O PRESIDENTE sul-africano, Jacob Zuma, convidou os directores de jornais e revistas para um encontro destinado a esclarecer que não é intenção do Governo suprimir a liberdade de Imprensa na África do Sul, anunciou ontem um porta-voz da presidência.
Maputo, Sexta-Feira, 6 de Agosto de 2010:: Notícias
A iniciativa surge por entre a tensão e crispação crescentes entre o Governo e o partido no poder (o Congresso Nacional Africano ou ANC) e os editores e proprietários de órgãos de comunicação social, agravadas pela detenção, na quarta-feira, com grande aparato policial, de um jornalista do “Sunday Times”, em Joanesburgo.
Os responsáveis pela comunicação social independente têm dirigido fortes críticas ao Governo depois deste ter manifestado a intenção de criar um tribunal para os “media” e aprovar uma legislação que regulamente o acesso às fontes e o direito de as manter anónimas por parte dos jornalistas.
Alguns membros do Governo, da administração pública e do partido no poder têm defendido aquelas iniciativas com a alegada necessidade de evitar a publicação de notícias falsas ou sensacionalistas, mas partidos da oposição e líderes de opinião apontam o facto de a Imprensa ter exposto uma série de casos de corrupção, alegadamente envolvendo altas figuras do ANC, como a real motivação do Governo.
“O que podemos garantir sem reservas é que não existe qualquer plano ou intenção por parte deste Governo de reprimir os “media” de nenhuma forma”, disse ontem o porta-voz da Presidência, Themba Maseko, ao revelar que Zuma lhe pediu que contactasse os directores e proprietários da comunicação social convidando-os para um encontro de trabalho quando regressar da visita oficial que faz à Rússia.
Entretanto, o jornalista que quarta-feira foi detido, alegadamente por ter na sua posse documentos falsos relativos a uma suposta demissão do chefe do executivo provincial de Mpumalanga, continua preso naquela província a aguardar uma audiência com o magistrado durante a qual será acusado formalmente de fraude e obstrução à justiça, segundo uma fonte do seu jornal, citada ontem pela agência LUSA.
Segundo a fonte, o jornalista foi um dos co-autores da história principal da última edição do “Sunday Times”, na qual era revelado que o comissário nacional da Polícia, Bheki Cele, teria assinado ilegalmente um contrato de arrendamento de longa duração avaliado em 500 milhões de randes para mudar serviços para um prédio pertencente a um aliado político do seu partido.
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