Há sinais preocupantes de intolerância política
Beira (Canalmoz) - Está visto que alguns moçambicanos, que no passado tiveram a prerrogativa de decidir os caminhos que se deviam seguir no país, estão deveras preocupados com o rumo dos acontecimentos. Os seus pronunciamentos com direito a primeiras páginas de jornais e grande destaque em noticiários televisivos, bem como cobertura integral pela rádio pública, revelam o que lhes vai na alma. Mas é possível verificar em todo este exercício que há “pato escondido com rabo de fora”. Porque seria um péssimo programa de marketing político deixa-se a tarefa de “lavar a roupa suja ou de falar com a boca suja” a políticos que já deveriam estar na reforma efectiva pois ultrapassaram a chamada idade útil. Como podem verificar é quase sempre o mesmo grupo de pessoas do partido Frelimo que vem a público ‘lançar’ suas muito estranhas ideias. Ideias que o povo moçambicano já mostrou, repetidamente, que não quer repetidamente. Se ainda governam hoje todos sabem que é a custa de jogos de cintura fraudulentos que só o desejo sincero de paz tem deixado passar sem reacção brutal como já foi em tempos necessária usar para os fazer entender que o caminho de queriam o Povo não queria.
Embora todos os seus conceitos de ideologia já tenham sido relegados para o lixo da história, teimam ainda em fazer-se úteis e imprescindíveis. Só que as agendas que antes perseguiam e impunham com unhas e dentes esgotaram qualquer utilidade que algum possa ter tido.
Nem a eminência de que se querem arvorar tem acolhimento nacional. Nem mesmo de dentro das suas antes hostes recebem apreço ou consideração. Parece que os seus pares do passado os toleram em virtude apenas da sua idade. É o respeito apenas pela idade, para evitar dizer-lhes frontalmente que os senhores atingiram a senilidade.
Como podem os moçambicanos em pleno uso de suas faculdades mentais e intelectuais acreditar ou aceitar voltar a seguir por caminhos antes percorridos e que se revelaram desastrosos?
É óbvio que alguma desorientação muito séria está acompanhando os promotores da tal suposta infalibilidade de sua formação política.
Mas a exibição de uma alegada erudição político-intelectual por parte de algumas auto intituladas “sumidades”, quais “falcões” acinzentados pelo tempo, é manifestamente lesiva aos mais legítimos interesses dos moçambicanos.
A liderança político-intelectual neste país faz falta e mostra-se um assunto de fundamental importância para a solução dos problemas que se vivem hoje.
Quando a comunicação social se presta a apresentar em espaços nobres pronunciamentos que só promovem o monopólio político de uns em detrimento de abordagens inclusivas e de interesse nacional, estamos perante um mau trabalho desta mesma comunicação social. A mando de quem e com que interesse é que se destacam pronunciamentos anti-democráticos? Será que aos moçambicanos interessa ressuscitar o fascismo de esquerda que durante alguns tenebrosos anos governou o país? Será que a posição irredutível de alguns moçambicanos deve ser promovida e servir de exemplo a seguir pela sociedade?
Há sinais preocupantes de intolerância política e de apropriação pura e simples do País por certas pessoas que se julgam e consideram insubstituíveis na arena política nacional. O momento não é de discutir ou questionar o mérito que alguns tiveram na epopeia de libertação do país do jugo colonial. Mas também não é para de ânimo leve aceitar que estas mesmas pessoas cavalguem no dorso dos outros moçambicanos em nome de uma suposta infalibilidade e rectidão ideológica.
Está bem vivo na mente dos moçambicanos, que o projecto de construção de um estado socialista falhou e que toda a estratégia elaborada nos diferentes centros que influenciavam a liderança política moçambicana desagregou-se em função de determinantes concretas.
É todo um castelo de areia que ruiu, mas entre nós há tendências políticas que advogam que se deve “dar dito e feito por não dito e não feito”. Há um abominável recuo perante a possibilidade de aceitar e assumir que se errou ao longo do percurso.
A tão apregoada crítica e auto-crítica refere-se a tudo menos ao que realmente tenham feito de errado. É como se quisessem convencer tudo e todos de que são semi-deuses e que todos os outros moçambicanos se devem submeter ao seu arbítrio.
Se alguma legitimidade tiveram no passado isso não constitui motivo ou razão para que continuem a querer determinar o que se deve fazer no País com exclusividade.
Propalam com a “boca cheia” de que só eles é que podem levar Moçambique a realizar agendas que signifiquem o ‘empoderamento’ de todo um povo. Mas o seu entendimento prático mostra que para eles povo e beneficiário de alguma coisa são só eles. Era assim nos tempos do socialismo efémero que vivemos e ainda hoje sua maneira de proceder aponta para isso. Só se vêem a eles próprios como merecedores de alguma coisa, de adulação, de protecção, de regalias, mordomias, enfim, num pedestal que os coloque acima de todos. Isso é para todos os efeitos pretenderem substituir-se às pessoas e impedirem a vontade popular que ainda nem nos votos tem sido permitida, tais a falcatruas eleitorais .
É claramente gente com um ódio efectivo a qualquer tentativa de manifestação democrática dos moçambicanos. Basta ver-se o tratamento VIP que está merecendo o líder dos desmobilizados de guerra por só pretenderem ordeira e pacificamente manifestar o seu desacordo com os tais senhores. Senhores que está cada vez mais claro pela sua maneira de agir quais são as suas motivações reais.
Algum protagonismo no passado, em circunstâncias nem sempre claras, jogos e intrigas intestinas no seio do movimento de libertação nacional conferiram-lhes posições políticas de relevo. Através da utilização maciça de métodos divisionistas e de promoção da intriga política subverteram todo um movimento de libertação com vista a alcançarem o poder ou situarem-se sempre nos estritos círculos ou corredores, com poder. Por vezes ainda que inadvertidamente revelam a sua postura racista e de desprezo efectivo para com os outros compatriotas. Apropriaram-se do que é de todos e vivem dizendo que eles são os especiais, os donos mesmo da força política que afirmam ter o direito exclusivo de dirigir os destinos do povo moçambicano.
Evidentemente que não podemos aceitar este tipo de charlatães e inimigos figadais da democracia. Estes fascistas que quando lhes convém apresentam-se como seguidores de Estaline não fazem falta aos moçambicanos. As suas ideias políticas, militares, económicas foram derrotadas no terreno real.
É caricato e infeliz que de alguns quadrantes se procure a todo o custo dar relevo aos pronunciamentos medíocres e lesivos de certas pessoas, que teimam em sobressair como supostas referências éticas, políticas e morais para os moçambicanos.
Ética é coisa que não tem e se algum dia tiveram algum mérito foi o de conseguir “dividir para reinar” no seio de um movimento fragmentado e dividido pela luta ideológica e por uma autêntica luta de “egos”. Não há nada de ideológico nos seus pronunciamentos pois os caminhos apontados por si não tem conseguido trazer o desejado desenvolvimento para o País. Não há consistência nem um encadeamento lógico no que propalam. Querem um lugar “ ao Sol” para eles próprios à custa de uma nova categoria de “escravos”.
Há exemplos claros do que foram capazes de fazer quando detinham mais poder, antes de serem obrigados a reparti-lo e respeitarem os outros moçambicanos. Sua maneira de actuar se resume a produção de intrigas políticas e nessa área são de facto especialistas.
Estes “king-makers” já cumpriram o seu percurso histórico. A última mudança de liderança no seu partido deve ter sido a última vez que conseguiram com êxito fazer eleger alguém através de seu exímio jogo de bastidores. Suas características peculiares e capacidade de contrariar vaticínios políticos é bem conhecida dos moçambicanos. Compreende-se a teimosia em agarrar-se ao pode de influência que tem no seio de seu partido. Não querem de maneira alguma ir para a reforma efectiva porque isso poderia constituir o seu suicídio político. Só no “mar político”, exercendo o que sabem com especialidade, é que se sentem protegidos do vento inexorável da história.
Aquela projecção que alguns mídia lhes dão é também fruto de puro maquiavelismos dos novos jogadores. Sabem estes que a ascensão e a eventual ocupação de cargos político-económicos de relevo neste país tem sido à custa de favores concedidos aos que ainda possuem o poder real. “Afinal escovar” sempre teve os seus benefícios na esfera política moçambicana.
De outro modo é extremamente difícil compreender a motivação por detrás de certos exercícios de marketing político elaborados e executados por alguns editores.
Merecer respeito e consideração não choca com a exigência e necessidade da comunicação social moçambicana veicular posições que sejam de interesse nacional e que contribuam para a construção de um país cada vez mais democrático.
Presta mau serviço ao país a troco do que seja, quem se permite servir de plataforma de lançamento de ideias que só apontam a um regresso ao passado que tanto sofrimento causou aos moçambicanos...
Não é por caso que na Alemanha e em outros países constitui crime a promoção do Nazismo de Hitler...
(Noé Nhantumbo, CANALMOZ, 17/08/10)
Beira (Canalmoz) - Está visto que alguns moçambicanos, que no passado tiveram a prerrogativa de decidir os caminhos que se deviam seguir no país, estão deveras preocupados com o rumo dos acontecimentos. Os seus pronunciamentos com direito a primeiras páginas de jornais e grande destaque em noticiários televisivos, bem como cobertura integral pela rádio pública, revelam o que lhes vai na alma. Mas é possível verificar em todo este exercício que há “pato escondido com rabo de fora”. Porque seria um péssimo programa de marketing político deixa-se a tarefa de “lavar a roupa suja ou de falar com a boca suja” a políticos que já deveriam estar na reforma efectiva pois ultrapassaram a chamada idade útil. Como podem verificar é quase sempre o mesmo grupo de pessoas do partido Frelimo que vem a público ‘lançar’ suas muito estranhas ideias. Ideias que o povo moçambicano já mostrou, repetidamente, que não quer repetidamente. Se ainda governam hoje todos sabem que é a custa de jogos de cintura fraudulentos que só o desejo sincero de paz tem deixado passar sem reacção brutal como já foi em tempos necessária usar para os fazer entender que o caminho de queriam o Povo não queria.
Embora todos os seus conceitos de ideologia já tenham sido relegados para o lixo da história, teimam ainda em fazer-se úteis e imprescindíveis. Só que as agendas que antes perseguiam e impunham com unhas e dentes esgotaram qualquer utilidade que algum possa ter tido.
Nem a eminência de que se querem arvorar tem acolhimento nacional. Nem mesmo de dentro das suas antes hostes recebem apreço ou consideração. Parece que os seus pares do passado os toleram em virtude apenas da sua idade. É o respeito apenas pela idade, para evitar dizer-lhes frontalmente que os senhores atingiram a senilidade.
Como podem os moçambicanos em pleno uso de suas faculdades mentais e intelectuais acreditar ou aceitar voltar a seguir por caminhos antes percorridos e que se revelaram desastrosos?
É óbvio que alguma desorientação muito séria está acompanhando os promotores da tal suposta infalibilidade de sua formação política.
Mas a exibição de uma alegada erudição político-intelectual por parte de algumas auto intituladas “sumidades”, quais “falcões” acinzentados pelo tempo, é manifestamente lesiva aos mais legítimos interesses dos moçambicanos.
A liderança político-intelectual neste país faz falta e mostra-se um assunto de fundamental importância para a solução dos problemas que se vivem hoje.
Quando a comunicação social se presta a apresentar em espaços nobres pronunciamentos que só promovem o monopólio político de uns em detrimento de abordagens inclusivas e de interesse nacional, estamos perante um mau trabalho desta mesma comunicação social. A mando de quem e com que interesse é que se destacam pronunciamentos anti-democráticos? Será que aos moçambicanos interessa ressuscitar o fascismo de esquerda que durante alguns tenebrosos anos governou o país? Será que a posição irredutível de alguns moçambicanos deve ser promovida e servir de exemplo a seguir pela sociedade?
Há sinais preocupantes de intolerância política e de apropriação pura e simples do País por certas pessoas que se julgam e consideram insubstituíveis na arena política nacional. O momento não é de discutir ou questionar o mérito que alguns tiveram na epopeia de libertação do país do jugo colonial. Mas também não é para de ânimo leve aceitar que estas mesmas pessoas cavalguem no dorso dos outros moçambicanos em nome de uma suposta infalibilidade e rectidão ideológica.
Está bem vivo na mente dos moçambicanos, que o projecto de construção de um estado socialista falhou e que toda a estratégia elaborada nos diferentes centros que influenciavam a liderança política moçambicana desagregou-se em função de determinantes concretas.
É todo um castelo de areia que ruiu, mas entre nós há tendências políticas que advogam que se deve “dar dito e feito por não dito e não feito”. Há um abominável recuo perante a possibilidade de aceitar e assumir que se errou ao longo do percurso.
A tão apregoada crítica e auto-crítica refere-se a tudo menos ao que realmente tenham feito de errado. É como se quisessem convencer tudo e todos de que são semi-deuses e que todos os outros moçambicanos se devem submeter ao seu arbítrio.
Se alguma legitimidade tiveram no passado isso não constitui motivo ou razão para que continuem a querer determinar o que se deve fazer no País com exclusividade.
Propalam com a “boca cheia” de que só eles é que podem levar Moçambique a realizar agendas que signifiquem o ‘empoderamento’ de todo um povo. Mas o seu entendimento prático mostra que para eles povo e beneficiário de alguma coisa são só eles. Era assim nos tempos do socialismo efémero que vivemos e ainda hoje sua maneira de proceder aponta para isso. Só se vêem a eles próprios como merecedores de alguma coisa, de adulação, de protecção, de regalias, mordomias, enfim, num pedestal que os coloque acima de todos. Isso é para todos os efeitos pretenderem substituir-se às pessoas e impedirem a vontade popular que ainda nem nos votos tem sido permitida, tais a falcatruas eleitorais .
É claramente gente com um ódio efectivo a qualquer tentativa de manifestação democrática dos moçambicanos. Basta ver-se o tratamento VIP que está merecendo o líder dos desmobilizados de guerra por só pretenderem ordeira e pacificamente manifestar o seu desacordo com os tais senhores. Senhores que está cada vez mais claro pela sua maneira de agir quais são as suas motivações reais.
Algum protagonismo no passado, em circunstâncias nem sempre claras, jogos e intrigas intestinas no seio do movimento de libertação nacional conferiram-lhes posições políticas de relevo. Através da utilização maciça de métodos divisionistas e de promoção da intriga política subverteram todo um movimento de libertação com vista a alcançarem o poder ou situarem-se sempre nos estritos círculos ou corredores, com poder. Por vezes ainda que inadvertidamente revelam a sua postura racista e de desprezo efectivo para com os outros compatriotas. Apropriaram-se do que é de todos e vivem dizendo que eles são os especiais, os donos mesmo da força política que afirmam ter o direito exclusivo de dirigir os destinos do povo moçambicano.
Evidentemente que não podemos aceitar este tipo de charlatães e inimigos figadais da democracia. Estes fascistas que quando lhes convém apresentam-se como seguidores de Estaline não fazem falta aos moçambicanos. As suas ideias políticas, militares, económicas foram derrotadas no terreno real.
É caricato e infeliz que de alguns quadrantes se procure a todo o custo dar relevo aos pronunciamentos medíocres e lesivos de certas pessoas, que teimam em sobressair como supostas referências éticas, políticas e morais para os moçambicanos.
Ética é coisa que não tem e se algum dia tiveram algum mérito foi o de conseguir “dividir para reinar” no seio de um movimento fragmentado e dividido pela luta ideológica e por uma autêntica luta de “egos”. Não há nada de ideológico nos seus pronunciamentos pois os caminhos apontados por si não tem conseguido trazer o desejado desenvolvimento para o País. Não há consistência nem um encadeamento lógico no que propalam. Querem um lugar “ ao Sol” para eles próprios à custa de uma nova categoria de “escravos”.
Há exemplos claros do que foram capazes de fazer quando detinham mais poder, antes de serem obrigados a reparti-lo e respeitarem os outros moçambicanos. Sua maneira de actuar se resume a produção de intrigas políticas e nessa área são de facto especialistas.
Estes “king-makers” já cumpriram o seu percurso histórico. A última mudança de liderança no seu partido deve ter sido a última vez que conseguiram com êxito fazer eleger alguém através de seu exímio jogo de bastidores. Suas características peculiares e capacidade de contrariar vaticínios políticos é bem conhecida dos moçambicanos. Compreende-se a teimosia em agarrar-se ao pode de influência que tem no seio de seu partido. Não querem de maneira alguma ir para a reforma efectiva porque isso poderia constituir o seu suicídio político. Só no “mar político”, exercendo o que sabem com especialidade, é que se sentem protegidos do vento inexorável da história.
Aquela projecção que alguns mídia lhes dão é também fruto de puro maquiavelismos dos novos jogadores. Sabem estes que a ascensão e a eventual ocupação de cargos político-económicos de relevo neste país tem sido à custa de favores concedidos aos que ainda possuem o poder real. “Afinal escovar” sempre teve os seus benefícios na esfera política moçambicana.
De outro modo é extremamente difícil compreender a motivação por detrás de certos exercícios de marketing político elaborados e executados por alguns editores.
Merecer respeito e consideração não choca com a exigência e necessidade da comunicação social moçambicana veicular posições que sejam de interesse nacional e que contribuam para a construção de um país cada vez mais democrático.
Presta mau serviço ao país a troco do que seja, quem se permite servir de plataforma de lançamento de ideias que só apontam a um regresso ao passado que tanto sofrimento causou aos moçambicanos...
Não é por caso que na Alemanha e em outros países constitui crime a promoção do Nazismo de Hitler...
(Noé Nhantumbo, CANALMOZ, 17/08/10)
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