Olá Juliana
Bom-dia, minha querida amiga. Como vai a vida? Do meu lado tudo bem, felizmente.
Escrevo-te hoje para te fazer saber de uma coisa que me está a causar uma grande surpresa: o facto de, na cidade da Beira, não ter havido eleições na passada quarta-feira.
Perguntas como é que eu sei que não houve eleições na Beira?
É simples. Na imensa lista de resultados que a Rádio Moçambique tem estado a dar, a partir dos mais recônditos distritos do país, ainda não apareceu, até agora, nenhum resultado da Beira, a segunda cidade de Moçambique.
E se a Rádio Moçambique não transmite os resultados da Beira é porque não há nenhuns resultados para transmitir. É porque nas margens do Chiveve não houve eleições.
Enquanto em todo o país, e mesmo no estrangeiro, os outros moçambicanos corriam para as assembleias de voto, os beirenses deixaram-se ficar em casa, gozando de uma tolerância de ponto que, ao que parece, não mereceram.
Gente estranha, estes beirenses!
Será que não houve mesmo ninguém que se tenha dirigido às assembleias de voto?
Nem o Governador de Sofala? Nem os responsaveis políticos da FRELIMO?
Ninguém?!
Ou será que o problema foi da Rádio Moçambique?
Quem sabe distraíram-se na distribuição da enorme quantidade de jornalistas por todo o país e esqueceram-se da Beira.
Deve ter sido isso. Mandaram os jornalistas da delegação da Beira para outros sítios e deixaram a cidade desguarnecida.
Problemas organizacionais, sem dúvida...
Mas a verdade é que o sapo está lá, no prato, à frente deles.
E não vale a pena adiar a situação. Vão ter mesmo que o engolir. Gostem ou não. Gostem os patrões deles ou não.
Com mais ou menos tempero, com mais ou menos repugnância, vão ter que engolir o sapo e divulgar a heresia: Na Beira, diz o mediaFAX, Daviz Simango ganhou a Armando Guebuza, nas presidenciais, e o MDM venceu a FRELIMO (e a RENAMO) para a Assembleia da República.
Vida difícil a de quem acha que fazer jornalismo é agradar sempre aos chefes, aos patrões, aos superiores...
Um beijo para ti, minha amiga, do
Machado da Graça
(Machado da Graça, Correio da Manhã, citado em www.macua.blogs.com)
Bom-dia, minha querida amiga. Como vai a vida? Do meu lado tudo bem, felizmente.
Escrevo-te hoje para te fazer saber de uma coisa que me está a causar uma grande surpresa: o facto de, na cidade da Beira, não ter havido eleições na passada quarta-feira.
Perguntas como é que eu sei que não houve eleições na Beira?
É simples. Na imensa lista de resultados que a Rádio Moçambique tem estado a dar, a partir dos mais recônditos distritos do país, ainda não apareceu, até agora, nenhum resultado da Beira, a segunda cidade de Moçambique.
E se a Rádio Moçambique não transmite os resultados da Beira é porque não há nenhuns resultados para transmitir. É porque nas margens do Chiveve não houve eleições.
Enquanto em todo o país, e mesmo no estrangeiro, os outros moçambicanos corriam para as assembleias de voto, os beirenses deixaram-se ficar em casa, gozando de uma tolerância de ponto que, ao que parece, não mereceram.
Gente estranha, estes beirenses!
Será que não houve mesmo ninguém que se tenha dirigido às assembleias de voto?
Nem o Governador de Sofala? Nem os responsaveis políticos da FRELIMO?
Ninguém?!
Ou será que o problema foi da Rádio Moçambique?
Quem sabe distraíram-se na distribuição da enorme quantidade de jornalistas por todo o país e esqueceram-se da Beira.
Deve ter sido isso. Mandaram os jornalistas da delegação da Beira para outros sítios e deixaram a cidade desguarnecida.
Problemas organizacionais, sem dúvida...
Mas a verdade é que o sapo está lá, no prato, à frente deles.
E não vale a pena adiar a situação. Vão ter mesmo que o engolir. Gostem ou não. Gostem os patrões deles ou não.
Com mais ou menos tempero, com mais ou menos repugnância, vão ter que engolir o sapo e divulgar a heresia: Na Beira, diz o mediaFAX, Daviz Simango ganhou a Armando Guebuza, nas presidenciais, e o MDM venceu a FRELIMO (e a RENAMO) para a Assembleia da República.
Vida difícil a de quem acha que fazer jornalismo é agradar sempre aos chefes, aos patrões, aos superiores...
Um beijo para ti, minha amiga, do
Machado da Graça
(Machado da Graça, Correio da Manhã, citado em www.macua.blogs.com)
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