O Presidente da República, Armando Guebuza, deverá reunir-se sexta-feira em Maputo, para homologar, com o líder da Renamo, os acordos alcançados em sede do diálogo entre as delegações e do maior partido da oposição.
Um comunicado da Embaixada da Itália, recebido pela AIM, avança que o líder da Renamo manifestou a sua disponibilidade de retornar a Maputo, esta quinta-feira. Esta decisão surge na sequência de um encontro que manteve em Gorongosa com uma delegação do Governo italiano.
Aliás, fontes da AIM em Nampula, confirmam terem visto a referida delegação italiana, que se fazia acompanhar de Ivone Soares, deputada parlamentar da Renamo, a saída de um encontro com o estadista moçambicano na capital daquela província, onde Guebuza lançou hoje, oficialmente, a campanha do seu partido para as V eleições gerais a ter lugar a 15 de Outubro próximo.
A delegação italiana, que manteve um encontro com Dhlakama, no sábado, na Serra da Gorongosa, província central de Sofala, era composta por Dom Matteo Zuppi da Comunidade de SantEgidio, Embaixador da Itália acreditado em Moçambique, Roberto Vellano e pelo Vice-Ministro do desenvolvimento económico, Carlo Calenda.
Refira-se que Dom Matteo Zuppi é membro da Comunidade de Santo Egídio, organização religiosa italiana que esteve em frente das negociações que colocaram fim, em 1992, à guerra civil dos 16 anos em Moçambique.
Na ocasião, Dhlakama garantiu a delegação italiana o seu empenho para que as eleições decorram num clima pacífico e sereno, tendo pedido ao Governo para que garanta o cumprimento de todos os passos posteriores ligados a aplicação dos acordos, a partir da ratificação parlamentar dos mesmos num breve espaço de tempo.
O documento adianta que depois do acordo de cessação das hostilidades e sobre as modalidades de desenvolvimento das eleições, continua aberta a questão da saída de Afonso Dhlakama de Gorongosa e o seu regresso a normal actividade política.
Ivone Soares, que também é sobrinha de Dhlakama confirma o encontro na sexta-feira próxima na sua página de Facebook.
Hoje estive com o Presidente da República Armando Guebuza. Foi um encontro muito cordial. A boa nova é que teremos o frente a frente Guebuza - Dhlakama sexta-feira em Maputo, escreve Soares no Facebook.
(AIM)
Um comunicado da Embaixada da Itália, recebido pela AIM, avança que o líder da Renamo manifestou a sua disponibilidade de retornar a Maputo, esta quinta-feira. Esta decisão surge na sequência de um encontro que manteve em Gorongosa com uma delegação do Governo italiano.
Aliás, fontes da AIM em Nampula, confirmam terem visto a referida delegação italiana, que se fazia acompanhar de Ivone Soares, deputada parlamentar da Renamo, a saída de um encontro com o estadista moçambicano na capital daquela província, onde Guebuza lançou hoje, oficialmente, a campanha do seu partido para as V eleições gerais a ter lugar a 15 de Outubro próximo.
A delegação italiana, que manteve um encontro com Dhlakama, no sábado, na Serra da Gorongosa, província central de Sofala, era composta por Dom Matteo Zuppi da Comunidade de SantEgidio, Embaixador da Itália acreditado em Moçambique, Roberto Vellano e pelo Vice-Ministro do desenvolvimento económico, Carlo Calenda.
Refira-se que Dom Matteo Zuppi é membro da Comunidade de Santo Egídio, organização religiosa italiana que esteve em frente das negociações que colocaram fim, em 1992, à guerra civil dos 16 anos em Moçambique.
Na ocasião, Dhlakama garantiu a delegação italiana o seu empenho para que as eleições decorram num clima pacífico e sereno, tendo pedido ao Governo para que garanta o cumprimento de todos os passos posteriores ligados a aplicação dos acordos, a partir da ratificação parlamentar dos mesmos num breve espaço de tempo.
O documento adianta que depois do acordo de cessação das hostilidades e sobre as modalidades de desenvolvimento das eleições, continua aberta a questão da saída de Afonso Dhlakama de Gorongosa e o seu regresso a normal actividade política.
Ivone Soares, que também é sobrinha de Dhlakama confirma o encontro na sexta-feira próxima na sua página de Facebook.
Hoje estive com o Presidente da República Armando Guebuza. Foi um encontro muito cordial. A boa nova é que teremos o frente a frente Guebuza - Dhlakama sexta-feira em Maputo, escreve Soares no Facebook.
(AIM)





![Photo: “Guebuza não contribuiu para a unidade dos moçambicanos” (#canalmoz)
Considera o académico Victor Igreja
Maputo (Canalmoz) – O jargão da unidade nacional foi afinal uma fraude. O professor de “Estudos de Paz e Conflitos, Justiça em Transição e Antropologia” na Universidade de Queensland, na Austrália, Victor Igreja, considera que o actual Presidente da República, Armando Guebuza, pode ter contribuído para muita coisa, mas não conseguiu unir os moçambicanos. Victor Igreja fundamenta a sua posição em dois pontos: por um lado, a recriação e institucionalização das células do partido Frelimo nas instituições públicas, onde apenas membros da Frelimo podem ocupar cargos de chefia; por outro lado, as reformas nas Forças Armadas, destacando as aposentações compulsivas dos oficiais da Renamo.
Para o académico, tanto no primeiro como no segundo caso, Armando Guebuza contribuiu para a exclusão e automaticamente para uma situação de divisão e de conflitos latentes.
Segundo Victor Igreja, o antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, depois das primeiras eleições, “iniciou um processo de reforma, que passava pela separação entre partido, Estado e Governo”. No entanto, prossegue Victor Igreja, “certos sectores radicais da Frelimo nunca aceitaram esse tipo de visão da política”. Segundo Igreja, foi com a ascensão ao poder, em 2004, de Armando Guebuza, “conhecido dentro do partido como a pessoa que incorpora os valores radicais do partido”, que o fenómeno das células volta a ganhar terreno. Victor Igreja explica que os “valores radicais” devem ser entendidos “no sentido de que, quando se fazem mudanças, devem ser rápidas”. O nosso interlocutor conta que é “no 9o Congresso onde [Guebuza] consolida o seu poder, a sua visão radical de mudança da sociedade”.
O académico entende que “ao recriar células dentro das instituições, cria um clima de divisão, porque quem não é da Frelimo não pode assumir cargos de chefia”. Para o professor, a criação de células é uma antítese da ideia de unidade na diversidade. E é contra “a perspectiva da unidade”.
Reformas nas FADM
O segundo ponto da tese de Victor Igreja tem a ver com as reformas repentinas nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique. Victor Igreja diz que, sendo Guebuza “parte daquela ala da Frelimo que advoga a ideia de que um Estado, um Governo, só existe quando há controlo das Forças Armadas”, desmobilizou a maior parte dos homens da Renamo, que estavam no Exército, “de forma rápida e óbvia”. Isso “é contra o princípio da unidade”, concluiu.
Victor Igreja foi orador no tema “Recurso à violência e à guerra para negociações políticas e legitimidade em Moçambique”, na II Conferência do Instituto de Estudos Económicos e Sociais (IESE), que terminou ontem em Maputo. (André Mulungo)](https://scontent-b-lhr.xx.fbcdn.net/hphotos-xfp1/v/t1.0-9/10583828_700215273380906_845223075576852787_n.jpg?oh=dba5ecebdc1c5153b530ed7ea60a7f87&oe=547DA0F1)




Lutero Simango
Em entrevista por telefone à Lusa, Afonso Dhlakama anunciou o desejo de criar "uma comissão da verdade, à semelhança do que fizeram na África do Sul, com [Nelson] Mandela, depois do fim do 'apartheid'".
Entrevista a Luís Campos Ferreira, responsável pela diplomacia portuguesa