Saturday, 11 September 2010

A maioria qualificada real desqualificou a “maioria qualificada” virtual

Maputo (Canalmoz) - Depois do 05 de Fevereiro de 2008, que abalou Maputo e outras grandes áreas urbanas do País, o Povo voltou a protestar. Falou, falou, falou, ninguém o quis ouvir, até que teve de dar nas vistas para os autistas não continuarem a ignorar quem já partiu o cinto de tanto o apertar. Não foram os “sem rosto”que se rebelaram. Foi o Povo! Foi a “Maravilhosa” maioria qualificada real que respondeu ao silêncio da chamada “maioria qualificada” – a virtual – que se esqueceu que há mais moçambicanos que não podem esperar mais por pão para a boca e estavam incapazes de se conterem.
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O governo voltou a dar provas de que prefere o confronto. Assim abriu caminho para a violência se instalar. Mandou as forças policiais abrirem fogo sobre os manifestantes. Fizeram-no com balas reais. Vimos povo a matar povo. Vimos esfomeados a balear esfomeados. Ficou o luto, as feridas, os novos heróis. O Povo continua com fome. Mas parece que finalmente o Conselho de Ministro abriu os olhos e rendeu-se aos governados. Fez-se luz na cabeça dos senhores que precisaram de fomentar a desordem com o seu autismo para que as soluções fossem avaliadas e encontradas. Mais uma vez foi preciso o povo encostar o Governo à parede.
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A cegueira, a luta pelo poder, o autismo, está constantemente a levar-nos para o abismo. E foi isso que fez com que o Povo se revoltasse.
Pena que tivesse sido necessária a violência para o Governo aprender a ouvir. Só sabe ouvir à força. Porquê?
Os que só pensam nos seus próprios umbigos têm de reflectir. São eles os agitadores. Os malandros têm rosto. O povo tem rosto. Já todos sabemos quem é quem.

Editorial do Canal de Moçambique. Leia o texto completo aqui.

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