Wednesday, 30 September 2009

Acusa MDM “Frelimo fomenta medo e terror em Gaza”



Xai-Xai (Canalmoz) - Medo e terror são estratégias adoptadas pela Frelimo na sua caça ao voto na província de Gaza, segundo reporta Freitas Coutinho, delegado político provincial do Movimento Democrático de Moçambique, MDM. Os Distritos de Chókwè e Chibuto são os locais onde as atrocidades se registam com mais frequência.
Na mesma ocasião, Coutinho disse que, até ao momento, o seu partido está a realizar uma campanha ordeira, caracterizada pelos contactos porta-a-porta e pelos desfiles populares. “Andamos nos bairros, onde mantemos os contactos. Os mesmos têm sido bastante positivos, porque recebemos uma boa receptividade dos eleitores”. Mais adiante, acrescentou que o seu partido já está implantado em todos os distritos e localidades da província.
A fonte disse ao Canalmoz e Canal de Moçambique que o grande Calcanhar de Aquiles que tem enfrentado no terreno está relacionado com a atitude dos membros e simpatizantes do partido no poder, que não deixam o MDM realizar os seus trabalhos. “Eles usam carros para bloquearem o nosso caminho, destroem o nosso material de propaganda, espancam os nossos membros”, denunciou.

Em Gaza não há oposição

A província de Gaza é tida como o bastião da Frelimo, visto que, até à presente legislatura não possui e nunca teve nenhum deputado da oposição na Assembleia da República. Freitas Coutinho reconhece o facto e diz que o MDM, partido presidido pelo Edil da Beira, Daviz Simango, está disposto a reverter a situação e a mostrar ao mundo que aquele pensamento de que Gaza é da Frelimo não corresponde à verdade, apesar de os fundadores da Frelimo serem naturais daquela província.
“Isso faz com que a província fique mais pobre. A cidade do Xai-Xai pode ser comparada com um Distrito qualquer, pois nela não há desenvolvimento. Por isso é que nós dizemos que é preciso encontrar uma oposição certa e segura, como o são o MDM e o seu candidato presidencial Daviz Simango”, afirmou Freitas Coutinho.

Factos no terreno

“O MDM, delegação de Gaza, repudia categoricamente a alegada atitude negativa, vergonhosa, nojenta e de falta de civismo, demonstrada pelos membros e simpatizantes da Frelimo, no Chibuto, no dia 18 e no Chókwè, no dia 19 de Setembro”, caracterizada por “actos de vandalismo”, que consistiram na “manipulação grosseira” dos chamados “grupos de choque”, para impedir, com “actos de violência”, a campanha do MDM.
Segundo Freitas Coutinho, os actos de vandalismo perpetrados pelos grupos de choque da Frelimo, tanto no Chókwè, como no Chibuto, resultaram em danos físicos, morais e materiais.
Em Chibuto no dia 18 de Setembro, o delegado político provincial do MDM, Freitas Mussulmade Coutinho, teve ferimentos no antebraço directo, resultantes de uma facada contra ele “por um dos membros do grupo de choque da Frelimo”. “No mesmo dia, a porta lateral esquerda da viatura do MDM ficou destruída, em resultado de um embate propositadamente levado a cabo por um membro da Frelimo que dirigia uma viatura de marca volvo, com uma chapa de inscrição estrangeira”.
Em Chókwè, dia 19 de Setembro, “vários membros do MDM que seguiam em duas viaturas, foram violentados e agredidos fisicamente. As duas viaturas sofreram danos materiais avultados”.
O delegado provincial do MDM salientou para o Canalmoz e o Canal de Moçambique que “a violência é condenada veemente pela lei eleitoral”. “Está preconizado na lei que os Partidos políticos concorrentes podem realizar as suas campanhas eleitorais, mas a Frelimo, tanto em Chibuto como em Chókwè, veda a outros partidos, em especial ao MDM, o gozo dos direitos plasmados na Lei”, disse Coutinho, que concluiu dizendo que “a campanha eleitoral em Gaza decorre num ambiente de impedimento, intimidação e agressão perpetrados pela Frelimo, contra os outros partidos, sob olhar impávido de quem é de direito”.

A Frelimo reage às acusações

A Frelimo em Gaza, na voz do seu Chefe do Gabinete Provincial da Campanha e primeiro secretário, José Tsambe, refuta todas acusações levantadas pelo MDM e afirma que o seu partido está a realizar uma campanha ordeira e de civismo, com o respeito ao plasmado na Lei.
Tsambe afirmou que alguns partidos, como o MDM, provocam situações, para se fazerem de vítimas. “ O que se passa é que alguns provocam, para mostrarem ao país e o mundo que a Frelimo não os quer. O que acontece com o MDM é que, de facto, procuram-nos e eles têm uma máquina de filmar. Lançam palavrões para nós e, quando há uma resposta, eles filmam, só para mostrar que, em Gaza, não há espaço para eles fazerem a sua campanha”, disse Tsambe, que acrescentou que, “com a Renamo, a situação não se verifica e mesmo com o MDM o facto só acontece quando os grupos se encontram fora da cidade do Xai-Xai”.
O primeiro secretário da Frelimo afirmou, ainda, que fora da campanha porta-a-porta, contacto interpessoal e desfiles, a Rádio Moçambique EP, emissor provincial de Gaza tem espaço de antena para os partidos e candidatos à presidência da República, mas só o seu partido faz uso do tempo disponível.
Na ocasião, José Tsambe desmentiu a acusação de que o seu partido está a usar bens públicos na sua caça ao voto. “Essas são acusações infundadas. O nosso partido não tem carros, mas tem militantes que emprestam os seus carros para a campanha. Além disso, temos submetido pedidos de apoio a instituições que não têm nada a ver com o Estado, e os mesmos nos dão emprestadas as suas viaturas para a campanha.”

Balanço positivo

A Frelimo na província de Gaza diz que, até ao momento, faz uma avaliação positiva ao seu desempenho na estratégia de caça ao voto, visto que, em toda a província, a campanha arrancou como estava previsto, isto é as zero horas do dia 13 Setembro. “De lá até cá, várias foram as realizações que foram feitas. Até à primeira semana, já havíamos realizado 142 comícios populares, onde haviam participado perto de 82 mil potenciais eleitores, além das reuniões com as nossas organizações sociais, que são a OMM, OJM e ACLIM e, também líderes influentes na sociedade”, concluiu.

(Egídio Plácido, em Xai-Xai, Canalmoz, 30/09/09)

No comments: