Só não se recorda do que foi quem beneficiou e tudo faz para revisitar a guerra…
Muitos moçambicanos se enganam ao catalogarem o que os outros fazem como manifestação de vontade de utilizar a violência como forma de aceder ao poder.
Os órgãos de comunicação social de empresas públicas são rápidos a esconder as “cambalhotas” que os órgãos eleitorais sempre deram para favorecer a Frelimo.
Como são rápidos a denominar esses actos ilícitos e anti-democráticos como eles merecem e são. Mesmo agora em Inhambane, multiplicaram-se até à última hora manobras visando impedir que potenciais votantes se inscrevessem ou se recenseassem.
O factor juventude, experimentado em Quelimane e que deu a vitória ao candidato do MDM, Manuel de Araújo, é algo que a Frelimo não quer experimentar de novo em Inhambane, mas de facto só a juventude e os que menos acesso têm às oportunidades, designadamente as mulheres poderão salvar os municípios do que caminho que levam. Seus especialistas em desenho e construção de esquemas fraudulentos devem ter apostado tudo para que o número de votantes fosse reduzido nem que se tivesse que recorrer a funcionários teleguiados como se tem visto na cidade de Inhambane.
Independentemente do que aconteça nas eleições intercalares de Inhambane, a situação moçambicana pode mudar rapidamente para cenários que vão fazer parar muito do que se considera actualmente de desenvolvimento, mas não passa de um autêntico assalto dos senhores que se agarram ao poder não para servir os cidadãos, mas para se servirem a eles próprios.
O ataque da FIR à sede política da Renamo em Nampula pode parecer um simples acto de reposição da ordem pública. Mas em Moçambique o que parece muitas vezes não é.
Será que alguém acredita que cercando e eliminando Afonso Dhlakama resolve todos os problemas de Moçambique e pode restaurar uma era de partido único e de ditadura unipessoal?
Será que alguém supõe que reuniu musculatura militar e experiência suficiente para derrotar os ex-guerrilheiros da Renamo e desarticular sua liderança?
Há actos irreflectidos e por vezes muito mal equacionados que levam tudo a perder.
Que será dos projectos de desenvolvimento públicos e privados se rebentar uma nova guerra em Moçambique?
Será que a “geração da viragem” terá os “testículos” para se alistar e ir combater em defesa dos promotores de mais uma confrontação armada entre moçambicanos?
A fome e a falta de emprego, a miséria em que vive uma boa parte da juventude que servirá de carne de canhão num outro eventual conflito armado não serão factor para atrair os jovens a aderirem. Já sem guerra o recrutamento de mancebos apresenta-se deficitário. A adesão de jovens às forças armadas já é agora coisa cada vez mais rara. Que será se lhes mostrarem guerra pela frente para defenderem governantes que só pensam neles e em encherem-se de bens em vez de pensarem no Povo um minuto que seja.
Quando num país uns não escutam os outros e quem lidera não escuta sequer os seus assessores os resultados podem ser catastróficos.
E quando nesse país existe uma sociedade civil amarrada pelos chefes, as suas lideranças estão comprometidas ao poder do dia e envolvidas em esquemas que mancham o exercício da democracia, está montado o cenário para que a verdade seja deturpada, escondida, enterrada.
Como está também montado o cenário para um conflito mais grave do que qualquer outro que alguma vez tenha havido. Mas será que os jovens não se aperceberam já disso e vão antes aproveitar as oportunidades para mudar o rumo da história e não permitir mais que os que lhes andam a barrar as oportunidades permaneçam no poder.
Será que os jovens e todos aqueles a quem as oportunidades têm sido negadas, designadamente as mulheres, não vão saber orientar os seus votos sem se deixarem vender por camisetas e capulanas?
É notório o desenvolvimento de uma aproximação cada vez mais indisfarçável entre a Frelimo, seu executivo governamental e determinados segmentos da comunicação social privada. Órgãos que se diziam independentes agora se apresentam alinhando completamente numa linha editorial que se assemelha à pública TVM e ao jornal NOTÍCIAS ou RM. Será que a composição do capital acionista se alterou? Será que está havendo pagamentos debaixo da mesa? Ou será um lambebotismo desenhado para a médio-prazo surtir efeitos favoráveis a pessoas que “vendem a alma” e se fazem de “cegas” quando chega a vez de dizer simplesmente que em Inhambane há um ensaio de FRAUDE favorecido pelo STAE e CNE?
A promiscuidade entre o poder executivo e certos senhores de certa comunicação social pode ser perigosa na medida em que promove a emergência de relações anómalas e perigosas que podem encaminhar tudo para que não reste outra alternativa que não seja a violência.
O que acontece em algumas províncias, onde certos jornalistas estão na “lista negra” dos governadores está acontecendo a nível central, nacional.
Uma ofensiva denegrindo Afonso Dhlakama, o transformado em monstro e pessoa sem perfil tem sido explorada desde que se vive um multipartidarismo no país.
Nunca houve uma tentativa de explicar a motivação do homem e muito menos a coragem de lhe dar razão quando esta está do lado dele.
O que se pode verificar em termos práticos é um posicionamento habitual da comunicação social afecta ao regime do dia.
O PR está como que a leste do que se passa e dedica a sua atenção a inaugurar edifícios, canais televisivos e reuniões de organizações sociais de seu partido, a Frelimo. E a encher-se de negócios que lhe surgem no caminho como chefe de Estado e que ele não prescinde de agarrar para si.
Falar do Conselho de Estado é falar para a parede porque não vai ser convocado nunca e não passa hoje do circo mal montado.
Contribuir para que haja surpresas desagradáveis e que o panorama nacional se torne de violência e instabilidade é governar mal e estamos à beira disso acontecer se os eleitores não passarem a usar o voto com a inteligência que é reconhecida aos moçambicanos quando está visto que votar sempre nos mesmos é construir um futuro pior e não o tão prometido futuro melhor.
Moçambique precisa de paz e não vão ser os parceiros internacionais que virão correndo “apagar o fogo moçambicano”… Esses de tão comprometidos que hoje estão com os pulhas pouco ou nada conseguirão se houver um conflito.
Perderam a legitimidade.
A única forma de se parar com os senhores da guerra é votar em mudanças efectivas e retirar de facto o poder a quem nos quer apenas reservar miséria e fome, e concentrar toda a riqueza neles. A alternância do poder está no voto de cada cidadão e em Inhambane pode-se dar um gigantesco passo para que o Povo volte a ser quem mais ordena.
Moçambique precisa.
O futuro pode sorrir para todos nós sem guerra.
É preciso sabermos todos apear quem nos anda a mentir e a enganar há anos.
Noé Nhantumbo, Canal de Moçambique – 14.03.2012, citado no Moçambique para todos
Muitos moçambicanos se enganam ao catalogarem o que os outros fazem como manifestação de vontade de utilizar a violência como forma de aceder ao poder.
Os órgãos de comunicação social de empresas públicas são rápidos a esconder as “cambalhotas” que os órgãos eleitorais sempre deram para favorecer a Frelimo.
Como são rápidos a denominar esses actos ilícitos e anti-democráticos como eles merecem e são. Mesmo agora em Inhambane, multiplicaram-se até à última hora manobras visando impedir que potenciais votantes se inscrevessem ou se recenseassem.
O factor juventude, experimentado em Quelimane e que deu a vitória ao candidato do MDM, Manuel de Araújo, é algo que a Frelimo não quer experimentar de novo em Inhambane, mas de facto só a juventude e os que menos acesso têm às oportunidades, designadamente as mulheres poderão salvar os municípios do que caminho que levam. Seus especialistas em desenho e construção de esquemas fraudulentos devem ter apostado tudo para que o número de votantes fosse reduzido nem que se tivesse que recorrer a funcionários teleguiados como se tem visto na cidade de Inhambane.
Independentemente do que aconteça nas eleições intercalares de Inhambane, a situação moçambicana pode mudar rapidamente para cenários que vão fazer parar muito do que se considera actualmente de desenvolvimento, mas não passa de um autêntico assalto dos senhores que se agarram ao poder não para servir os cidadãos, mas para se servirem a eles próprios.
O ataque da FIR à sede política da Renamo em Nampula pode parecer um simples acto de reposição da ordem pública. Mas em Moçambique o que parece muitas vezes não é.
Será que alguém acredita que cercando e eliminando Afonso Dhlakama resolve todos os problemas de Moçambique e pode restaurar uma era de partido único e de ditadura unipessoal?
Será que alguém supõe que reuniu musculatura militar e experiência suficiente para derrotar os ex-guerrilheiros da Renamo e desarticular sua liderança?
Há actos irreflectidos e por vezes muito mal equacionados que levam tudo a perder.
Que será dos projectos de desenvolvimento públicos e privados se rebentar uma nova guerra em Moçambique?
Será que a “geração da viragem” terá os “testículos” para se alistar e ir combater em defesa dos promotores de mais uma confrontação armada entre moçambicanos?
A fome e a falta de emprego, a miséria em que vive uma boa parte da juventude que servirá de carne de canhão num outro eventual conflito armado não serão factor para atrair os jovens a aderirem. Já sem guerra o recrutamento de mancebos apresenta-se deficitário. A adesão de jovens às forças armadas já é agora coisa cada vez mais rara. Que será se lhes mostrarem guerra pela frente para defenderem governantes que só pensam neles e em encherem-se de bens em vez de pensarem no Povo um minuto que seja.
Quando num país uns não escutam os outros e quem lidera não escuta sequer os seus assessores os resultados podem ser catastróficos.
E quando nesse país existe uma sociedade civil amarrada pelos chefes, as suas lideranças estão comprometidas ao poder do dia e envolvidas em esquemas que mancham o exercício da democracia, está montado o cenário para que a verdade seja deturpada, escondida, enterrada.
Como está também montado o cenário para um conflito mais grave do que qualquer outro que alguma vez tenha havido. Mas será que os jovens não se aperceberam já disso e vão antes aproveitar as oportunidades para mudar o rumo da história e não permitir mais que os que lhes andam a barrar as oportunidades permaneçam no poder.
Será que os jovens e todos aqueles a quem as oportunidades têm sido negadas, designadamente as mulheres, não vão saber orientar os seus votos sem se deixarem vender por camisetas e capulanas?
É notório o desenvolvimento de uma aproximação cada vez mais indisfarçável entre a Frelimo, seu executivo governamental e determinados segmentos da comunicação social privada. Órgãos que se diziam independentes agora se apresentam alinhando completamente numa linha editorial que se assemelha à pública TVM e ao jornal NOTÍCIAS ou RM. Será que a composição do capital acionista se alterou? Será que está havendo pagamentos debaixo da mesa? Ou será um lambebotismo desenhado para a médio-prazo surtir efeitos favoráveis a pessoas que “vendem a alma” e se fazem de “cegas” quando chega a vez de dizer simplesmente que em Inhambane há um ensaio de FRAUDE favorecido pelo STAE e CNE?
A promiscuidade entre o poder executivo e certos senhores de certa comunicação social pode ser perigosa na medida em que promove a emergência de relações anómalas e perigosas que podem encaminhar tudo para que não reste outra alternativa que não seja a violência.
O que acontece em algumas províncias, onde certos jornalistas estão na “lista negra” dos governadores está acontecendo a nível central, nacional.
Uma ofensiva denegrindo Afonso Dhlakama, o transformado em monstro e pessoa sem perfil tem sido explorada desde que se vive um multipartidarismo no país.
Nunca houve uma tentativa de explicar a motivação do homem e muito menos a coragem de lhe dar razão quando esta está do lado dele.
O que se pode verificar em termos práticos é um posicionamento habitual da comunicação social afecta ao regime do dia.
O PR está como que a leste do que se passa e dedica a sua atenção a inaugurar edifícios, canais televisivos e reuniões de organizações sociais de seu partido, a Frelimo. E a encher-se de negócios que lhe surgem no caminho como chefe de Estado e que ele não prescinde de agarrar para si.
Falar do Conselho de Estado é falar para a parede porque não vai ser convocado nunca e não passa hoje do circo mal montado.
Contribuir para que haja surpresas desagradáveis e que o panorama nacional se torne de violência e instabilidade é governar mal e estamos à beira disso acontecer se os eleitores não passarem a usar o voto com a inteligência que é reconhecida aos moçambicanos quando está visto que votar sempre nos mesmos é construir um futuro pior e não o tão prometido futuro melhor.
Moçambique precisa de paz e não vão ser os parceiros internacionais que virão correndo “apagar o fogo moçambicano”… Esses de tão comprometidos que hoje estão com os pulhas pouco ou nada conseguirão se houver um conflito.
Perderam a legitimidade.
A única forma de se parar com os senhores da guerra é votar em mudanças efectivas e retirar de facto o poder a quem nos quer apenas reservar miséria e fome, e concentrar toda a riqueza neles. A alternância do poder está no voto de cada cidadão e em Inhambane pode-se dar um gigantesco passo para que o Povo volte a ser quem mais ordena.
Moçambique precisa.
O futuro pode sorrir para todos nós sem guerra.
É preciso sabermos todos apear quem nos anda a mentir e a enganar há anos.
Noé Nhantumbo, Canal de Moçambique – 14.03.2012, citado no Moçambique para todos
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