do povo, mas, infelizmente, ainda temos este desafio resultante de quem se tenta perpetuar no poder a todo o custo, violando os Direitos Humanos e os direitos consagrados na Constituição da República. As violações das liberdades e dos Direitos Humanos nunca devem ficar impunes, e de nenhum modo se deve cultivar a cultura de impunidade. Por isso, continuaremos a lutar para que a nossa pátria não haja estas situações”, refere a mensagem de Simango que convoca os moçambicanos a “continuarem a defender e a lutar pelos princípios fundamentais, bem como promover a liberdade e os direitos individuais, a democracia, os Direitos Humanos, o Estado de Direito, a justiça, a igualdade, o respeito por instituições nacionais fortes e transparentes”, defende a mensagem de fim de ano da terceira força política nacional, classificação ditada pelos resultados das eleições de 2009.
O presidente do MDM lança um ataque ao Governo e ao partido Frelimo. “Queremos renovar o nosso compromisso de lutarmos por um Moçambique para todos, onde cada um de nós se sinta livre; onde cada um de nós possa participar livremente na vida política, económica e social sem ser perseguido ou obrigado a alianças para assegurar o seu próprio investimento. Temos que estar à frente dos processos, para que os nossos filhos não continuem a ser encurralados nas células do partido; para que este país não seja terra de instrumentalizados pelos sonhos alheios. E para que esta economia seja verdadeiramente independente e próspera, temos que trabalhar para ascender ao poder e fortalecer o Estado, geri-lo por forma a impulsionarmos a expansão dos bancos às áreas rurais e levando a que o povo participe activamente na vida social, política e económica, gozando de uma cidadania plena e limpa, sem exclusão”.



Notícias

Sunday 30 December 2012

Diagnosticar a crise, entendê-la, abordá-la e vencê-la

É possível e não tão difícil como poderá parecer à primeira vista…
Juntamente com o “sistema económico mundial” os governos são os culpados pela situação de crise…
Fácil é aos políticos atirarem a culpa para os outros quando a crise ou dificuldades chegam. Sobejamente sabido é que os políticos são especialistas em atribuir as culpas aos outros.


Noé Nhantumbo, Canalmoz. Leia aqui.


Saturday 29 December 2012

Moçambique será segundo maior produtor mundial de gás liquefeito

Governo satisfeito com acordo entre Andarko e ENI para construção de complexos de liquefacção no norte do país


 O governo moçambicano está satisfeito com um acordo alcançado entre duas companhias estrangeiras para a construção conjunta de complexos de liquefacção de gás no norte do país, disseram fontes da indústria de exploração de gás

O acordo preliminar foi alcançado entre a companhia americana Anadarko e a italiana ENI.
Fontes da indústria de gás disseram que o acordo de colaboração é algo de invulgar na indústria de exploração de gás mas que ao assinarem o acordo, a Anadarko e a ENI respondiam a pressões do governo moçambicano que quer impedir que na exploração do gás se repita o que aconteceu na exploração do carvão na província de Tete com as a companhias a desenvolverem separadamente as suas próprias infra-estruturas.
Segundo um comunicado da Anadarko esta companhia e a ENI concordaram em “coordenar o desenvolvimento de reservatórios de gás natural comuns na zona offshore 1 operada pela Anadarko e a zona offshore 4 operada pela ENI”.
As duas companhias, disse o comunicado, vão levar a cabo “actividades separadas mas coordenadas de desenvolvimento off shore” e ao mesmo tempo – e aqui a importância do comunicado – “vão planear e construir em conjunto complexos de liquefacção" na província de Cabo Delgado”.
Aliás foram já dados a conhecer concursos para o desenho e construção desses complexos.
​​Inicialmente prevê-se a construção de dois complexos com a capacidade de produção anual cada um de cinco milhões de toneladas de gás liquefeito. Cada complexo, ou “train” na língua inglesa, custa entre quatro a cinco mil milhões de dólares.
Contudo o plano total para o desenvolvimento do gás do norte de Moçambique prevê a construção 10 desses complexos o que tornará a zona no segundo maior complexo de liquefacção de gás do mundo a seguir ao Qatar. Os investimentos para isso deverão portanto totalizar cerca de 50 mil milhões de dólares.
Os depósitos de gás são tão abundantes que a Anadarko disse que a companhia está agora a considerar “Joint Ventures” para financiar até um terço dos seus interesses em Moçambique. Uma “Joint Venture” iria ajudar a Anadarko com os custos de desenvolver as reservas enormes ao largo de Moçambique e reduzir também os seus riscos.
Analistas afirmam que a Anadarko não deverá ter problemas em atrair outras companhias e alguns desses analistas afirmam que a SHELL poderá estar interessada.

 
​​ João Santa Rita, VOA

Guebuza: claims of corruption are 'just talk'

In an interview in Brussels on 16 December 2012 with President Armando Guebuza, the questioner said: "One of the key questions in Mozambique is how to improve governance. Mozambique is still troubled by corruption problems and lack of transparency." Guebuza responded angrily: "I do not agree with that characterization. This is just talk." The interviewer citied Transparency International, but the President repeated: "Whoever might be saying this, it is just talk."
The interview was done for the magazine Great Insights, published by the European Centre for Development Policy Management in Maastricht, Netherlands, which published a special issue on Mozambique. http://www.ecdpm.org/Web_ECDPM/Web/Content/ Download.nsf/0/C9912335D7E74BBCC1257AD4002D349B/$FILE/GREAT1-10final.pdf
The issue contained a number of critical articles. Paul Malin, head of the European Union delegation in Maputo, wrote that "while the economy may be changing rapidly, the political system is resistant to change. A multi-party democracy exists in which many of the practices of the one-party era continue. Access to information is limited and accountability mechanisms weak. There is confusion between party and state." And he warned that "there remain parts of the country largely unchanged since peace was established 20 years ago, but they are shrinking."
And Marc de Tollenare, who worked for more than a decade in Mozambique, including for the Swiss embassy, writes: "On the political front, all objectives were made secondary to securing continued rule by Frelimo. For Frelimo this is nothing less than complying with a historical mission resulting from the fact that it liberated the country from colonial rule."
"The point made is not that Frelimo intentionally tries to keep a majority of the Mozambicans poor. The point is rather that there are stronger political incentives than poverty reduction that have shaped the political economy of Mozambique," he continues. This "has produced a state apparatus that is not geared towards the production of collective goods and securing equal rights and protection for all citizens. The state is turned in[to] an executive branch of a party."
But he is critical of the donors as well. "The core activity of embassies is quickly shifting from aid to business. The good governance agenda has been put on hold, or transferred to the business sector."


Joseph Hanlon, MOZAMBIQUE 210 , News reports & clippings

"E que ninguém diga, depois, que não foi avisado..."

Meu caro Simeão
Espero que esteja tudo bem contigo. Do meu lado está tudo normal, felizmente.
Queria hoje comentar contigo uma coisa que está a acontecer, neste momento em que te escrevo, num país africano.
Pois nesse país, há já uns bons anos, o Governo e um movimento de guerrilha assinaram um Acordo de Paz que pôs fim a uma guerra civil.
Mas os guerrilheiros acusam o Governo de não estar a cumprir aquilo que assinou nesses acordos. Em vários aspectos mas, nomeadamente, no que diz respeito à desmobilização e reinserção dos combatentes.
Os rebeldes cansaram-se de esperar que o Governo cumprisse com aquilo que assinou e voltaram à guerra. Neste momento já tomaram quatro capitais provinciais e estão a uma centena de quilómetros da capital do país.
Tudo isto se passa na República Centro-Africana. Mas será que esta história não nos recorda nada de mais próximo? Será que, mudando o nome do país, o nome da capital e das capitais provinciais e o nome do movimento, não estaremos perante exactamente a mesma história do que se passa entre nós, neste preciso momento?
O Governo de Bangui já aceita negociar com os rebeldes Seleka, desde que eles abandonem as cidades que tomaram. Os rebeldes dizem que isso nem é bom pensar. Que o Governo já não controla nada e o melhor é demitir-se.
Eu estou em crer que o Governo deixou as coisas chegarem a este ponto porque estava convencido de que, em caso de guerra, facilmente venceria os rebeldes. Só que se enganou, e agora é tarde demais para desfazer o erro.
Será que esta história não deveria servir de lição, no nosso país, enquanto ainda é tempo?
Não deveríamos deixar a arrogância em 2012, entrando em 2013 com mais seriedade no enfrentar dos problemas do país?
Num país em que tanto se fala de Paz e Unidade Nacional tão pouco se vê fazer para preservar essa Paz e essa Unidade. Um Governo que se diz aberto ao diálogo senta-se à mesa apenas para negar razão a todos os problemas apresentados pela RENAMO. Diálogo é isso?
Não sei quem está a traçar a estratégia governamental nesta crise mas sei que, se a guerra voltar ao nosso país, grande parte do sangue derramado cairá por cima da(s) sua(s) cabeça(s) arrogante(s).
E que ninguém diga, depois, que não foi avisado...
Um abraço para ti do
Machado da Graça
CORREIO DA MANHÃ – 28.12.2012, citado no Moçambique para todos

Friday 28 December 2012

Fronteira de Ressano Garcia poderá registar 36 mil saídas

Pouco mais de 36 mil pessoas, entre turistas e mineiros, é o número que as autoridades migratórias da fronteira de Ressano Garcia esperam atender no dia 2 de Janeiro de 2013,naquilo que vai constituir o pico de movimento de regresso à África do Sul depois da quadra festiva em Moçambique.
De acordo com o chefe daquele posto fronteiriço, Lázaro Mariano Saraiva, a saída de nacionais e estrangeiros começou ontem a ganhar intensidade, com a fila de pessoas a atingir já a paragem dos transportes semi-colectivos de passageiros.
“O movimento está a inverter-se. Enquanto no dia 22 de Dezembro registamos o pico em termos de entradas, neste momento começa o movimento de regresso” – disse Saraiva ao “DM”.
De acordo com aquele oficial dos serviços migratórios, embora a situação esteja a inverter-se, continuam a entrar mais viajantes através daquela fronteira, entre nacionais e estrangeiros.
A título de exemplo, revelou que 4.254 pessoas foram atendidas no posto Ressano Garcia, no período que vai das 06:00 do dia 25 até à mesma hora de 26 de Dezembro.
Daquele número, 1.374 são nacionais, 1.976 estrangeiros, 496 mineiros e 408 repatriados, ou seja, cidadãos que entram na África do Sul sem documentos, presumindo-se que sejam moçambicanos.

TRANSPORTE
INTERPROVINCIAL

Entretanto, depois de um breve abrandamento na procura de transporte interprovincial, o movimento voltou a dar indicações de agitação a partir de ontem, nos terminais da cidade de Maputo.
Quarta-feira, os transportadores que fazem ligação entre a capital do país e algumas províncias tiveram momentos de escassez de passageiros.
Alguns deles acabaram viajando com os seus autocarros quase vazios, situação que contrastava com a das vésperas do Natal, cuja procura foi exageradamente grande, tendo chegado ao extremo de obrigar alguns viajantes a pernoitarem nos terminais.
Aproveitando-se desta azáfama, alguns operadores começaram a especular os preços de passagem e das bagagens, o que criava revolta no seio dos utentes.
Para evitar que o fenómeno registado na véspera do Natal se repita no fim do ano, a coordenadora do Terminal Interprovincial da Junta, Inês Infante Mindo, apelou para que quem quisesse viajar o fizesse com alguma antecedência.
A contar pelo movimento tendencialmente crescente de passageiros àquele lugar, parece que o apelo foi acatado.



Diário de Moçambique

“Os jovens não podem continuar instrumentalizados por sonhos alheios”

Daviz Simango, Presidente do MDM

Acusa Daviz Simango na sua mensagem de fim do ano.
O presidente do Movimento Democrático de Moçambique apela aos moçambicanos a estarem à frente dos processos, evitando deste modo o encurralamento das células da Frelimo.
O presidente do Movimento Democrático de Moçambique, Daviz Simango, enviou, por ocasião do natal e do fim do ano, uma mensagem de esperança ao povo moçambicano. Na sua nota introdutória, Daviz Simango refere que o ano de 2012 foi marcado por prisões políticas e arbitrárias contra jovens moçambicanos “nossos membros, apoiantes e colaboradores, pelo uso da força pública e das instituições públicas, pelos detentores do poder, que fizeram nascer os momentos inesquecíveis dos presos políticos. Este ano foi marcado por vandalização de símbolos do partido, bem como perseguição de membros, incluindo transferências arbitrárias daqueles que se encontram na função pública”.
Simango refere que o seu partido foi criado para participar na vida política nacional de uma forma activa, enérgica, responsável, organizada, tolerante e trabalhadora. “Num Estado de Direito governa que tem aval do povo, mas, infelizmente, ainda temos este desafio resultante de quem se tenta perpetuar no poder a todo o custo, violando os direitos humanos e os direitos consagrados na Constituição da República. As violações das liberdades e dos direitos humanos nunca devem ficar impunes, e de nenhum modo deve-se cultivar a cultura de impunidade. por isso, continuaremos a lutar para que a nossa pátria não haja estas situações”, refere a mensagem de Simango, que convoca os moçambicanos a “continuarem a defender e a lutar pelos princípios fundamentais, bem como promover a liberdade e os direitos individuais, a democracia, os direitos humanos, o Estado de Direito, a justiça, a igualdade, o respeito por instituições nacionais fortes e transparentes”, defende Simango. O presidente do MDM lança um ataque ao Governo e ao partido Frelimo. “Queremos renovar o nosso compromisso, de lutarmos por um Moçambique para todos, onde cada um de nós se sinta livre; onde cada um de nós possa participar livremente na vida política, económica e social sem ser perseguido ou obrigado a alianças para assegurar o seu próprio investimento. Temos que estar à frente dos processos, para que os nossos filhos não continuem a ser encurralados nas células do partido; para que este país não seja terra de instrumentalizados pelos sonhos alheios. E para que esta economia seja verdadeiramente independente e próspera, temos que trabalhar para ascender ao poder e fortalecer o Estado, geri-lo por forma a impulsionarmos a expansão dos bancos às áreas rurais e levando a que o povo participe activamente na vida social, política e económica, gozando de uma cidadania plena e limpa, sem exclusão”.

Thursday 27 December 2012

Fala-se de crise e esta é real embora se esconda a sua razão ou causa

Em Moçambique nada poderia ser mais artificial…
Uma engenharia da crise condena pessoas a miséria atroz…
Nunca se mentiu tanto em tão pouco tempo em Moçambique sobre uma suposta crise financeira. Reconheçamos que sucessivos ministros das Finanças, primeiros-ministros e dois PR’s ainda não conseguiram “acertar na bola”.


Noé Nhantumbo, Canalmoz. Leia aqui.

Moçambique é aposta dos empresários portugueses para 2013

Os empresários portugueses acreditam que a crise que se vive actualmente na Europa arrastar-se-á por mais uma geração, elegem Moçambique como o mercado com mais potencial e os sectores do Turismo e Tecnológico como os mais interessantes para 2013. Estas são as principais conclusões do barómetro MARKETmeter da agência de comunicação pressmedia, depois do inquérito realizado a 200 empresas em Portugal, entre 15 de novembro e 15 de dezembro.
Consolidar, intensificar e diversificar serão os factores críticos de sucesso necessários para suportar a sustentabilidade e o crescimento das PME portuguesas em 2013, face à mais que provável quebra de consumo a nível interno para o próximo ano, resultante, principalmente, do aumento da carga fiscal e da redução dos salários.
Para cerca de 80% dos inquiridos, o sucesso para 2013 assentará em três factores: consolidar a quota de mercado a nível interno, intensificar a presença em mercados extra-comunitários e diversificar as áreas de actuação.
De acordo com os empresários inquiridos, quando confrontados com a escolha de três mercados internacionais mais favoráveis para as empresas portuguesas, Moçambique lidera o ranking, com 160 referências, seguindo-se o Brasil (136), Angola (115), Colômbia (81) e o Peru (43).
No inquérito solicitou-se também aos empresários que elegessem os 3 sectores com mais potencial de crescimento em 2013 e concluiu-se que os sectores do Turismo e das Tecnologias (170 e 165 das referências, respetivamente) são os preferidos, seguidos pelos sectores do Ambiente (118), da Agricultura (80) e da Industria (40).


RM

Nelson Mandela recebe alta após 19 dias internado em Pretória

O ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, recebeu alta do hospital nesta quarta-feira. Ele estava internado em Pretória desde o dia 8 de dezembro. Nesse período, Mandela, 94 anos, passou por uma cirurgia para retirada cálculos biliares e enfrentou uma infecção pulmonar.
Os familiares do ex-presidente, incluindo a sua mulher, Graça Machel, passaram o dia de Natal ao lado de Mandela, no hospital. Esta foi a sua mais longa hospitalização desde que foi libertado da prisão em 1990.
Nelson Mandela já havido sido hospitalizado em janeiro de 2011 por uma infecção pulmonar, provavelmente devido à sequelas da tuberculose contraída durante a sua passagem por Robben Island, onde passou 18 dos seus 27 anos de cativeiro nos calabouços do regime racista do apartheid.


   Edmundo Galiza Matos, RM

Wednesday 26 December 2012

Mensagem do Presidente do MDM por ocasião do Natal do Ano Novo



Moçambicanas e Moçambicanos, Caros cidadãos, Dentro de escassos dias comemora-se o Natal, Dia da Família, e também o Fim-do-Ano e a entrada no Ano Novo de 2013. Não poderíamos deixar de Vos dirigir umas palavras de apreço. Natal é o dia em que nasceu numa gruta, em Belém, o menino, Jesus Cristo. A história é de uma mãe perseguida, que acabou dando à luz num local modesto. Natal é a celebração de grande amor de Deus, o dia em que Deus nasceu no mundo, trazendo paz, luz, amor, esperança, uma nova vida. O filho de Deus Jesus de Nazaré, nasceu em Belém, como uma criança humilde e marginalizada e encontrou todas e todos neste mundo, oferecendo-lhes a presença e a reconciliação de Deus. Hoje é momento de libertar os olhos de esperança, acreditando que esta data há-de promover na humanidade o sopro de vida de que tanto necessitamos. Esperamos que com a imagem do menino Jesus, que nos vem à mente, os nossos corações sejam premiados pela paz, paternidade e amor ao próximo. Minhas Senhoras e Meus Senhores, Este ano foi marcado por prisões políticas e arbritárias contra jovens moçambicanos, nossos membros, apoiantes e colaboradores, pelo uso da força pública e das instituições públicas, pelos detentores do poder que fizeram renascer os momentos inesquecíveis dos presos políticos. Este ano foi marcado por vandalização de simbolos de partido bem como perseguição de membros, incluindo transferências arbitárias daqueles que se encontram na função pública. Criámos o MDM, para participar na vida política nacional duma forma activa e enérgica, duma forma responsável e organizada, duma forma tolerante e trabalhadora. Num Estado de Direito governa quem tem aval do povo e isto se faz através do voto nas urnas, duma forma transparente, livre e justa, mas infelizmente ainda temos este desafio resultante de quem se tenta perpetuar a todo custo, violando os direitos humanos e os direitos consagrados na Constituição da República. As violações das liberdades e dos direitos humanos nunca devem ficar impunes, e de nenhum modo se deve cultivar a cultura de impunidade, por isso continuaremos a lutar para que na nossa pátria não haja estas situações. Temos de continuar a defender e a lutar pelos princípios fundamentais a promover a liberdade e os direitos individuais, a democracia e os direitos humanos, o Estado de Direito, a Justiça e a Igualdade, o respeito por instituições nacionais fortes e transparentes assim como pela promoção de eleições livres e justas, acrescidas de liberdade de imprensa e imparcialidade na informação, bem como por responsabilidade do governo perante os concidadãos. Minhas Senhoras e Meus Senhores, O 1º Congresso do MDM constituiu um marco histórico, abriu a esperança aos moçambicanos sobre a vitória do nosso partido, mostrou que o MDM é um verdadeiro partido da unidade nacional representado por pessoas e culturas de todas as regiões do país, uniu os moçambicanos que connosco trabalham de forma abnegada no processo desenvolvimento, progresso, reconciliação, democracia e paz, sobre o facto de podermos vir a sermos uma opção credível e consensual como alternativa político-partidária para governar Moçambique. Reteiramos os nossos agradecimentos a todos que directa ou indirectamente contribuíram para o sucesso da realização do Congresso, pois foi o momento de reafirmação do MDM como um partido de unidade nacional, representado por nossos Delegados de todas as culturas e de todas as partes do nosso país. Estendemos a nossa admiração e respeito à Imprensa, pela forma como realizou o seu trabalho no decorrer do Congresso. Estamos cientes de que sem imprensa livre não se constrói um Estado Democrático, nem se garante à sociedade os seus direitos. Compatriotas, Temos acompanhado de que decorrem diálogo entre o partido Renamo e o Governo da Frelimo, a portas fechadas, e no fim de cada sessão de diálogo cada um nos transmite a sua versão, um atirando pedras sobre outro e vice versa, algo cultivado desde os acordos de Paz. O MDM privilegia o diálogo construtivo como forma de como moçambicanos possam encontrar formas de todos contribuirmos para a construção da nossa sociedade, mas queremos apelar que abram as portas para que ao vivo possamos acompanhar e participarmos no processo, e deixarmos a parte de portas fechadas pois ao longo dos vinte anos vem mostrando que não funciona, não tenham medo, os moçambicanos querem ouvir, ver e participar nestes diálogos que se diz ser de interesse dos moçambicanos, aqui fica o nosso conselho não nos escondam o que andam a discutir em nome dos moçambicanos. Por isso nos reserva o direito de vós convidar e lembrar vos de que não sois ilhas, mas moçambicanos constituídos dai que encontrem outra forma de dialogo com tolerância, respeito e amor ao próximo, não façam tardar o sonho dos jovens por ambições particulares, temos que imediatamente encontrar soluções aos problemas na mesa, duma forma justa e sem discriminação, lembrem-se que queremos construir uma nação solidaria. Moçambicanas e Moçambicanos, O próximo ano 2013, será um ano eleitoral e o nosso desejo é de que as Eleições do próximo ano não se transformem numa imagem de exclusão social nem de coligação entre as entidades que as organizam e o Partido no poder. O Povo moçambicano estará mais vigilante neste aspecto, pois é sentimento comum de que há necessidade de consolidação de toda a família moçambicana, o que deverá passar por eleições livres, justas e transparentes, e pela libertação dos Municípios de interesses particulares. Continuamos a acreditar que nenhum tirano vencerá a família moçambicana. Por isso, temos que estar unidos, temos que saber contornar os obstáculos, e nisto caminharemos juntos. Nós estamos do lado do povo, por isso apesar de acreditarmos que no futuro temos a celebrar vitórias aconselho-os a trabalharem de forma abnegada na educação cívica eleitoral e a se recensearem para os próximos desafios, porque não há vitória que não nos obrigue a suar. Por isso e por esta via queremos convidar a todos moçambicanos, para que usemos o benefício que a nossa Constituição nos oferece, para elegermos e sermos eleitos, participando activamente no processo de recenseamento eleitoral para que de uma forma livre façamos a escolha do nosso destino, pois é fundamental que cada um de nós contribua votando, definindo desta forma o futuro que nos reserva. Moçambicanas e Moçambicanos, Caros cidadãos, Queremos renovar o nosso compromisso, de lutarmos por MOÇAMBIQUE PARA TODOS, onde cada um de nós se sinta livre, onde cada um de nós possa participar livremente na vida politica, económica e social sem ser perseguido ou obrigado a alianças para assegurar o seu próprio investimento. Temos que estar à frente dos processos, para que os nossos filhos não continuem a ser encurralados nas células do partido, para que este país não seja terra de instrumentalizados pelos sonhos alheios. E para que esta economia seja verdadeiramente independente e próspera, temos que trabalhar para ascender ao poder e fortalecer o Estado, geri-lo por forma a impulsionarmos a expansão dos bancos às áreas rurais e levando a que o povo participe activamente na vida social, política e económica gozando de uma cidadania plena e limpa, sem exclusão. O programa da Redução da Pobreza é um fracasso por causa da exclusão social, daí que a nossa vitória será um alicerce para estimularmos que os jovens regentes agrícolas possam obter financiamento para produzirem grandes quantidades de comida para os centros urbanos, nos vales úberes e férteis como Limpopo, Zambeze, no planalto de Angónia, no Niassa e em outras terras diversas do país, para que os sete milhões de meticais sejam uma base e alavanca que possa tornar Moçambique o celeiro de África e não importador, como até hoje acontece. Uma economia livre desenvolve um Estado próspero, um Estado livre da corrupção. A nossa responsabilidade é tornarmos o nosso País num pólo de desenvolvimento industrial, assente na transformação de recursos naturais, o que permitirá diversificar as nossas exportações e tornarmos livres da dependência de fundos externos o nosso orçamento do Estado. Quando chegarmos aqui teremos um verdadeiro Estado, que favorece a plena competição no mercado, um Estado que não discrimina entre aqueles que pagam impostos e outros que não pagam, como acontece agora em que muitos não pagam impostos por privilégios atribuídos pelo partido que defendem. Temos que ter clareza do que significa participarmos nestas próximas eleições, pois através delas poderemos devolver o poder àqueles que deram a sua vida na luta de libertação nacional, mas que foram excluídos; aqueles que lutaram pela democracia, mas estão sendo excluídos; aqueles que estudaram mas não têm acesso ao mercado do emprego porque não alinham com os ideiais de que só é moçambicano aquele que pensa de mesma forma como eles. O mais está em desenvolvermos e querermos a fruição do pensamento livre e que todos sejamos iguais nos sacrifícios e benefícios, e ninguém possa ser mais que o outro porque lutou dez anos. Somos todos filhos desta terra e merecemos por igual o benefício dela. Não podemos sair desta terra à procura de outra, porque melhor terra não há senão aquela onde nascemos. São cada vez mais e muitos os moçambicanos que trabalham connosco dia e noite nesta luta e batalha árdua, porque acreditam que o nosso projecto é sério e iremos vencer, sabem que o nosso ideário é em favor de um Estado de Justiça social para que tenhamos um MOÇAMBIQUE PARA TODOS, não um país de uma elite predadora, que não se preocupa com a solução do problema de habitação e emprego que aflige os jovens, que não se preocupa com os velhos abandonados, deficientes e mendigos. Saibam que a razão e a roda do tempo gira em nosso favor. Na FAMÍLIA DE TODOS OS MOÇAMBICANOS não se destigue entre aqueles que participaram na criação e nascimento do MDM, nem entre aqueles que promoveram a chamada Revolução de 28 de Agosto e estiveram no nosso 1º Congresso, pois o nosso princípio não é destribuir privilégios nem honras. Recordamos que apesar de não distribuirmos honras, honramos e invocamos a memória dos acidentados de Gorongosa e outros compatriotas que tombaram nesta marcha, rumo a MOÇAMBIQUE PARA TODOS. Solidarizamo-nos com os regressados da ex RDA há mais de vinte anos excluídos de uma vida digna. Solidarizamo-nos com os desempregados e excedentários das privatizações mal sucedidas desde 1987 até esta parte, quando o país se abriu à economia liberal. Solidarizamo-nos com os vários compatriotas desmobilizados, mutilados que continuam a lutar para se beneficiarem das suas pensões, e tomamos a liberdade de os defender para que situações justas sejam empreendidas e os seus casos resolvidos, para que esses nossos concidadãos possam continuar a educar os seus dependentes. Solidarizamo-nos com os diversos funcionários públicos espalhados pelo país a trabalharem em difíceis condições, que tudo fazem e procuram fazer para cuidarem da nossa saúde, para nos educar e nos servir, e muitos se vêm privados de parte dos seus magros ordenados descontados para cofres particulares, enfim desafios que ainda teremos de enfrente ao longo do próximo ano. Minhas senhoras e Meus Senhores, Esperamos que o próximo ano seja repleto de esperança, de modo a partilharmos, o desejo de vermos um Estado forte e particularmente uma economia viável e Concorrencial, cada vez mais Empregadora e Inovadora. Precisamos duma economia mais forte, atingindo desta forma os níveis desejáveis e concorrenciais, dando oportunidade e acesso a cada vez mais e melhores tecnologias, bem como ao aproveitamento dos recursos disponíveis, para o interesse nacional. Precisamos duma sociedade moçambicana atenta a vários processos de globalização, alimentando deste modo a visão futurista dum ambiente sustentável de realizações e desafios. Permitam-me a terminar, desejar a todos, em nome de todos os membros e simpatizantes do MDM, e em meu nome pessoal, um Natal Feliz, um Dia Família e um Ano Novo, cheios de Paz, Amor, Saúde, Amizade e Repleto de Esperança. Estendo também votos de Festas Felizes a todos os expatriados que vivem no nosso País. Que Deus abençoe a Família Moçambicana e nos ilumine nas tarefas que a História nos confere.

Maputo, 24 de Dezembro de 2012 Daviz Mbepo Simango (Presidente do Movimento Democrático de Moçambique)

 

Economia moçambicana continua a registar bom desempenho

Apesar da conjuntura externa pouco favorável, o desempenho económico de Moçambique, em 2012, foi extraordinário devido às políticas económicas sólidas que permitiram o crescimento, baixar a inflação e reforçar as reservas internacionais, segundo a recente avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A mesma instituição diz também ter concluído a quinta avaliação do desempenho económico moçambicano no âmbito do acordo trienal ao abrigo do Instrumento de Apoio à Política Económica (PSI). E mantém a estimava segundo a qual o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) irá atingir 7,5 por cento no ano prestes a findar.
Este cenário será estimulado pelo “desempenho robusto dos serviços e um contributo mais significativo do sector de carvão, enquanto a inflação permanece em baixa”, segundo escreve um comunicado enviado ao @Verdade.
Embora os riscos mundiais sejam consideráveis, o aumento da extracção de carvão continuará a impelir o crescimento económico de Moçambique. A estabilidade económica do país e o conjunto de políticas prudentes postas em práticas nos últimos anos devem ajudar a economia a fazer face à desaceleração mundial.
De acordo com o mesmo comunicado, o abrandamento gradativo da política monetária em 2012 apoiou, entre outros aspectos, a expansão do crédito ao sector privado, preservando igualmente o ambiente de baixa inflação.
“Todos os critérios de avaliação para o final de Junho de 2012 foram cumpridos, com a excepção da ultrapassagem temporária do limite ao crédito líquido ao Governo. Os progressos nas reformas estruturais também foram, de modo geral, satisfatórios, apesar de alguns atrasos”.
O programa económico das autoridades no âmbito do PSI continuará a enfatizar a preservação da estabilidade económica e a sustentabilidade da dívida, em simultâneo à promoção do desenvolvimento económico e social.
A política monetária estará virada para a expansão do crédito ao sector privado, sem perder de vista o compromisso com a meta de inflação a médio prazo. O empenho em reforçar a supervisão e o quadro de gestão de crises protegerá o sector financeiro dos impactos transfronteiriços.
O FMI refere ainda que com base num orçamento prudente para 2013, o objectivo das políticas públicas será utilizar o espaço fiscal disponível para suprir as necessidades infra-estruturais e apoiar o alargamento das redes de protecção social de modo a estimular o crescimento inclusivo, em consonância com a estratégia de redução da pobreza (PARP) das autoridades para o quadriénio 2011-2014.


A Verdade

Moçambique oferece oportunidades de investimento “importantes” em diversos sectores

"...a economia moçambicana baseia-se cada vez mais na indústria, com especial incidência nas áreas petrolífera e mineira”.
Moçambique oferece actualmente “importantes oportunidades de investimento em diversos sectores”, que vão das infra-estruturas ao turismo e energia, de acordo com o mais recente Guia de Negócios e Investimento no país.
Publicado pela sociedade de advogados Cuatrecasas, Gonçalves Pereira, em parceria com a congénere Couto Graça e Associados, o guia aborda, entre outros aspectos, as leis de investimento, relações laborais, parcerias público-privadas bem como os regimes específicos para sectores como a energia, minas e petróleo e gás.
“Dotado de ricos e vastos recursos naturais, tais como o mar e rios, gás, carvão, minerais, madeiras e extensos terrenos agrícolas, a economia moçambicana baseia-se cada vez mais na indústria, com especial incidência nas áreas petrolífera e mineira”, refere o guia.
Até muito recentemente, frisa, a economia moçambicana baseava-se “essencialmente na agricultura”.Beneficiando da robustez na indústria extractiva e no tecido produtivo até ao início do quarto trimestre, as previsões de crescimento económico em Moçambique foram revistas em alta, tanto interna como externamente.
De acordo com estatísticas oficiais moçambicanas, o crescimento económico acelerou no segundo trimestre, para 8%, mais 1,7 pontos percentuais do que no período homólogo, apesar da conjuntura global de abrandamento, que afecta alguns importantes parceiros comerciais.


 O País

Tuesday 25 December 2012

Monday 24 December 2012

Natal da dignidade humana

 
Numa troca célebre de cartas entre o cardeal Carlo M. Martini e o agnóstico Umberto Eco, publicadas com o título "In cosa crede chi non crede?", U. Eco escreve: Mesmo que Cristo fosse apenas o tema de um grande conto, "o facto de esse conto ter podido ser imaginado e querido por bípedes implumes, que só sabem que não sabem, seria miraculoso (miraculosamente misterioso)". O Homem teve, a dada altura, "a força, religiosa, moral e poética, de conceber o modelo do Cristo, do amor universal, do perdão aos inimigos, da vida oferecida em holocausto pela salvação dos outros. Se fosse um viajante proveniente de galáxias longínquas e me encontrasse com uma espécie que soube propor-se este modelo, admiraria, subjugado, tanta energia teogónica, e julgaria esta espécie miserável e infame, que cometeu tantos horrores, redimida pelo simples facto de ter conseguido desejar e crer que tudo isto é a Verdade."
Mas Jesus não é um simples conto ou um mito. Hoje, ninguém com honradez intelectual põe em dúvida a sua existência e há um acordo de base quanto a dados históricos fundamentais, como mostra Xabier Pikaza, na obra Quem Foi, Quem É Jesus Cristo?, que coordenei, e na qual especialistas de renome mundial tratam das perguntas essenciais sobre Jesus: uma biografia 'impossível' de Jesus, Jesus e a gnose, Jesus e Deus, Jesus e o dinheiro, Jesus e a política, Jesus e as mulheres, Jesus e as religiões, que quer dizer: "ressuscitar dos mortos"? Sintetizo X. Pikaza quanto ao consenso de base sobre "Jesus: quem foi, o que queria, que final?"
1. Jesus foi um profeta escatológico, que anunciou e actuou na perspectiva da acção iminente de Deus, que iria transformar a ordem social e política do mundo. 2. Foi um sábio, perito em humanidade, contando histórias iluminantes para a condução da vida, para lá da banalidade do mundo e em ordem ao seu entendimento e transformação. 3. Foi um taumaturgo e um carismático. Tinha "poderes" especiais, com grande capacidade de influência. Colocou-se do lado dos oprimidos, com "sinais" a seu favor, preocupando-se com a saúde das pessoas, a sua libertação e autonomia pessoal. 4. Foi homem de mesa comum. Estava interessado na comunicação viva e fraterna entre todos, como mostram os banquetes com pecadores e excluídos, ultrapassando as divisões entre puros e impuros. 5. Criticou uma forma de família baseada só na genealogia, para procurar uma forma nova de comunhão e inter-relação entre todos: num momento de grande desestruturação social, apresentou-se como impulsiona- dor de um movimento messiânico, aberto a todos e integrando os diversos estratos da sociedade, especialmente os marginalizados. 6. Foi um comprometido radical, de tal modo que a sua proposta não foi aceite por muitos "bons" judeus do seu tempo. Rompeu com normas sacras aceites pela maioria religiosa e abriu-se aos marginalizados sociais, num momento de grande crise económica, cultural, social e familiar. A sua proposta tornou-se perigosa, originando um conflito com os defensores da ordem religiosa e os representantes de Roma. 7. Foi um pretendente messiânico, executado em Jerusalém. Foi um profeta, um sábio, um carismático, mas não apenas isso. Ele subiu a Jerusalém pela Páscoa do ano 30 como portador do Reino de Deus, ainda que se discutam as características da sua pretensão. Foi rejeitado pelas autoridades sacerdotais de Jerusalém e condenado à morte por Pôncio Pilatos como "rei dos judeus". 8. Depois da sua morte, o seu movimento profético-messiânico manteve-se e transformou-se. Muitos continuaram a acreditar nele, confessando que ele está vivo em Deus. Reflectindo sobre o modo como viveu, como agiu e se comportou, sobre a sua experiência de Deus, que proclamou, com palavras e obras, como amor incondicional, tiveram a experiência avassaladora de que ele não morreu para o nada, mas para o interior da Vida plena de Deus. É o Vivente em Deus.
Afinal, o Natal verdadeiro é o Natal da dignidade humana. Como dizia o filósofo ateu Ernst Bloch, foi com Jesus que sabemos que nenhum ser humano pode ser tratado como "gado". Já Hegel tinha escrito também que por ele sabemos da dignidade divina do ser humano. Bom Natal!


Anselmo Borges, Diário de Notícias

Entraram 62 339 viaturas pela fronteira de Ressano em 20 dias

 
 
Fila de carros que pretendem entrar no país
Fronteira de Ressano Garcia regista movimento anormal nesta quadra festiva.

Domingos Tivane, director-geral das Alfândegas, diz que “existem filas longas até Malelane e garante que está a trabalhar com as autoridades sul-africanas para.
O director-geral das Alfândegas dirigiu-se este sábado à fronteira de Ressano Garcia, para ver de perto a situação vivida por muitos automobilistas que tencionam entrar no país para passar as festas do natal e Fim do ano.
Domingos Tivane deparou com uma situação dramática. “garantimos que vamos resolver. Estamos a trabalhar com a contraparte sul-africana para descongestionar o tráfego”, disse Tivane, acrescentando que “existem filas longas até Malelane...”
Segundo Tivane, nas últimas 24 horas entraram para o país cerca de cinco mil viaturas. Nos últimos 20 dias, frise-se, entraram para o país 62 339 viaturas.
Tivane acredita que no próximo dia 2 de Janeiro a situação de congestionamento poderá ocorrer do lado moçambicano. “tudo está sendo feito para que nessa altura do próximo ano não tenhamos muitos problemas”.
Entretanto, os automobilistas estão agastados com a morosidade que se verifica na fronteira. Os mesmos dizem que chegam a permanecer mais de 8 horas nas filas.


O País

Na véspera do natal: Ressano sob pressão



RESSANO Garcia, a história fronteira de migração dos moçambicanos rumo à “terra do rand”, está a registar, desde o último final de semana, longas filas de viaturas e pessoas que entram no país por ocasião das festas do Natal (Família) e do Ano Novo.
 
As enchentes agravaram-se na madrugada de sábado, com longas filas de automóveis formadas no sentido Komatiport/Ressano Garcia, província de Maputo. Devido à situação houve quem perdesse a paciência e tentasse “furar o esquema montado” de modo a sair da fronteira o mais rapidamente possível. Porém, valeu a pronta intervenção dos agentes ali posicionados no contexto da “Operação Karibu”.
O ambiente vivido no final de semana deixou claro que a maioria dos viajantes, nomeadamente mineiros, comerciantes e turistas, continua a preferir usar Ressano Garcia e sujeitar-se aos embaraços próprios dos locais em que há uma aglomeração anormal de pessoas.
Para evitar enchentes e morosidade no atendimento, as autoridades têm estado a sensibilizar os cidadãos para que usem outras fronteiras existentes na província de Maputo, nomeadamente Namaacha, Goba e Ponta do Ouro. Porém, tudo indica que o apelo ainda não foi devidamente acatado.
Rogério Machava, chefe da Delegação Aduaneira de Ressano Garcia, disse, a propósito, que a maioria dos viajantes prefere usar aquele posto fronteiriço e enfrentar os embaraços inevitáveis em períodos de muita movimentação de pessoas e bens. Sempre foi assim.
Porém, assegurou que tudo está a ser feito para que as pessoas e mercadorias levem pouco tempo possível naquele posto.
“Estamos preparados para trabalhar até porque, neste período, a importação de produtos baixa, pois muitas fábricas sul-africanas encerram as portas por ocasião das festas do Natal e do Ano Novo”, sublinhou Machava.
Neste contexto, diminui, de igual modo, o risco de fuga ao fisco habitualmente engendrado pelos pequenos importadores.  
Na ocasião, apelou aos agentes ali posicionados no contexto da “Operação Karibu” para darem o seu máximo para que as pessoas passem com celeridade.
“O que pedimos é que as pessoas nos ajudem, declarando e pagando os direitos inerentes aos seus bens, se for o caso. Isso acaba sendo benéfico para os próprios viajantes, pois evita-se fiscalizar bagagens de modo a saber o que os viajantes levam”, disse aquele gestor. 
Desta vez, e para prestar primeiros socorros aos utentes da fronteira, foi mobilizada uma equipa de agentes da Cruz Vermelha de Moçambique. É a primeira vez que a referida equipa se junta aos agentes migratórios, alfandegários e policiais posicionados na fronteira.
Falando ao “Notícias”, Lázaro Saraiva, chefe do posto migratório de Ressano Garcia, afirmou que aumentou significativamente o número de utentes que entram no país usando aquele posto. Mas a situação poderá agravar-se hoje, véspera do Natal.
Assim sendo, alertou aos diferentes viajantes para apresentarem documentos autênticos e evitarem contactos com os “mareanes”, jovens originários de Ressano Garcia que ficam na fronteira para facilitar a migração clandestina.


Notícias

Sunday 23 December 2012

Movimento Democrático de Moçambique quer-se confiante numa solução pacífica para o país

Logótipo do Movimento Democrático de Moçambique (MDM)
 
Numa altura em que Moçambique permanece em suspenso depois da quebra do diálogo entre o governo da Frelimo e a Renamo, principal partido de oposição, algumas vozes vão se expressando quanto às ameaças de resposta armada por parte da Renamo.
José Manuel de Sousa, porta-voz da segunda força de oposição, o MDM -Movimento Democrático de Moçambique dá o seu ponto de vista sobre este contencioso.



Liliana Henriques, RFI. Escute aqui.

Saturday 22 December 2012

Mais um ano de prantos e ranger de dentes

Mais um ano moribundo caminha para o seu crepúsculo. O cenário actual do país é aterrador e a esperança, essa, foi a primeira a morrer. Com ela foi o futuro trucidado pelas engrenagens da auto-estima e da inexorável força da mudança. Realmente mudamos muito, mas muito poucos podem gritar a plenos pulmões que este foi um ano positivo.
É, portanto, irrefutável que Governo moçambicano prossegue na sua habitual mediocridade, apostando no atraso do país e, consequentemente, adiando o fim do sofrimento de um povo que vive na fatídica ilusão de que dias melhores virão.
2012 não foi apenas mais um ano mau para os moçambicanos, porém, um exercício de sobrevivência mais difícil, uma vez que o poder de compra dos cidadão ficou reduzido a zero com o aumento dos preços de bens de primeira necessidade e da tarifa dos transportes públicos.
Tudo indica que o próximo ano não será diferente. À semelhança deste ano, os moçambicanos continuarão a ser obrigados a apertar o cinto e a viver à pão e água para que não falte combustível nas luxuosas viaturas dos gestores públicos, por sinal adquiridas com o dinheiro retirado dos cofres do Estado, ou para que estes continuem a visitar os seus parques de diversões que são os hipermercados da vizinha África de Sul.
Diga-se, em abono da verdade, nunca na história recente de Moçambique se assistiu a tanta privação e sacrifício (forçados, diga-se) por parte do povo para garantir o capricho de um punhado de pessoas que dirige o país, cujo único sentido de economia é o esbanjamento desenfreado dos bens públicos.
Passam 37 anos de independência, mas o povo moçambicano continua a viver numa desgrenhada miséria, debatendo-se com problemas gritantes de falta de água, corrente eléctrica, além de acesso precário à Saúde e à Educação. Na verdade, volvido este período, pouco ou quase nada foi feito para oferecer aos moçambicanos uma vida condigna.
A escassos dias do término do ano, uma coisa é certa: Moçambique ainda é um país extremamente empobrecido, vulnerável, refém das armadilhas do FMI e do Banco Mundial, dependente da famosa “caridadezinha” internacional, e o povo continua a ser feito de besta de carga.
O que torna o próximo ano sombrio é a indicação que nos chega dos discursos da liderança. Não, como é óbvio, a intenção de mudar. Continuará tudo na mesma. O lambebotismo não deixará de ser o requisito fundamental para a ascensão social nas teias do poder. O culto de personalidade a muleta deste primeiro.
Só uma coisa poderá deixar feliz os moçambicanos em 2013. Faltará somente um ano para podermos reivindicar nas urnas o nosso descontentamento. É bom que não nos esqueçamos disso. Afinal, quem governa as pessoas como animais merece, pelo menos uma vez na vida, um pontapé na bunda.



Editorial, A Verdade.

Friday 21 December 2012

Regresso!



Estive ausente durante algum tempo devido a problemas pessoais e técnicos mas estou de volta!

Thursday 20 December 2012

Tuesday 11 December 2012

PERSISTE O IMPASSE NAS CONVERSACÕES GOVERNO E RENAMO

O GOVERNO e a Renamo voltaram a falhar na concretização de um consenso em relação aos processos eleitorais no país, no fim da segunda ronda negocial havida segunda-feira numa das instâncias hoteleiras da capital moçambicana Maputo.
Trata-se de um dos pontos constantes da pauta reivindicativa colocada à mesa do diálogo pelo maior partido da oposição, na sequência do pedido de audiência feito ao Executivo, cujo primeiro teve lugar no passado dia 03 do mês em curso.
Falando à imprensa no termo do encontro de segunda-feira, o chefe da comissão do governo, o ministro da Agricultura, José Pacheco, disse que a Renamo coloca como questão a paridade na composição e formas de designação dos membros da Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Segundo Pacheco, a Renamo propõe que o órgão eleitoral seja composto por 17 membros, dos quais sete indicados pela Frelimo, sete saidos de uma coligação Renamo-MDM e três oriundos da sociedade civil.
Sobre esta proposta, Pacheco reiterou que o executivo cumprirá a decisão que for tomada pelo mais alto órgão legislativo em relação ao processo, em curso, de revisão do pacote eleitoral.
A fonte disse ter recomendado a Renamo para submeter ao parlamento, através da sua bancada, as suas ideias sobre a matéria.
A Renamo afirma que caso não seja acolhida a proposta de paridade na composição e formas de designação de membros da CNE, não participará nas próximas eleições, muito menos permitir que o povo moçambicano exerça o seu direito cívico.
José Pacheco afirmou que o “boicote” do maior partido da oposição na discussão do pacote eleitoral no parlamento é assunto que deverá ser tratado no âmbito do Regimento do órgão legislativo.
Impedir que os moçambicanos exerçam o seu direito de cidadania nas próximas eleições, segundo afirmou, é contra os princípios de democracia e o Governo tomará as necessárias medidas preventivas para salvaguardar que esse direito não seja violado.
Manuel Bissopo disse não reconhecer a legitimidade da AR na discussão e aprovação do pacote eleitoral, alegadamente porque é composta por uma maioria eleita por processos fraudulentos. Ele acusou o Governo de insensibilidade às suas preocupações, dado que a segunda ronda negocial não teve nenhum avanço palpável.
Assim, segundo Manuel Bissopo, a Renamo volta ao seu quartel-general para “reformular as regras democráticas” para impor um Governo de transição.
Sobre o assunto, Pacheco disse que cabe à Renamo esclarecer como é que pretende levar a cabo esta sua intenção, tendo em conta o quadro legal existente do país.
Reiterou que o Governo está seriamente empenhado no diálogo permanente com todos os partidos políticos e com toda a sociedade civil.
As partes voltam ao processo negocial na próxima segunda-feira, para discutir questões como a partidarização da Administração Pública.



(AIM)

Monday 10 December 2012

ZIMBABWE MOBILIZA MILITARES PARA FRONTEIRA COM MOÇAMBIQUE

O Zimbabwe destacou tropas militares para a sua fronteira com Moçambique alegadamente por temer ameaças de guerra da Renamo, segundo escreve o “DefenceWeb”, um portal de notícias sobre questões de defesa e segurança em África.
Antigo movimento armado que de 1976 a 1992 moveu uma guerra contra o governo mocambicano, a Renamo tem estado a ameaçar retornar a guerra há muitos anos, mas mês passado as ameaças ganharam uma dimensão alarmante quando o líder da organização, Afonso Dhlakama, regressou às matas de Gorongosa, como forma de pressionar o governo a discutir algumas questões do interesse do seu partido.
As negociações entre o governo e a Renamo começaram na Segunda-feira última, onde o maior partido da oposição pretende abordar cinco questões de seu interesse, designadamente sobre a defesa e segurança, processos eleitorais, exclusão no benefício dos ganhos da economia, despartidarização do Estado e o acesso a função pública.
Contudo, enquanto isso, a Renamo tem estado a lançar uma série de ameaças, incluindo a de retorno a guerra, caso não sejam alcançados consensos a algumas dessas matérias.
Segundo a notícia do DefenceWeb, o Zimbabwe receia que os militares da Renamo possam aterrorizar a sua população na província de Manicaland, ao longo da fronteira conjunta com Moçambique.
Outro receio das autoridades zimbabweanas é a possibilidade dos militares da Renamo destruírem algumas infra-estruturas económicas do seu interesse, como é caso do pipeline transportando combustível desde o Porto da Beira ao Zimbabwe numa extensão de 278 quilómetros.
Assim, as tropas zimbabweanas destacadas para esta missão irão manter-se em alerta em relação as “actividades de Dhlakama e suas tropas” e deverão “intervir no caso das tropas da Renamo causarem problemas no território zimbabweano”.
“Existe uma preocupação particular em relação a segurança do pipeline. As tropas irão guarnecer o pipeline porque é uma infra-estrutura importante”, disse uma fonte anónima citada pelo portal.
Informações indicam que Zimbabwe está aberto a apoiar o governo moçambicano no caso da Renamo embarcar numa guerra civil, um acto que causaria instabilidade não só no país mas também ao nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Contudo, para tal, seria necessário que as autoridades zimbabweanas a pedir o mandato da SADC – que é atribuído pelo órgão de Cooperação de Política, Defesa e Segurança – mas nada impede o país de destacar tropas para a fronteira dentro do seu próprio território.


(AIM)

Sunday 9 December 2012

MDM: preparados para atacar o Poder



Terminou, este sábado, o Primeiro Congresso do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) que vinha a decorrer desde o passado dia 5 de mês em curso na cidade da Beira, província central de Sofala, tendo os congressistas afirmando que a organização saiu mais revigorada e pronta para governar Moçambique. Daviz Simango foi reeleito presidente do partido com 14 votos nulos e um em branco num processo que participaram perto de 700 delegados.
Depois de três dias intensos de trabalho, neste sábado viveu-se um momento de grande emoção e alegria no Pavilhão de Desportos da Beira. Foi num ambiente de festa que se deu por encerrado o Primeiro Congresso do MDM realizado na cidade da Beira.
Pouco mais de mil pessoas, entre delegados e convidados, aplaudiram efusivamente a reeleição do edil de Chiveve, Daviz Simango, ao cargo do Presidente do partido.
Para os congressistas, a reeleição de Simango foi um dos pontos mais altos do evento, acrescentando que, com efeito, já estao criadas todas as condições necessárias para o MDM chegar ao Poder e contribuir para o bem-estar dos moçambicanos.



Hélder Xavier, A Verdade

Saturday 8 December 2012

Simango reconduzido na presidência do MDM

davizsimango2012Daviz Simango foi hoje reeleito presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), no I Congresso do terceiro partido do país, que decorreu na Beira, centro, após exclusão da única adversária, Laurinda Muchanga, "por remeter tarde a candidatura".
Simango, que, primeiro, havia sido eleito por aclamação e, mais tarde, a seu pedido, ido a votação, para "medir a sua popularidade interna e abonar a democracia interna", saiu "legitimado" com 661 votos dos 676 delegados que participaram no escrutínio.
"Em relação à retirada da candidatura, é que foi submetida à comissão de eleições do I Congresso já fora do período programado, portanto achou-se que era extemporânea, daí que não havia por que continuar com a candidatura", disse à Lusa Sande Carmona, porta-voz do I Congresso, após a eleição do único candidato.
A eleição, que se estendeu da noite de sexta até à tarde de sábado, serviu para "formalizar a aclamação" de Daviz Simango na liderança do partido, fundado em 2009 como resultado da sua dissidência na Renamo (Resistência Nacional de Moçambique), principal partido da oposição.
Em declaração à Lusa, Laurinda Muchanga, militante da Frelimo, no poder, desde 2001 e do MDM desde a sua fundação, disse não ter percebido a retirada da sua candidatura pelo órgão eleitoral, uma vez que "reunia requisitos e condições para se candidatar" à liderança da organização.
"No meu processo não houve uma explicação eficaz, mas também não quis ir para a frente, mas achei não ser a altura para me recandidatar de novo" explicou à Lusa Laurinda Muchanga, da delegação de Gaza (sul).
No seu discurso, após a assinatura do termo de posse, Daviz Simango apelou para a união dos membros para que o "movimento marche para um Moçambique para todos", defendendo a necessidade de um redobrar de esforços em busca de novas conquistas do partido.
"Somos uma grande família. Uma família que está a crescer cada vez mais e que busca os ideais de liberdade, de dignidade e de oportunidades para todos. E esta família provou, no decorrer dos últimos dias, que é capaz de dialogar, apresentar ideias, discutir os seus pontos de vista, sobretudo escutar o seu próximo", disse Daviz Simango, intensamente aplaudido.
O programa do partido para 2013-2017, assente em oito pilares, com destaque para a política económica e financeira mais produtiva e justa, administração publica mais efetiva, útil e acessível ao cidadão, política de soberania e dignidade de Moçambique, será transformado em manifesto eleitoral durante as corridas eleitorais por ser "fruto de uma auscultação exaustiva".
Refira-se que na primeira prova politica, em 2009, o MDM conseguiu eleger oito deputados para a Assembleia da República e 24 mandatos nas assembleias provinciais nas províncias de Sofala (centro) e Nampula e Niassa (norte).
O partido dirige ainda duas das mais importantes cidades moçambicanas: Beira e Quelimane, ambas no centro do país.


(RM/Lusa)

MDM DISCUTE ESTRATÉGIA ELEITORA PENSANDO NA VITÓRIA

 O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) continua apostado e determinado a aumentar cada vez mais o número de municípios a governar em Moçambique.
Com efeito, o MDM, que e encontra reunido no seu primeiro Congresso na cidade da Beira, Centro do país, debruçou-se hoje, durante largo espaço de tempo, sobre a sua estratégia de participação nas eleições municipais de 2013.
A estratégia, cujos debates decorreram a porta fechada, inclui também a participação do partido nas eleições provinciais, legislativas e presidenciais, tendo como meta a conquista de cada vez mais eleitores e vencer as eleições.
Este tema deveria ter sido discutido Quinta-feira, mas os debates em torno da revisão dos Estatutos, Programa do Partido e das Linhas de Força da Governação ocuparam todo o dia.
O atraso impossibilitou também que fossem conhecidos, ainda na Quinta-feira, como havia sido previsto, os candidatos à Comissão Política, Conselho Nacional e para a Presidência do Partido, o que poderá acontecer ainda ao longo da tarde desta Sexta-feira, terceiro e penúltimo dia dos trabalhos.
O porta-voz do encontro, Sande Carmona, acredita que todos os pontos que constam da agenda serão discutidos e que o processo de eleições para os órgãos do partido terá lugar ainda hoje.
Segundo o programa, os órgãos a serem eleitos deveriam se reunir em sessões extraordinárias nesta sexta-feira a noite, não se sabendo se isso acontecerá dado os atrasos registados ao longo dos trabalhos.
O Primeiro Congresso do MDM, que arrancou na passada Quarta-feira, tem o seu epílogo este sábado.



Damião Trape, da AIM, em Sofala

Congresso do MDM: Em debate programa e prioridades de governação

daviz-simangoAs propostas do Programa e das Linhas de Força da Governação dominaram, quinta-feira, os debates entre os delegados ao primeiro Congresso do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que decorre ate sábado ma cidade portuária da Beira, Centro de Moçambique.
Durante todo o dia, o segundo dia de trabalhos, testemunharam-se acessos debates em torno dos dois temas, dia em que também foi apresentada e debatida a proposta de revisão dos Estatutos do Partido.
Face a natureza dos debates, foi vedada a presença da imprensa em algumas das sessões do dia, o mesmo tendo acontecido na manhã de hoje, dia em a tónica dominante incidiu sobre o processo de eleições dos titulares dos diferentes órgãos centrais do partido, incluindo o Presidente desta que é a terceira força politica no país, com representação parlamentar.
A polarização nos dois documentos, segundo explicou o até agora presidente do MDM, Daviz Simango, justifica-se no facto de serem estes que constituirão a base de elaboração do manifesto eleitoral para os próximos pleitos, nomeadamente as municipais de 2013, e as provinciais, legislativas e presidenciais de 2014.
Simango considera que através do Programa do Partido e das Linhas de Força da Governação, será possível elaborar um manifesto claro e realista e que vá ao encontro das aspirações da população moçambicana e dos potenciais eleitores em particular.
Tudo porque, em face de rápida inserção do partido no país, a direcção do partido e os militantes acreditam num bom desempenho nas próximas eleições, sonhando anda com alcance de vitórias nestes pleitos.
“Temos que definir, de forma clara, aberta e realista, o que é que o MDM vai oferecer, como política de governação, ao povo moçambicano e ao mundo em caso da vitória nas eleições”, exortou Simango durante os debates, que devido ao ambiente quente nas discussões, a mesa, presidida por Maria Moreno, pediu a imprensa para se retirar da sala de sessões.
No caso das Linhas de Força da Governação, os debates incidiram, sobretudo, nas áreas de agricultura, educação, saúde, a questão dos mega-projectos e sobre gestão dos recursos naturais.
Quanto ao Programa do Partido, o documento apresenta oito pilares em que este se assenta, nomeadamente o Fortalecimento do Estado de Democrático; Política de Soberania e da Dignidade de Moçambique; Política Económica e Financeira mais Produtiva e Justa; e a Administração Pública Mais Efectiva, Útil e Acessível ao Cidadão.
Sobre o primeiro pilar, o Fortalecimento do Estado Democrático, o MDM defende o estabelecimento de uma sociedade inclusiva, caracterizada por uma verdadeira reconciliação e unidade entre os moçambicanos, consolidação da jovem democracia multipartidária.
Ainda no primeiro pilar está consagrada a introdução de mudanças concretas e substanciais na esfera governativa, formulação de política de desenvolvimento nacional de curto e de longo prazos e a valorização social da família, entre outras prioridades.
No que diz respeito à Política de Soberania e da Dignidade de Moçambique, o partido de Daviz Simango apregoa a instituição de um Estado de Justiça Social, estabelecimento de um verdadeiro exército e uma carreira militar bem definida, fazer com que os órgãos de soberania sejam de exclusivo interesse nacional, independentemente das formações políticas.
Quanto à Política Económica e Financeira, o MDM se propõe a promover as oportunidades de trabalho por conta própria, emprego e salário dignos, e, ainda, apoiar os sectores básicos da economia, promover uma política fiscal nacional e definir uma política de aproveitamento integral dos recursos naturais, entre outras apostas.
Em relação ao pilar de Administração Publica Mais Efectiva, Útil e Acessível ao Cidadão, o partido aponta como áreas-chave a harmonização da administração pública com a defesa da regionalização, contribuindo para que o processo de descentralização se estenda a todo o país.
Defende, nesta componente, a participação activa da sociedade civil na monitoria de uma administração pública eficaz e sugere a dignificação da função pública e a revisão do sistema salarial.
O pilar referente à Politica Socio-Cultural destaca a necessidade de criação de um mecanismo económico e social que motive a participação das populações, comunidades, associações cívicas e religiosas, bem como o sector privado no desenvolvimento rural, disponibilizando créditos com juros baixos e outros incentivos.
O MDM aposta, ainda neste pilar, no estabelecimento dum sistema de educação permanente e profissional, dinamizar a construção de habitações, proteger a natureza, valorizar o meio ambiente e desenvolver uma rede hospitalar equilibrada, para além de valorizar e apoiar as iniciativas desportivas e culturais.
Seguir uma política de segurança social, apoiar a criação de associações moçambicanas no estrangeiro são, entre outros desafios, a base deste pilar.
Sobre a Política Externa, o documento não traz nada de novo face ao que vem sendo prática actual nesta matéria.
Assim, o Programa defende a intensificação das relações políticas e económicas com os países da região e do continente em geral, respeitar os princípios de independência e soberania e de não ingerência nos assuntos internos de outros Estados.
O último pilar, sobre os Desafios Nacionais, estabelece a necessidade de fortalecimento do multipartidarismo e a participação de todos os moçambicanos no processo de governação do país.
Entretanto, Os trabalhos prosseguiram hoje com a apresentação de diversas moções, mas o dia será marcado pela eleição dos órgãos do partido, incluindo o presidente.
Os órgãos eleitos deverão realizar, ainda hoje, as respectivas sessões extraordinárias, daí que o programa prevê o prolongamento dos trabalhos até cerca das 21:30 horas locais, período que poderá ser prorrogado em caso de necessidade.

(RM/AIM)

Friday 7 December 2012

Moçambique: MDM aposta forte nas autárquicas

O Movimento Democrático de Moçambique, MDM, diz que pretende ganhar maior número de municípios nas eleições autárquicas do próximo ano.

A estratégia para a vitória, discutida à porta fechada, inclui a mobilização de líderes comunitários nos municípios.
Grande parte do dia número três do primeiro Congresso do Movimento Democrático de Moçambique foi dominada por debates de estratégias para ganhar a maior parte dos 43 municípios do país. O MDM governa a Beira e Quelimane.
No entanto, a cidade da Matola, considerada capital industrial do país, governada pela Frelimo, figura na lista dos principais alvos do MDM nas eleições municipais do próximo ano.
O presidente do Movimento, Daviz Simango, apelou para uma selecção muito rigorosa dos candidatos para as presidências dos municípios e dos órgãos do partido a vários níveis.
Ate ao fecho da redacção desta reportagem os debates decorriam sem imprensa, mas o edil de Quelimane, delegado ao Congresso, Manuel de Araújo, disse que por enquanto não vai concorrer a nenhum cargo porque ainda tem compromisso com o povo de Quelimane de mudar a cidade em 20 meses.
Para Daviz Simango, as próximas eleições municipais devem servir de rampa de lançamento do MDM para o poder em 2014.
O primeiro Congresso do MDM termina amanhã, sendo que a eleição dos membros para o Conselho Nacional e para liderança do MDM deve acontecer ainda hoje, mas tudo indica que Daviz Simango vai ser reeleito para dirigir o Movimento que criou há três anos.

Simião Pongoane, VOA

“O MDM é sem dúvidas um verdadeiro partido de unidade nacional”

– afirma Daviz Simango, no discurso de abertura do 1º Congresso do “Galo”
“O Estado moçambicano precisa de ser emancipado e a sua população deve estar em pleno gozo dos seus direitos numa identidade reconhecida e valorizada de forma equilibrada” – defendeu Daviz Simango
“O Estado deve estar protegido do fenómeno selvagem de participação das suas instituições no saque do património do povo em nome da clique dos libertadores”.
“Em Moçambique estamos a passar por coisas incríveis, onde a esposa do chefe do Estado, sob olhar impotente do chefe do Estado, usurpa as funções dos titulares das instituições públicas, fazendo transparecer uma ambição doentia. Ou seja, Moçambique precisa de um verdadeiro Estado de direito”, frisou o presidente do MDM
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MDM promete emagrecer máquina governativa se chegar ao poder


Outra medida é a redução de impostos.

O segundo dia do congresso do MDM foi marcado pela discussão e aprovação do programa do partido e da revisão dos estatutos, dois documentos que traçam as linhas de orientação do partido para os próximos cinco anos. O programa, ora aprovado, vai servir de base para a elaboração dos manifestos eleitorais para as eleições autárquicas, de 2013, e gerais, de 2014.
E caso vença as eleições gerais, aquele partido pretende reduzir, significativamente, o número de ministérios no país, por considerar que a economia do país não produz o suficiente para suportar a dimensão do actual governo e, por via disso, melhorar as condições dos funcionários públicos, bem como tornar a máquina do Aparelho do Estado mais dinâmica e eficaz. O programa prevê ainda acelerar a descentralização da Administração Pública e torná-la mais participativa, para além de promover a competência profissional e eliminação de critérios de nomeação, contratação, promoção e progressão de carreira baseados na filiação partidária. O MDM pretende, ademais, promover o Estado de Direito efectivo e inclusivo que respeite as liberdades políticas, económicas e sociais dos cidadãos e a unidade nacional.
Outra medida é a redução de impostos. O MDM diz no seu programa, por exemplo, que os 17% do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) são um valor muito alto para a realidade do nosso país, daí que há muita gente que não paga os impostos. O “Galo” quer ainda que a economia informal possa ser promovida e possa, acima de tudo, contribuir mais na economia do país.
O programa do MDM está, igualmente, atento à exploração dos recursos naturais no país e no seu programa diz que pretende alterar a actual ordem, nesta área em que se prioriza a exploração e exportação em bruto das matérias-primas, para uma situação em que se promova a instalação da indústria transformadora para exportar produtos acabados, acrescentado, assim, valor à economia do país. A título ilustrativo, aquele partido entende que se o país processasse o carvão mineral venderia o produto no mercado internacional a 300 ou 400 dólares a tonelada e não a 40 ou 50 dólares a tonelada como acontece actualmente com o carvão, que é exportado em bruto, para além de criar mais oportunidades de negócios para as Pequenas e Médias Empresas e emprego para milhares de moçambicanos.