“Falam do aumento do HIV-SIDA. Esquecem que o HIV se contrai no quarto e o Governo não está no quarto”, foi com esta resposta cristalina, clarividente e contundente que Aiuba Cuereneia, ministro da Planificação e Desenvolvimento, brindou as vozes que discordam do discurso “colorido” segundo o qual Moçambique está a crescer.
Que este Governo não lida bem com a crítica nós já sabemos. O que não sabíamos é que os seus representantes gostam, quando lhes dá jeito, de abraçar a ignorância. É que Aiuba Cuereneia não pode provar, nem com sabedoria salomónica, que o único espaço onde um cidadão nacional contrai HIV-SIDA é o quarto. Não só não pode provar como também é inadmissível que se pronuncie de forma tão arrogante em público.
Ignorar, dessa forma leviana, as diversas formas de transmissão de vírus da SIDA é um atentado à sanidade mental do próprio dirigente.
Seria, portanto, interessante ver como responderia o ministro diante de uma adolescente que contraiu o vírus da SIDA depois de ter sido violada pelos desempregados que engrossam as fileiras do submundo do crime.
Gostaríamos, também, de ver o semblante do ministro diante de um recém-nascido condenado a viver com um vírus que não lhe larga, mas que desconhece a origem.
Contudo, compreendemos a posição do ministro. Aiuba Cuereneia, acostumado ao que aprendeu, habituado às regras nas quais foi formado, só sabe responder de uma maneira. Está formatado para reagir de uma determinada forma e, qualquer que seja a crítica, reage mal.
Prefere uma sociedade civil subserviente, acéfala e manietada. Que não lhe questione, enquanto que Governo. Uma sociedade civil à imagem da bancada da Frelimo que sempre ovacionou o mais flagrante vazio de ideias do Governo de que Cuereneia faz parte.
Porém, deste modo, Moçambique nunca passará disto, nunca será mais do que os números bonitos que não se reflectem na vida das pessoas. No fundo, uma sociedade civil amordaçada, embora deixe Aiuba Cuereneia mais feliz, representa a estagnação evolutiva do país.
Sem crítica, Moçambique será só isto. É verdade que temos um potencial fantástico, mas com esse tipo de “abertura” jamais trilharemos o caminho da prosperidade.
Políticos com aversão à crítica podem, provavelmente, estar mais felizes com uma sociedade que não questiona. Infelizmente, estar feliz significa, por norma, não ter consciência do quão pequeno se é. Do quão mesquinho se é.
É preciso não esquecer que são moçambicanos que vão ao quarto e que não deixam de sê-lo dentro dele. Ou seja, o Governo não deixa de ter responsabilidade por isso. Até porque a obrigação de educar as pessoas é do Governo.
Estes dirigentes, ainda que sorridentes pela sua intolerância, não têm consciência do que perderam ao não ouvir a sociedade civil. Com a supervisão da sociedade civil, o potencial a que o país poderia chegar seria, por certo, muito maior do que alguma vez virá a ser.
Lá está, é o hábito de andar de carroça, o hábito de ser pequeno. Tão pequenos para governar um vasto território que tem como nome Moçambique.
Devia, contudo, haver mais encontros do género. Seria uma forma de descobrirmos quantos Cuereneias há no Governo.
Editorial, A Verdade.
Que este Governo não lida bem com a crítica nós já sabemos. O que não sabíamos é que os seus representantes gostam, quando lhes dá jeito, de abraçar a ignorância. É que Aiuba Cuereneia não pode provar, nem com sabedoria salomónica, que o único espaço onde um cidadão nacional contrai HIV-SIDA é o quarto. Não só não pode provar como também é inadmissível que se pronuncie de forma tão arrogante em público.
Ignorar, dessa forma leviana, as diversas formas de transmissão de vírus da SIDA é um atentado à sanidade mental do próprio dirigente.
Seria, portanto, interessante ver como responderia o ministro diante de uma adolescente que contraiu o vírus da SIDA depois de ter sido violada pelos desempregados que engrossam as fileiras do submundo do crime.
Gostaríamos, também, de ver o semblante do ministro diante de um recém-nascido condenado a viver com um vírus que não lhe larga, mas que desconhece a origem.
Contudo, compreendemos a posição do ministro. Aiuba Cuereneia, acostumado ao que aprendeu, habituado às regras nas quais foi formado, só sabe responder de uma maneira. Está formatado para reagir de uma determinada forma e, qualquer que seja a crítica, reage mal.
Prefere uma sociedade civil subserviente, acéfala e manietada. Que não lhe questione, enquanto que Governo. Uma sociedade civil à imagem da bancada da Frelimo que sempre ovacionou o mais flagrante vazio de ideias do Governo de que Cuereneia faz parte.
Porém, deste modo, Moçambique nunca passará disto, nunca será mais do que os números bonitos que não se reflectem na vida das pessoas. No fundo, uma sociedade civil amordaçada, embora deixe Aiuba Cuereneia mais feliz, representa a estagnação evolutiva do país.
Sem crítica, Moçambique será só isto. É verdade que temos um potencial fantástico, mas com esse tipo de “abertura” jamais trilharemos o caminho da prosperidade.
Políticos com aversão à crítica podem, provavelmente, estar mais felizes com uma sociedade que não questiona. Infelizmente, estar feliz significa, por norma, não ter consciência do quão pequeno se é. Do quão mesquinho se é.
É preciso não esquecer que são moçambicanos que vão ao quarto e que não deixam de sê-lo dentro dele. Ou seja, o Governo não deixa de ter responsabilidade por isso. Até porque a obrigação de educar as pessoas é do Governo.
Estes dirigentes, ainda que sorridentes pela sua intolerância, não têm consciência do que perderam ao não ouvir a sociedade civil. Com a supervisão da sociedade civil, o potencial a que o país poderia chegar seria, por certo, muito maior do que alguma vez virá a ser.
Lá está, é o hábito de andar de carroça, o hábito de ser pequeno. Tão pequenos para governar um vasto território que tem como nome Moçambique.
Devia, contudo, haver mais encontros do género. Seria uma forma de descobrirmos quantos Cuereneias há no Governo.
Editorial, A Verdade.
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