Maputo (Canalmoz) – As declarações de Nyelete Mondlane, em Gurué, na Zambézia, após a passagem de Daviz Simango por aquele distrito, segundo as quais “Quem matou o meu pai foi Uria Simango” merecem um puxão de orelhas pela parte dos seus educadores. E não só: por todas as pessoas de bom senso.
Perene será sempre a infância de todos aqueles que têm, biológica ou em afecto, vínculos com quem (n) os criou.
Por isso é que Janet Mondlane deve falar com a sua filha – é verdade que ela já é adulta, e goza da prerrogativa de responder pelos seus actos, sejam lúcidos ou imbecis – sob pena, da educação que ela recebeu e transmitiu aos filhos, cair sobre no esgoto da hipocrisia.
Assim sendo, Janet articulando com a filha, salvaria os mais incautos de duvidarem do sistema de educação do ensino americano, onde ela (Janet) cresceu e estudou e lá conheceu o Drº. Eduardo Mondlane, com quem constituiu família.
No dia 3 de Fevereiro de 2006, na praça dos heróis, tive a oportunidade de entrevistar Janet Mondlane, sobre a morte do marido, onde em serviço, ela ajudou a esclarecer o vasto público do Canal de Moçambique sobre alguns factos escamoteados, pelos “estóriadores oficiais” do regime monolítico e totalitário da Frelimo, à cerca do lugar onde teria tombado Mondlane.
“Eu estava na Suiça e só soube do crime à noite”, disse-me então Janet Mondlane, tendo acrescentando que “naqueles dias a minha preocupação eram os meus filhos”.
A viúva do “arquitecto da unidade nacional” diria ainda que só chegaria a Dar es Salaam, no dia 5 de Fevereiro, portanto, dois dias depois do marido ter sucumbindo em casa da secretária no Instituto Moçambicano.
Ah! Janet disse-me mais: disse-me que era na casa da sua secretária que o seu marido, Eduardo Mondlane “ia passar os seus momentos de laser!”.
Só Janet sabe o que lhe veio a alma quando perdeu o marido e pai dos seus filhos que ela criou com suor, sacrifício e paciência e já lhe deram netos.
Espero, sinceramente, que Janet Mondlane seja honesta, como ela o foi na entrevista que concedeu a jornalista Rosa Langa, no livro «Moçambique, mulheres e vida» ao revelar um outro segredo da “luta armada”, à cerca do romance de Josina Muthemba e Samora Machel: “…aquele assunto deu muita polémica porque antes a Josina tinha sido namorada de (Filipe) Samuel Magaia, assassinado, e Samora tinha sido acusado de ter ficado com a posição de Filipe como Comandante e de tirar também a mulher do outro.”
Por favor senhora Janet fale com a sua filha.
Diga-lhe (de mãe para filha) que é legítimo que ela queira ser “legítima” representante do povo da Zambézia na Assembleia da República, mas que não precisa jogar tão baixo para o tentar. Até breve.
(Luís Nhachote, CANALMOZ, 23/10/09)
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