Friday 19 October 2012

Mamparra of the week: Arão Nhancale

O Mamparra desta semana é atribuído pela primeira vez, por distinção, ao edil do município da Matola, o senhor Arão Nhancale.
Sem a dimensão da cultura de Estado de Direito e Democrático, o mamparra desta semana, anfitrião do Fórum Empresarial da Matola, solicitou a retirada, da sala que acolhia o evento, do seu homólogo, Manuel de Araújo, presidente do município de Quelimane, alegadamente (como reporta a Imprensa esta semana, inclusive relatos de amigos do @Verdade que lá estiveram) por a sua presença criar “embaraços ao mais alto nível”.
“Mais alto nível” aqui refere-se à chefia do seu partido, e logicamente dos seus líderes, os senhores Armando Emílio Guebuza e Filipe Paúnde. Terão sido eles que, ao tomarem conhecimento da presença de Manuel de Araújo, ligaram ao Arão Nhancale e ordenaram que colocasse o edil de Quelimane na rua?
Será que Nhancale não sabe que, antes de Manuel de Araújo ser edil por um partido no qual não milita, é um cidadão moçambicano com direitos iguais como qualquer moçambicano?
No supramencionado evento, desfilaram figuras do cenário político nacional e internacional, inclusive de um presidente de um dos municípios da vizinha África do Sul que, naturalmente, ao tomar conhecimento deverá ter ficado espantado e chocado com tamanha, bestial e inigualável mamparrice.
Na África do Sul, de onde veio o convidado àquele fórum, o Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder desde o fim do regime do Apartheid, não governa em todos os municípios, mas a convivência entre os edis e a oposição é sã, algo que o mamparra do Nhancale deve não saber, talvez por não ter tempo de ler jornais, ouvir ou ver noticiários.
Pode dar-se o caso de Nhancale estar tão atarefado em resolver as cargas métricas de problemas que afectam os nossos concidadãos daquele município, que não militam todos no partido de que ele é membro!
Arão Nhancale, no referido encontro, segundo as declarações de Manuel de Araújo, chamou-o para uma sala para, em privado, apelar para que aquele saísse daquele lugar devido ao tal embaraço ao “mais alto nível” que ele estava a causar, pedido ao qual ele não acatou pois como moçambicano, cidadão, ele inscrevera-se para participar num encontro de interesse público.
Porque a mamparrice já estava feita e as medalhas da consagração já lhe assentavam no fato da arrogância e da estupidez, Nhancale ganhou desta forma o prémio por merecida distinção. Se lhe sobrar o mínimo de coragem, deve dizer “ao mais alto nível” que “meti os pés pelas mãos”!
E na hora da consagração popular, Arão Nhancale deveria voltar a vestir o fato da arrogância soberba e exibir as medalhas da mamparrice para que os moçambicanos, no caso particular dos matolenses, registem esse momento.
Este tipo de mentalidade, tacanha e mesquinha, merece ser deitada e queimada no lixo da história da nossa jovem democracia para que os meninos de hoje saibam cantar o futuro de moçambicanidade, sem discriminação partidária!
Abaixo os mamparras!
Mamparra, mamparra e mamparra.
Até para a semana.

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