Monday 10 December 2012

ZIMBABWE MOBILIZA MILITARES PARA FRONTEIRA COM MOÇAMBIQUE

O Zimbabwe destacou tropas militares para a sua fronteira com Moçambique alegadamente por temer ameaças de guerra da Renamo, segundo escreve o “DefenceWeb”, um portal de notícias sobre questões de defesa e segurança em África.
Antigo movimento armado que de 1976 a 1992 moveu uma guerra contra o governo mocambicano, a Renamo tem estado a ameaçar retornar a guerra há muitos anos, mas mês passado as ameaças ganharam uma dimensão alarmante quando o líder da organização, Afonso Dhlakama, regressou às matas de Gorongosa, como forma de pressionar o governo a discutir algumas questões do interesse do seu partido.
As negociações entre o governo e a Renamo começaram na Segunda-feira última, onde o maior partido da oposição pretende abordar cinco questões de seu interesse, designadamente sobre a defesa e segurança, processos eleitorais, exclusão no benefício dos ganhos da economia, despartidarização do Estado e o acesso a função pública.
Contudo, enquanto isso, a Renamo tem estado a lançar uma série de ameaças, incluindo a de retorno a guerra, caso não sejam alcançados consensos a algumas dessas matérias.
Segundo a notícia do DefenceWeb, o Zimbabwe receia que os militares da Renamo possam aterrorizar a sua população na província de Manicaland, ao longo da fronteira conjunta com Moçambique.
Outro receio das autoridades zimbabweanas é a possibilidade dos militares da Renamo destruírem algumas infra-estruturas económicas do seu interesse, como é caso do pipeline transportando combustível desde o Porto da Beira ao Zimbabwe numa extensão de 278 quilómetros.
Assim, as tropas zimbabweanas destacadas para esta missão irão manter-se em alerta em relação as “actividades de Dhlakama e suas tropas” e deverão “intervir no caso das tropas da Renamo causarem problemas no território zimbabweano”.
“Existe uma preocupação particular em relação a segurança do pipeline. As tropas irão guarnecer o pipeline porque é uma infra-estrutura importante”, disse uma fonte anónima citada pelo portal.
Informações indicam que Zimbabwe está aberto a apoiar o governo moçambicano no caso da Renamo embarcar numa guerra civil, um acto que causaria instabilidade não só no país mas também ao nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Contudo, para tal, seria necessário que as autoridades zimbabweanas a pedir o mandato da SADC – que é atribuído pelo órgão de Cooperação de Política, Defesa e Segurança – mas nada impede o país de destacar tropas para a fronteira dentro do seu próprio território.


(AIM)

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