Friday 3 September 2010

Manifestações são legítimas

PARTIDOS políticos da oposição mostraram-se ontem solidários às manifestações realizadas nos últimos dois dias nas cidades de Maputo e Matola por considerarem que as reivindicações feitas são legítimas e oportunas, embora condenem veementemente os actos de violência, destruição e pilhagem que se verificaram um pouco por todo o lado, durante o levantamento.

Maputo, Sexta-Feira, 3 de Setembro de 2010:: Notícias

Para as nossas fontes, nada justifica os actos de violência que, de acordo com dados preliminares avançados pela Polícia da República de Moçambique, resultaram em seis mortos, dezenas de feridos, para além de devastação e saque de lojas, estações de serviços, apedrejamento de viaturas, dentre carros privados e de transporte público de passageiros, entre outros.
De acordo com os políticos abordados, o Governo que ontem se reuniu em Conselho de Ministros Extraordinário, deve tomar medidas imediatas visando estancar a “subida galopante do custo de vida”, particularmente no que respeita ao custo dos produtos de primeira necessidade, como é o caso do pão, arroz, farinha, energia eléctrica, água, sabão, entre outros.

LAMENTÁVEL MAS LEGÍTIMA – CONDENA JOSÉ MANUEL DE SOUSA, MDM

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), na voz do seu porta-voz, José Manuel de Sousa, acha que as manifestações realizadas quarta e quinta-feira nas cidades de Maputo e Matola são legítimas embora o partido de Daviz Simango condene veementemente a onda de violência que as caracterizaram.
“O MDM considera que os manifestantes têm toda a legitimidade legal e constitucional para realizarem os protestos contra a subida dos preços dos bens essenciais, como energia, água e pão. Contudo, o partido lamenta a onda de violência que caracterizou a reivindicação porque não é destruindo escolas, carros e roubar armazéns que vamos fazer valer os nossos direitos”, afirmou o porta-voz do “galo”.
José Manuel de Sousa fez questão de referir que o MDM, a nível da Assembleia da República e noutros fóruns nacionais, tem alertado para a ocorrência deste tipo de situação devido ao que chamou de subida galopante de preços de tudo no país. Aliás, a fonte referiu que um dos indicativos para a ocorrência deste tipo de situações “é o facto de o salário mínimo nacional não corresponder cada vez mais com o nível de preços que se praticam no mercado nacional”.
Como forma de se ultrapassar estes problemas, José Manuel Sousa propõe que o Governo, primeiro, deve encetar negociações com todos aqueles que se encontram envolvidos nesta questão, nomeadamente, sindicatos e outros tipos de organizações socioeconómicas de defesa dos direitos dos cidadãos.
“Por outro lado, devem ser adoptadas políticas públicas de efeito imediato com vista a estancar a subida galopante de preços, principalmente de produtos básicos. Aliás, o Governo conseguiu, na altura das eleições, encontrar solução para estancar a subida do preço de combustível. Conseguiu arranjar dinheiro para subsidiar o combustível. Onde está esse dinheiro hoje? Porque é que não usa medidas idênticas para o pão, a energia ou a água?”, questionou José Manuel de Sousa.

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