NOVOS projectos urbanísticos vão ganhar corpo e forma no país a partir do
próximo ano destinados a melhorar os assentamentos urbanos nas principais
cidades moçambicanas com a garantia de injecção de mais fundos para este
fim.
Sem precisar os valores a serem canalizados, o Subsecretário-Geral das Nações
Unidas e Director Executivo do Programa das Nações Unidas para Assentamentos
Humanos, Joan Clos, disse ontem, em Maputo, que anualmente, aquela agência
investe no país aproximadamente um milhão de dólares norte-americanos.
A expectativa é que este valor suba um pouco mais para o ano a fim de atender
as necessidades cada vez mais crescentes de urbanização. Presente em Moçambique
a cerca de 10 anos, a UN-Habitat, uma agência da Organização das Nações Unidas
(ONU), considera ser importante a planificação coordenada dos novos bairros.
De acordo com aquele alto funcionário, o programa daquela organização em
Moçambique constitui um dos melhores exemplos do portifólio daquela agência
sobre como diversas intervenções profundas providenciam soluções concretas para
enfrentar os problemas que tornam comunidades urbanas vulneráveis aos desastres
naturais.
Tendo em conta que Moçambique é altamente vulnerável aos fenómenos naturais
como ciclones e cheias, Clos recomendou às autoridades e sociedade no geral para
a necessidade de melhorarem o planeamento urbano.
Tal significa, por exemplo, construir as ruas, edifícios habitacionais e
outras infra-estruturas utilizando material de boa qualidade e respeitando as
regras ambientais e de adaptabilidade às mudanças climáticas.
“Sabemos que este é um processo de constante aprendizagem. Por isso, tudo
deve ser feito em função da realidade de cada cidade. Felizmente, Moçambique
está a melhorar tendo em conta aquilo que temos estado a verificar, por exemplo
nas cidades de Maputo, Beira e Nampula”, destacou Clos.
A propósito do processo de reassentamento das populações que vivem em regiões
em que foram descobertos valiosos recursos naturais como carvão e gás, como é o
caso da província de Tete, o director executivo considerou a situação como sendo
uma oportunidade para emprego no acto de abertura de novas vias de acesso,
sistema de drenagem de água e na implantação de outros serviços nos novos
bairros.
Contudo, chamou a atenção para o dever que o Estado tem em colocar serviços
básicos de provisão de água potável, Educação e Saúde.
Estatísticas apresentadas ontem pela UN–Habitat indicam que cerca de 40
porcento da população moçambicana vive nos centros urbanos num país em que a
taxa de crescimento urbano anual é de quatro porcento.
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