OS moçambicanos celebram hoje, em todo o país, o 20º aniversário da assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP), entre o Governo e a Renamo, entendimento que pôs termo a 16 anos de guerra de destabilização em Moçambique.
Maputo, Quinta-Feira, 4 de Outubro de 2012Notícias
O 4 de Outubro é assinalado como Dia da Paz e Reconciliação Nacional, sendo,
por isso, feriado nacional.
Com o alcance da paz depois de 27 meses de negociações entre o Governo e a
Renamo, mediadas pela Comunidade de Sant’Egídio, Moçambique tornou-se modelo de
paz num continente flagelado por guerras e conflitos.
Ao assinarem o AGP ambos subscritores, nomeadamente o Governo, então liderado
pelo antigo Chefe do Estado, Joaquim Chissano, e a Renamo, encabeçada por Afonso
Dhlakama comprometiam-se a não agir de forma contrária aos termos dos protocolos
que se estabeleciam; a não adoptar leis ou medidas e a não aplicar as leis então
vigentes que contrariassem os mesmos protocolos.
Por outro lado, a Renamo comprometia-se a partir da entrada em vigor do
cessar-fogo a não combater pela força das armas, mas a conduzir a sua luta
política na observância das leis em vigor, no âmbito das instituições do Estado
existentes e no respeito das condições e garantias estabelecidas no Acordo Geral
de Paz.
As duas partes reconheciam que o alcance da paz, da democracia e da unidade
nacional, baseada na reconciliação nacional, eram o maior anseio e desejo de
todo o povo moçambicano.
Para celebrar a data estão programadas várias
actividades de índole político-cultural, com destaque para a cerimónia de
deposição de flores no Monumento aos Heróis Moçambicanos, na capital do país,
seguindo-se um culto ecuménico na Praça da Paz, promovido pelas confissões
religiosas e grupos da sociedade civil. As cerimónias centrais serão dirigidas
pelo Presidente da República, Armando Guebuza, na altura chefe da delegação do
Governo nas negociações do AGP em Roma, na Itália. O líder da Renamo, Afonso
Dhlakama, um dos subscritores do acordo e que tem primado pela ausência nestas
cerimónias prevê reunir-se hoje, na cidade de Quelimane, província da Zambézia,
com militantes e simpatizantes do seu partido.
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