Sunday, 13 July 2014

Imundice, outro “cancro” da cidade Maputo

A capital moçambicana está longe de ser uma cidade “Próspera, Bela, Limpa, Segura e Solidária” devido aos mais variados motivos, dentre os quais uma recolha do lixo deficiente e a falta de sanitários públicos. Para além do ineficaz sistema de tratamento de resíduos sólidos, a urbe está imunda porque também persiste a ausência de cidadania por parte dos munícipes. Regra geral, as pessoas, sobretudo as do sexo masculino, urinam e defecam em árvores e muros por falta de casas de banho. Estas, nos locais onde existem, são deploráveis, o que denuncia outra situação relacionada com a ausência de medidas que garantam uma boa manutenção das infra-estruturas em alusão. Trata-se de um problema público que em parte prevalece porque as medidas com vista a estancá-lo são ténues e a sensibilização levada a cabo pelas autoridades para que os citadinos mantenham um estilo de vida baseado em higiene não surte o efeito desejado.
O @Verdade efectuou uma ronda pelas diferentes artérias da capital moçambicana, tendo constatado que os focos de acumulação de resíduos sólidos são vários e em algumas vias a situação vai de mal a pior. Constatámos a existência de paredes de certas infra-estruturas que estão a desabar devido ao efeito da urina. Algumas ruínas, além de albergarem marginais, são usados para se fazer a necessidades higiénicas por parte dos citadinos, incluindo gente que aparentemente sofre de distúrbios mentais e que recorre aos mesmos lugares para se abrigarem.
Os esgotos rebentaram e, à mistura com o que dissemos anteriormente, consequentemente, exalam um cheiro insuportável. Os nossos entrevistados reconhecem que a actual forma de o lixo ser tratado por parte de alguns deles é desoladora e prejudica o meio ambiente, mas falta a consciência cívica. Em média, a capital do país produz diariamente 1.100 toneladas de resíduos sólidos, 900 das quais são depositadas na lixeira de Hulene.
Dos sete distritos que compõem a cidade de Maputo, nomeadamente KaMpfumo, KaHlamankulo, KaMaxakeni, KaMavota, KaMubukwana, KaTembe e KaNyaka, a maior quantidade de lixo (plástico, papel, latas, papelão e vidro) é produzida no KaMpfumo, com uma média diária de um quilograma por pessoa, segundo um estudo realizado pela Associação Internacional de Voluntários Leigos (LVIA), em parceria com a Kuwuka JDA e o município de Maputo.
A investigação indica ainda que a zona de cimento da cidade Maputo produz 27,4 porcento do peso total de resíduos potencialmente recicláveis, contra 18 porcento das zonas suburbanas. Relativamente aos prédios em ruínas, que mancham a estética da urbe, e um dos principais focos de criminalidade na medida em que alberga malfeitores, parece que o problema está muito aquém da solução por parte da edilidade.
Por um lado, o Conselho Municipal da Cidade de Maputo não consegue recolher os resíduos sólidos de forma eficaz e, por outro, os munícipes tratam do o lixo sem a observância de quaisquer medidas de higiene, urinam e defecam a céu aberto e os edifícios abandonados não são apenas autênticos lugares de acumulação de dejectos humanos, mas, também, de resíduos resultantes de actividades domésticas e comerciais, supostamente depositados por gente de uma conduta duvidosa.
Ponto por ponto
Na Avenida do Trabalho, nas proximidades do Mercado Fajardo, ao lado da Escola Anglicana São Cipriano, existe um contentor de resíduos sólidos que se transformou num urinol público. No mesmo local há uma casa abandonada contígua àquele estabelecimento de ensino e que, também, serve de mictório ou de espaço para a deposição de excrementos humanos.
O cheiro nauseabundo que deriva desta situação tornou-se um problema comum para os vendedores daquele bazar. Durante a nossa presença no sítio, um carro da Polícia fazia manobras mas nem isso coibia as pessoas de urinarem e de deitarem o lixo fora dos contentores. A agravar o cenário, nas imediações do local a que nos referimos, alguns esgotos transbordam águas negras mas, pasmem-se, ao lado da imundice as senhoras vendem, serenamente, pão e pastéis de feijão e outras iguarias, inclusive alimentos. E clientes não faltam. Este retrato só poderá espantar quem não conhece a chamada “cidade das acácias” ou, talvez, a um mero turista, porque a sujidade tornou-se um problema normal em diversos pontos de Maputo.
“É grave a situação na qual estamos a viver e questiono-me: ‘de quem será a culpa por causa desta falta de higiene?’ E penso que as pessoas urinam em lugares impróprios porque não têm balneários públicos em vários sítios da urbe. Pode ser também porque a taxa que se cobra para se usar os poucos sanitários disponíveis é proibitiva para a maioria dos cidadãos”, comentou o munícipe Ayrton Pinto.
Na Avenida do Rio Tembe, também ao lado da Escola Anglicana São Cipriano, verifica-se uma outra situação gritante: as moscas abundam devido aos resíduos sólidos amontoados e aparentemente há algum tempo sem serem removidos. Supõe-se que os protagonistas destes actos de falta de cidadania sejam os próprios moradores da zona, sobretudo aqueles cujas habitações se encontram defronte do montão do lixo em alusão. Os contentores ali colocados já estão a rebentar pelas costuras, facto que parece não causar nenhuma indignação nem pavor.
Entretanto, o que é repugnante para alguns, para outros é uma oportunidade de vida: em vários lugares da cidade gente de diferentes faixas etárias, supostamente com perturbações mentais, revira contentores de resíduos sólidos a fim de encontrar algo que lhe seja útil, mormente restos de comida. Na Avenida Fernão Magalhães, nas imediações da Direcção de Migração e Departamento de Fronteiras, as águas negras esverdeadas transbordaram dos esgotos e inundam o passeio. Por causa desta situação, os peões usam a faixa de rodagem contra todos os riscos de serem atropelados.
Na esquina entre a Avenida Marien Ngouabi e a Rua de Goa, um posto de transformação (PT) da empresa Electricidade de Moçambique foi transformado em lixeira, pese embora a escassos metros do mesmo tenha sido colado um contentor para a deposição de resíduos sólidos. “Deito o lixo aqui (referia-se ao PT) porque o contentor está longe”, justificou-se uma cidadã residente na da Rua de Goa. Ainda na Avenida Marien Ngouabi, a casa n°. 1568 encontra-se completamente abandonada e em avançado estado de degradação.
No pátio da mesma, o que se pode notar é desolador, na medida em que contrasta com o facto de nas redondezas habitarem pessoas que aparentemente se preocupam com a higiene. Um jovem desapareceu no interior da ruína em causa, mas antes de transpor o portão tentámos colher dele algumas palavras, tendo este mostrado cara de poucos amigos e ameaçado tirar-nos os instrumentos de trabalho.
“Não se metam com ele, pois é um bandido que usa este lugar como esconderijo”, alertou-nos uma senhora que vendia roupa usada ao lado do muro do mesmo edifício. Na Rua da Munhuana, n°. 1142, a edilidade colocou um contentor de lixo ao lado da parede da Escola da Munhuana mas o mesmo está a ser transformado num urinol pelos vendedores do mercado Estrela Vermelha. Ainda fomos a tempo de ver alguns indivíduos em flagrante a urinar.
“Eu estava aflito e não urino aqui por maldade nem porque me sinto à vontade, mas, sim, porque não existem balneários públicos no mercado”, alegou Sérgio Ngovene, outro munícipe entrevistado pelo @Verdade. Todavia, tivemos conhecimento de que o mercado Estrela Vermelha dispõe de um sanitário cujo acesso é franquado mediante o pagamento de cinco meticais para se fazer necessidades menores.
Na mesma zona, o muro da Escola Secundária Estrela Vermelha, que se encontra situado na Avenida Albert Luthuli, está a ceder pouco a pouco devido ao desgaste uma vez que a fila de gente que urina no local é grande. Os vendedores de acessórios de carros que se encontram nas proximidades mantêm-se impávidos e serenas em relação ao mau odor causado pela situação.
O mesmo cenário verifica-se no coração da cidade, ao lado do mercado Janete, na Rua da Catedral, onde o lixo e o cheiro nauseabundo causado pela urina tomaram conta do local. Na semana passada, pouco depois do meio-dia, um homem que aparentava ter 40 anos de idade, ido de algures na capital moçambicana, atravessou a estrada, dirigiu-se ao contentor instalado próximo à catedral e fez necessidades menores.
De repente, dois jovens seguiram o mesmo exemplo. Enquanto isso, dentro do recipiente para a deposição de resíduos sólidos havia um mendigo que revirava o lixo que transbordava, espalhava-se pelo chão e misturava-se com a urina e água suja entornada no local pelos comerciantes daquele bazar, originando mal-estar a qualquer pessoas que passe pelo local.
Apesar de tudo isso, os vendedores continuam calmos e serenos como se nada fosse anormal. Volvido algum tempo, sem nenhum pudor, certos automobilistas estacionaram as suas viaturas nas imediações daquelas instalações reservadas a cerimónias religiosas e, para se dirigirem aos seus destinos, não tiveram outra alternativa senão passaram por cima daquela sujidade.
O cenário repete-se todos os dias em vários lugares da cidade que se presume que seja “Próspera, Bela, Limpa, Segura e Solidária”. “Quando cheguei a este lugar passei maus bocados devido ao mau cheiro e tinha dificuldades em passar as refeições, mas quando se está perante esta situação de procura de meios de sobrevivência a gente habitua-se a tudo”, disse Joel Bié, de 33 anos de idade, com uma relativa naturalidade em relação ao problema.
Na Avenida Base N’tchinga, próximo ao Clube Desportos Estrela Vermelha, mais um PT tornou-se mictório e sítio onde se deposita lixo. Um letreiro afixado numa árvore veicula a seguinte mensagem: “Proibido deitar lixo neste local”. Em caso de infracção incorre-se numa multa de 400 meticais, mas as características do lugar provam que as pessoas não acatam a recomendação até porque não se conhece ninguém que tenham sido punido ou pago o referido valor por colocar a sujidade no local.
Os resíduos sólidos sobejam e a saúde dos munícipes está claramente em cheque. Na esquina entre as Avenida Guerra Popular e Avenida 24 de Julho, duas vias das mais movimentadas da capital do país, os citadinos urinam no passeio, pese embora haja um urinol instalado no local. Aliás, alguns recipientes para a deposição do lixo foram transformados em mictórios. O jovem que foi contratado pelas autoridades para controlar o urinol em causa disse à nossa Reportagem que está indignado com o comportamento dos citadinos. “Não consigo compreender por que motivo eles simplesmente não usam o urinol e fazem necessidades menores nos contentores à vista de toda a gente”.
O nosso interlocutor disse que o uso daquele meio em alusão, que funciona das 08h:00 às 17h:00, é feito mediante o pagamento de dois meticais, mas certas pessoas alegam que este valor é exorbitante. Na esquina entre as avenidas Filipe Samuel Magaia e Josina Machel há um edifício em construção, no qual está afixada uma chapa com as seguintes palavras: “Proibido urinar neste local, multa 500 meticais”. Entretanto, a imundície é de tal sorte abundante que as pessoas fazem necessidades menores no local sem nenhum receio.
A poucos metros do sítio em causa, alguns comerciantes vendem os mais variados produtos. Ainda na Avenida Filipe Samuel Magaia, no muro do parque de estacionamento do Conselho Municipal da Cidade de Maputo reina uma anarquia de bradar aos céus. Os vendedores daquela zona baixa da urbe fazem necessidades menores à vista de todos. Aliás, os contentores colocados pela edilidade na esquina entre as duas avenidas são também usados como sanitários, o que contribui para a origem de um cheiro repulsivo.
No cruzamento entre as avenidas Filipe Samuel Magaia e Eduardo Mondlane, concretamente na parede de Cemitério São Francisco Xavier, vulgo “Cemitério da Ronil”, encerrado oficialmente em 1955 à realização de enterros, prevalece um caos total em virtude de as pessoas urinarem no local. Há relatos segundo os quais algumas mulheres são arrastadas e violentadas no interior daquele espaço sagrado. A Avenida Mártires Inhaminga é um dos sítios onde os sinais de imundície na cidade de Maputo são alarmantes.
Nas imediações do Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC), mais precisamente no muro do Porto de Maputo, as pessoas sem tecto, algumas delas de má-fé, construíram barracões com base em material extremamente precário e demarcaram um território que, a avaliar pelo cenário, é supostamente delas. Alguns transeuntes não imaginam que dentro de cabanas erguidas com base em plásticas e papelões há homens e mulheres a viverem. Aliás, temos relatos de que as miúdas que se prostituem naquele canto da cidade trocam de indumentária, “produzindo-se”, naquelas “instalações.
Para além de o tipo de vida que se leva no local ser bastante lamentável na medida em que os alimentos são confeccionados em latas e as árvores próximas são usadas como urinóis perante a passividade das autoridades, a presença daquela gente mancha a estética da cidade. O lixo é atirado sem nenhuns cuidados de higiene. A urina e os excrementos humanos infestam a zona e, por conseguinte, a saúde e a segurança pública estão ameaçadas. Os nossos entrevistados contaram que passar sozinho por ali é um acto de coragem, pois os relatos sobre pessoas assaltadas deixaram de ser novidade para quem frequenta a área regularmente.
“É uma situação crítica. Jovens de conduta duvidosa tornaram este lugar perigoso e a edilidade que devia tomar medidas para repor a ordem nada faz”, opinou Domingo Chongo, morador na baixa da cidade de Maputo. No cruzamento entre as avenidas Samora Machel e 25 de Setembro existe uma ruina que é o cúmulo da falta de limpeza na urbe. Trata-se do famoso prédio Karel Pott, um edifício completamente destruído e que serve de albergue de marginais. Além de ser uma lixeira e um covil de malfeitores, o que nele acontece é deveras preocupante.
Entretanto, doutro lado da estrada que separa a casa em destruição progressiva do Banco de Moçambique, está a ser erguido um imponente prédio que albergará instituições das mais variadas actividades económicas, pertencente a esta última instituição do Estado. De referir que o prédio Pott, ostenta o nome de um advogado que foi, com os irmãos Albasini e Estácio Dias, um dos fundadores do jornal “O Brado Africano”, em 1918. O edifício sofreu um incêndio há anos e de lá a esta parte tem sido um albergue de meninos de rua e outros indivíduos supostamente sem tecto.
A porcaria da cidade de Maputo é notável até nas “barbas” da edilidade, concretamente nas imediações da Praça da Independência. O edifício, também abandonado, em frente do Centro Cultural Franco- Moçambicano, na Avenida Samora Machel, acolhe gente alegadamente sem abrigo e que nele comete todo o tipo de desmandos. No sítio há uma um placa que indica que naquela ruína serão erguidas futuras instalações do Fundo do Ambiente (FUNAB). Ao tentarmos fotografar o referido edifício, um dos jovens que se encontravam na zona ameaçou agredir o nosso repórter.
Na Rua da Sé, defronte do Hotel Rovuma, a Sé Catedral Maputo está igualmente infestada de lixo. Na Avenida Olof Palme, precisamente em frente do Ministério do Interior (MINT), outro edifício abandonado em fase de construção transformou-se em lixeira, mictório e abrigo para marginais. Na Avenida Ho Chi Min, onde está situado o Município de Maputo, o cenário de impureza é clamoroso. Na Avenida 24 de Julho, defronte do Cine África, o que se constata é o mesmo, não deixando dúvidas de que se está perante um área completamente infestada de resíduos sólidos, urina e fezes.
Na mesma avenida, no bairro do Alto-Maé, em frente ao Quartel-General, há um edifício em desmoronamento que se tornou uma verdadeira lixeira que tem vindo a poluir o meio ambiente. Na Rua dos Lusíadas, na zona do Museu, o passeio foi tomado de assalto pelos citadinos sem educação ambiental e que recorrem às árvores para urinar e, por vezes, defecar. Nem mesmo a beleza do Museu de História Natural faz com que as pessoas evitem urinar na via pública tal como acontece na Praça Travessia do Zambeze.
“Não tenho dois meticais para ter acesso aos balneários públicos; por isso, urinei numa árvore. Sei que é errado mas não tenho outra alternativa”, disse Jorge Magalhães, morador da Polana Cimento, quando surpreendido pela nossa Reportagem a fazer necessidades menores naquela praça.
Uma zona nobre altamente imunda
A Avenida Friedrich Engels, uma área de elite na capital do país, é um dos locais menos higiénicos da urbe. Conhecido por “Caracol”, junto ao Jardim dos Namorados para quem vem da Presidência da República, há um passeio que oferece uma vista magnífica para o mar. É um lugar extasiante que, para além de servir para a realização de exercícios físicos, foi concebido para oferecer momentos de lazer aos seus utentes. Todavia, de há alguns anos a esta parte, o município deixou o local à sua sorte.
Como consequência disso, tornou-se imundo e uma região apetecível para os assaltantes. Os bancos cederam aos malefícios dos que, recorrendo a meios desconhecidos, conseguiram destruí-los. Os mendigos pululam por ali, e as barreiras estão repletas de lixo, fezes e urina; por isso, pouca gente é vista a contemplar o Oceano Índico a partir daquele lugar.
Adérito Muchanga, um dos citadinos entrevistados pelo @Verdade, disse que tem o hábito de praticar exercícios físicos ao longo daquela avenida mas queixa-se da anarquia e da intranquilidade que reinam. “Num belo dia eu estava a caminhar pelo passeio e a ouvir música no meu iPad. De repente, fui assaltado e o malfeitor fugiu pelas escadas imundas e desapareceu”.
O que diz o município?
Em relação a este problema, a edilidade não tem uma explicação convincente. Domingos Chivambo, chefe do Departamento de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (UGRSU) no Município de Maputo, não soube dizer por que motivo há bastante lixo fora dos contentores e em alguns casos estes abarrotam sem que a edilidade proceda à remoção em tempo útil.
Segundo o nosso interlocutor, a situação deve-se em parte à falta de educação cívica ambiental por parte das pessoas; por isso, o Conselho Municipal de Maputo traçou um plano de sensibilização à população com vista a incutir nas pessoas que não é apenas tarefa da edilidade manter a cidade limpa, mas, sim, é dever de cada habitante. Apesar da existência de grandes quantidades de lixo na urbe, Domingos Chivambo considera que a recolha de resíduos sólidos melhorou nos últimos tempos.
Joshua Lai, porta-voz da edilidade, explicou que o acto de urinar ou defecar na via pública é punido através do pagamento de uma multa de 100 meticais e da prestação de serviços à comunidade. Porém, estas sanções são difíceis de aplicar. O nosso entrevistado entende que se defeca e urina em sítios inadequados à noite. Durante o dia, o cenário muda porque “em quase todos os mercados e terminais há sanitários públicos”.
Segundo Alves Talala, oficial de comunicação e informação da Livaningo, a imundice na capital do país pode estar relacionada com o consumo excessivo de bens pela população e com a ausência de um plano urbano para a gestão e recolha do lixo. Deve haver uma educação sobre a necessidade de os munícipes observarem as normas de preservação ambiental e construir-se, por exemplo, sanitários públicos para que as políticas traçadas sobre a matéria tenham sucesso.
Obrigar as pessoas a desembolsarem os dois ou cinco meticais pode não ser uma estratégia viável para eliminar o facto de as pessoas fazerem necessidades menores e maiores em sítios impróprios na via pública. Contudo, Joshua Lai defendeu que “não é possível que alguém circule pela cidade sem, pelo menos, dois meticais no bolso”.

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