Tuesday 29 September 2009

Em Maputo MDM pede ao povo para despertar e recusar rebuçados


Não é de capulanas, camisetas, bonés, rebuçados e outras trapalhices, que o povo precisa. É, sim, de políticas de governação claras, que poderão fazer o povo sair da extrema pobreza, criminalidade, corrupção, e esquecimento político, no qual está mergulhado, tudo, por culpa do Governo do dia. Quem o diz são membros do MDM na cidade de Maputo.


Maputo (Canalmoz) – No prosseguimento da campanha eleitoral, rumo as eleições de 28 de Outubro próximo, o Movimento Democrático de Moçambique, MDM, que vem privilegiando o contacto interpessoal, apelou ao povo da cidade de Maputo para que acordasse e votasse em programa e candidato credível, capaz de tirar o país do marasmo em que se encontra. Neste caso apela para o voto no candidato à Presidência da República Daviz Simango e no manifesto eleitoral que começou ontem a ser distribuído em formato A3 e impresso em papel de jornal.
Em contacto interpessoal e com cânticos, o MDM chamou atenção aos moradores da capital do país para que não se deixem intimidar com as pequenas prendas envenenadas que estão sendo distribuídas. Aliás pediu que o povo receba as prendas e que depois nas urnas sancione o actual partido no poder por tudo que fizeram as pessoas passar durante todos os últimos anos de governação.
No último sábado, por exemplo, o partido de Daviz Simango escalou o populoso Bairro de Xipamanine, onde prometeu melhorar as condições de saneamento, segurança através de criação de serviços virados ao atendimento ao cidadão. No bairro e no mercado local de Xipamanine o MDM criticou o facto de as pessoas estarem a pagar taxas que não se revertem em benefício do cidadão, na criação ou melhoria das suas condições de vida. O MDM questiona por exemplo aos vendedores para onde vai o dinheiro que estes diariamente pagam ao Conselho Municipal, uma vez que o mercado nunca muda de visual, vivendo apenas de improvisos.
Segundo o chefe da brigada do MDM na cidade de Maputo, Ismael Mussa, que também é candidato a deputado na AR pelo partido do Galo, foi a Xipamanine explicar a necessidade de trabalhos de fundo em termos de urbanização. Segundo Mussa, o MDM e Daviz Simango querem promover a alteração do actual estado das coisas.
O MDM diz que é importante explicar às pessoas porque isso acontece, de modo que estas saibam em quem estão a votar. “As caravanas não comunicam com o cidadão. É preciso que o cidadão entenda as políticas do partido no qual vai votar. Por isso não nos pautamos pela campanha de exibicionismo de poderio económico. Não temos capulanas, bonés ou camisetas para distribuir”. “Não é de capulanas, bonés, camisetas, rebuçados e outras formas de trapalhices que o povo moçambicano precisa, mas, sim, de alternativa que os possa fazer sair da pobreza absoluta, corrupção, e criminalidade que fustigam o país”, justificou Ismael Mussa. Refira-se, de facto que Xipamanine é um bairro que em termos de estrutura urbana necessita de muitos trabalhos. Actualmente debate-se com um grande problema: de saneamento. Não há recolha do lixo, falta sistema de drenagem para escoar as águas das chuvas, e faltam outras infra-estruturas básicas. O município não promover essas obras mas segundo Ismael Mussa o MDM quer ser governo para patrocinar soluções para Xipamanine.
O MDM diz que no seu programa de governação está prevista a restauração de todos os bairros periféricos de Maputo presentemente votados ao esquecimento, “através um programa integrado de melhoria de condições básicas, que visa proporcionar tratamento igual para todos, sem qualquer tipo de discriminação.

Enquanto isso, em Gaza a xenofobia continua”

De acordo com os membros do MDM sedeados em Maputo, paradoxalmente na província de Gaza os seus companheiros estão a passar muito mal para fazer a sua campanha. Alegam que os actos de sabotagem protagonizados pelos membros do partido no poder, a Frelimo, estão a tomar proporções alarmantes, facto que segundo eles não seria possível se a polícia local não fizesse de tudo para encobrir os actos de vandalismo protagonizados pelos membros da Frelimo.
Em conversa com o Canalmoz disseram que está a se tornar cada vez mais perigoso fazer a campanha do MDM ou se identificarem como simpatizantes do MDM naquela província, porque correm o risco de serem espancados ou até de verem a residência destruída. Gaza é um dos pontos do país onde a perseguição aos membros do MDM é bastante forte, aliás é onde mais sedes daquele partido foram até agora destruídas. Há uma clara perseguição a tudo o que é MDM, referem.

PRM não quer saber das caravanas do MDM


Segundo a fonte do MDM que estamos a citar, quando em contacto permanente com os seus colegas de Gaza, estes dizem que o aumento de número dos seus membros espancados tem a colaboração da polícia, pois, esta, não responde atempadamente ao pedido de escolta do MDM. “O motivo principal do aumento de casos de intimidação não é só a impunidade perpetrada pelos membros da PRM, mas também a recusa destes em acompanhar as caravanas do partido. O delegado de Gaza informou-nos que sempre quando vão ao posto policial solicitar escolta, a Polícia inventa motivos para justificar a sua não ida”.
Disseram ao nosso jornal que “quando um membro do MDM se dirige ao posto policial para pedir escolta, estes primeiro querem saber se terão direito a transporte ou não, caso não os membros não serão acompanhados. Mas no dia em que o MDM tem transporte a PRM alega falta de efectivo”.
“Em consequência dessa triste peça teatral, frequentemente protagonizada pela PRM, muitos membros do MDM já foram espancados, ou destruídos a sua residência em Gaza”. Aliás, ainda segundo dados que nos foram facultados, “no dia 18 e 19 do corrente mês, mais membros do MDM foram espancados nos distritos de Chokwé e Chibuto, respectivamente”.

(Matias Guente, CANALMOZ, 29/09/09)

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