Wednesday 25 April 2012

Polícia sem isenção

Mais uma vez a PRM veio a destacar-se pela negativa no presente processo. A Polícia ignorou todos os preceitos constitucionais e comportou-se como uma força ao serviço da Frelimo.
Em muitas Assembleias de Voto, os agentes da Polícia não cumpriram com o seu dever legal de se instalar a 300 metros dos locais da votação.
O SAVANA testemunhou algumas destas situações nos postos de voto montados nas escolas secundária de Muele e Industrial e comercial Eduardo Mondlane.
Sempre que fosse solicitada para responder a qualquer acto cuja queixa fosse contra membros do MDM, actuava imediatamente não fazendo o mesmo quando fossem membros da Frelimo. O SAVANA testemunhou uma situação em que na Escola Completa Primeiro de Maio, um chefe de quarteirão convidava os eleitores da sua zona de jurisdição a votarem no candidato do partido no poder mas, quando a polícia foi chamada a intervir, manteve-se indiferente.
O mesmo não se verificou quando um activista dos direitos humanos e membro da Comissão Nacional dos Direitos Humanos, Custódio Duma, foi surpreendido a fotografar perto de um posto de votação e foi imediatamente detido e conduzido à segunda esquadra da cidade de Inhambane onde permaneceu cerca de três horas. Foi restituido à liberdade depois da intervenção da Procuradoria da República ao nível da província de Inhambane.
O facto que culminou com a detenção de Duma verificou-se na Escola Primária 25 de Setembro, arredores da urbe.
Falando ao nosso jornal, Duma confirmou-nos que estava de facto a fazer fotos, porém, longe do local proibido por lei.
Para além de Duma, 30 pessoas estiveram sob custódia policial indiciadas de perturbar a ordem eleitoral.
O comportamento dos agentes da PRM foi condenado por várias esferas da sociedade civil moçambicana.
Salomão Muchanga caracterizou o acto como sendo próprio de sociedades onde os respectivos governantes são alérgicos à democracia e ao exercício da cidadania.
Entende Muchanga que a repressão policial em obediência a certas vozes contribuiu para que a juventude não aderisse em massa ao processo eleitoral.
“Veja que a esmagadora maioria dos detidos são jovens. O mais estranho é que estes jovens são detidos sem motivos plausíveis. O acto dos agentes da lei e ordem roça à chantagem e intimidação”, disse.

Savana. Leia aqui.

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