A constatação é de um estudo agora publicado que conclui também que actividades ilícitas custaram ao país mais de 30 milhões de dólares em 2012
A elevada procura internacional de madeira moçambicana, especialmente na China, está a fomentar o corte ilegal de árvores, contrabando e corrupção, além de privar o país de recursos importantes para o seu desenvolvimento.
A elevada procura internacional de madeira moçambicana, especialmente na China, está a fomentar o corte ilegal de árvores, contrabando e corrupção, além de privar o país de recursos importantes para o seu desenvolvimento.
Corrupção está a acabar com florestas moçambicanas
A conclusão é de um estudo da Agência de Investigação Ambiental, AIA, com sede na Grã-Bretanha, que acrescenta que aquelas actividades custaram a Moçambique mais de 30 milhões de dólares só no ano passado.
“Apesar da proibição parcial do corte de espécies protegidas, o comércio ilegal de madeira com a China está a debilitar seriamente a gestão das florestas e os esforços do governo de Moçambique na aplicação das leis correspondentes, estimulando também a corrupção”, conclui aquele estudo.
A investigação da AIA em Moçambique incluiu uma série de reuniões secretas com companhias relevantes do sector madeireiro de Moçambique. Numa delas, um dos responsáveis confirma que a sua companhia é uma das poucas que ainda é capaz de exportar ilegalmente grandes volumes de madeira de 1ª classe para a China. “É só uma questão de preço”, disse o responsável à equipa de investigação da AIA.
Os autores do estudo concluíram que cerca de metade das exportações de madeira moçambicana para a China são ilegais e culpam tanto as autoridades chinesas como moçambicanas pela situação actual.
Em declarações à VOA o investigador da AIA, Chris Moye acusou mesmo o actual ministro da agricultura moçambicano, José Pacheco e o antigo titular da pasta, Tomás Mandlate, de estarem envolvidos em actos de corrupção relacionados com o sector madeireiro.
Falamos também com a Vanessa Cabanelas da organização ecológica moçambicana Justiça Ambiental sobre o abate ilegal de árvores em Moçambique. Também para ela, é essencial combater a corrupção e aumentar significativamente as operações de fiscalização através do país.
A VOA tentou obter sem sucesso obter uma reacção do ministério moçambicano da agricultura ao relatório da Agência de Investigação Ambiental revelando que a corrupção e a falta de fiscalização estão a acabar com as florestas moçambicanas.
Eduardo Ferro, VOA
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