Sunday, 22 August 2010

Governo sul africano levanta injunção à greve


Os trabalhadores sul africanos de serviços essenciais ao cidadão foram proibidos de continuar em greve nacional, depois do Governo ter levantado este sábado uma injunção.
Mais de um milhão de trabalhadores iniciaram na quarta passada uma greve por tempo indeterminado, reivindicando melhores salários.
Detalhando a sua ordem, o Governo explicou que por "serviços essenciais" deve entender-se hospitais e prisões.
Na sexta passada, o ministro sul africano da Saúde dirigiu-se aos funcionários públicos em greve, acusando-os de serem culpados pela morte dos doentes, cujos tratamentos vitais foram interrompidos.
A mesma injunção proibe ainda que enfermeiros e professores possam intimidar os trabalhadores que se recusem a aderir à greve.
Comentando esta nova medida, o correspondente da BBC em Joanesburgo, Jonah Fisher, diz que embora a injunção reitere apenas o que está previsto na lei, é um indício do quão divididas estão as duas partes.
Parece indicar que o Governo não vai subir a sua oferta de aumento salarial de 7%, adianta, com a greve a ganhar novo fôlego na segunda.
O nosso correspondente explica ainda que a Constituição sul africana considera por serviços essenciais aqueles que digam respeito a situações de vida ou morte, portanto médicos e enfermeiros podem estar incluídos.
É apenas uma questão de saber até que ponto o Governo está preparado para detê-los, caso venham a desobedecer, acrescenta.
Os sindicatos, por seu turno, já avisaram que não vão dar ordens aos trabalhadores para retomarem os seus postos.
Até à data, as conversações com os sindicatos ligados à Cosatu - a maior federação sindical da África do Sul -, à volta da revisão salarial, não têm dado sinais de progresso. A união exige um aumento de ordenados na ordem dos 8,6%.
Mas o Governo já reforçou junto dos grevistas que não pode conceder-lhes tal aumento, duas vezes superior à taxa de inflação.
Mais ainda disse mal conseguir suportar o acréscimo de 7% que ofereceu aos polícias, professores, médicos e enfermeiros.

BBC

NOTA DO JOSÉ = Leia "Grevistas acusados de assassínio" aqui .
Esta greve distingui-se pelo alto nível de violência e intimidação principalmente nas escolas e hospitais. A acção grevista vai-se intensificar a partir de amanhã e o Governo avisou que vai tomar medidas duras contra os que tenham comportamento criminoso.

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