Wednesday 27 May 2009

CULTURA, AUTO-ESTIMA, MILITÂNCIA

Tudo isso difere e bastante…

Procurar através da repetição de slogans e de outro tipo de arranjos influenciar a maneira de pensar e de entender dos moçambicanos é o que os políticos tentam fazer o tempo todo.
Agora nesta III república já se tornou habitual a realização de campanhas políticas permanentes fora alguns períodos de férias e de viagens não cobertas pela televisão nacional pública ou a outra, STV.
Temos sido governados por um comissariado político activo o tempo todo a custa de recursos governamentais escassos e mesmo em tempo de aberta crise internacional financeira sacrificam-se recursos para fazer voar o PR para pontos recinditos deste país em nome de presidências abertas e inclusivas.
Como entender que se gastem fundos que se diz serem escassos em exercícios que deveriam ser executados todos os dias pelos governantes locais? Porque os ministros não fazem isso? Porque os administradores e governadores não realizam o seu trabalho?
É preciso a visita do senhor Presidente da República para que se saiba que há terra que foi vendida em Cabo Delgado? Será preciso o PR ir a Inhambane para se descobrir que toda a orla marítima já foi vendida? Muitos dos capitalistas moçambicanos parasitas que se sentam em Maputo e que constroem mansões na Belo Horizonte construíram suas fortunas vendendo pedaços grandes deste Moçambique.
Se não é campanha eleitoral antecipada, então o que é que o PR anda fazendo pelo país esbanjando recursos públicos? Quando ele diz que para governar é necessário gastar não está mentindo. Mas quando se exagera na terapia envenena-se o doente. E é exactamente isto que está acontecendo. Está-se envenenando as finanças públicas através de exercícios que não passam de demagogias eleitoralistas. O que tanta falta faz para adquirir fármacos e livros técnicos para as pobres bibliotecas das escolas púbicas é gasto organizando festas, reuniões e viagens.
O acumulado em conhecimentos e a experiência existente tiram a razão da realização de tantas reuniões.
Não é a falta de conhecimentos da realidade nacional que faz o país não andar.
Sabemos que muita coisa não anda porque os pagamentos antecipados de empreitadas do estado não são honrados com trabalho de qualidade. Sabemos que muita coisa não anda porque não existe a simples honestidade intelectual e política para se fazer o “trabalho de casa”. Imita-se o chefe mas não se trabalha. Quando este empreende visitas somos nós que nos antecipamos a sua vinda e vamos aos distritos.
Numa medida que começa a ser condenada por alguns quadrantes, deu-se aos governos distritais a capacidade de concederem créditos que acabaram sendo politizados num autêntico exercício eleitoralista. Ganharam-se alguns votos com os famosos 7 bilhões.
Em nome de algo legítimo e que até é salutar, visitar o povo, está entrando por caminhos escusos com o objectivo de servir agendas marcadamente políticas.

(Noé Nhanthumbo, DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 26.05.2009, citado em www.macua.blogs. com )

3 comments:

Anonymous said...

Acho que o PR esta com o 'rabo a arder'. Porque repentinamente decidiu viajar ou inteirar-se de assuntos que sao do conhecimento da maioria do povo, mesmo sem nunca nos termos deslocado para fora da nossa provincia? De onde vem o dinheiro para financiar estas viagens e estadias? De repente, um acesso de patriotismo ou orgulho pela cidadania? Espero que a maioria dos mocambicanos consiga ler nas 'entre-linhas'. Maria Helena

JOSÉ said...

Sem papas na língua!
Acredito que muita gente começa a abrir os olhos e encara seriamente estas questões!

JOSÉ said...

Sem papas na língua!
Acredito que muita gente começa a abrir os olhos e encara seriamente estas questões!