Tuesday 16 October 2012

População dos distritos sem alimentação no país

Celebra-se, esta terça-feira (16), o Dia Mundial da Alimentação numa altura em que os distritos das regiões sul e centro de Moçambique estão em alerta porque enfrentam fome. Os Agregados Familiares já não conseguem garantir pelo menos duas refeições por dia. Consequentemente, 45 por cento de crianças sofrem de desnutrição.
Segundo o mapeamento do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional, na província de Maputo os distritos de Moamba e Magude esgotaram as reservas alimentares em Setembro passado, o que significa que já estão a passar fome. Em Gaza, os distritos de Chigubo e Chucualacuala estão sem comida desde Julho e Agosto passados, respectivamente.
No geral, ainda de acordo com o aludido mapeamento, maior parte dos distritos do país estão à braços com a fome desde Agosto passado, contrariamente a Nhamatanda cujas reservas alimentares esgotam este mês de Outubro.
Entretanto, há alguns distritos em situação não crítica, facto que se deve à disponibilidade de produtos alimentares nos celeiros dos camponeses e nos mercados locais.
No país, os alimentos mais consumidos nas zonas rurais são feijão nhemba, milho, mandioca, batata-doce, folhas de mandioca, hortícolas diversas, peixe e frutas, entre outros, mas que começam a escassear por causa da seca que se faz sentir em alguns pontos do território nacional.
Este ano a efeméride tem como tema “Cooperativas agrícolas alimentam o mundo”, uma escolha que visa destacar a importância das cooperativas e organizações de produtores agrícolas na garantia da segurança alimentar, criação de emprego e no alívio à pobreza. Por conseguinte, as Nações Unidas declararam 2012 como o “Ano Internacional das Cooperativas”.
O director-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva, refere, numa mensagem alusiva a este dia, que ao longo de três décadas de declínio dos investimentos nacionais na agricultura e na ajuda pública ao desenvolvimento, milhões de pequenos produtores têm-se esforçado para lidar com a variabilidade e as crises climáticas, mercados e preços, e para ultrapassar essas dificuldades.
“Desde a crise alimentar de 2007-2008 muitos países renovaram o seu compromisso de erradicar a fome no mundo e melhorar os meios de subsistência. Mas, em alguns casos, o apoio concreto em termos de políticas, de programas e de recursos financeiros está desfasado dos compromissos verbais. Não se soube tirar partido do aumento dos preços dos alimentos, de 2007-2008, para ajudar os pequenos produtores a encontrarem um caminho para saírem da pobreza”, disse José da Silva.
Ele propõe que a criação de um ambiente favorável que permita aos pequenos produtores tirar pleno partido das oportunidades disponíveis. As cooperativas e as organizações de produtores fortes têm um papel essencial a desempenhar.



A Verdade

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