Boas Festas ainda não é para a maioria esmagadora do Povo
Maputo (Canalmoz) - A primeira década do século XXI e do segundo milénio do calendário romano, termina hoje às 24 horas. Amanhã já é outro ano, outra década. 2010 passou a voar. Vai ficar na história como o ano em que se tornou evidente que Boas Festas ainda não é para a maioria. E para inverter a tendência, o Povo disse não aos abusos de quem se julga dono do País e não servidor público.
2010 vai ficar recordado como o ano em que ficou claro, para quem andava distraído, que a maioria esmagadora do Povo não quer ver a governação continuar a seguir pelos caminhos de promessas não cumpridas e da exclusão social, política e económica.
Em 2011 é preciso fazer-se algo mais para que os governantes e os parlamentares que ainda se julgam “com o rei na barriga” saibam que há mais Moçambique para além da “esmagadora maioria parlamentar” e que a Constituição da República é uma conquista que não pode ficar ao livre arbítrio de um punhado que manipula tudo e todos para se instalar eternamente no Poder.
Ficou claro este ano que pode parecer a alguns que o País anda bem, mas essa percepção só a pode ter quem se enclausurou de tal forma que passou a viver de ilusões e de cenários montados pelo séquito, enquanto se delicia com a soma de participações em negócios…
Esperamos que no ano prestes a começar se tome consciência de que não basta ser elite. É preciso saber-se sê-lo.
É preciso ser-se elite que venha do trabalho, que crie riqueza, que não ande pendurada nos outros. E que se está no Governo é para servir. Nunca para ser servida. Isto é uma inversão total do sentido de Estado.
Para que serve uma elite auto-intitulada como tal, em que ninguém reconhece mérito, predadora, sem visão, sem escrúpulos, parasita, oportunista, esbanjadora, e apenas especuladora, que hoje fala mal dos estrangeiros e amanhã vende o País a retalho, aos piores que por cá aparecem?
Não basta ser governante para se ser imediatamente reconhecido como competente. Não basta andar na estrada emproado à espera dos salamaleques e com sirenes. É preciso demonstrar competência. É preciso que lidem com a coisa pública com honestidade e transparência para que possam ser respeitados. É preciso que saibam, muitos que governam, que ser do governo não é ser dono do País. É ser funcionário do Estado que pertence ao Povo.
Os ministros têm de mostrar realizações. Realizar obras que tenham impacto directo na vida do sector que dirigem. Essas realizações têm de ter consequências positivas na vida dos cidadãos.
Os ministros têm de se deixar de governar a pensar nos seus ‘bandulhos’ e dos seus “camaradas”. Têm de começar a perceber que um dia vai-se o chefe e o Povo não lhes perdoará os abusos. África e o Mundo estão cheios de exemplos de que quando chega o dia da verdade, os “heróis”, de um dia para o outro acabam exilados e com contas e bens confiscados. Perguntem ao Charlles Taylor. Vejam como acabou o Zaire. Quantos exemplos são precisos para que se deixem de abusos? Acham que a brincadeira dura sempre?
Quando se está animado na festa estes exemplos ficam esquecidos. Mas é por isso mesmo que nesta entrada do Ano Novo estamos a pedir contenção a quem ainda não percebeu que o Povo está atento. Se não fosse assim não teria havido os tumultos de Fevereiro de 2008 e o Setembro de 2010.
Não basta ser parlamentar para se ser digno representante do Povo. Para se ser digno representante do Povo é preciso dizer não à disciplina dos aparelhos partidários que não passam de imitadores de quem segue o partido no Poder. É preciso dizer não ao clientelismo, ao lambebotismo. É preciso deixar-se de falar por falar, de se lamentar que falta tempo para intervir no Parlamento. É preciso deixarem-se de alegar que não podem trabalhar porque falta dinheiro para realizarem o que se espera de um deputado.
Não basta ser-se oposição sempre a chorar e a lamentar que o partido no poder não deixa trabalhar. O colonialismo também dizia que Moçambique só era Moçambique porque era Portugal. Sonhavam ser donos de Moçambique para sempre. Um dia acordaram e lá se foi o grande equívoco.
Não basta andar pelas esquinas a dizer que não têm meios para fazerem uma boa oposição. É preciso tirar as gravatas, ignorar as mordomias do parlamento e das vossas casas. Ir para o terreno saber o que quer o Povo e voltar à Assembleia e anunciar as preocupações encontradas no terreno.
É preciso falar fora se não os deixarem falar lá dentro do plenário.
Ficar calado cheira mal. Cheira a compromisso. Cheira a comodismo. Chega até a cheirar a negociatas…
É preciso também que a oposição se comece a convencer que um dia terá de ser Poder e deixe de se ver só na Oposição.
É preciso ter-se consciência de que ser-se deputado de um País que ainda não é como a Suiça, a Suécia, a Noruega, os Estados Unidos da América, ou até mesmo como a África do Sul, exige outra atitude, outro desempenho, outra mentalidade, outro esforço equiparado ao esforço de milhares de moçambicanos que não tendo de comer batalham todos os dias para terem uma vida melhor.
Se quem lutou pela Independência de Moçambique e pelo Pluralismo Democrático o tivesse feito a partir dos gabinetes com ar-condiccionado, com 4x4 BMW ou mesmo Nissan ou Ford, à espera dos “perdiem”, ainda hoje estávamos a olhar para o Marcelo Caetano sentado em Lisboa ou para os campos de reeducação e de fuzilamento.
Para se ser um bom professor não basta ir à sala e debitar o que os alunos devem decorar. É preciso ensinar o que está nos programas, mas sobretudo ensinar a estudar, a questionar, a pensar e a encontrar soluções para os problemas no futuro. O nosso ensino não pode continuar a produzir quem no terreno não sabe o que fazer porque não encontra na prática o que estudou na escola. O nosso ensino tem de produzir gente útil ao País e tem de estimular as pessoas.
Para termos Educação não basta as paredes das escolas, os edifícios de que tanto o governo se orgulha, ou não fossem as comissões das obras o mais interessante disto tudo…
Na Educação o País precisa de resultados. Não alunos a chumbar aos milhares ou a passar de empurrão por professores subornados.
Para se ter boa Educação também não se pode só esperar pelo que faz o ministro. É preciso bom exemplo dos pais, dos professores, professores com qualificação para tal e escolas apetrechadas com carteiras e outros recursos pedagógicos. Não basta edifícios. Não basta professores que só sabem fazer figura de corpo presente e dar notas muitas vezes vendidas.
Para a Saúde, edifícios novos ou reabilitados não basta. São precisos médicos e enfermeiros. Nacionais e estrangeiros. É preciso ter-se políticas viradas para o cidadão, que passem pela diminuição do rácio médico/doente. E é preciso que os médicos e enfermeiros sejam estimulados antes de se enfeitar os ministros e outros governantes com mordomias fúteis e improdutivas de que nada resulta em benefício para o Povo.
É preciso que os médicos, enfermeiros e todo o pessoal auxiliar de Saúde não sejam tratados como “moleques” do Poder ou como instrumentos de manipulação política para o partido no poder “ganhar” eleições.
A juventude e a sociedade civil de uma forma geral também têm de se deixar de ficar à espera que as coisas aconteçam, ao critério arbitrário dos governantes. Têm de passar a exigir. Têm de compreender que para chover é preciso haver choque térmico. Tem de compreender que enquanto continuarem a viver de debates em workshops e seminários vão acabar como o Mondlane que acreditava que a Independência seria dada de bandeja até que, finalmente, um dia compreendeu que era preciso agir, mobilizar o Povo para a grande marcha.
O Acordo de Lusaka pela Independência Nacional foi forçado. O Acordo de Nkomati foi forçado. O Acordo Geral de Paz em Roma foi forçado. O Muro de Berlim não acabou de qualquer maneira. O apartheid não acabou com workshops. Mather Luther King não conseguiu mudar a América sem abanar as instituições dominadoras e acomodadas à descriminação e à exclusão social e racial. A luta de Gandhi não precisou de ser violenta, mas precisou de existir, precisou de mobilização social.
Se os jovens e a sociedade civil no geral não lutarem por uma outra sociedade mais inclusiva, os que hoje abusam do Poder e dos recursos do País vão continuar a fazê-lo alegremente. Somos todos moçambicanos, mas ninguém pode andar mais distraído: há uns moçambicanos mais iguais que outros.
Os jovens e a sociedade civil em geral se continuarem a crer que a solução para os problemas está longe deles e fora de qualquer hipótese de ser através deles que se resolvem, vão acabar sentados a olhar para as mordomias exibidas pelos meninos e seus pais que capturaram o Estado. Vão continuar a ser apelidados de arruaceiros, bandidos, preguiçosos e acusados de serem manipulados pela “mãozinha externa”.
Gostaríamos que este momento fosse de festa, em que todos os moçambicanos pudessem usufruir minimamente da riqueza do País, mas, infelizmente, estamos a sentir que é urgente fazer-se algo para corrigir o caminho que Moçambique está a levar. O apregoado crescimento, a olhos vistos não está reflectido na qualidade de vida das pessoas. Já houve mais alegria neste País!
Os doadores também precisam de por fim à sua hipocrisia, aos falsos discursos. Devem começar de uma forma clara a agir para não só parecerem que estão comprometidos com a boa governação. Não podem simplesmente continuar a locar fundos que sabem que estão a alimentar a elite corrupta. Os doadores devem perceber, de uma vez por todas, que hoje são vistos como os principais combatentes contra a construção da democracia. Basta do vosso cinismo e do vosso silêncio!
O Povo gostaria de voltar a ver os doadores como seus parceiros!
Por fim agradecer a todos por terem apoiado o Canalmoz (Diário Digital) e o Canal de Moçambique (Semanário) a seguir o seu rumo em prole de uma cidadania crítica e activa, não servil e assumida e opcionalmente ensurdecedora. Há, afinal, muitas maneiras de amar Moçambique!
Com votos de muita Saúde e Próspero Ano Novo, despedimo-nos, com amizade.
Até 2011. Até à próxima edição que nos trará de volta a esta praça de diálogo e exercício da cidadania. Com a colaboração dos que querem contribuir para que de “país falido” não cheguemos a “país falhado”, queremos continuar a servir-vos.
Boas Festas a quem pode. Feliz e Próspero Ano Novo com muita saúde para todos.
(Editorial CanalMoz / Canal de Moçambique)
Maputo (Canalmoz) - A primeira década do século XXI e do segundo milénio do calendário romano, termina hoje às 24 horas. Amanhã já é outro ano, outra década. 2010 passou a voar. Vai ficar na história como o ano em que se tornou evidente que Boas Festas ainda não é para a maioria. E para inverter a tendência, o Povo disse não aos abusos de quem se julga dono do País e não servidor público.
2010 vai ficar recordado como o ano em que ficou claro, para quem andava distraído, que a maioria esmagadora do Povo não quer ver a governação continuar a seguir pelos caminhos de promessas não cumpridas e da exclusão social, política e económica.
Em 2011 é preciso fazer-se algo mais para que os governantes e os parlamentares que ainda se julgam “com o rei na barriga” saibam que há mais Moçambique para além da “esmagadora maioria parlamentar” e que a Constituição da República é uma conquista que não pode ficar ao livre arbítrio de um punhado que manipula tudo e todos para se instalar eternamente no Poder.
Ficou claro este ano que pode parecer a alguns que o País anda bem, mas essa percepção só a pode ter quem se enclausurou de tal forma que passou a viver de ilusões e de cenários montados pelo séquito, enquanto se delicia com a soma de participações em negócios…
Esperamos que no ano prestes a começar se tome consciência de que não basta ser elite. É preciso saber-se sê-lo.
É preciso ser-se elite que venha do trabalho, que crie riqueza, que não ande pendurada nos outros. E que se está no Governo é para servir. Nunca para ser servida. Isto é uma inversão total do sentido de Estado.
Para que serve uma elite auto-intitulada como tal, em que ninguém reconhece mérito, predadora, sem visão, sem escrúpulos, parasita, oportunista, esbanjadora, e apenas especuladora, que hoje fala mal dos estrangeiros e amanhã vende o País a retalho, aos piores que por cá aparecem?
Não basta ser governante para se ser imediatamente reconhecido como competente. Não basta andar na estrada emproado à espera dos salamaleques e com sirenes. É preciso demonstrar competência. É preciso que lidem com a coisa pública com honestidade e transparência para que possam ser respeitados. É preciso que saibam, muitos que governam, que ser do governo não é ser dono do País. É ser funcionário do Estado que pertence ao Povo.
Os ministros têm de mostrar realizações. Realizar obras que tenham impacto directo na vida do sector que dirigem. Essas realizações têm de ter consequências positivas na vida dos cidadãos.
Os ministros têm de se deixar de governar a pensar nos seus ‘bandulhos’ e dos seus “camaradas”. Têm de começar a perceber que um dia vai-se o chefe e o Povo não lhes perdoará os abusos. África e o Mundo estão cheios de exemplos de que quando chega o dia da verdade, os “heróis”, de um dia para o outro acabam exilados e com contas e bens confiscados. Perguntem ao Charlles Taylor. Vejam como acabou o Zaire. Quantos exemplos são precisos para que se deixem de abusos? Acham que a brincadeira dura sempre?
Quando se está animado na festa estes exemplos ficam esquecidos. Mas é por isso mesmo que nesta entrada do Ano Novo estamos a pedir contenção a quem ainda não percebeu que o Povo está atento. Se não fosse assim não teria havido os tumultos de Fevereiro de 2008 e o Setembro de 2010.
Não basta ser parlamentar para se ser digno representante do Povo. Para se ser digno representante do Povo é preciso dizer não à disciplina dos aparelhos partidários que não passam de imitadores de quem segue o partido no Poder. É preciso dizer não ao clientelismo, ao lambebotismo. É preciso deixar-se de falar por falar, de se lamentar que falta tempo para intervir no Parlamento. É preciso deixarem-se de alegar que não podem trabalhar porque falta dinheiro para realizarem o que se espera de um deputado.
Não basta ser-se oposição sempre a chorar e a lamentar que o partido no poder não deixa trabalhar. O colonialismo também dizia que Moçambique só era Moçambique porque era Portugal. Sonhavam ser donos de Moçambique para sempre. Um dia acordaram e lá se foi o grande equívoco.
Não basta andar pelas esquinas a dizer que não têm meios para fazerem uma boa oposição. É preciso tirar as gravatas, ignorar as mordomias do parlamento e das vossas casas. Ir para o terreno saber o que quer o Povo e voltar à Assembleia e anunciar as preocupações encontradas no terreno.
É preciso falar fora se não os deixarem falar lá dentro do plenário.
Ficar calado cheira mal. Cheira a compromisso. Cheira a comodismo. Chega até a cheirar a negociatas…
É preciso também que a oposição se comece a convencer que um dia terá de ser Poder e deixe de se ver só na Oposição.
É preciso ter-se consciência de que ser-se deputado de um País que ainda não é como a Suiça, a Suécia, a Noruega, os Estados Unidos da América, ou até mesmo como a África do Sul, exige outra atitude, outro desempenho, outra mentalidade, outro esforço equiparado ao esforço de milhares de moçambicanos que não tendo de comer batalham todos os dias para terem uma vida melhor.
Se quem lutou pela Independência de Moçambique e pelo Pluralismo Democrático o tivesse feito a partir dos gabinetes com ar-condiccionado, com 4x4 BMW ou mesmo Nissan ou Ford, à espera dos “perdiem”, ainda hoje estávamos a olhar para o Marcelo Caetano sentado em Lisboa ou para os campos de reeducação e de fuzilamento.
Para se ser um bom professor não basta ir à sala e debitar o que os alunos devem decorar. É preciso ensinar o que está nos programas, mas sobretudo ensinar a estudar, a questionar, a pensar e a encontrar soluções para os problemas no futuro. O nosso ensino não pode continuar a produzir quem no terreno não sabe o que fazer porque não encontra na prática o que estudou na escola. O nosso ensino tem de produzir gente útil ao País e tem de estimular as pessoas.
Para termos Educação não basta as paredes das escolas, os edifícios de que tanto o governo se orgulha, ou não fossem as comissões das obras o mais interessante disto tudo…
Na Educação o País precisa de resultados. Não alunos a chumbar aos milhares ou a passar de empurrão por professores subornados.
Para se ter boa Educação também não se pode só esperar pelo que faz o ministro. É preciso bom exemplo dos pais, dos professores, professores com qualificação para tal e escolas apetrechadas com carteiras e outros recursos pedagógicos. Não basta edifícios. Não basta professores que só sabem fazer figura de corpo presente e dar notas muitas vezes vendidas.
Para a Saúde, edifícios novos ou reabilitados não basta. São precisos médicos e enfermeiros. Nacionais e estrangeiros. É preciso ter-se políticas viradas para o cidadão, que passem pela diminuição do rácio médico/doente. E é preciso que os médicos e enfermeiros sejam estimulados antes de se enfeitar os ministros e outros governantes com mordomias fúteis e improdutivas de que nada resulta em benefício para o Povo.
É preciso que os médicos, enfermeiros e todo o pessoal auxiliar de Saúde não sejam tratados como “moleques” do Poder ou como instrumentos de manipulação política para o partido no poder “ganhar” eleições.
A juventude e a sociedade civil de uma forma geral também têm de se deixar de ficar à espera que as coisas aconteçam, ao critério arbitrário dos governantes. Têm de passar a exigir. Têm de compreender que para chover é preciso haver choque térmico. Tem de compreender que enquanto continuarem a viver de debates em workshops e seminários vão acabar como o Mondlane que acreditava que a Independência seria dada de bandeja até que, finalmente, um dia compreendeu que era preciso agir, mobilizar o Povo para a grande marcha.
O Acordo de Lusaka pela Independência Nacional foi forçado. O Acordo de Nkomati foi forçado. O Acordo Geral de Paz em Roma foi forçado. O Muro de Berlim não acabou de qualquer maneira. O apartheid não acabou com workshops. Mather Luther King não conseguiu mudar a América sem abanar as instituições dominadoras e acomodadas à descriminação e à exclusão social e racial. A luta de Gandhi não precisou de ser violenta, mas precisou de existir, precisou de mobilização social.
Se os jovens e a sociedade civil no geral não lutarem por uma outra sociedade mais inclusiva, os que hoje abusam do Poder e dos recursos do País vão continuar a fazê-lo alegremente. Somos todos moçambicanos, mas ninguém pode andar mais distraído: há uns moçambicanos mais iguais que outros.
Os jovens e a sociedade civil em geral se continuarem a crer que a solução para os problemas está longe deles e fora de qualquer hipótese de ser através deles que se resolvem, vão acabar sentados a olhar para as mordomias exibidas pelos meninos e seus pais que capturaram o Estado. Vão continuar a ser apelidados de arruaceiros, bandidos, preguiçosos e acusados de serem manipulados pela “mãozinha externa”.
Gostaríamos que este momento fosse de festa, em que todos os moçambicanos pudessem usufruir minimamente da riqueza do País, mas, infelizmente, estamos a sentir que é urgente fazer-se algo para corrigir o caminho que Moçambique está a levar. O apregoado crescimento, a olhos vistos não está reflectido na qualidade de vida das pessoas. Já houve mais alegria neste País!
Os doadores também precisam de por fim à sua hipocrisia, aos falsos discursos. Devem começar de uma forma clara a agir para não só parecerem que estão comprometidos com a boa governação. Não podem simplesmente continuar a locar fundos que sabem que estão a alimentar a elite corrupta. Os doadores devem perceber, de uma vez por todas, que hoje são vistos como os principais combatentes contra a construção da democracia. Basta do vosso cinismo e do vosso silêncio!
O Povo gostaria de voltar a ver os doadores como seus parceiros!
Por fim agradecer a todos por terem apoiado o Canalmoz (Diário Digital) e o Canal de Moçambique (Semanário) a seguir o seu rumo em prole de uma cidadania crítica e activa, não servil e assumida e opcionalmente ensurdecedora. Há, afinal, muitas maneiras de amar Moçambique!
Com votos de muita Saúde e Próspero Ano Novo, despedimo-nos, com amizade.
Até 2011. Até à próxima edição que nos trará de volta a esta praça de diálogo e exercício da cidadania. Com a colaboração dos que querem contribuir para que de “país falido” não cheguemos a “país falhado”, queremos continuar a servir-vos.
Boas Festas a quem pode. Feliz e Próspero Ano Novo com muita saúde para todos.
(Editorial CanalMoz / Canal de Moçambique)
No comments:
Post a Comment