Juventude moçambicana, há muito esquecida, é hoje usada para a campanha.
Já tinha ouvido que um dos candidatos a corrida presidencial, o Daviz Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) tinha um manifesto cujo enfoque era a juventude. Ou seja, caso ele seja eleito presidente deste País irá, entre outros, priorizar os problemas que, desde há muito, vem enfermando a juventude moçambicana. Não é preciso enumerá-los porque todos nós conhecémo-los.
De facto, Daviz Simango e o seu MDM terão visto que cada vez mais se torna evidente que a Juventude é a área mais desprezada pelo actual Executivo Moçambicano. Seja pela incompetência das pessoas que, a nível do Governo, velam por esta área, ou mesmo pela objectiva despreocupação do próprio Presidente da República e o seu partido, a verdade é que nos últimos anos os jovens em Moçambique vem sendo votados ao abandono. Isso acontece mesmo ao nível discursivo.
Num período de instabilidade económica, em que os jovens são os principais afectados pelo desemprego e pela precariedade e em que as condições do País se encontram, cabia ao Executivo Moçambicano proporcionar formas e meios de atenuar estes efeitos negativos para o futuro do País cuja base encontra a sua sustentação na juventude.
Quando falo da juventude, atenção, não me refiro aquele grupelho de cooptados ao Partido no poder que, em nome dos jovens moçambicanos, vão tirando dividendos pessoais. Não, não me refiro a esses, nem aqueles cujas escovas nunca se gastam. É pena que essa mentalidade tenha passado também para a organização juvenil que ate há bem pouco tempo era tida como apartidária. Pena mesmo.
O que mais me preocupa neste momento, é o facto de, durante o tempo da vigência do seu anterior mandato, o candidato do partidão não ter mostrado se quer preocupação com os jovens. Hoje, que é campanha eleitoral aparece, primeiro a “roubar” a ideia do Daviz simango e, segundo, a prometer emprego para a juventude. Sem vergonha nenhuma.
Hoje que estão à caça do voto todos falam da juventude, porque sabem que, embora abandonados, os jovens tem em si o poder de decisão nas urnas-são a maioria! Não posso tirar nenhuma ilação em relação ao candidato do MDM que apenas identificou um “gap” nas políticas governamentais e quis usá-lo para a campanha e dai o facto de ter muitos simpatizantes jovens. Mas ao candidato da Frelimo, não fica bem falar em promessas de emprego para os jovens se durante todo o tempo que esteve no Governo nem se quer se lembrou da palavra “juventude”.
E nós jovens? Cabe a nós votarmos conscientes. Chega de sermos instrumentalizados. Eles sabem que somos uma força de quem eles dependem para alcançar os seus objectivos. Porque não obrigar a mudanças. Não sera possível usar esse poder de voto para influenciar positivamente nas políticas governamentais, a nosso favor? O que terá de ser feito? Continuaremos a ser usados? A mim me dói ouvir alguém que se calhar nem consegue escrever a palavra “Juventude” falar ai e em viva voz que vai dar emprego, habitação, saúde e educação aos jovens quando basta lá chegar nota-se que a juventude de que se refere é aquele mais “xegada” a ele, os sobrinhos, os netos e os filhos dos padrinhos e amigos e etc, etc.
É para isto que somos usados e nós continuamos assim, calados, como se tudo corresse bem..Sim, calados e inactivos. Como quem diz “peixe com Legumes, é isso mesmo que escolhemos!”.
( Citado em www.manueldearaujo.blogspot.com )
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