Monday, 6 September 2010

CONTRATO SOCIAL ROMPIDO


O PRESIDENTE do Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais (CEMO), Manuel de Araújo, condenou a violência registada nas manifestações, mas disse que do ponto de vista sociológico elas são perfeitamente compreensíveis, dada a pressão no seio da população.

“O que acontece é que há hegemonia de um único partido que acaba se descuidando dos processos de tomada de decisão. Muita coisa não funciona. O Conselho de Estado, por exemplo, não se reúne ou poucas vezes se reúne. Outrossim, não temos sindicatos nem partidos políticos que possam articular o sentimento da sociedade. O resultado disso é a explosão social. Veja que os trabalhadores foram envolvidos ou afectados mas os sindicatos não se pronunciaram. É estranho. Há que repensar no contrato social, que foi rompido. Para mim, tratou-se de uma revolta popular e nunca ouvi falar em nenhuma parte do mundo de uma revolta popular que é legal”, disse, ajuntando que o que se verifica é uma “erosão” dos sistemas de comunicação e afirmação política, em resultado da maioria.

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