Sunday, 29 April 2012

Cristãos devem meditar sobre os tempos actuais

Na sexta-feira Santa
– defendem líderes religiosos

Celebra-se hoje sexta-feira Santa, momento em que, segundo líderes religiosos entrevistados pelo “Diários de Moçambique” na Beira, defendem que a ocasião serve para recordar os homens e as mulheres a seguirem de forma incessante os caminhos do amor e reconciliação, por serem condições benignos que encorajam saber perdoar ao próximo.
De acordo com o bispo da Beira, Dom João Carlos, a sexta-feira Santa, que também é conhecida como sexta-feira da Paixão, os cristãos reflectem sobre o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo. “Este sofrimento pelo que Jesus Cristo passou, ainda ocorre nos dias de hoje, bastando olhar para os casos de linchamento, atentados, roubo de bens, assaltos à mão armada e ódio que acontecem. Por isso todos os cristãos são recordados neste dia a continuarem a meditar sobre a paixão dos tempos actuais”, referiu Dom Carlos.
Jesus Cristo defende o amor entre os homens, algo que, segundo Dom Carlos, deve ser construído de forma permanente para que as pessoas saibam perdoar os seus irmãos. “As pessoas não podem pautar pela mentira, pela criminalidade, devem sim trabalhar para a prosperidade e bem-estar da sociedade”, apelou, precisando que os cristãos católicos celebram a semana Santa através de diversos ritos religiosos.
Ontem, quinta-feira, os católicos celebraram a missa da Ceia, que institui a eucaristia. Amanha, sábado, celebra-se a vigília pascal, e dia seguinte domingo de Páscoa, evocando-se a ressurreição.
Para Domingos Salvado Abrantes, pasto e fundador da Igreja Baptista Independente de Moçambique, a sociedade moçambicana deve entender que pela morte de Jesus Cristo houve uma reconciliação entre judeus e gentios.
“O homem que estava sem Deus passou a buscar a Deus, por ser de paz. Por isso vamos continuar a evangelizar de forma a que todos os segmentos da sociedade se pautem pelo princípio da paz que Jesus Cristo nos ensinou”, referiu pastor Abrantes.
Ainda de acordo com Abrantes, as divergências ideológicas entre as forças vivas da sociedade não podem ser a razão para a violência. “Se as divergências ideológicas derem espaço à violência, significa que as pessoas não conhecem o príncipe da paz, que é o Jesus Cristo”, analisou o pastor, tendo apelado às famílias moçambicanas no sentido de comemorarem a sexta-feira Santa num ambiente de paz.
Os crentes da igreja Baptista Independente de Moçambique vão celebrar a sexta-feira Santa a rezarem pela paz e reconciliação entre os homens.
Por seu turno, o pastor Baptista Ribeiro Magaia, da Igreja Fraternal Rebanho de Deus, a sexta-feira Santa recorda a morte e a ressurreição de Jesus Cristo momento que considera de expiatório.
“Chamo a ressurreição de obra expiatória do Jesus Cristo aos nossos pecados. Foi através desta obra expiatória que conseguimos ter a salvação”, referiu pastor Magaia.
Comentou que, de acordo com a palavra de Deus, no tempo de Moisés havia sacrifício de animais para o perdão dos pecados dos homens. No tempo de Cristo foi ele próprio que se sacrificou, passando do mundo físico para o mundo espiritual.
Para o caso actual, recorrendo-se a Bíblia sagrada no segundo Romano 12:1 agora é a “nossa responsabilidade de nos entregarmos, participando na igreja no sentido de encontrarmos a salvação”.
Magaia reparou que a responsabilidade do homem para encontrar a salvação não está a acontecer devidamente, tomando em conta que ocorrem ainda muitas injustiças, por isso as igrejas vão continuar a evangelizar.

EURICO DANÇA, Diários de Moçambique

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