Thursday 10 September 2009

Beira: cidade apetecível!

Contrariamente do que alguns dizem mal e outros escrevem, servindo-se de porta-vozes não se sabe bem de quem e de que interesses, sobre o suposto abandono em que encontra a cidade da Beira, nada mais é falso.
A cidade está limpa, sem lixo e bem iluminada. Mesmo os mercados, locais de produção por excelência de resíduos sólidos, não há contentores a esbarrotar de lixo. Nas ruas, avenidas e em qualquer da cidade – seja na zona urbana ou periurbana – podese cruzar com trabalhadores municipais, pacientemente, a varrer. As vozes que se levantam a dizer o contrário do que se pode constatar estão a faltar à verdade objectiva ou se trata, simplesmente, de fazer um jogo com condimentos políticos.
A situação da cidade pode, apenas, ser descrita pelos seus habitantes, aqueles que, no passado, viviam asfixiados de cheiro nauseabundo e viam seus familiares a partirem para o além, vítimas de malária e cólera cíclica. Esse cenário pertence ao passado. Foi a pensar nisso que em Novembro de 2008, o povo acorreu às urnas para garantir que a cidade não voltasse a cair no abismo. Votou a cantar a significativa estrofe: não vamos esquecer o tempo que passou. Esta canção é um pau de dois bicos. Tanto serve para estucar o colono como o mau governante, o que mal serve os interesses da comunidade.
O povo fala com objectividade enquanto os políticos têm “matendência” na sua faladura. Em momentos eleitorais, os políticos e seus sequazes não são uma boa fonte de notícia. Por vezes, mentem ou exageram os factos. Edson Macuácua, porta-voz da Frelimo, disse, em entrevista ao Magazine Independente, que a cidade da Beira ressentese da falta de um presidente. A representante do Estado, Cremilda Sabino, num esforço usual, no dia 20 de Agosto, em plenas comemorações do aniversário da Beira, tentou demonstrar que tudo vai mal. A Beira está bem e limpa, quem assim o diz são os seus humildes habitantes que não têm qualquer interesse político imediato na administração da urbe. Querem bom serviço público.
Quem quiser ver uma cidade suja, esburacada, basta visitar Chimoio. Da mais limpa cidade de Moçambique, precipitou-se em escombros, onde o lixo não é, regularmente, recolhido e as ruas desfiguradas. Uma pequena chuva, deixa a cidade num verdadeiro dilúvio, porque mandou construir edifícios e colocaram um mercado informal na nascente de um rio que servia de desaguadouro. Isso não lhes preocupa.
A cidade de Quelimane, Brasil em ponto pequeno, está irreconhecível. Está muito mal. As viaturas e ciclistas que nela circulam não podem evitar cair nos buracos semeados na faixa de rodagem. Têm, somente, que escolher entre um buraco grande e pequeno onde possa cair sem destruir o seu meio de transporte. Isso eles não denunciam. A capital de Moçambique, Maputo, há muito que deixou de ser cidade das acácias. Está mergulhada no lixo e com ruas esburacadas. Isso não preocupa tão os que encontram fantasmas na cidade do Chiveve.

( Edwin Hounnou, em A Tribuna Fax de 03/09/09 )


NOTA do José:
O Edwin, um profundo conhecedor da cidade do Chiveve, desmascara aqui aqueles que na ansia de denegrirem a imagem de Daviz Simango recorrem sem vergonha à mentira.

2 comments:

micas said...

Obrigada José por nos ter trazido aqui esta fantástica postagem.

Bem hajam os que conseguem trazer para a blogosfera as coisas boas.Precisamos de aumentar a nossa auto-estima e esta é uma óptima forma de o fazer.

Nasci em Maputo, fui criança em Moma e adolescente na Beira.

Depois desta boa notícia da Beira, será pedir muito que alguém me dê notícias de Moma? Fotos?

Um abraço

JOSÉ said...

Micas, seja bem-vinda à minha palhota.
Esta postagem vale sobretudo para desmascarar aqueles que com intuitos políticos falam mal da Beira.
Eu nasci na ex-Lourenco Marques, passei parte da infancia na Zambézia e vou com alguma regularidade a Maputo.
Boa sorte na sua pesquisa sobre Moma. Recordar é viver!

Abraço forte!