Wednesday 18 August 2010

O crónico problema de habitação (Concl.)

É QUE essa questão de habitação é uma dor de cabeça para o cidadão comum desta terra de Eduardo e Samora. Ninguém sabe por onde pegar, por onde começar, porque a problemática é mesmo um dilema.

Maputo, Quarta-Feira, 18 de Agosto de 2010:: Notícias

O calcanhar de “Aquiles” para a habitação não começa com a construção ou aquisição de uma residência. Para se encontrar um lugar para se construir a almejada casa condigna é uma grande lengalenga. Não é qualquer um que adquire um talhão para a construção de uma residência, principalmente nas grandes urbes. Estas já rebentam com as costuras.
Os funcionários da função pública é que são as maiores vítimas. O salário, suficientemente magro, não dá para nada. Diz-se, por aí, que ali ao pé do Comando Provincial da PRM de Maputo, há um projecto, em que um dos beneficiários é o funcionário ou agente do Estado.
A ideia é mesmo boa, contudo, o que acontece é que há uma taxa irrisória de apenas 5,000.00 MT! Aqui, a porca começa mesmo a torcer o rabo. Nada de pagamentos a prestações! Não se confia ninguém, é uma questão de pegar ou de largar. Quem tem dinheiro, a oportunidade está em suas mãos. Quem ainda vai pedir emprestado, o tempo não perdoa, paga-se e adquire-se o talhão. Os talhões andam por lá para as bandas de Mulotane.
Ora, tudo é dificílimo! Sem dinheiro, nada feito. Os novos ricos é que se saem a contento. Têm mansões espalhadas por lá. Nem se fala de casas de campo, de casas de férias, lá para as bandas da Praia do Bilene e eu sei lá mais aonde. O país é tão grande que cá um pode ter a mansão que quiser, pode construir onde e como quiser.
Para o poder político do dia, que os cidadãos falem de tudo, peçam de tudo mais de alguma coisa, todavia, ninguém deve pedir dinheiro, que isso não existe. O país é dos mais pobres do mundo. Está mesmo na cauda.
E a teoria manda dizer que enquanto uns se enriquecem, os outros, a maioria, caminham, de forma galopante, para o abismo. É a teoria da selecção natural, a famosa lei darwiniana
Eu penso que a melhor coisa que o Estado podia fazer, seria facilitar a aquisição dos talhões e, em seguida, o crédito. Sei que existe o Fundo de Fomento de Habitação, só que este fundo não é para quem quer. É preciso ter nome e sei lá o que mais. Ah, e a burocracia! Muitos documentos são exigidos, mesmo que o interessado seja um funcionário público. E as garantias! Tudo complicado e acaba-se, por se virar as costas ao projecto, enfim. Mas o Governo está preocupado em disponibilizar habitação condigna!
Nos últimos tempos, a Fundação Joaquim Chissano vai disponibilizar casas para os jovens, cujo valor mínimo atinge 25.000.00, USD para uma casa do tipo 1! Apenas isto! Será mesmo um valor acessível para os jovens comuns? Huummm!

Arlindo Oliveira


Nota do José =
Recorde a primeira parte deste texto aqui.

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