Segundo dados do Banco de Moçambique
O Produto Interno Bruto – PIB – moçambicano cresceu 0,5% menos, durante o segundo trimeste de 2010, quando comparado com os primeiros três meses do mesmo ano.
Com efeito, a economia cresceu 9.3% no primeiro trimestre e, no segundo, 8,8%.
Esta informação foi divulgada ontem pelo Banco de Moçambique, no âmbito do acompanhamento da evolução dos principais indicadores de conjuntura económica e financeira nacional. Waldemar de Sousa, porta-voz e administrador daquela instituição, revelou que a economia moçambicana cresceu 8.8% durante o segundo trimestre de 2010, representando uma queda na ordem de 0,5% quando comparado com os 9.3% registados nos primeiros três meses do ano.
Segundo indica o “Preços e Conjuntura Financeira”, o menor crescimento do PIB no segundo trimestre deveu-se à redução da produção nos sectores da agricultura, indústria de extracção mineira, indústria transformadora, comércio e serviços de reparação, transportes e comunicações, aluguer de imóveis e o da educação.
Os sectores que tiveram impacto no menor crescimento da economia foram os da indústria transformadora (3.1%) e o dos transportes e comunicações (3.5%). A agricultura contribuiu em 31.8% no PIB, menos 1% que no segundo trimestre.
Perante este cenário, Waldemar de Sousa afirma que o país está “mergulhado numa flutuação entre a produção e o consumo, entre a oferta e a procura”.
Sector terceário forte na economia
O desempenho da actividade económica no segundo trimestre de 2010, quando comparado com o mesmo período do ano anterior, é largamente atribuído ao sector terceário, que cresceu 9.9%. O sector primário, com uma expansão de 9.5%, também foi responsável pelo bom desempenho da economia. Por seu turno, o secundário cresceu apenas 5.2%, menos que a metade dos dois primeiros.
Inflação atinge 14.52%
O indicador da variação de preços no país não é animador. Se, em Março, finais do primeiro trimestre, a inflação esteve na ordem de 7.21%, três meses depois, em Junho, foi mais do que o dobro, 14,52%.
A inflação no país é agravada, por um lado, pela alta de frutas e vegetais, como já havia informado o governador do Banco Central, Ernesto Gove. A variação acumulada destes preços até Junho foi de 34.18%, em resultado do aumento dos custos de alface (94%), couve (64.1%), tomate (54%), feijão nhemba (67%), cebola (37.1%), folhas de aboboreira (63.8), entre outros.
Por outro lado, estão os combustíveis, que já subiram 43.54%, em resultado do reajustamento em alta dos preços da gasolina, gasóleo, petróleo de iluminação e gás doméstico.
Exportações em alta
Apesar da flutuação da economia, as exportações de bens, na primeira metade do ano, cresceram em 10.9%, o que significa uma recuperação da procura dos nossos produtos no mercado internacional. É que o valor total das exportações incrementou em 99.4 milhões de dólares para mais de um bilião de dólares, devido à subida das exportações realizadas pelos grandes projectos.
Porém, houve queda de vendas em produtos como o camarão (35.3%), devido à queda do preço médio internacional, em 29.8%. Igual cenário verificou-se com o tabaco ( 3%) e o açúcar, cuja exportação reduziu mais de metade.
Importações em queda
O volume das importações, integrando os mega-projectos, durante o primeiro semestre, caiu 4.3% em relação a igual período de 2009, devido à redução de custos dos produtos que não fazem parte dos grandes projectos, em 5.5%.
Os mega-projectos viram as suas importações crescerem 0.3%, segundo dados do Banco Central.
Zanqueu diz que queda não é alarmante
O economista Umberto Zanqueu diz que a queda da economia nacional em 0.5% não é alarmante, uma vez que há economias que não conseguem atingir 8.8% de crescimento em tempo de crise.
Porém, Zanqueu não deixa de lamentar o facto de antes ter havido boas expectativas quanto ao desempenho da economia nacional para, depois, se assistir a este cenário.
Belizário Cumbe, O País
O Produto Interno Bruto – PIB – moçambicano cresceu 0,5% menos, durante o segundo trimeste de 2010, quando comparado com os primeiros três meses do mesmo ano.
Com efeito, a economia cresceu 9.3% no primeiro trimestre e, no segundo, 8,8%.
Esta informação foi divulgada ontem pelo Banco de Moçambique, no âmbito do acompanhamento da evolução dos principais indicadores de conjuntura económica e financeira nacional. Waldemar de Sousa, porta-voz e administrador daquela instituição, revelou que a economia moçambicana cresceu 8.8% durante o segundo trimestre de 2010, representando uma queda na ordem de 0,5% quando comparado com os 9.3% registados nos primeiros três meses do ano.
Segundo indica o “Preços e Conjuntura Financeira”, o menor crescimento do PIB no segundo trimestre deveu-se à redução da produção nos sectores da agricultura, indústria de extracção mineira, indústria transformadora, comércio e serviços de reparação, transportes e comunicações, aluguer de imóveis e o da educação.
Os sectores que tiveram impacto no menor crescimento da economia foram os da indústria transformadora (3.1%) e o dos transportes e comunicações (3.5%). A agricultura contribuiu em 31.8% no PIB, menos 1% que no segundo trimestre.
Perante este cenário, Waldemar de Sousa afirma que o país está “mergulhado numa flutuação entre a produção e o consumo, entre a oferta e a procura”.
Sector terceário forte na economia
O desempenho da actividade económica no segundo trimestre de 2010, quando comparado com o mesmo período do ano anterior, é largamente atribuído ao sector terceário, que cresceu 9.9%. O sector primário, com uma expansão de 9.5%, também foi responsável pelo bom desempenho da economia. Por seu turno, o secundário cresceu apenas 5.2%, menos que a metade dos dois primeiros.
Inflação atinge 14.52%
O indicador da variação de preços no país não é animador. Se, em Março, finais do primeiro trimestre, a inflação esteve na ordem de 7.21%, três meses depois, em Junho, foi mais do que o dobro, 14,52%.
A inflação no país é agravada, por um lado, pela alta de frutas e vegetais, como já havia informado o governador do Banco Central, Ernesto Gove. A variação acumulada destes preços até Junho foi de 34.18%, em resultado do aumento dos custos de alface (94%), couve (64.1%), tomate (54%), feijão nhemba (67%), cebola (37.1%), folhas de aboboreira (63.8), entre outros.
Por outro lado, estão os combustíveis, que já subiram 43.54%, em resultado do reajustamento em alta dos preços da gasolina, gasóleo, petróleo de iluminação e gás doméstico.
Exportações em alta
Apesar da flutuação da economia, as exportações de bens, na primeira metade do ano, cresceram em 10.9%, o que significa uma recuperação da procura dos nossos produtos no mercado internacional. É que o valor total das exportações incrementou em 99.4 milhões de dólares para mais de um bilião de dólares, devido à subida das exportações realizadas pelos grandes projectos.
Porém, houve queda de vendas em produtos como o camarão (35.3%), devido à queda do preço médio internacional, em 29.8%. Igual cenário verificou-se com o tabaco ( 3%) e o açúcar, cuja exportação reduziu mais de metade.
Importações em queda
O volume das importações, integrando os mega-projectos, durante o primeiro semestre, caiu 4.3% em relação a igual período de 2009, devido à redução de custos dos produtos que não fazem parte dos grandes projectos, em 5.5%.
Os mega-projectos viram as suas importações crescerem 0.3%, segundo dados do Banco Central.
Zanqueu diz que queda não é alarmante
O economista Umberto Zanqueu diz que a queda da economia nacional em 0.5% não é alarmante, uma vez que há economias que não conseguem atingir 8.8% de crescimento em tempo de crise.
Porém, Zanqueu não deixa de lamentar o facto de antes ter havido boas expectativas quanto ao desempenho da economia nacional para, depois, se assistir a este cenário.
Belizário Cumbe, O País
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