Monday 13 September 2010

Custo de vida e redução da pobreza: Sociedade civil vai falar com o Governo

A PLATAFORMA Nacional das Organizações da Sociedade Civil Moçambicana (G20), está a realizar uma série de debates com o objectivo de elaborar uma matriz de assuntos que deverão ser abordados com o Governo, no contexto do combate à pobreza e da promoção do desenvolvimento, tomando como base as manifestações violentas registadas nos passados dias 1 e 2 do mês corrente, nas cidades de Maputo e Matola.

Maputo, Segunda-Feira, 13 de Setembro de 2010:: Notícias

Hoje, em Maputo, o G20 irá organizar uma mesa redonda para sintetizar propostas avançadas recentemente em sessões de auscultação às associações económicas, de “mukheristas”, de defesa dos consumidores e às instituições académicas e de investigação, com o objectivo de perceber melhor o funcionamento dos mecanismos de fixação de preços e sobre como é que os cidadãos podem contribuir na mitigação dos seus efeitos.
Entretanto, num debate realizado sexta-feira na capital do país, sobre as implicações da agitação popular na dinâmica social urbana, o agro-economista Firmino Mucavele defendeu que o Governo deve reorientar imediatamente os seus planos e estratégias de desenvolvimento nas áreas social e institucional para fazer os ajustamentos necessários às suas recentes decisões tomadas para pôr cobro às manifestações.
Falando numa palestra organizada pelo Observatório Juvenil, o agro-economista realçou que os preços dos produtos alimentares sempre terão a tendência de aumentar a longo prazo, porque o aumento da taxa de produção alimentar anual em Moçambique é de 1,2 porcento, enquanto que a taxa de aumento da população é de 2,7 porcento por ano, o que faz com que o país tenha um défice alimentar anual de 1,5 porcento.
“Isso implica que em cada ano que passa há menos comida para as populações. Por sua vez, este défice alimentar aumenta o excesso da procura de alimentos, o que provoca o aumento dos preços dos produtos alimentares. É importante ter isso em conta”, disse.
Firmino Mucavele apelou ainda ao Governo a fazer a revisão das suas políticas, especialmente na segurança alimentar e humana, para sincronizar e harmonizar as medidas de curto prazo com as políticas de desenvolvimento de longo prazo.
No mesmo encontro, o sociólogo Carlos Serra apelou aos presentes para que se faça um estudo mais aprofundado sobre as razões das agitações que ocorreram nos dias 1 e 2 de Setembro corrente.
“Uma das hipóteses é que as pessoas não protestaram contra o Estado, mas sim contra a ausência do Estado – pai, isto é, a falta da redistribuição dos recursos é que foi a causa da agitação”, disse Carlos Serra.

No comments: