Thursday 17 September 2009

Questionamentos na Rádio Moçambique



A reunião de planificação da Redacção Central da Rádio Moçambique (RM), a estação pública de radiodifusão, foi esta manhã marcada por um forte debate sobre questões éticas e deontológicas, envolvendo, por um lado, jornalistas seniores e editores, e, por outro, o próprio Director de Informação, Ezequiel Mavota.
O mote da discussão, segundo relatos chegados ao MISA-Moçambique, foi o facto de a Primeira-Dama de Moçambique, Maria da Luz Guebuza, estar a beneficiar de uma cobertura integral, por intermédio do jornalista Orlando Ngovene, “não sucedendo o mesmo com as esposas de outros candidatos; ela está agora em campanha pela Frelimo e pelo candidato Armando Guebuza, e não em actividades do seu gabinete”.
Ao que apurámos, foi ainda dito nessa reunião de trabalho que, como se isso não bastasse, o referido jornalista “recebeu fundos do partido Frelimo”, o que “fará com que ele não actue com independência e isenção”. Um editor que participou do encontro contou-nos o seguinte: “O nosso Director de Informação ficou embaraçado, tendo dito que a RM tem consciência do que isso realmente significa”.
Contactado pelo MISA-Moçambique para se pronunciar sobre esta questão, Ezequiel Mavota afirmou que “ela [Maria da Luz Guebuza] não está a ser coberta por ser Primeira-Dama, mas por ser chefe duma das brigadas do partido no poder. Na verdade, fazemos o mesmo para com as brigadas e/ou equipas de campanha dos outros partidos políticos”.


( Comunicado de Imprensa do MISA, citado em www.oficinadesociologia.com )

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