Os tribunais moçambicanos já começaram a julgar os mais de 280 detidos em conexão com os tumultos deste mês em algumas cidades do país, informou hoje o Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM).
Questionado hoje sobre a situação dos detidos, o porta-voz do Comando Geral da PRM, Pedro Cossa, disse aos jornalistas que os tribunais já começaram os julgamentos das pessoas suspeitas de envolvimento nos confrontos, que resultaram ainda na destruição de lojas e veículos.
"Nenhum dos detidos está sob a alçada da polícia. Todos os processos foram submetidos aos tribunais, que, pelo que sei, já começaram a julgar", referiu Pedro Cossa, escusando-se a avançar mais pormenores sobre o assunto.
Uma onda de violência contra o agravamento do custo de vida em Moçambique afetou nos dias 1, 2 e 03 deste mês as cidades de Maputo, Matola, Chimoio, Tete e Nampula, resultando na morte de pelo menos 18 pessoas, segundo fontes clínicas (o Governo só reconhece 14 mortes), detenção de mais de 280 e ferimentos de mais de 500.
A polícia moçambicana tem sido acusada de esconder informação sobre o número real de pessoas detidas durante a revolta popular e a situação em que se encontram.
A Liga dos Direitos Humanos acusa o Governo de ter dado ordens para se ocultarem os números reais da violência da semana passada.
"Eu tenho desconfiança em relação aos números de vítimas que o Governo tem estado a dar. Aliás, não estamos a desconfiar, temos a plena certeza (de que o Governo mente), porque onde não tens medo, não te fechas", acusou a presidente da LDH, Alice Mabota.
RM/ Lusa
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