Tuesday, 23 November 2010

Sector produtivo é caro e as reformas são lentas, dizem os empresários

O sector produtivo moçambicano tem das estruturas de custo mais elevadas da região e as reformas são demasiado lentas, dizem os empresários, que querem um país mais competitivo, especialmente no agro-negócio, indústria e comércio e turismo.
O diagnóstico foi hoje feito na abertura da XII Conferência do sector privado de Moçambique, que junta em Maputo cerca de sete centenas de empresários moçambicanos e é organizada pela CTA, Confederação das Associações Económicas.
Salimo Abdula, presidente da CTA, pediu "reformas ousadas" (políticas e regulamentos) que melhorem o ambiente de negócios, dando maior confiança ao país e estimulando a entrada de capitais e novos investimentos no sector produtivo.
No sector do agro-negócio há, disse, uma indefinição e falta de clareza de políticas, e é difícil o acesso à terra e os custos de produção e de transacção são elevados.
É, por isso, necessário melhorar o acesso ao uso e aproveitamento de terra, mecanizar a agricultura (criando parques de máquinas por exemplo), adoptar uma política de financiamento do agro-negócio, aumentar o número de técnicos agrários e introduzir taxas penalizadoras para as "terras ociosas".
Também na indústria, o panorama não é bom, de acordo com Salimo Abdula, que citando um estudo da Associação Industrial de Moçambique disse que "a produção e competitividade industrial em Moçambique são baixas", e que o país precisa de mudanças tecnológicas com impacto no processo produtivo, económico e social.
Em Moçambique, segundo o diagnóstico de Salimo Abdula, há défice de mão-de-obra qualificada para a indústria, há limitado acesso e elevado custo de crédito, como elevados são também os custos de transacção.
Entre muitas propostas, defendeu o responsável que é preciso aumentar os investimentos em escolas técnicas, investir na inovação e novas tecnologias, e reduzir os procedimentos administrativos, tempo e custo no desembaraço aduaneiro.
É preciso sensibilizar os oficiais alfandegários, "de forma a compreenderem quanto custa ao país ter uma mercadoria parada nas fronteiras e nos portos por causa de procedimentos administrativos", disse Salimo Abdula.
Também no sector do turismo, e apesar de reconhecer potencial, Salimo Abdula queixou-se da baixa qualificação da mão-de-obra e da pouca qualidade dos sistemas logísticos, como os transportes e estradas, energia eléctrica, água e comunicações de dados.
Além do desenvolvimento de infra-estruturas, a CTA, pela voz de Salimo Abdula, quer a "abertura do espaço aéreo para entrada de novas operadoras, sobretudo para destinos domésticos com maior potencial económico", e a formação "do pessoal que lida directamente com turistas".
À conferência, sob o tema "Como produzir com eficiência", junta-se ao fim da tarde de hoje o governo moçambicano. Empresários moçambicanos e portugueses também estarão presentes, à procura de oportunidades de negócio.

Notícias Lusófonas

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