Ainda são conhecidos poucos resultados das eleições moçambicanas (disponíveis aqui, por cortesia do Carlos Serra): 16% das mesas quanto à votação para o parlamento e 19% quanto às presidenciais.
Também só nas duas maiores cidades e nas duas províncias mais a sul (que, tal como a cidade de Maputo, são as zonas mais fortes da Frelimo) os dados ultrapassam 25% das mesas.
Com todas as reservas que tão poucos dados aconselham, já se justificam alguns comentários.
1 - A esperada vitória da Frelimo e de Armando Guebuza deverá ser bastante substancial. De momento, está em torno dos 75% mas, mesmo com as alterações que irão ser provocadas pelo escrutínio das zonas que lhes são mais adversas, é muito provável que fiquem acima dos 2/3.
2 - Deviz Simango e o MDM estão agora em segundo lugar, mas Dhlakama surge bem mais forte da Zambézia para norte, pelo que (dado o peso eleitoral dessa província e de Nampula, e visto que só aí estão escrutinadas 10,6% das mesas) é provável que a situação se inverta.
3 - Para um partido recente e que só foi autorizado a concorrer em 4 círculos eleitorais, o MDM está a obter um score impressionante: 20% em Maputo, 37% em Sofala e 9% na muito frelimista província de Inhambane (ainda não há dados do Niassa).
Se as actuais tendências se mantiverem, o MDM poderá eleger de 11 a 14 deputados (a que se poderá eventualmente juntar outro pelo Niassa, embora as votações nas províncias limítrofes não lhe sejam nada favoráveis). Ou seja, pode eleger 16 a 22% dos deputados dos círculos onde pôde concorrer.
4 - Ao contrário do que eu esperava (pois os eleitores contavam com a reeleição de Guebuza e apostavam na diferença que os deputados do MDM poderiam fazer no parlamento), Deviz Simango está a ter sistematicamente uma votação mais alta que a do seu partido, nos círculos onde este foi autorizado a concorrer.
Essa diferença é na ordem dos 2 pontos percentuais e parece vir de votantes da Frelimo em Inhambane, de votantes da Renamo em Maputo e de ambos os partidos em Sofala.
5 - Embora existam muito poucos dados do norte do país, Guebuza diminui a sua votação à medida que nos aproximamos do centro, acontecendo o contrário com a votação de Dhlakama e com a vantagem que este obtém sobre Simango.
No centro, Tete mantém-se um baluarte da Frelimo, enquanto Simango esmaga Dhlakama em Sofala e fica a pouca distância em Manica.
No sul frelimista, Simango tem uma votação sistemática e significativamente superior à de Dhlakama.
6 - Simango não conseguiu entrar em força na províncias mais populosas do norte do país. Mas, aí, foi buscar votos tanto à Renamo quanto à Frelimo.
O mesmo acontece aliás em Manica, embora aí já tenha chegado aos 12%.
No sul, os seus resultados vêm de pessoas que votaram Frelimo, excepto em Maputo (cidade e província) onde de novo capitaliza pessoas que votaram em ambos os seus oponentes.
Esperemos, agora, por mais dados.
Também só nas duas maiores cidades e nas duas províncias mais a sul (que, tal como a cidade de Maputo, são as zonas mais fortes da Frelimo) os dados ultrapassam 25% das mesas.
Com todas as reservas que tão poucos dados aconselham, já se justificam alguns comentários.
1 - A esperada vitória da Frelimo e de Armando Guebuza deverá ser bastante substancial. De momento, está em torno dos 75% mas, mesmo com as alterações que irão ser provocadas pelo escrutínio das zonas que lhes são mais adversas, é muito provável que fiquem acima dos 2/3.
2 - Deviz Simango e o MDM estão agora em segundo lugar, mas Dhlakama surge bem mais forte da Zambézia para norte, pelo que (dado o peso eleitoral dessa província e de Nampula, e visto que só aí estão escrutinadas 10,6% das mesas) é provável que a situação se inverta.
3 - Para um partido recente e que só foi autorizado a concorrer em 4 círculos eleitorais, o MDM está a obter um score impressionante: 20% em Maputo, 37% em Sofala e 9% na muito frelimista província de Inhambane (ainda não há dados do Niassa).
Se as actuais tendências se mantiverem, o MDM poderá eleger de 11 a 14 deputados (a que se poderá eventualmente juntar outro pelo Niassa, embora as votações nas províncias limítrofes não lhe sejam nada favoráveis). Ou seja, pode eleger 16 a 22% dos deputados dos círculos onde pôde concorrer.
4 - Ao contrário do que eu esperava (pois os eleitores contavam com a reeleição de Guebuza e apostavam na diferença que os deputados do MDM poderiam fazer no parlamento), Deviz Simango está a ter sistematicamente uma votação mais alta que a do seu partido, nos círculos onde este foi autorizado a concorrer.
Essa diferença é na ordem dos 2 pontos percentuais e parece vir de votantes da Frelimo em Inhambane, de votantes da Renamo em Maputo e de ambos os partidos em Sofala.
5 - Embora existam muito poucos dados do norte do país, Guebuza diminui a sua votação à medida que nos aproximamos do centro, acontecendo o contrário com a votação de Dhlakama e com a vantagem que este obtém sobre Simango.
No centro, Tete mantém-se um baluarte da Frelimo, enquanto Simango esmaga Dhlakama em Sofala e fica a pouca distância em Manica.
No sul frelimista, Simango tem uma votação sistemática e significativamente superior à de Dhlakama.
6 - Simango não conseguiu entrar em força na províncias mais populosas do norte do país. Mas, aí, foi buscar votos tanto à Renamo quanto à Frelimo.
O mesmo acontece aliás em Manica, embora aí já tenha chegado aos 12%.
No sul, os seus resultados vêm de pessoas que votaram Frelimo, excepto em Maputo (cidade e província) onde de novo capitaliza pessoas que votaram em ambos os seus oponentes.
Esperemos, agora, por mais dados.
(Paulo Granjo, em www.antropocoiso.blogspot.com)
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