Sunday, 29 April 2012

Abertura da V Sessão Ordinária da Assembleia da República


Consolidar a paz
A PAZ em Moçambique deve ser consolidada. O país precisa de paz como condição necessária para se continuar a desenvolver o espírito de irmandade, como factor de promoção da reconciliação nacional.
Esta posição foi defendida ontem, no Maputo, pelo Chefe da bancada do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, na cerimónia solene de abertura da V Sessão Ordinária da Assembleia da República.
Segundo aquele parlamentar, a paz é um bem comum que deve ser alimentado com acções e políticas de inclusão, oportunidades sem discriminação, discursos livres de arrogância, intimidação ou violência.
Disse que a paz assemelha-se a uma planta que diariamente deve ser regada, sendo que as atitudes negativas de alguns indivíduos, o incitamento à violência, ao ódio e à chantagem são factores que podem perigá-la.
“Os acontecimentos ocorridos em Nampula aterrorizam os homens amantes da paz, e obrigam-nos a uma reflexão profunda. Afinal em que direcção se pretende caminhar?”, interrogou Lutero Simango.
Disse ainda que os partidários do MDM querem a democracia, a paz e um Estado de Direito onde todos se sintam livres e independentes. O MDM defende, por outro lado, a unidade nacional, mas uma unidade nacional com conteúdo real, múltiplo, inclusivo e agregador da diversidade cultural, política e social.
Lutero Simango referiu-se a alguns aspectos do dia-a-dia da governação do país, tendo-se manifestado apreensivo, por exemplo, quanto à situação que se vive na área dos transportes públicos nas cidades do Maputo e Matola.
“Há sensivelmente oito meses que os Transportes Públicos do Maputo tinham uma frota renovada de 150 autocarros, adquiridos com fundos públicos. Hoje um terço desta frota de serviço, isto é, 50 autocarros, não está a circular”, disse.
De acordo com Simango, esta situação é mais uma revelação clara da ausência de políticas de transporte urbano por parte do Governo do dia e uma manifestação de falta de interesse em minimizar a crise que se vive no sector.
Revelou que a sua bancada tem já uma proposta para o titular do cargo de Provedor de Justiça, mas não se referiu ao nome de tal figura.

Renamo continuará a primar pela paz
A RENAMO e o seu líder, Afonso Dhlakama, continuarão a primar pela paz e a dizer não à guerra, segundo afirmou Maria Angelina Enoque, chefe da bancada parlamentar da “perdiz” na abertura da V Sessão Ordinária da Assembleia da República.
Num discurso centrado nos acontecimentos de Nampula, Maria Angelina Enoque acusou a Frelimo e o seu Governo de pretenderem a guerra e não a paz em Moçambique.
Apelou aos deputados da sua bancada para que aguardem pelos esclarecimentos da situação e pela decisão da direcção máxima do partido na busca de melhores vias para salvar a democracia tão duramente conquistada e preservar a paz aspirada por todos os moçambicanos.
Segundo a chefe da bancada parlamentar da Renamo, os encontros havidos entre Afonso Dhlakama e o Chefe do Estado, Armando Guebuza, não passaram de um acto de entretenimento, pois, por um lado, dialogava-se, por outro um contingente armado era enviado para atacar indefesos e desarmados.
Acrescentou que o uso de blindados para atacar indefesos, desarmados, demonstra, claramente, que o Governo e o partido Frelimo estão a votar para o esquecimento os entendimentos de Roma e a todo o custo pretendem mergulhar o país no caos.
“Perante estas atrocidades, perante estas provocações bem notórias e de domínio público, comunicamos aos moçambicanos, às confissões religiosas, aos intelectuais, à comunidade internacional, que fica bem claro que o partido Frelimo e o seu Governo pretendem a guerra e não a paz em Moçambique”, disse.
Maria Angelina Enoque saudou o povo moçambicano, em especial os membros e simpatizantes da “perdiz”, pela tolerância perante a carestia de vida e a política de exclusão a que são sujeitos. Saudou também os desmobilizados de guerra da Renamo pela paciência, tolerância e obediência em cumprir e fazer cumprir os propósitos da paz.
Apelou aos profissionais da comunicação social para a tomada cada vez mais crescente da consciência da necessidade de informar e formar na verdade e sempre verdade, enveredando por um jornalismo profissional e investigativo.
Endereçou parabéns a todas as mulheres moçambicanas, bem como a todas as do mundo pela luta e vitórias que têm conquistado no seu quotidiano.

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