Para que conste:
1. Foi antes de ontem, apenas pelas 18 horas, hora em que a maioria dos profissionais da imprensa moçambicanos já estão a caminho de casa para jantar, que a empresa que parece que neste momento apenas distribui a informação pública da Mozal, distribuiu um comunicado de imprensa do processador de alumínio localizado junto da Matola.
2. O referido comunicado, creio que ineditamente, vinha redigido em inglês, sem tradução para português. Donde se conclui que, também para cobrir a própria realidade moçambicana, agora também se exigem conhecimentos da língua inglesa.
3. Uma busca casual da imprensa na manhã de ontem, indicou que uma parte muito significativa dos órgãos de imprensa em Maputo e noutras localidades, nem sequer noticiou que o processo de envio dos fumos da fábrica em Beluluane directamente para a atmosfera circundante, sem qualquer filtragem, se iniciava ontem. Provavelmente porque não sabiam de nada.
4. Na imprensa matinal a que tive acesso, apenas a gazeta da agência noticiosa portuguesa Lusa, continha uns breves parágrafos sobre o início da poluição do ar sobre os céus em redor da Mozal.
5. Dos que consultei, apenas dois órgãos de imprensa moçambicanos, continham informação sobre o início do processo de poluição na Mozal nas suas edições de ontem.
6. Esses dois órgãos reproduziram exactamente o texto preparado (este em língua portuguesa) pela agência de informação portuguesa, a Lusa, na gazeta acima mencionada.
7. Significativamente, a gazeta da Agência de Informação de Moçambique divulgada ontem de manhã, não continha rigorosamente qualquer informação sobre o tema.
Perguntas:
1. Porque é que, dada a importância deste tema, a Mozal escolheu divulgar o início do processo de poluição da atmosfera pela sua fábrica apenas às 18 horas de dia 16, ou seja, na noite imediatamente antes do dia em que iria iniciar o processo?
2. Sendo Moçambique um país onde se fala português e mais umas dúzias de fantásticas línguas nacionais, e tendo a Mozal dinheiro e recursos que bastem para apresentar uma nota de imprensa em língua portuguesa – a habitualmente usada pela imprensa moçambicana – porque o fez em língua inglesa?
3. Sendo a razão para existir da Agência de Informação de Moçambique, prestar o serviço de obter e distribuir doméstica e internacionalmente as notícias – em particular as notícias sobre o que se passa em território moçambicano, porque é que, ou melhor, como é que foi possível à AIM deixar escapar uma informação desta importância, como foi a do início dum processo que no mínimo tem sido alvo de preocupações e debate por parte de tanta gente em vários sectores da sociedade e governo moçambicanos?
4. Como é possível que, dos órgãos moçambicanos a que tive acesso e em que apenas dois noticiaram o início das descargas poluentes da fábrica da Mozal directamente para a atmosfera, a única fonte que encontraram e que tiveram para recorrer – para uma ocorrência na Matola, reitere-se – foi a agência portuguesa de notícias, a Lusa?
Claramente, este é um assunto para ser reflectido e analisado.
Por quem de direito.
* - “O fumo da Matola na imprensa”. Aqui traduzem-se as coisas. Na hora.
ABM, no Ma-schamba
1. Foi antes de ontem, apenas pelas 18 horas, hora em que a maioria dos profissionais da imprensa moçambicanos já estão a caminho de casa para jantar, que a empresa que parece que neste momento apenas distribui a informação pública da Mozal, distribuiu um comunicado de imprensa do processador de alumínio localizado junto da Matola.
2. O referido comunicado, creio que ineditamente, vinha redigido em inglês, sem tradução para português. Donde se conclui que, também para cobrir a própria realidade moçambicana, agora também se exigem conhecimentos da língua inglesa.
3. Uma busca casual da imprensa na manhã de ontem, indicou que uma parte muito significativa dos órgãos de imprensa em Maputo e noutras localidades, nem sequer noticiou que o processo de envio dos fumos da fábrica em Beluluane directamente para a atmosfera circundante, sem qualquer filtragem, se iniciava ontem. Provavelmente porque não sabiam de nada.
4. Na imprensa matinal a que tive acesso, apenas a gazeta da agência noticiosa portuguesa Lusa, continha uns breves parágrafos sobre o início da poluição do ar sobre os céus em redor da Mozal.
5. Dos que consultei, apenas dois órgãos de imprensa moçambicanos, continham informação sobre o início do processo de poluição na Mozal nas suas edições de ontem.
6. Esses dois órgãos reproduziram exactamente o texto preparado (este em língua portuguesa) pela agência de informação portuguesa, a Lusa, na gazeta acima mencionada.
7. Significativamente, a gazeta da Agência de Informação de Moçambique divulgada ontem de manhã, não continha rigorosamente qualquer informação sobre o tema.
Perguntas:
1. Porque é que, dada a importância deste tema, a Mozal escolheu divulgar o início do processo de poluição da atmosfera pela sua fábrica apenas às 18 horas de dia 16, ou seja, na noite imediatamente antes do dia em que iria iniciar o processo?
2. Sendo Moçambique um país onde se fala português e mais umas dúzias de fantásticas línguas nacionais, e tendo a Mozal dinheiro e recursos que bastem para apresentar uma nota de imprensa em língua portuguesa – a habitualmente usada pela imprensa moçambicana – porque o fez em língua inglesa?
3. Sendo a razão para existir da Agência de Informação de Moçambique, prestar o serviço de obter e distribuir doméstica e internacionalmente as notícias – em particular as notícias sobre o que se passa em território moçambicano, porque é que, ou melhor, como é que foi possível à AIM deixar escapar uma informação desta importância, como foi a do início dum processo que no mínimo tem sido alvo de preocupações e debate por parte de tanta gente em vários sectores da sociedade e governo moçambicanos?
4. Como é possível que, dos órgãos moçambicanos a que tive acesso e em que apenas dois noticiaram o início das descargas poluentes da fábrica da Mozal directamente para a atmosfera, a única fonte que encontraram e que tiveram para recorrer – para uma ocorrência na Matola, reitere-se – foi a agência portuguesa de notícias, a Lusa?
Claramente, este é um assunto para ser reflectido e analisado.
Por quem de direito.
* - “O fumo da Matola na imprensa”. Aqui traduzem-se as coisas. Na hora.
ABM, no Ma-schamba
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