Quando o Executivo levou à falência as indústrias têxteis e de calçado devido à entrada massiva de roupa e sapatos de segunda mão, muito antes da explosão da indústria têxtil da China, o Governo não aprendeu dos graves erros que cometeu. Agora, está a extinguir avicultores com as importações desregradas do frango. Não há dúvida nenhuma de que o consumidor quer o frango a preço mais baixo possível. Quanto mais barato for o frango, melhor para o cidadão. A concepção, elaboração e condução de boas políticas públicas não compete ao cidadão. Há quem receba salaries chorudos do Estado, faz-se transportar em Mercedes de luxo e mordomias abundantes para velar, em exclusivo, pela boa gestão do bem público.
Ontem, arrasaram a indústria têxtil e de calçado, desculparam-se de que o parque de máquinas era obsoleto. Reexportaram a maquinaria, que, a partir de fora, fazem lindas capulanas com que se cobrem os dirigentes em comícios, nas províncias por onde passam a aldrabar o povo sobre um desenvolvimento visto nas grandes capitais europeias. Hoje, não deixam crescer a imaginação e a criatividade dos nacionais. São as pessoas que se juntam a operadores estrangeiros, em jont-venture, que devastam as florestas nacionais. Não tarde o dia, mas, será tarde demais, em que dirão que o País está um deserto devido ao
abate desregrado de arvores.
Não é obrigação do consumidor prever se as importações, nos moldes em que se processam, prejudicam o País. Esta missão é da exclusiva responsabilidade do Executivo, que segue políticas de inviabilizar iniciativas locais, favorecendo comerciantes que mantêm ligações privilegiadas com o partido governamental, que importam frangos, isentos de taxas aduaneiras. Vários cidadãos, lesados pelas políticas incongruentes do Governo, procuram, também, como podem fazer importações de frangos,
a partir de Dubai ou do Brasil, sem pagar nada ao Estado, lixando, assim, os poucos avicultores que ainda persistem sobreviver do dilúvio das inconsistências dos vários executivos. Ao autorizar importações desregradas do frango, o Governo está a lixar os avicultores moçambicanos.
É tempo de pensar que a destruição da economia nacional não aconteceu, somente, devido à rudeza das políticas das instituições internacionais de finança - Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional - mas também, e com maior gravidade, a falta de patriotismo e pouca lucidez do Governo, que se tem apresentado à mesa das conversações sem propostas alternatives consistentes para contrapor às imposições externas. Tem influído, para arruinar a economia, a corrupção que assaltou altas patentes do poder que se mostram insaciáveis com a riqueza que abocanham. Antes, dizia-se, e a bom tom, que o feiticeiro está do outro lado. Ataca-nos desde fora. Não é verdade. O feiticeiro que perturba a vida do povo e trava o seu desenvolvimento, mora do lado de cá. Tem a nacionalidade moçambicana.
( Edwin Hounnou, em A Tribuna Fax de 18/05/09 )
1 comment:
Infelizmente, o feiticeiro tem a nacionalidade mocambicana. Importa perguntar o porque de 'lixar' os avicultores. O executivo nao 'da ponto sem no' - ha interesses e quantias chorudas que rolam por tras dos bastidores. Porque nao apostar na industria e produto nacional? Porque sera que o produto estrangeiro tem mais 'pinta'? Maria Helena
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