Saturday, 21 April 2012

Graça Moura esperançado na revisão do acordo para “correcção de asneiras”

O escritor português Vasco Graça Moura mostrou-se quinta-feira à noite convicto de que o novo acordo ortográfico da língua portuguesa será revisto, levando à correção de "muitas asneiras".
O presidente do Centro Cultural de Belém (Lisboa), um dos fervorosos críticos da nova grafia, salientou que a última posição do Governo, tomada numa reunião ministerial em Luanda, mostra que há "grandes divergências num conjunto de normas aplicadas à grafia no espaço da língua portuguesa".
"Acho que pode haver um volte-face porque a própria declaração final dos ministros vai nesse sentido, de que é preciso fazer ajustamentos, leia-se revisão", disse o escritor, em Coimbra.
Para Moura, o actual acordo é "um crime que lesa profundamente a língua portuguesa, tal como é falada no espaço português e africano, em todo o espaço onde se fala a língua portuguesa, menos no espaço brasileiro".
O escritor considerou que o novo acordo se deveu a "uma irresponsabilidade de políticos que não percebem nada do que estão a fazer, já desde os anos 80, em especial nos anos 90, e depois de gente que não tem mais nada do que fazer, como os senhores que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa".
"Há que esperar por algum bom senso e que de facto seja promovido aquilo que é chamado em língua oficial reajustamentos, porque sendo revisto o acordo significará uma revisão do tratado internacional que o representa e, se for revisto, certamente há muita asneira que será corrigida", sublinhou.
Questionado sobre a política cultural do Governo, o presidente do CCB referiu que o Executivo de Pedro Passos Coelho "faz o que é possível neste momento".
"Não há condições para fazer de outra maneira, está fazer o que é possível", frisou, salientando que o CCB, por exemplo, vai enveredar por um plano trienal "que comportará aquilo que for possível neste momento, dada a situação difícil do país".

RM

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