Segundo o mapeamento do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional, na província de Maputo os distritos de Moamba e Magude esgotaram as reservas alimentares em Setembro passado, o que significa que já estão a passar fome. Em Gaza, os distritos de Chigubo e Chucualacuala estão sem comida desde Julho e Agosto passados, respectivamente.
No geral, ainda de acordo com o aludido mapeamento, maior parte dos distritos do país estão à braços com a fome desde Agosto passado, contrariamente a Nhamatanda cujas reservas alimentares esgotam este mês de Outubro.
Entretanto, há alguns distritos em situação não crítica, facto que se deve à disponibilidade de produtos alimentares nos celeiros dos camponeses e nos mercados locais.
No país, os alimentos mais consumidos nas zonas rurais são feijão nhemba, milho, mandioca, batata-doce, folhas de mandioca, hortícolas diversas, peixe e frutas, entre outros, mas que começam a escassear por causa da seca que se faz sentir em alguns pontos do território nacional.
Este ano a efeméride tem como tema “Cooperativas agrícolas alimentam o mundo”, uma escolha que visa destacar a importância das cooperativas e organizações de produtores agrícolas na garantia da segurança alimentar, criação de emprego e no alívio à pobreza. Por conseguinte, as Nações Unidas declararam 2012 como o “Ano Internacional das Cooperativas”.
O director-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva, refere, numa mensagem alusiva a este dia, que ao longo de três décadas de declínio dos investimentos nacionais na agricultura e na ajuda pública ao desenvolvimento, milhões de pequenos produtores têm-se esforçado para lidar com a variabilidade e as crises climáticas, mercados e preços, e para ultrapassar essas dificuldades.
“Desde a crise alimentar de 2007-2008 muitos países renovaram o seu compromisso de erradicar a fome no mundo e melhorar os meios de subsistência. Mas, em alguns casos, o apoio concreto em termos de políticas, de programas e de recursos financeiros está desfasado dos compromissos verbais. Não se soube tirar partido do aumento dos preços dos alimentos, de 2007-2008, para ajudar os pequenos produtores a encontrarem um caminho para saírem da pobreza”, disse José da Silva.
Ele propõe que a criação de um ambiente favorável que permita aos pequenos produtores tirar pleno partido das oportunidades disponíveis. As cooperativas e as organizações de produtores fortes têm um papel essencial a desempenhar.
A Verdade
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