A Liga dos Direitos Humanos de Moçambique (LDH) acusou hoje (9) o Governo de “ocultar” o número de vítimas da violência urbana da semana passada e o comandante geral da polícia moçambicana, Jorge Kalau, de ser “desumano”.
Segundo dados do Governo, os tumultos da semana passada entre populares e a polícia mataram 14 pessoas e feriram 624. Mas fontes clínicas disseram à Lusa que morreram 18 pessoas por causa da rebelião popular.
“Eu tenho desconfiança em relação aos números de vítimas que o Governo tem estado a dar. Aliás, não estamos a desconfiar, temos a plena certeza (de que o Governo mente), porque onde não tens medo, não te fechas”, acusou a presidente da LDH, Alice Mabota, respondendo às perguntas dos jornalistas, após divulgar a posição da organização em relação aos tumultos.
“A casa mortuária não nos forneceu o número de mortos, remeteu-nos a um dirigente superior, o dirigente superior afecto à casa mortuária remeteu-nos ao comando da cidade. O que custa dizer que está aqui o livro (com o número de óbitos)?”, questionou Alice Mabota.
Para a activista dos direitos humanos, a transparência no fornecimento de estatísticas reais sobre a violência da semana passada iria redimir o Governo da gestão desastrosa que fez do conflito.
A presidente da LDH acusou ainda o comandante geral da polícia moçambicana de não ter “qualquer humanismo”, e de ser insensível em relação aos direitos humanos.
“O comandante geral é muito mais duro, é difícil encontrar uma expressão própria para dizer o que ele é, mas não tem nenhuma parte humana, não há qualquer humanismo com ele”, enfatizou Alice Mabote.
O ministro do Interior, José Pacheco, também não escapou às críticas da presidente da LDH, que considera o responsável “isolado da população e dentro da própria polícia”, exigindo a sua demissão.
“Ele não devia continuar, tanto ele como o comandante geral. O chefe de Estado devia mostrar que não concorda com a actuação do ministro do Interior, ninguém confia no Ministério do Interior”, observou Alice Mabota.
Na declaração intitulada “Posição da Liga sobre a Revolta Popular dos dias 1, 2 e 3 de setembro de 2010”, a LDH condena “o uso desproporcional da força policial e militar contra populações indefesas, com recurso a munições letais, no lugar de projécteis de borracha ou outros meios de dissuasão para casos do género”.
A organização fala igualmente de haver “indícios bastantes de crimes perpetrados por agentes do Estado” e exige do Ministério Público moçambicano a promoção de uma acção penal contra os autores de tais actos.
Para a responsabilização penal dos autores dos crimes e indemnização das vítimas, a LDH oferece-se para prestar assistência jurídica.
Fonte:Lusa, na RM
Segundo dados do Governo, os tumultos da semana passada entre populares e a polícia mataram 14 pessoas e feriram 624. Mas fontes clínicas disseram à Lusa que morreram 18 pessoas por causa da rebelião popular.
“Eu tenho desconfiança em relação aos números de vítimas que o Governo tem estado a dar. Aliás, não estamos a desconfiar, temos a plena certeza (de que o Governo mente), porque onde não tens medo, não te fechas”, acusou a presidente da LDH, Alice Mabota, respondendo às perguntas dos jornalistas, após divulgar a posição da organização em relação aos tumultos.
“A casa mortuária não nos forneceu o número de mortos, remeteu-nos a um dirigente superior, o dirigente superior afecto à casa mortuária remeteu-nos ao comando da cidade. O que custa dizer que está aqui o livro (com o número de óbitos)?”, questionou Alice Mabota.
Para a activista dos direitos humanos, a transparência no fornecimento de estatísticas reais sobre a violência da semana passada iria redimir o Governo da gestão desastrosa que fez do conflito.
A presidente da LDH acusou ainda o comandante geral da polícia moçambicana de não ter “qualquer humanismo”, e de ser insensível em relação aos direitos humanos.
“O comandante geral é muito mais duro, é difícil encontrar uma expressão própria para dizer o que ele é, mas não tem nenhuma parte humana, não há qualquer humanismo com ele”, enfatizou Alice Mabote.
O ministro do Interior, José Pacheco, também não escapou às críticas da presidente da LDH, que considera o responsável “isolado da população e dentro da própria polícia”, exigindo a sua demissão.
“Ele não devia continuar, tanto ele como o comandante geral. O chefe de Estado devia mostrar que não concorda com a actuação do ministro do Interior, ninguém confia no Ministério do Interior”, observou Alice Mabota.
Na declaração intitulada “Posição da Liga sobre a Revolta Popular dos dias 1, 2 e 3 de setembro de 2010”, a LDH condena “o uso desproporcional da força policial e militar contra populações indefesas, com recurso a munições letais, no lugar de projécteis de borracha ou outros meios de dissuasão para casos do género”.
A organização fala igualmente de haver “indícios bastantes de crimes perpetrados por agentes do Estado” e exige do Ministério Público moçambicano a promoção de uma acção penal contra os autores de tais actos.
Para a responsabilização penal dos autores dos crimes e indemnização das vítimas, a LDH oferece-se para prestar assistência jurídica.
Fonte:Lusa, na RM
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